Diariamente escondendo tudo



Cap.5 - Diariamente escondendo tudo

15 de novembro. Hogwarts.

Resolvi escrever. Não, eu não parei com essa mania estúpida de escrever. Ando sumida, não que aja uma obrigação em escrever todas as noites...
Preciso descansar, descarregar, melhor dizendo. Esse ar é forçado, a paz que está a minha volta é forçada... Nem deveria estar falando sobre isso, até meu sorriso é forçado...
Estou cansando disso tudo. Das mentiras, das faltas que nem sei se cometo ou cometi... Dos mitos que nos cercam, das crises dessas pessoas que nem ao menos têm problemas de ‘verdade’. Por que tudo é tão egoísta? O olhar decair pro lado fará alguma maldição ser acionada?! – sem comentários sórdidos sobre a guerra, por favor... Chega dela por pelo menos um dia. Chega de ficar torcendo esse assunto (que me deixe falar, está totalmente esgotado). Todos sabem as conseqüências, sabem do perigo, principalmente ele. Não, não encherei mais uma página falando dos meus medos sobre Harry... – Não me pergunte, você não gostaria de saber minha opinião. Opinião sobre esse caos camuflado e toda essa sociedade fantocheada.

Acho que preciso respirar novos ares. Sinto-me sufocada com essa gente ao meu redor. Eu não sou melhor, mas não gosto do modo que eles me olham (desprezo), não gosto como me tratam. Sou um ser humano, mereço respeito.
Como ainda pode haver frieza com tanta gente morrendo? Como deixar de lado que hoje eu posso estar falando com alguém, e que esse alguém pode nunca mais ser visto, pode morrer, pode tornar-se traidor, como ignorar isso? Como, nesse lugar, se pode ter uma mente tão retrograda?
Isso aqui não está me fazendo muito bem, não como antes. Aquelas discussões, meus objetivos, meus estudos... Do que valem? Morte ainda está assolando, e de nada servem meus ensinamentos.

E ainda tem o ‘eu’, Será que estou sendo egoísta? Sei que esse ‘eu’ me persegue... Eu ando sentindo... Eu devo fazer... Eu não posso admitir... Eu não deveria sentir isso. E, finalmente: Eu me apaixonei...
Oh! Deus. Eu como eu pude?! Como houve? Eu não podia... Eu não devia querer. Não desse jeito, não assim. Não podia ser assim.
Não é tão chocante de tal modo, se pensar do ponto de vista das outras pessoas. Aquelas. Que sempre averiguavam, falavam, dissimulavam... Fui tão cega! Estava lá? Estava em mim?!
Estou sentindo novamente, está em mim. Juro que não foi querendo dessa vez... Quero dizer, nunca é! Eu sei lá o que acontece com meu corpo. É como hipnose. Entro em transe... Não pode ser minha culpa. É como se apenas enxerga-se aquela luz, e então começo a agir como se ele me guiasse. E ele sempre o faz. Todas as minhas defesas são quebradas por ele, aquilo não pode se chamar de ‘agir por vontade própria’.

Como baixo a guarda com essa facilidade? É como se meu muro (inabalável) entrasse em colapso só por um sorriso – possível? Irritantemente plausível. – Isso, é claro, se já não desmoronei (bombardeei, pra ser mais exata) sozinha o maldito muro idiota - que pensei que havia feito para me ajudar. Deixando-me relativamente segura. Enganação. - para conseguir olhá-lo nos olhos. Frustrante.
Como sou suscetível. Deve ser a pergunta certa a se fazer. O problema é que não sei responder... É apenas... É quando... Eu me sinto tão bem, então, pergunto-me (com um sorriso nervoso): por que temer? – E eu sei que já estou perdida. - E a resposta não me encontra, já que a pergunta se perdeu no ar...

