Tudo Bem



Oie!
Voltei!
Aqui numa lan novamente...
Obrigado pelos comentários!!! Fico muito feliz
*******************

Cap.7... – Tudo Bem

O olhar perdido, preso no lago. A outra garota já estava sentindo apreensiva.

-E então? Você vai amanhã?

-Não.

-Amanhã é o dia não é?

-O último, Gina.

-Sei que é totalmente idiota perguntar... Mas, você está bem?

Ela deu um sorriso falso, ainda olhando pro nada. – Não poderia estar melhor.

-Vocês ainda estão brigados? - não respondeu. – Hoje pode ser o último dia, Mione.

Já não tenho dedos pra contar
De quantos barrancos despenquei
E quantas pedras me atiraram
Ou quantas atirei
Tanta farpa tanta mentira
Tanta falta do que dizer
Nem sempre é "so easy" se viver


Mas a jovem não deu indicação que ouvira algo.
As lembranças. Ela estava presa nelas.

Depois daquele “incidente” de natal nada mais aconteceu. Graças a Merlim.
Os dias estavam tranqüilos, a professora Sophia já melhorou e estamos, finalmente, de volta ao ano letivo...
Ninguém sabe muito bem o que naquele dia aconteceu. Fazem um tremendo esforço para que não saibamos. Não que alguém realmente queira ouvir a verdade, ninguém quer saber.
O salão comunal como sempre abarrotado de alunos. Aquelas conversas peculiares sobre o natal, e as férias. Olhando a volta, tudo estar na mais perfeita ordem. Nada demais, apenas mais um dia... E eu queria verdadeiramente que essa “lei” fosse para todos, eu queria estar incluída nela.
Mas nada é tão simples como quando se quer. Estou ao seu lado. Estamos sentados, organizando os horários de roda.

-Nós poderíamos por Malfoy das nove as onze, o que acha?

-Perdão? – falei olhando-o.

-Mione – ele disse entre risos. - Deixe que eu faça isso.

-Não. Não! Você está sempre fazendo as coisas para mim. O que você havia dito?

-Pôr o Malfoy das nove as onze da noite, essa semana.

-Não tínhamos combinado que seria a Padma?

Ele fechou os olhos por um momento. – Sim, verdade. Não estou conseguindo me concentrar. Não acha melhor fazer essa lista depois?

Ergui a sobrancelha. – Tenho uma idéia melhor – falei enrolando os pergaminhos e fechando o tinteiro. – Não é à toa que temos uma sala.
********

-Você não acredita se eu te contar!

-O que foi?

-O Harry

-O que ele tem? – encontro seus olhos finalmente. Me sinto apreensiva de repente, o que houve? Ele está bem?

-Ele está saindo com a – reviro os olhos, por que Gina só vem falar dele pra mim? – Louise Collican.

-Legal – digo sem expressão.

-Qual é seu problema?

-Meu? Do que está falando, Gina?

-Eu acabo de falar que Harry, seu melhor amigo, está saindo com aquela... aquela

-E o que tenho a ver com isso? – tento não soar exasperada.

-Eu... Você deveria falar com ele, aquela menina não presta.

-É mesmo? – ergui a sobrancelha. Louise era da corvinal, sétimo ano, menina inteligente, bonita até, bem simpática. Onde estava o “não presta”? Não sou hipócrita, isso não me deixa feliz, sou normal. Mas se ele estiver feliz ao menos, eu poderia fingir. Não pode ser tão difícil... – Não vou falar nada.

-Por que não? – ela soou bem ofendida.

-Olha, Gina

-Meninas! Bom dia. Viram o Rony?

-Hmm – Gina bebeu seu suco. – Não vi não – respondeu por fim.

-E você, Mione?

-Não Harry.

-Eu já vou – Gina falou com um olhar estranho pra mim.

-Tchau – Harry deu de ombros e finalmente sentou pra tomar café – estam falando que estou saindo com Louise Collican – ele deu uma risada.

-É mesmo? – pergunto procurando algo, que, por acaso, nem mesmo eu sei o que é...

-Você acredita?!

-Hã... Por que não?

-Ah! Mione. Tudo bem que acham que tenho uma queda por “Corvinais”, mas ficar me jogando para todas só porque troquei umas sílabas com elas?

