Capítulo Bônus



Capítulo Bônus – Lapso de(o) Pudor

Hermione estava em seu quarto, depois daquele dia – onde vira Harry beijando Gina. - tudo para ela estava confuso.
A noite havia chegado e seu sono não deu indicação que viria com ela. Nessa mesma noite, conversou muito com Harry, sobre tudo, menos sobre aquele beijo e a noite que eles tiveram.
Algumas vezes não conseguia parar de pensar nisso, naquela noite. A morena saiu da cama com um travesseiro na mão, saiu do quarto e se dirigiu ao quarto ao lado.

-Harry?

-Aqui, no banheiro.

Ela foi até a cama do homem e se deitou lá. Estranhamente, aquele lugar lhe trazia sonolência, por isso estava nele, para ver se conseguia dormir.

-Posso dormir aqui hoje? – ela perguntou quando Harry apareceu.

-Claro. Nem precisava perguntar – Harry respondeu enquanto voltava para o banheiro. – Pensei que você tinha saído do quarto depois de me chamar. Cinco minutos depois, ele voltou ao quarto e apagando as luzes também se deitou. – Tenha bons sonhos.

-Você também – ela murmurou inspirando o cheiro que Harry emanava.

Com o tempo Hermione sentiu Harry adormecer. E depois ele – que dormia de barriga para cima. – deitou de lado, abraçando-a. A mão dele em sua barriga, enquanto ela mesma (que estava de costas para ele) segurou a mão do mesmo.
Ela tentava esquecer o arrepio que sentia enquanto Harry respirava em seu pescoço.

[Flash-back]
A morena revirou os olhos e o fez calar pondo um dedo em seus lábios. – Não diga mais nada – disse o fitando e aproximando-se mais do rosto dele, quando chegou bem perto (tão perto que seus lábios estavam tocando seu dedo) foi abaixando o dedo e aproximando-se mais. Até quase não sobrar espaço entre os lábios de ambos. – Mas eu não fico... – murmurou – fraca nos joelhos quando você está junto, colado, me tocando ou olhando tão compenetrado em meus olhos, como agora – ela lambeu a própria boca. – você ainda é o moreno mais bonito que conheço, mas isso não significa que eu me derreta por você – o coração dela desmentia toda a sua fala, estava acelerado e ela sentia que sairia a qualquer momento pela sua boca, assim como não sabia porque não estava tremendo enquanto tocava o rosto de Harry.

-Então porque seus olhos dizem o contrário? – inquiriu a tomando com o olhar.

Antes, no entanto, que Hermione pudesse responder, Harry captou os lábios da amiga.
Suspiro. Ela não sabia se era verdade, se estava completamente bêbada ou se só estava em mais um de seus sonhos... Mas quando sentiu o arrepiar de seu corpo, o toque de Harry, suas mãos no cabelo dele, acariciando-o... ela quis esquecer, de tudo e se concentrar toda em Harry.

Era estranho, parecia que não era a primeira vez que o beijava. Parecia que conhecia seu gosto, que já sentira seus lábios... Mas essa sensação só lhe fazia perder mais o juízo, seu corpo tremia em prazer e a cada momento que seus lábios e os de Harry tocavam-se, sua cabeça girava em um turbilhão de sensações deliciosas. As mãos dele subiam por suas costas e as dela não queria sair dos sedosos cabelos negros dele.

Quando, vencidos pela falta de ar, se afastaram, Hermione não conseguiu desviar seus olhos dos dele.
-Você enlouqueceu não é mesmo? Por que fez isso?

-Porque eu quis – respondeu. – Porque eu sabia que você também queria – acariciou sua face. – Mas, principalmente, porque você mentiu pra mim - os olhos deles se encontraram novamente e os lábios de Harry buscaram os dela mais uma vez, com mais calma, provando-o, provocando-a.

-Sim, menti – se afastou um pouco, sob o sorriso do moreno. – Talvez eu possa ficar... um pouco... – Harry a olhou com intensidade. - entorpecida com a sua aproximação, não é nada de mais de todo modo.