É como se, bem no fundo, soubesse que está certo. E pensar nesse momento é desnecessário, pois ele nunca me faria mal, ele não me faria correr riscos, ele é doce demais para sacrificar a mim, ele é amigo e excessivamente protetor... Eu poderia confiar. E eu confio. E então vem... Como me lançar ao léu, numa tarde cinza e acordar com o sol a me espreitar risonho, estando eu numa nuvem perfumada e serena a me embalar. Já não há a Hermione racional, o passional me consumiu. E de qualquer forma, nada me abala, não tem sentido para tal quando olho em seus olhos... Sensação prazerosa. Nada em meus ombros, a responsabilidade some. A realidade é desprezada. Eu nado em toda a extensão do seu ser, e ali encontro a libertada. É complicado até lembrar meu nome. E as advertências não são mais escutadas, porque, simplesmente, já estou bebendo cada palavra dele. Ele tem minha atenção vinte e quatro horas por dia...

Meu coração aquece sozinho, minhas mãos gelam e então, eu tento não mexer no meu cabelo, que de um minuto para o outro está na minha face. Constantemente. E tento não transparecer, é a parte mais difícil. Com todo meu corpo preste a tremer, eu finjo que não houve nada, falo como se não houvesse nada, riu como se o dia não passasse daquele momento. E o pior: finjo que nada sinto.

Como me sinto? Mal. Obviamente.
Quem gostaria de viver uma situação dessa? O sentimento unilateral nunca é interessante (a não ser que você seja sonserino... Afinal para os sonserinos só existe o ‘eu’).
Se eu sinto medo? Constantemente... É. Não se pode evitar esse sentimento. Mesmo que você seja o mais valente dos Grifinórios. Você não teme por si, por isso é ruim. Você não controla a outra vida. Mesmo querendo você não estará sempre perto. E no momento que você não estiver, tudo pode acontecer. E eu não estou conseguindo levar esse ‘tudo’ pro lado bom...
Por que suporto isso? Sou uma fraca. Esse é o motivo.
Tenho medo. Como contaria tudo?
Sinceramente, já cogitei a possibilidade – recordando do quanto fui deprimente, seguramente. - Então me lembro: perder a amizade, não olhá-lo mais nos olhos, ser tratada friamente. E, me advirto, não é o momento...
Meu coração martela querendo saber quando seria a ocasião apropriada. Sem resposta.
Se eu choro? Chorava. Lágrimas não adiantam, só me trazem dor de impotência – não é algo que me satisfaça. -, não sou alguém que faz greve de fome por... bem, uma paixão. Não sou alguém que gosta de ser observada quando chora, não sou alguém que fica remexendo e revirando uma ferida aberta. Não tenho a capacidade de ser vingativa, mas não confunda isso com sangue-de-barata. Se bateu, levou. Hmm, isso é vingança... O problema é que ele não sabe o que me faz, não seria leal despejar minha frustração nele.

Há alguns dias atrás – três pra ser exata -, estava... eu estava bem. Infelizmente, algo conspirava contra mim...
Meu corpo estremeceu com todas aquelas palavras, juntas, organizando a fala... aquela fala. Ele me pediu um favor. Um que não poderia aceitar. Era um total absurdo, era apelar pra ser ferida, era estúpido. Um pedido fez o meu dia perder a cor.
Senti sua decepção, talvez um pouco de irritabilidade. Mas desta vez não poderia voltar atrás. Eu nunca pensei que chegaríamos a isso. Aquele favor que me pediu. Senti tudo desaparecer. Meus pés... que pés? O chão. Inexistente. Se eu soubesse, nunca o teria seguido. Se soubesse, não estaria tão compenetrada em minha leitura. Porque se eu soubesse não teria saído do meu quarto.
Tentei evitar, dessa vez eu tentei. Fui deprimente, eu sei. Mas como poderia negar? Quando encontrei aquele olhar em expectativa quase joguei tudo pro alto – e todo meu alto-respeito – e aceitei aquela proposta. Fui patética.

Motivos para tentar suicídio: fomos o assunto de café da manhã do outro dia. Descobrir que Lívia ainda gostava dele me fez sentir ciúme dela – e eu jamais senti... -, o deixei confuso quando, muito indignada e sarcástica, perguntei se ele havia cogitado a idéia de chamar a outra (Lívia) para seu plano. Quase aceitei a proposta e me senti uma miserável quando ele saiu... – se eu der mais motivos é capaz de tentar me degolar com a primeira coisa que ver a minha frente.