-Bem. Você sabe como são...
*****


Hoje eu não consigo mais me lembrar
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
Quase nunca a vida é um balão


-Então é amanhã – Rony sentou-se ao seu lado.

-Amanhã – repetiu olhando a lareira.

-Onde você está Potter?

Com um suspiro ele balançou a cabeça. – Em nenhum lugar.

-A Mione e a Gina estão lá em baixo. Lá fora. Não quer ir?

-Não.

-Você está Ok?

-Melhor impossível.

-Seria bom pra você ao menos uma volta, Harry. Vamos lá.

-Eu não quero – ele resmungou.

-Tudo bem. Então, não vai nem falar com ela?

-Falar o que?

-Eu não sei. Talvez um “desculpe”.

-Quis dizer tudo que disse, Rony – Harry retrucou erguendo a sobrancelha para o amigo.

-Não creio.

-Pense o que quiser. Eu não ligo – falou dando de ombros.

-Sabia que você pode nunca mais ver sa melhor amiga? – Rony insistiu. - E é assim que vai ser? Serão suas últimas palavras?

-Você está meio melodramático hoje não acha? – Harry deu um sorriso falso. – Vou pro meu quarto. Não quero me contagiar. Se é que me entende – ele se levantou. – Por que não usa esse ar pra falar com a Lilá? – indagou monotonamente subindo a escada.
*******

Seu quarto totalmente organizado. Descalçou os sapatos e jogou-se na cama, olhando o teto.
Discutira com ela. “Hermione era tão intrometida... Por que ela simplesmente não pode, ao menos uma vez, me ouvir?”
Olhou para o lado, na cabeceira uma foto, nove adolescentes ali. Rony, Hermione, Lilá, Gina, Simas, Parvati, Neville, Dino e ele. Era a foto do natal retrasado, sexto ano.

Harry estava sentado no salão principal, era uma quinta-feira e tudo estava tão monótono... Pra ele.
Porque, olhando a volta, tudo se podia dizer daquele lugar menos ‘monótono’ e suas derivações... O dia dos namorados estava mesmo animado. O correio coruja estava tendo mais trabalho que nos anos anteriores. Parecia que toda uma geração resolveu flertar ao mesmo tempo... Hormônios.

A distração dele tinha nome e endereço. Ginevra Molly Weasley. E esta se encontrava, nesse momento, a umas três cadeiras à esquerda e a frente dele. Do canto de olho podia observá-la... Ela conversava com uma amiga, com Lívia. Elas sorriam e mostravam os bilhetinhos que tinham recebido uma pra outra. Com uma euforia genuína... Nada que o deixasse animado. Harry nunca faria isso... Ele não podia mandar bilhetinhos. Era tão... Tão. Ele não sabia. Talvez muito apaixonado, muito no estilo ‘admirador secreto’. Seria Brega? Suspirou frustrado.

Alguém tocou sem ombro, ele não precisou olhar para saber que era sua melhor amiga. Reconheceria esse toque leve, determinado e reconfortante em qualquer lugar... - Recebeu algum bilhete? – perguntou olhando pra ela. Querendo parar de pensar se mandava ou não recadinhos.

-Essas coisas – ela falou entediada. – Sim.

Mas o teu amor me cura
De uma loucura qualquer
É encostar no seu peito
E se isso for algum defeito
Por mim tudo bem


Ele sorriu. Como Mione podia ser tão diferente das outras garotas? – Quantos?

-Sete – ele ergueu a sobrancelha. – talvez treze... – ele continuou olhando-a. Ela revirou os olhos amuada. – vinte e não se fala mais nisso! – disse baixo e rapidamente.

-Ah! Não fica assim. Quem sabe eles param? – ele disse irônico. – Você é apenas Hermione afinal. A bela monitora de Hogwarts, inteligente e caridosa...

-Muito engraçado – ela retrucou suspirando.

-O que foi? Não recebeu de quem queria?

Ela abaixou os olhos para mesa. – Quê? Não – disse voltando-se para ele, achando que não tinha sido rápido, nem devagar demais. No ponto certo. – Não é isso. É que... Você sabe. Me sinto desconfortável com dadas festivas. Com o dia dos namorados, melhor dizendo.

-Se você diz – ele falou com um sorrisinho maldoso.

-É bom você parar com isso, Potter – ela protestou. – Quantos você recebeu?