-Ah. É? Não é nada demais? – sorriu deslizando novamente uma de suas mãos pelas costas de Hermione, lhe fazendo estremecer.

-Não – falou lentamente.

-Porque não faz seu corpo e sua mente entrarem em sintonia e admite que você tem uma enorme queda por m-

Hermione rejeitou completamente aquela idéia, e o beijou, fazendo-o se calar. – Se eu tenho essa tal “queda”, não sou a única nessa sala, Potter.

-Você não sabia disso? Pensei que fosse mais perspicaz, minha garotinha – retrucou ao pé de seu ouvido.

-Está admitindo que sente atração por mim? – Hermione indagou devagar.

-Atração? – ele riu. – Acho que seus lábios são quase um imã que não me deixam escolha, a não ser beijá-la – e assim ele o fez.

-E se eu não quiser beijá-lo? E se eu estiver achando que é muita pretensão da sua parte?

-Tenho certeza que a Srta. Granger já teria me azarado – murmurou beijando seu pescoço. – Assim como também teria se afastado. E talvez, ainda, pudesse tentar me bater.

Hermione segurou o rosto de Harry com as duas mãos. E o fitou por um ou dois minutos. Minutos estes, que Harry não fez nada, a não ser retribuir seu olhar. – Tem razão, novamente – disse por fim. – Não acha que está me conhecendo demais? – Hermione, no entanto, não deixou que Harry respondesse. Ela o beijou como se pudesse, assim, tocar a sua alma, como se pudesse estar tão próxima dele que quem olhasse os confundisse com apenas um.

-Eu sempre tenho razão – ela sorriu do comentário. Mas antes que pudesse retrucar, Harry fez um movimento e conseguiu ficar por cima dela. – E você é linda - ela mordeu o lábio inferior acariciando o rosto do amigo. – E está tão indefesa... – murmurou, fazendo a mulher rir mais uma vez, antes de surpreendentemente girar o corpo, fazendo Harry cair de costas no tapete consigo por cima.

-Não tão indefesa assim, Sr. Potter – riu dirigindo-se novamente para os lábios dele.

-Eu protesto – falou com um meio sorriso. – Você está indefesa e eu vou provar isso.

-E como você pretmmm – enquanto Hermione se distraia na sensação de ter seus lábios nos de Harry, o mesmo encaminhava, lentamente, suas mãos para o fecho do vestido da amiga.

-Ei! – se afastou sem conter um sorriso. -Está muito atrevidinho, Harry Potter!

-Sabe o que é... – falou, sentindo-se um menino que foi pego com a mão no pote de biscoitos. – não consegui me conter. Perdoe-me Mione – ela concordou contendo a decepção. – mas é que não me contive... vê-la mais uma vez de – ele parou.

-Mais uma vez? – indagou sem entender. – Mais uma vez de que?

Harry sorriu culpado. – Quem sabe um dia eu conte tudo pra você.

Hermione o olhou inquisitiva, sem muita certeza de que deveria deixar pra depois aquele assunto. Foi surpreendida, no entanto, pelas mãos ágeis de Harry. – Quando alguém pede desculpas, tenta não cometer o mesmo erro, Harry – disse se levantando de cima dele com rapidez, um sorriso brotando de seus lábios.

[Fim do Flash-back]

Num suspiro, Hermione fechou os olhos tentando chamar o sono. Harry ainda lhe segurava protetoramente, lhe proporcionando, ao menos, conforto.
Como Harry podia ser tão seu e ao mesmo tempo não ser?

[Flash-back]
–O que quer, exatamente, Mione? Que eu vá atrás de você? – perguntou levantando-se também, enquanto a mulher se afastava sorrindo. – Se eu for...

-Se você for...? – perguntou se afastando mais.

-Hermione, não deveria brincar desse modo... – avisou retirando o terno.