Pra completar... quando ele saiu, perdi minhas forças. Quando dei por mim, estava sentada no chão daquela sala. Sem pensar bem. Revivi a conversa de nosso quinto ano, “Você a beijou” era quase um eco em mim. E depois o sexto. E agora isso. Minha respiração tornou-se rápida, estava nervosa. Será que eu teria, mais uma vez, que ser sua confidente? Será que eu nunca teria paz dele? Será que essa era minha recompensa? Recompensa por me apaixonar? Eu juro que não queria, tire isso de mim. Não faria objeção. Eu senti meu estomago afundar e tive que prender a respiração para não vomitar. Senti meus olhos lacrimejarem, meu coração parecia que ia sair pela boca. Acho que fiquei ali até a hora do jantar. Até me recompor. Não precisava ver ninguém, ainda mais se esse alguém me dissesse o quão miserável eu estava, pois eu sabia.
“Não é necessário mais de um para afundar você” era o que eu pensava. Além do que, se alguém me vissem assim, com toda certeza aquilo acabaria chegando aos ouvidos de Harry. E isso me levaria a perguntas; perguntas essas que eu não queria, nem devia responder.

Estranho. Há alguns minutos, estava corada. Estava, afinal, no colo de Harry, na frente de alguns alunos que me olhavam ora chocados, ora divertidos ora maliciosos... Se não tivesse sido tão constrangedor (Merlim. Estou corando mais!), poderia sentir todo calor que vinha dele. Mas me contive, e felizmente meu lado racional ditou os comandos e rapidamente me levantei. Com o rosto mais vermelho que se tem notícia – vermelha por estar também com um pouco de raiva, eu iria cair, e feio. - e o choque muito aparente. Será que sou toda contradição? Sei que, naquele momento, quase arquejei... Harry apenas sorriu e segurando minha mão – a dele estava quente. – me levou pr’aquele lugar. A minha respiração ainda estava rasa - tenho pra mim que ele achou que fora o susto. Em parte fora mesmo, na verdade. -, quando olhei pra trás ainda havia gente nos olhando, meu extinto foi fitar suas costas muito feio. O que iam pensar da gente? Poxa! Levaria a culpa e nem tinha feito nada de verdade!? – risque isso.

No salão principal, fui mais uma vez, uma boa atriz. Pensei até que ele não falaria comigo, mas por sorte estava normal, como se nada tivesse acontecido. Ele brincou comigo. Sorriu comigo e de mim. Como se nunca tivesse dito nada, como se fosse apenas mais um dia, sem Gina a frente. Odeio admitir, mas achei bom.
Então, como deveria ser, o assunto voltou. E me senti um pouco desconfortável, nada comparado a horas atrás. Perguntei, então, como quem não quer nada, o que Harry faria. Ele, limitadamente, disse que ainda não sabia. Ainda – ele frisou.

Sei que isso aconteceu faz dias, e que já falei sobre isso... Mas não consigo parar de pensar.
“Seu próximo passo”.
Fico esperando, toda vez que encontro uma Gina sorridente, que ela me conte que Harry lhe deu um buquê de flores, ou lhe roubou um beijo, que disse que lhe amava ou que eles começaram a namorar há exatas três horas, vinte e três minutos, alguns segundos e contando... Espero que seja normal.

Não posso acreditar que estou parecendo uma adolescente insegura com o primeiro namorado (esqueça a parte de primeiro namorado, melhor, esqueça tudo que diz respeito a ‘namorado’). É tão estranho... Eu consigo olhá-lo como se nada tivesse acontecido, mas é relativamente quase impossível deixar minhas mãos longe dele... Dos cabelos, dos lábios, pescoço, ombros e braços e cintura... Eu queria não ter uma crise toda vez que sinto a sua voz em meu ouvido, ou – mais torturante – seu sorriso em meu ouvido, com aquela fala calma e risonha, ou séria ou maliciosa.
Já contei que os sonhos continuam?
Oh. Sim... É triste, pouco satisfatório – como eu posso acordar sempre na hora errada? -, irreal – contudo nem ligo. -, e estranhamente em tons de escuros – posso ver mais que bem seus olhos...
Sei que sonhos são apenas sonhos, mas me convencer que devo acordar são outros tantos quinhentos. De qualquer modo acordo (revoltada), e então tudo volta. Ao real. É, estou vivendo.