-Se eu recebi – ele enfatizou. Ela o olhou cruzando os braços. – Na sua facha – falou muito distraidamente, fazendo que ela suspeitasse que ele mentia.

-Você está me decepcionando – ela balançou a cabeça negativamente, rindo levemente. - Só isso? Tsc, tsc. Decepcionante.

Ela queria estar imune ao seu olhar, ao seu sorriso e charme. Queria só estar olhando para Harry Potter, seu melhor amigo, como sabia que era vista, quando ele a olhava tão compenetrado. Não conseguia. Era como se aquele murro já estivesse em ruínas há milênios, e só esquecera de lhe avisar... O via como Harry Potter, melhor amigo dela e rapaz mais doce e que ela estava tão envolvida que sentia como se, em alguns momentos, fosse ele.
E também não queria ligar que ele estava menos animado do que parecia. Ela apenas sabia, e sabia que toda a culpa era da Gina, mesmo que indiretamente. Ela queria fazer passar, mas se nem sabia controlar direito seu sentimento, como poderia ajudá-lo?

-O que temos pra hoje?

-Ronda. Mas você não precisa ir. Lembra daquele dia? Você foi por mim.

-Não. Não tenho nada pra fazer lá no dormitório – falou encolhendo os ombros. – Tirar pontos de sonserinos fora da cama me parece mais interessante.

Deu um beijo em seu rosto. - Obrigada, Harry. Acho que não vou precisar revisar mentalmente a aula de feitiços – ele a olhou em estado de quase horror. – Brincadeira.

-Realmente. Tenho minhas dúvidas – disse balançando a cabeça.

-Vamos pra aula, certo? – ela falou segurando seu braço, sem vontade de estender a conversa.

-Eu não tenho opção.

-Não mesmo.
*****

-Ah. Harry. Nem perguntei como foi ontem. A sua aula. Chegou muito tarde?

-Foi cansativa, cheguei por volta de meia-noite. Mas não foi muito pesada. Acho que estou pegando o jeito.

-Que bom. Mudando de assunto. Onde está o Rony?

-Criando coragem pra mandar um certo bilhete a uma certa garota – Harry brincou. – Não espere que ele esteja nessa aula – ela tinha o ar reprovador. – É por uma boa causa, Mione.

A jovem parou e pôs as mãos na cintura. – “Por uma boa causa” – ela repetiu. – Desde quando perder aula para escrever bilhetinhos é uma boa causa?

-Ele gosta da menina.

-Harry! Não acredito que deixou ele fazer isso – disse franzindo as sobrancelhas.

-Você não o viu, não sabe onde está e não tem idéia – ele falou segurando a mão dela e a puxando para que continuassem a andar. Enquanto Hermione continuava a protestar, Harry apenas fingiu que nada ouvia. – Ah! – ele parou. – E se insistirem em saber. Diga que não sabe, não quer saber e tem raiva de quem sabe.

-Eu realmente tenho raiva de quem sabe – ela o olhou feio.

Ele inclinou a cabeça pro lado por um momento. – Isso. Mas acho que você tem que ser um pouco mais verdadeira, sabe? Pra parecer mesmo verdade – e, sem mais ele passou a andar, com Hermione ainda sendo segurada e num estado irritado.

Harry deu um sorriso enquanto andava rumo a sala de transfiguração. Ele não poderia ter deixado de brincar.
Hermione deveria estar bem chateada com seu sarcasmo. Ele franziu a testa, se virando repentinamente para trás, ela bateu com o corpo no dele e deu um passo para trás atordoada.

-Mione.

-O quê? Por que você parou? Que droga – falou largando a mão dele.

-Me desculpe.

Isso realmente a tinha quebrado. – Tá. Deixa pra lá.

-E me desculpe pela brincadeira.

-Sabe – ela ergueu a sobrancelha. – Você não precisa me pedir desculpa por tudo. Não sou tão frágil assim, e não me magôo com tanta facilidade. Apenas aprendi com isso mais um truque.

-É?

-Oh. Sim. Quando estiver muito irritado por “bobagens” terei a tendência de ser sarcástica.

-Sério Mione. Desculpe. Mas você tava pirando por uma besteira, o Rony sabe o que faz.

-Claro que sim – respondeu sarcasticamente, olhando pro lado. – E é muito maduro também.

-Isso não é da nossa conta.

-Não mesmo. Somos apenas monitores e amigos dele.