-Que modo? – ela perguntou, abrindo um pouco do fecho do vestido. – Não entendo, Harry... – disse olhando para trás, observando-o se aproximar. Ela já subia o primeiro degrau da escada. - Onde quer chegar – ela deu um grito e sorriu quando percebeu que, de um salto, Harry havia acabado com a distância entre eles e lhe segurava a cintura, não lhe deixando se afastar mais...

-Essa brincadeira pode ser muito perigosa...

-Não sei do que está falando – murmurou sentindo Harry se afastar. Quando ela se virou para ficar de fronte ao homem, porém, percebeu que ele estava bem perto.

Ele subiu a escada para ficar no mesmo degrau que Hermione. – Não sabe? – ele se aproximou tanto, até seus lábios estarem quase nos dela, e então se dirigiu para seu ouvido. Deixando-a engolir em seco. – Não digo, então.

E depois de falar isso, ele a prensou na parece.
Corpo junto a corpo. Seu sorriso maroto no rosto.

-E o que você quer? – Hermione quis saber enquanto se deixava ficar onde estava, entre a parede e Harry.

-Ainda não sei muito bem e você?

Foi a vez dela sorrir marotamente. – Lhe castigar. Por ter sido atrevido a tal ponto de me prender aqui...

-Não por isso senhorita – antes que ele se afastasse por completo, Hermione lhe enlaçou o pescoço.

-Onde pensa que vai? – murmurou beijando-o logo em seguida.

-Pensei que não me quisesse, assim, tão próximo a você.

-Não lembro de ter dito isso, exatamente.

Os olhos deles se conheceram novamente, Hermione se perdeu nos verdes de Harry. Ela não conseguia imaginar algo que pudesse ser mais transparente aos seus olhos que eles, não conseguia imaginar algo que deveria ser só dela como eles.

-Por que, quando você me olha, tenho a impressão que conheço cada pedacinho seu?

-Eu não sei. Mas se quer saber, quando você me olha sinto que você realmente consegue me entender por completo. Como se em meus olhos houvesse um livro onde só você consegue decifrar meus segredos.

Hermione lhe abraçou. – Você jura que sempre vai estar ao meu lado? – perguntou baixinho.

-Eu nunca iria querer me afastar de você, por qualquer razão. Salvo, para tentar lhe proteger.

-Mas eu não quero – ela sussurrou. – Que de maneira alguma ou por qualquer hipótese, se afaste de mim. Você é uma das únicas pessoas que confio cegamente.

-Ei! – Harry segurou seu rosto com as duas mãos. – Não pense besteiras. Por que me afastaria de você?

-Não sei... Eu não sei.

-Escuta. Não há porque se preocupar com isso. Está bem? – ele beijou seu rosto. – Não quero e nem vou me distanciar de você. Não, se você não desejar.

Hermione continuou olhando-o. Ela queria que aquele momento durasse para sempre, mas ela, pelo menos, iria fazer durar...
Segurando sua nuca, ela o beijou com todo amor que nutria por Harry, entregou-se com sua alma àquele homem, que antes de tudo era seu melhor amigo... Ela se rendeu de tal modo, que parou de sentir o tempo, de sentir o chão e o vento. Tentou estar com ele por completo, só se concentrar nele. Senti-lo como nunca fizera com nenhum outro... Porque simplesmente, aquele era o homem que amava. Ela queria estar nele, assim como Harry, mesmo sem saber, estava contido nela, em seu coração, em sua alma.
Ela queria estar nele... estar nele. Ao menos uma vez, ela queria. Queria ser completamente dele, queria tê-lo em seus braços muito mais que como um amigo. Queria tanto que se assustava com a voracidade de seu desejo.
Ela não percebeu que estava ficando sem ar ou que Harry estava tão assustado quando ela por conta de seu desejo. Hermione apenas o puxou para mais perto de si, sem afastar por instante algum, seus lábios dos dele. Foi Harry quem se afastou, por fim.