Gina ontem disse que achava que Harry gostava de mim. Deveria ter processado ela... Por calunia e por me deixar em dúvida. Como ela queria que eu conseguisse dormir? De qualquer modo, quando peguei no sono estava sendo chamada... Mas isso fica pra depois.
Aquilo parecia meticulosamente preparado por ela. Ok. Ok. Estou exagerando. Mas que é estranho é. Como a menina chega do nada pra mim com um: “Acho que ele gosta de você” - É de se estranhar... Não gostei muito do seu jeito quando me contou aquilo, parecia que ela estava temerosa, com um certo remorso. Pode ser coisas da minha cabeça (tranqüilamente).
E, quase que eu conto – com amargura carregada em minha voz. - que o Harry... o Harry não poderia gostar de mim, porque ele amava – ou seja lá o que for (mais desgosto). – outra. Que surpreendentemente era ela – não é no sentido pejorativo esse ‘surpreendentemente’. Estou apenas demonstrando o quando chateada fiquei.

“E daí que ele ri pra mim?” tento pensar. Isso não significa nada... Gina está ficando louca. E então:
“E se...?” “Mas se...?” “Acho que talvez...”
Reviro os olhos. Essa é uma das partes que eu não suporto, porque a dúvida? Ou é ou não é – que está mais pra não ser... – Tudo bem, não é simples.
Certo. Melhor deixar quieto. Não quero ficar deprimida – sem comentários. Sou mesmo ridícula.

Tá. Quem iria imaginar que Hermione está caidinha por Harry? Quem, depois de anos num estado de...hmm, digamos ‘letargia’, a menina Granger acordaria e daria de cara com um rapaz crescido, com seus próprios desejos, sonhos e feitos? Quem diria que eu poderia me apaixonar ‘facilmente’ por um rapaz que eu convivo desde criança? Quando? Quem diria que ele seria o rapaz que eu sonho quase todas as noites? Quem...? Como poderei imaginar? Como poderia evitar?
Não que esteja ligada ao seu exterior (mas ele é... É bonito). O que mais me fascina nele é sua garra, persistência, coragem, dinamismo... Ele é tão iluminado. Não perde o sorriso, sua tranqüilidade (característica que adquiriu há pouco tempo), seu jeito reservado – não é gracioso? – e seus olhos... a transparência deles, seu cheiro, sua pele.

Ao caso de não conseguir dormir... Depois de ficar olhando o teto por alguns minutos – se quiser substitua ‘minutos’ por ‘horas’. -, sinto meus olhos arderem e pesarem. Acho que, no entanto, não passo mais de dez minutos em estado de sonolência leve. Alguém me chamava, batendo com insistência na porta...
Emburrada, abro a porta. Lilá e Parvati estão lá. Como se não bastasse, só me faltava começarem com histórias do tipo: “Sabia que a fulana está com ‘cricraninho’?” ou “Vimos você com o beltrano. O monitor da... ele é realmente lindo” ou ainda “Harry está namorando com a ...? Vimos ele com ela... Acho que ela não serve pra ele” e assim por diante. Até eu saber todos os casos sórdidos e simplórios que ocorrem no castelo.
Estava enganada. Vieram falar (com dificuldade) que Lilá estava gostando de Rony e pedir minha ajuda. Será que eu tinha cara de cúpido? Pensei alto. Antes de dar a resposta, entretanto, elas conseguiram reparar no que eu estava vestindo. E pro meu azar... Eu estava usando o casaco de Harry (casaco esse, que não pretendo devolver tão cedo).
O que eu podia fazer se era confortável e maior que eu? – nada consta sobre seu cheiro estar nele e haver um ‘HJ’ e um pomo de ouro sobreposto as letras, que me lembra todo o Harry. - Não deixei de reparar o sorriso trocado por ambas. Sorrisos de entendimento, duvido que possam entender isso. Nada contra, gosto muito delas. – menos das fofocas - Mas quase ninguém pode me entender.
Acabei prometendo que veria o que poderia fazer. Elas sabiam que a batalha já estava ganha, eu era a “mão na roda”. Então elas me abraçaram, agradeceram e eu fechei a porta. E não consegui deixar de olhar pra baixo com um pequeno sorriso. Era como se ele estivesse comigo. Pode parecer meloso, mas é delicioso estar de olhos fechados sentindo o seu aroma... Ele está aqui, ao meu lado. Na cama.