-Você deveria experimentar relaxar.

-Por que você não segue seu próprio conselho? – indagou, sem paciência no olhar.

Já não tenho dedos pra contar
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
Quase nunca a vida e' um balão


-Na maioria das vezes eu tento – Harry retrucou em tom baixo. – Mas então eu penso que no momento em que relaxar, alguém pode estar sendo atacado por Voldemort, e morrer por descuido meu.

-Não precisa ficar se remoendo por dentro, e deixar de viver por achar que tem a culpa do que seja lá o que Voldemort faz – ela retorquiu.

-Não vou discutir com você.

-Seria bom se pelo menos eu soubesse por que. Por que você é assim.

-“Assim” como?

-Por que você sempre quer guardar tudo que sente? – Hermione perguntou dirigindo-se a ele - Por que você quer sentir tudo sozinho? Por que você quer se ferir, quando temos feito o máximo para afastá-lo disso?

-São minhas batalhas – ele disse ignorando a garganta seca, ele não queria falar sobre isso. – minhas vitórias ou derrotas, Hermione.

-Quando vai aprender que ninguém vive sozinho? Que ninguém pode sozinho? Você não conseguirá suportar o peso do mundo sobre suas costas.

-Nunca disse que quero estar sozinho.

-Você entendeu o que quis dizer.

-Vamos pra aula, ok?! Vamos acabar chegando atrasados.

-Não deveria fugir – ela falou segurando seu braço. O soltou e voltaram a caminhar.

-O que você quer?! – indagou irritado.

Mas o teu amor me cura
De uma loucura qualquer
E' encostar no seu peito
E se isso for algum defeito
Por mim tudo bem
Tudo bem, tudo bem


-Ajudar você – ela respondeu no mesmo tom. - Droga Harry! Eu, muitas vezes, vejo você se degradando. E se eu tento me aproximar, você se afasta. E eu penso se estou indo pelo caminho certo. Fico te espreitando, te rodeando, para que você não ‘caia’ de vez.

-Você não precisa.

-Eu temo por você! Você nunca diz nada, como posso saber que está bem? Até onde sei, você é meu amigo não é? Poxa. Eu adoro você. Só quero sei bem. Não quero te ferir, ou seja lá o que você pensa – ele meneou a cabeça de um lado pro outro.

“Eu amo. Respeito. Temo por você. Mas se você não quer a minha ajuda... Não sei o que fazer. Poderia forçá-lo, adiantaria? Poderia incuti-lo. Poderia ameaçá-lo. Mas você não quer, e eu não quero...”

Ele suspirou. – Você não entende.

-Então quer fazer o favor de explicar?! – exclamou exasperada, nervosismo se misturando as suas feições.

Ele simplesmente caminhou a passou firmes em direção a sala de aula, que estava, agora, a uns seis metros de distância. Hermione o seguiu sem dizer nada. Se dissesse tinha quase certeza que sairia uma azaração. Estava pensando seriamente em lhe dar uma poção da verdade. “Não pode ficar assim”.
Harry sentou-se na frente, Hermione preferiu não fazer dupla com ele. Mas era tarde, haviam chegado em cima da hora. Então, sentou estrondosamente – para ele, ao menos. -, do seu lado...
Durante toda aula não trocaram olhares, muito menos palavras. Mesmo Harry estando tentado a falar com ela e por duas vezes ter quase lhe chamado para tirar dúvidas. Ou Hermione querendo irritantemente questionar alguma coisa sem importância para que, simplesmente, não ficassem calados. E assim correram dois longos tempos de transfiguração...


Ele não estava mais irritado, quando, acidentalmente – distraído -, mexeu em seus cabelos. Ela olhou pra trás, encontrando-o.
A culpa não era dele se era tão divertido tocá-lo... De qualquer modo, ele abaixou a mão lentamente. Ele queria ter sorrido para ela, mais seu orgulho algumas muitas vezes era maior, infelizmente esse fora um desses momentos.
Definitivamente Hermione não era menos arrogante que o próprio amigo. Ela girou os calcanhares e se dirigiu para sua próxima aula. Se ele podia ser duro e também podia ser fria.