Eles estavam agindo como se aquele fosse o último dia de suas vidas... Não fazia sentido. Nenhum deles se importava.
Para Hermione, talvez fosse mesmo seu último dia. Mesmo sentindo que todas as feridas em seu cerne estavam sendo curadas, ela, de algum modo, sentia que Harry não poderia mais estar desse modo com ela...

Hermione abriu a boca, mas não conseguiu dizer. Queria dizer que o amava, mas não pôde... Então ela o abraçou, seu rosto no vale entre o ombro e o pescoço de Harry.
O moreno segurava com uma das mãos a nuca da mulher, sua outra deslizava por suas costas. Hermione fechou os olhos enquanto deixava a angustia passar nesse momento, experimentando a calmaria voltar para seu corpo no momento em que a fragrância de Harry chegava as suas narinas.

-Mione, é melhor irmos... dormir. Logo vai amanhecer - a mulher se afastou, para olhá-lo. E ela tentou lê-lo, como sempre fizera.

Ela lhe deu as costas e afastou o cabelo. – Pode abrir para mim, por favor? - Harry paralisou por alguns segundos. Respirou fundo e desceu o zíper do vestido, como Hermione havia pedido. – Agora pode tirá-lo? – indagou virando-se novamente para ele.
[Fim do Flash-back]

Finalmente a mulher conseguiu dormir. Num suspiro relaxado Hermione virou na cama. E se estivesse acordada levaria um susto por causa dos olhos verdes intensos na escuridão – olhos estes, que achava que estivessem fechados...
Harry Potter se forçou a não dormir, precisava ter certeza de que a amiga estava bem. E agora, finalmente, ela dormira, retirou uma pequena quantidade de cachos que lhe caiam pelo rosto, dormia tranqüilamente. Hermione se aconchegou em seu corpo, no momento em que Harry olhava para o teto, recostando a cabeça em seu peito. Ele poderia dormir, mas parecia que agora o sono não queria ajudar.

[Flash-back]
Harry se aproximou da mulher tocando seus ombros. E pacientemente puxou as alças para cima, retirando-as pela cabeça – já que elas eram presas ao pescoço. – e foi abaixando o vestido devagar. Até aparecer o sutiã sem alça da moça – ele a encarou e Hermione parecia alheia a isso. Mas ela não deixou de reparar no sorriso que se fez presente nos lábios dele e o quanto seus olhos escureceram. – As mãos de Harry acariciariam os cabelos, o rosto dela, desceram para seu colo e esboçaram seus seios, antes de continuar a retirar o vestido. Depois tocaram sua barriga com se das fossem e então – quando chegou na altura do umbigo. - o homem se ajoelhou a sua frente. Suas mãos novamente contornando as curvas da morena até chegar às pernas. O vestido caiu no chão.

Hermione esperou que Harry se levantasse novamente, para encontrar seus olhos. Ela sorriu enquanto via Harry lhe observar. Quando os lábios de Harry estavam rentes aos seus, a mulher o puxou para si, enlaçando seu pescoço, enquanto estudava sua fisionomia.

-Você não parecia querer dormir realmente – disse baixinho fitando os lábios de Harry.

-E eu, na verdade, não quero exatamente dormir – respondeu sorrindo, aproximando-se mais do rosto dela.
[Fim do Flash-back]

Num suspiro cansado, Harry viu as horas se arrastarem sem pregar o olho. Ele tentou fechá-los para ver se conseguia dormir, mas nada dava resultado.

[Flash-back]
E os lábios deles encontraram-se novamente.
Harry já não tinha plena consciência do que fazia. Pra ser sincero consigo mesmo, deveria admitir que não estava em plena consciência desde aqueles goles de vodca... E para continuar sendo sincero, tinha que lembrar que nem se importava com isso: os goles a mais de bebida, a falta de consciência e sua ousadia para com Hermione – Harry estava evidentemente mais interessado em Hermione.