Me faz lembrar... Era um dia chuvoso. Eu poderia tocar sua face, mas não o fiz... Ele estava tão triste, tão estranhamente silencioso, eu sentia a escuridão ao seu redor. Tudo que fiz àquele dia foi ficar ao seu lado, sem nada dizer... Foi incrível. Eu podia senti-lo mais do que se ele dissesse mil palavras. Eu podia entende-lo, sem palavras. Era só olhar em seus olhos. Vi que ele não queria falar. Eu também não queria. Então me sentei ao seu lado e ficamos ali, ouvindo a chuva cair. Nossos medos se mesclando, nos fortalecendo. Acho que dormi. Harry sentiu um peso em seu ombro e olhou pro lado. Eu havia, inconscientemente – pois dormia – colocado a cabeça nele ( seu ombro). Sei que quando acordei, ainda pela noite estava deitada em seu colo, e Harry acariciava meus cabelos... Num suspiro voltei a dormir.

Se o amo? Amo.
Se o quero? Claro.
Por quanto tempo? Todo tempo.
Se faria qualquer coisa por esse objetivo? Eu não sei, mas daria minha vida pra salvá-lo.
Se ele me ama? (um sorriso); com toda sinceridade e pureza. Sua amizade.
Se desistia do que sinto? ... acho que sim. Gostaria tê-lo novamente como meu irmão querido.

Esse poema resume um pouco do que quero:
Namorar você!

Quero namorar suas palavras e as outras que você copiou de alguém.
Quero namorar seus sentimentos, suas verdades.
Suas mentiras também.
Quero namorar sua cultura e suas limitações.
Quero namorar suas formas... e aprender a te namorar a cada vez que sua moldura for retocada pelo tempo.
Quero namorar sua voz e seu silêncio.
Suas conclusões e suas interrogações.
Suas dúvidas e suas certezas.
Seus anseios, seus receios, suas vontades e suas coragens.
Seu céu e seu inferno.
Quero namorar seus sonhos e aliviar seus pesadelos.
Quero amarrotar seus lençóis, e acordar do seu lado.
Quero perceber o brilho dos seus olhos, para poder realizar todos os seus pequenos sonhos... e dar tudo de mim para realizar os grandes também!
Quero ser seu único.
Seu diamante perfeito.
Sua pedra preciosa.
A jóia que você queira usar nos melhores momentos da sua vida.
Quero desfilar contigo, sempre ao lado!!
Mas, quero aprender a ser coadjuvante quando a individualidade lhe for necessária.
E se, ainda assim, não conseguir ser suficiente, vou descobrir coisas novas, além daquilo que você tenha pensado ou desejado.
Por fim, depois de tentar lhe fazer única, quero partir por último, para não lhe causar a dor de chorar por mim.

Autoria de Mozart Boaventura Sobrinho

Mais algumas coisas sobre mim que dizem respeito a você:
*Quero lhe manter sempre por perto;
**Consigo entende-lo quase ao todo;
***Quero ajudá-lo em tudo que for preciso;
****Esqueço da hora quando converso contigo;
***** Sou fascinada por sua liderança e seu altruísmo;
******Não me importo com regras quando essas me impendem de ajudá-lo;
*******Adoro seu arrepiado cabelo e seu olhar por de trás dos óculos, o brilho dele;
********Quando olho em seus olhos, me sinto perdida e ao mesmo tempo nunca estive em lugar tão claro e puro.
******Queria que a garota pelo qual se apaixonar de verdade fosse eu;
*****Mas se não for, espero que seja o homem mais feliz;
**** Temo por você, mas do que pode imaginar;
***Sonho com você, quase sempre;
** Não sou tão corajosa como pensa;
*Queria poder dizer que te amo;

Mas isso são apenas páginas manuscritas...
E eu. Ah... Eu sou apenas uma garota, apaixonada e sem coragem. Enquanto isso, bom, enquanto isso... escrevo tudo aqui. Tudo que você não pode saber. Minhas frustrações, receios, prazeres, desejos... A parte de mim que ninguém tem conhecimento. E nunca terá. Nem você que é

-Mione? O que está fazendo aqui?