Em aritmancia, sua última aula do dia, no entanto, Hermione já não estava em seu estado digamos... “convidativo” para qualquer tipo de conversa com qualquer tipo de pessoa – e quando digo “qualquer”, é qualquer, mesmo. - Entrou na sala muda, sentou-se, escreveu, observou e saiu calada. Recolheu seu material sem pressa e com isso fora uma das últimas a sair da sala. Sua mochila nas costas, alguns livros no braço. Estava cansada e ainda teria ronda.
“Belo dia dos namorados” pensou consigo abrindo precariamente a porta com uma das mãos – deixando os livros na outra. – “A ronda”, Harry deveria ter desistido? Não lhe mandara nenhum recado. Um momento, eles não estavam se falando... – “Ou imagino assim” – Então, seria esperado o rapaz não mandar nada avisando... Todo trabalho ficaria pra ela. E ainda era quinta! “Droga”.
Hermione queria até continuar a sua triste seqüência deprimente... Mas tudo conspirava para que ela, de certa forma, deixasse tudo para segundo plano, para observar um pouco além. Harry. Ele estava lá, talvez a sua espera, ela não sabia. Pretensão...
Encostado a parede à frente da porta da sala de aula estava ele. Isto é, ele estava exatamente a sua frente. Brincava com a própria varinha passando-a entre os dedos, parecendo distraído, de qualquer modo, ainda assim olhava para frente (onde ela estava) enquanto falava com uma menina. Uma de suas inúmeras conquistas, a jovem pensou, sem conseguir sair do lugar, sem conseguir tirar os olhos dos dele.
A menina que falava e falava, parou, olhando para trás. Hermione olhou rapidamente para ela, voltando a atenção para Harry. Então uma série de eventos aconteceu. A menina fechou a cara, Hermione franziu a testa, alunos de uma outra sala saíram, enchendo o corredor. Ela ainda estava parada ali, quando o grupo barulhento se dispersou. De repente aquele garota tinha sumido, misteriosamente. E ali estava Harry. Sozinho.
É, talvez quisesse falar com ele. Mas... E o orgulhoso? Quer dizer, ela não pode dar sempre o braço a torcer... Por outro lado... Se ela continuar parada aqui vai estar sendo uma situação constrangedora, quer dizer, ela não tem problema algum – e ficar parada no meio do colégio com tarefas pra fazer, não era seu programa predileto. - Tudo bem, parar de pensar e fazer alguma coisa. Num suspiro que misturava cansaço e frustração passou a andar.

-Ei Hermione. Não vai fazer a ronda?

-Eu – ela já havia se virado novamente pra ele. Não tinha decidido não falar? Não tinha decidido não dar o braço a torcer? Tarde de mais. – Eu vou guardar o material, no dormitório.

-Por que não deixa na nossa sala? Quero dizer, é mais próximo – disse como se estivesse dando de ombros.

-Não tinha pensado nisso - ela ponderou. Mais próximo, menos escadas, menos dor nas pernas à noite... de um lado. Do outro, hmmm. Er... O, bem... Aquela coisa... Como se chama? Ah! Sim altivez. Tudo bem. Ela ficava com a opção um. Que se dane o orgulho. – Vou deixar.

-Se quiser posso ajudar – ela levantou a cabeça. Ele apontou – com seus livros. Parecem estar pesados.

-Obrigado, Harry – ela não conseguia sentir nem um pouco de raiva? Por que ainda perguntava?

Eu gosto de sua companhia. E não quero estar brigada. Mas me magoa tanto o fato de achar que não sou de sua confiança...

**************
E ele estava na nossa sala, comigo. Estudando. O olhar concentrado como um caçador. Eu nunca tinha reparado no quando seus traços mudavam quando estava desse modo...
Sem sorriso, os olhos fixos nos pergaminhos ou no livro sobre a mesa, nas suas anotações. Nunca pensei que um dia Harry pudesse anotar algo de verdade. Ele prestou tanta atenção na aula... Está diferente desde a nossa ”pequena discussão”. Ele estava a “devorar” livros e mais livros, uns que nem tinha conhecimento.

-Está tudo bem? – perguntei sem me conter, tocando seu braço.

-Está – falou olhando ainda o pergaminho. – Está sim – me olhou dando um pequeno sorriso, sorriso rápido, tanto que logo depois este sumira.

-Não me contaria se houve algo. Não é mesmo? – perguntei lendo o meu livro.

-O que quer dizer?