Quando se afastaram novamente, para respirar, ele pôde vê-la. Hermione manteve os olhos fechados e tinha um sorriso tão lindo, que o moreno se sentiu hipnotizado. Ele reparou que poderia ficar a observá-la por todo tempo, sem se cansar.
Harry se dirigiu para o vale entre o pescoço e ombro da mulher, amava o cheiro dela... Espalhou por ali curtos beijos, o arrepiar da pele suave dela o deixava fascinado. Subiu vagarosamente até sua bochecha e depois mordiscou sua orelha e voltou a beijar seu pescoço, inalando seu perfume... Perfume este, que o homem só reconhecia em Hermione, era tão singular quanto sua dona.

Hermione virou o rosto e conduziu suas mãos para o rosto de Harry, acariciando-o. Tocou seu lábio e depois as declinou para o queixo e pescoço, descendo sem pressa até chegar ao peito dele. Abriu os botões de sua camisa como se já tivesse feito antes – e fizera.


[Lembrança]
-Merlim! O que houve?

-Chuva! – Harry disse sacudindo os cabelos molhados.

-Deveria ter aparatado.

-Dentro de casa? E o que os vizinhos iam achar? – perguntou sarcasticamente. – Eu saí e o porteiro me viu, eu chego, num passe de “mágica”, literalmente, sem que ninguém tenha me visto. Principalmente o porteiro que vê todo mundo chegar.

-Não importa o que eles iam achar! – retrucou em tom reprovador. – Você vai acabar pegando uma gripe.

-Não seja dramática, foram apenas alguns minutos na chuva.

Hermione revirou os olhos, enquanto conjurava uma toalha. – Toma, vê se melhora.

-Obrigado. Atchim.

-Eu avisei – falou, o olhando cheia de preocupação. – Droga, Harry! Vem cá – ela se aproximou um tanto irritada. – poderia fazer um feitiço... – disse retirando seu terno e tomando a toalha das mãos de Harry, lhe secando os cabelos (na ponta dos pés). Logo jogou a toalha no chão e passou a desabotoar sua blusa.

-O que pensa estar fazendo?

Hermione apenas levantou os olhos. – Quer mesmo que respondeu?

-Não, atchim, precisa, Mione.

-Eu sei – falou terminando de desabotoar a blusa e lhe retirando também. Conjurou outra toalha e começou a lhe secar.

Sua preocupação, afastando toda libido possível em seu corpo.
[Fim da Lembrança]

Desta vez, porém, poderia aproveitar aquele momento.
Hermione deslizou as mãos pelos ombros nus, por todo tórax de Harry, abdômen e chegou ao cinto. Antes que retirasse este, Harry segurou sua mão... Fazendo a moça olhá-lo, o moreno sorriu mansamente.

-Eu vou fazer uma coisa primeiro – murmurou e então pegou a morena no colo e subiu as escadas.
[Fim do Flash-back]

Harry não se mexeu para não acordar a amiga, que se encontrava em seus braços. Ela parecia um pouco agitada e, nessa noite, estava se mexendo mais que de costume...

[Flash-back]
Hermione não acreditava no que estava passando.
Estava sendo carregada escada à cima por Harry ‘pedaço de mau caminho’ Potter, seu melhor amigo. De calcinha e sutiã e – para ser franca – já não estava conseguindo se afastar dele, afastar suas mãos dele, seus lábios ou olhos dos dele.
Deus! Como ela o amava... Sentia-se tão bem nesse pedaço de paraíso que estava sendo esta noite, não iria pensar em nada, no amanhã, no depois, nem daqui há uma hora. A razão sendo comprimida no segundo plano de sua cabeça, bem longe.

Saiu de seu colo ao chegar na porta. A boca dele procurou a dela instintivamente, Hermione, contudo, se afastava, andando para trás, sendo seguida de perto por Harry. Ela só parou quando sentiu suas costas baterem na porta de seu quarto, no momento em que, por fim, puxou Harry de vez para si.
E ela se deixou beijar, com um sorriso brejeiro nos lábios. A porta foi aberta, quando uma das mãos dela se dirigiu para trás.
Harry conseguiu lhe abraçar pela cintura e, entre um beijo e outro, eles entraram no quarto sorrindo e beijando... Hermione mordeu o lábio inferior de Harry com um pouco mais de força, para que este se afastasse, mas este não o fez.