-Estudando – respondeu olhando para trás e fechando discretamente o diário e depositando-o em seu colo.

-O que? – ele contornou a mesa para ficar a sua frente.

Ela o olhou e depois abriu o livro que estava na mesa. – Vou começar a estudar transfiguração.

-Por que aqui, na sala precisa?

-Mais privacidade, Harry.

Ele suspirou. – Deveria ir jantar.

-Eu sei – respondeu buscando uma página. Harry ergueu a sobrancelha. – Eu vou... Daqui a alguns minutos.

O rapaz deu um sorriso. E com uma das mãos ergueu o queixo da menina. – Vê se não fica até tarde, tá?

-Tudo bem – Harry pegou um cacho que se desprendeu do rabo de cavalo que Hermione fizera e enrolou em seu dedo, de cima pra baixo, soltando o alto para continuar até chegar ao fim do cabelo. Deixando-o mais definido.

-Adoro seus cachinhos – falou distraidamente, olhando-a nos olhos e sorrindo. Hermione deu um meio sorriso e voltou a ler.

-Hmm – ela pigarreou. – O que faz aqui?

-Poderia dizer que vim estudar, seria mentira. Poderia dizer que vim pensar, seria uma meia verdade. Só quero descanso.

-Do que? – ela perguntou rapidamente.

Ele encolheu os ombros. – Só descanso, Hermione.

-Incomodo?

-Você estava aqui primeiro. Essa pergunta deveria ser minha.

-Não. Você não está.

-Não. Nem você.

Ela deu um muxoxo, revirando os olhos. ele... Ele sorriu novamente...
****

“A situação é precária” pensava consigo, enquanto equilibrava uma pilha de livros nas mãos, caminhando pelos corredores até chegar finalmente em sua sala.
Ela depositou os livros em cima da mesa e sentou-se na cadeira, fitando a porta. Como se esperasse por algo. Na verdade, ela estava tentando não pensar, usar oclumencia, mas não estava dando resultados...
“Só tive condição psicológica para pensar nisso hoje” ela anelou. “Eu não quero”. Mas ela já estava... “Tudo aconteceu como um desastre natural – E isso não tem nada a ver com TPM – Merlim sou um imã?”

Era uma alto-flagelação lembrar de Snape tão próximo a ela. Sua respiração.

“Como pôde ser tão atrevido? E como pude deixar acontecer? Sabia que deveria tê-lo azarado no momento que tive a chance... Mas quis ser educada. Quis tratá-lo como um ser humano. Ele não é um ser humano. E como Snape é insuportável.”

-Com licença - antes que ela abrisse a boca, ele tornou a falar. – reunião. Alvo pediu que lhe chamasse – disse parecendo evitar seus olhos.

Mas ela, ainda assim, podia vê-lo, e muito bem. Seu rosto pálido, a voz seca, o olhar (mesmo não sendo pra ela) frio, as vestes negras, o cabelo ainda na altura dos ombros e... Os lábios – ela prestou mais atenção. – O lábio inferior estava marcado? Era tinta? Sophia estreitou os olhos. Aquilo não era tinta. Ela ergueu a sobrancelha. Era sangue, coagulado, mas sim, era sangue. “Ao menos deixei uma dolorosa recordação” pensou.

-Já estou indo.

-Você sabe a senha. Não é necessário que lhe espere – lhe dando as costas, o homem se retirou.

Ela queria parar de pensar naquela besteira, também queria matá-lo.
“Eu queria que Lily estivesse aqui...” passando a mão próxima ao olho esquerdo, a mulher olhou mais uma vez para a sala e trancou a porta.

-Espero que você esteja melhor, Remo...

***********************
(continua)
***
Oie. Sem comentários né. Idiota, eu sei, fazer o que?
Comentem, tá?
B-joks

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