Suspirei, fechando o livro. - Se você soubesse que a hora estivesse chegando – o fitei. – deixaria ajudá-lo?

-Eu...

-Fale a verdade.

-Não, se eu pudesse evitar.

O silêncio tomou a sala.
O que diria? ”Você não pode me afastar disso”; “Sei me virar sozinha”? “Odeio quando me esconde as coisas”?
Do que adiantaria? Ele não me contaria.
E se eu dissesse algo como: “Pois irei descobrir sozinha”, é capaz dele ensandecer, de se preocupar mais que o normal, mais do que ele pode se preocupar. E a culpa seria minha se algo lhe acontecesse. E eu não me perdoaria.
Abri novamente meu livro.

-Que livro está lendo? – perguntei tentando prestar atenção nas letras do livro que eu[b] estava lendo.

-Feitiços. Avançado.

-Pensei que fosse de DCAT.

-Gosto de feitiços. Tive curiosidade, é bem interessante.

-Imagino – sorri. – Você não o largou desde que chegamos aqui...

-Não é fascinante? – ele desconversou.

Não respondi. Estava pouco me importando se aquele ou outro livro, ou ainda o livro que estava comigo eram interessantes. Aquele ar falsamente calma já estava dando nos nervos... – Está sentindo? – perguntei de repente.

-O que?

-Esse ar carregado de mentiras, dissimulação e logros.

-Não entendo.

-Logo, tudo vai mudar. Quero dizer, tudo já está mudado... – me forcei a rir. - E eu só queria que soubesse que mesmo escondendo as coisas, você nunca vai deixar de ser importante para mim, nunca deixará de ser meu melhor amigo, assim como Rony. Queria que soubesse que estou me esforçando para te entender, e ainda mais para tentar aceitar suas vontades. Mas não vou deixar que se afaste de mim por isso. Não deixarei que sua proteção me deixe fora da sua vida, não deixarei de lado as minhas vontades, mesmo que te magoe, eu vou ajudar. Onde quer que seja. E se, e se alguma coisa acontecer, fora dos planos, de nossos planos... Eu q

-Pare com isso!

-Não! Você sabe que tudo pode vir a ocorrer. Você sabe que pode morrer. Que eu posso morrer!

-Você não vai morrer. Não vai precisar sair do castelo.

-Não é escolha sua! Você não pode me burlar. Não pode me lesar.

-Eu posso – disse desafiador.

-Mas você não vai! – quase gritei em descontrole. – Eu quero ir. Nunca lhe perdoaria, nunca está ouvindo?

-Não quero saber! – ele gritou levantando-se – prefiro que você nunca mais fala comigo, mas esteja viva. Além do que, acho que posso suportar não falar com você. Pelo resto da minha vida – ele continuou. – isto é, se eu voltar – ele murmurou tão baixo que quase não pude ouvir.
******


Mas o teu amor me cura
De uma loucura qualquer
É encostar no seu peito
E se isso for algum defeito
Por mim tudo bem
Tudo bem, tudo bem


Era isso. Pensou ela. Harry poderia nem sobreviver, e as suas últimas palavras pra ela seriam: “Prefiro que você nunca mais fala comigo, mas esteja viva. Além do que, acho que posso suportar não falar com você. Pelo resto da minha vida”.

Ótimo! Se ele quer assim.
No entanto, ela sentia tudo se partir dentro de si. Seus olhos estavam pinicando, os fechou com força, era tarde, sentiu as lágrimas percorrerem o caminho até seus lábios. Ou caírem em suas mãos, enquanto olhava para baixo...
“Apenas uma discussão” e desencadeou isso. Ela estava chorando, sua promessa sendo desprezada.

-Mione?

-O... o que é, Gina?

-Você não prefere entrar?

-Quero ficar aqui – disse firmemente. – Queria ficar sozinha, se importa?

-Não... Não. Já vou então. Se precisar, chama. Venho correndo.

Obrigada, quis dizer, mas só conseguiu um aceno de cabeça.