Quando decidiu intervir, já havia retirado com presteza o cinto do amigo e o mostrou para ele. Harry apenas ergueu a sobrancelha quando Hermione o enlaçou com o cinto e o trouxe para si, guiando-o até o sofá do quarto – já que ele fica mais próximo à porta.

Desta vez, ele ficou por cima, mas a última coisa que Hermione iria se preocupar era a posição que estava. Além do mais, conhecê-lo desse modo era uma experiência agradabilíssima... Hermione conhecia Harry muito bem e se orgulhava disso, mas não conhecia todo ele... Nesse momento, era o pretendia fazer, cada centímetro dele ela iria explorar, e cada parte dele seria sua por esta noite.
Hermione não tinha idéia se ainda estava alcoolizada ou sóbria, o que fazia questão, atualmente, era da presença de Harry.
Ela percebeu que tentava esquecer todo seu medo de vê-lo se afastar, todo aquele amor unilateral. E se perguntou se poderia se curar do amor por ele sentindo-o em si...

Os olhos de Harry nunca – ou talvez sim... – estiveram tão concentrados nela como a mulher que era Hermione e não como a amiga Hermione. Ela não imaginou sentir-se tão completa como naquele instante. Sua alma tocava a dela e sugestionava descobrir todos seus segredos... E Hermione não sentiu medo.

Os verdes de Harry pediam permissão para tudo que ele fazia e os castanhos dela autorizavam de bom grado. Por mais que provasse dos seus lábios, nunca conseguia saciar-se, por mais que quisesse se afastar, Harry não se sentia apto a livrar-se do poder que, estranhamente, Hermione mantinha por seu ser. Da última vez que lhe vira daquele modo, desprotegido, fazia alguns anos. E a morena dormia sem noção alguma de que ele estivesse naquele quarto, observando-a fascinado. Mas desta vez... Desta vez era diferente. Hermione estava em seus braços, ele sentia seu gosto como jamais pensou experimentar, a desejava como jamais desejou alguém e perdia-se e libertava-se nela toda vez que seus olhos se encontravam... Por mais que a tocasse nunca tinha o suficiente dela, por mais que sentisse seu cheiro misturando-se ao dele não se contentava... com tão pouco.
Beijá-la era como se houvesse uma explosão bem próxima ao seu ouvido. Era também doce e quente, lhe causava um arrepio que tinha início na nuca – onde ela o tocava. – e percorria todo seu corpo. Os lábios de Mione era macios como ele já desconfiava, e, naquele momento, eram dele. E pela primeira vez ele sentiu medo, medo de estar sonhando.
Era bizarro demais imaginar estar tão íntimo a sua melhor amiga. Talvez fosse impróprio, impuro, deixava de existir toda a castidade de seu relacionamento... Quem sabe perdesse toda a afetividade e carinho que cultivam por todos aqueles anos? Ele não queria isso. Não queria perdê-la, não por uma... aventura?

Harry se afastou repentinamente, seus olhos emanando preocupação. Aquilo não era uma aventura.

-Harry? Está tudo bem com você?

Ele forçou um sorriso. – Tudo bem.

-A quem você pensa enganar com esse sorriso? – murmurou seriamente.

-Ah, Mione. Você é muito especial, sabia? – disse espalmando um beijo em seu rosto.

-O que há? – indagou novamente acariciando seu rosto. – Me diz, por favor? – pediu suplicante.

-Não é nada. Coisa de minha cabeça.

Sim, ela estava desprotegida e ainda assim, toda sua confiança estava entre eles...
Como só Hermione era capaz de se doar por inteira para ajudá-lo em todos os períodos de sua vida, como só ela era capaz de lhe mostrar o caminho pacientemente, como só ela o conhecia como se fosse ela mesma. Como só Hermione sabia o que fazer, dizer e como agir...

-Tem certeza?

-Tenho – sorriu. – Absoluta... – murmurou. Ao mesmo tempo que Hermione abriu a boca para retrucar, Harry beijava seu colo.

Ele foi até seu ombro, beijando-o. Até chegar ao sutiã dela, ergueu apenas os olhos para encontrá-la absolutamente sem palavras. Com um sorriso maroto ele desceu entre o vale dos seios beijando lentamente, beijos curtos, deixando Hermione arrepiada. E não se demorou lá, indo ao encontro de sua barriga, afagando-a, beijando-a, mordiscando levemente... deixando Hermione complemente sem razão. Era bom lhe ver abandonar-se, poucas vezes via Hermione fora da razão e se congratulou por ter esse poder (deliciosamente surpreendente)...
Hermione estava suspirando tão alto que Harry queria exclusivamente continuar...

Hermione não iria deixar aquilo barato. Harry poderia estar lhe deixando delirante... Mas ela não seria a única descontrolada, por assim dizer.
[Fim do Flash-back]

Harry abriu os olhos, não, o sono não viria.

[Flash-back]
A calça do moreno estava no sofá.

-Está frio...? – a morena murmurou quando sem querer eles (ela sobre o corpo de Harry) caíram no chão.

-Só um pouco.

Hermione sorriu. – Vou tentar lhe fazer esquecer.

-Seria muito bom.

Hermione lhe beijou arrancando um gemido quase inaudível de Harry. O homem lhe segurou a cintura e suas mãos se dirigiram ao fecho do sutiã da morena, abrindo-o. Ele girou o corpo, ficando em cima dela, sem um minuto retirar a boca da dela. E, por fim, ele se afastou, foi a primeira vez – desde aquele 1° beijo - que Hermione sentiu o rosto enrubescer. Mas Harry não só lhe observou como lhe olhou nos olhos.

-Você é linda – murmurou rouco.

E assim como lhe observou, olhou e falou, Harry lhe acariciou. Arrancando gemidos e murmúrios que nem sempre ele podia entender. Mas alegrava-se com aqueles sons, com a vulnerabilidade dela, com seus lábios e desejos.
As mãos de Hermione seguravam os ombros do homem com força enquanto este retirava a última peça dela...

Seus corpos estavam tão unidos que realmente pareciam um. Harry não tinha mais raciocínio, assim como Hermione. Os lábios se encontravam, as mãos nos corpos, olhos nos olhos. Desejo, carinho, amor...

Suas mentes se perderam em algum vale e toda uma eletricidade perpassou por seus corpos.
[Fim do Flash-back]

Hermione abriu os olhos repentinamente, suspirando fundo. Estava agitada, Harry percebeu. Ela sentou-se na cama de um salto.

-Mione. Calma. Foi apenas um pesadelo - a mulher passou a mão na testa, enquanto respirava pesadamente. – Está tudo bem com você?

-Eu não sei – sua voz saiu pouco mais alto que um filete. Harry lhe abraçou.

Hermione fechou os olhos com força, abraçando-o também. O coração acelerado. Ela não poderia continuar assim... Seus olhos lacrimejaram, e logo, lágrimas passeavam por seu rosto.

-Mione. Não se preocupe, não vou deixar nada de mal acontecer a você. Era um pesadelo, não era real.

-Era muito real... Muito! – respondeu soluçando e afastando-se. – Você não vai entender – continuou abaixando a cabeça para o colo, enquanto as lágrimas caiam em suas pernas.

-Por que não tenta me explicar?

Ela o encarou. – Mesmo que eu pudesse e quisesse, não teria coragem.

-Pensei que me contasse tudo.

-Conto a maior parte.

***
(continua)
***
Muito obrigado pelos comentários!!! Fico muito feliz!
Desculpem-me os erros... E o capítulo idiota.
Espero que comentem ^^

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