****
O amanhã logo viera. O salão principal, logo cedo, estava se irrompendo em lágrimas, despedidas e sorriso débeis e nervosos.
Pessoas fingindo tranqüilidade, outras não conseguindo esconder o nervosismo...
Depois que Hermione abraçou Rony, este também iria para o último (esperam) dia de guerra. Virou-se olhando o salão.
Seus olhos se encontraram. Não conseguiam identificar tudo que se encontravam nos olhos um do outro.
Os verdes estavam tão sérios, mas amenos. Ela podia sentir o temor dele confundindo-se com o seu. Encontrou resignação, coragem, muita. Viu também preocupação e uma pequena parcela de presteza por trás de toda aquela calmaria. O sorriso dele, ela percebeu não era pra ela...
Nos castanhos havia apreensão, frustração, muita. Tristeza, e... Talvez um pouco de desespero, aspereza. Ele queria olhá-la e simplesmente não ver nada, mas naquele momento ela estava tão vulnerável, tão transparente.
E naqueles olhos, de ambos. Havia uma espécie de adeus silencioso... distante.


-Vai dar tudo certo.

Com um suspiro ele a abraçou. – Adoro seu otimismo.

-Remo. Sei que vai dar – disse se afastando e olhando-o. – Se cuida – ela o abraçou novamente. - Ainda não acredito que não posso ir.

-Vai proteger o castelo.

-Sem comentários – ela murmurou. – Olha. Eu vou estar aqui esperando você – ela disse muito séria. Ergueu a sobrancelha – não quero saber o que você vai fazer, mas vai voltar pra mim – ela então sorriu e lhe ofereceu uma piscadela. – Amo você - disse lhe dando um beijinho em seus lábios. – meu amigo gentil – continuou acariciando seu rosto.

Ele encostou a testa na dela. – Também amo você – ele suspirou. – Amiga linda.

Ela deu um sorriso afastando-se. – Já volto.

-Certo.


-Ei – tocou seu ombro.

Ele se virou olhando-a. – O que houve? – indagou preocupado.

-Não é nada. Não se preocupe – respondeu com um sorriso pequeno. – Vim apenas lhe desejar boa sorte – ela lhe deu um abraço.

-Obrigado – discorreu sentindo-se desconfortável, e deixando-se ser abraçado.

-Vai correr tudo bem – ela falou afastando-se e encontrando seus olhos.

-Não que eu me importe, não é mesmo? – ele retrucou erguendo a sobrancelha. – Afinal, venderia minha mãe se me conviesse.

-Parece que está nervoso – Sophia disse. Snape deu um suspiro desviando o olhar. Ela segurou seu rosto, fazendo com que este a olhasse. – estar nervoso não é um defeito. É normal para um homem.

-Eu sou um monstro, esqueceu? Não posso me dar o luxo de estar nervoso. Não sinto nada.

-Não diga besteiras – ela retrucou – Monstro? – Sophia apenas jogou no lixo da sua mente que lhe chamara de algo parecido quando disse que ele não era um humano... – Sentir nada – ela repetiu. – É claro que você sente – continuou. Ele cruzou os braços.

Sophia puxou o pescoço dele para mais perto com uma das mãos. Ergueu a sobrancelha olhando os lábios dele, não havia mais marca alguma. – Sente minha respiração? – murmurou sonsamente, olhando seus olhos por um pequeno instante, a mão ainda em seu pescoço.

-Sinto – disse como se fosse óbvio, exasperado.

-Pois é – continuou no mesmo tom. – Você não é tão insensível assim.

-O que fo

Encostou os lábios nos dele, um sorriso ainda nos seus. Severo franziu a testa sentindo as mãos tomarem vida própria uma agarrando a cintura da mulher, outra a nuca. Ele estava sentindo seu gosto novamente, e estava se perdendo naquilo. Ele não podia... Ele não...
Aquela ‘brincadeira’ lhe trouxe frutos. Como ela poderia saber que isso aconteceria novamente? Não estava em seus planos quando fora apenas lhe desejar boa sorte. Na verdade, quando o olhou percebeu que talvez, talvez não o veria mais, nunca mais. E antes que sentisse alívio por isso, sentiu náuseas...

-Espero que lhe dê sorte – ela respirou se afastando. Tocou com o polegar sua testa, seu nariz e lábio. – Vou esperá-lo. Pois ainda tenho que lhe azarar por isso – ela continuou tocando sua própria boca e erguendo a sobrancelha.
****
(continua)
*******
Oi^^
Música que eu acho linda! Do Lulu Santos, o nome dela é o título do cap.
Bem. Eu sei que não ficou a altura da música e tal, mas eu tentei...
Comentem, tá?
Desculpem meus erros gritantes de ortografia.
******




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