De volta ao mundo real



Capitulo 7:
De volta ao mundo real

Virginia sentiu a cabeça rodar até poder sentir seu pé no chão firme. Olhou para frente e viu Draco a olhando. Estava no corredor do departamento com Draco, ainda segurando o papel.
- Você viu tudo isso? - ela perguntou com receio de que somente ela tivesse visto.
- Vi... - ele disse no mesmo tom que o dela.
- Foi um sonho?
- Eu não sei.
Ele abaixou a cabeça derrotado. Talvez depois dessa ele finalmente á esqueceria. Ele soltou o papel da mão dela e disse antes de sair:
- O Potter vai te pedir em casamento essa noite. - e sumiu no corredor.
Virginia estava descrente de tudo o que acontecera.
"Isso tudo foi uma alucinação. Não existe Eros, nem Martha nem Lívia..." - ela respirou fundo antes de acrescentar em seus pensamentos e no seu coração - "Nem Draco Malfoy".
Virou-se para vê-lo sumir o corredor e viu algo que mudara completamente seu pensamento.
"Não foi um sonho. Ele me ama e... eu amo ele!".
Estava preparando-se para correr quando Harry abriu a porta atrás de si e a chamou:
- Vi, que bom que está aqui. O que você acha de sairmos para jantar hoje?
- Claro Harry.
"Quem Draco Malfoy pensa que é? Eu estava conseguindo esquece-lo! E é isso o que farei". Ela pensou decidida, antes de olhar no relógio: 10:02am. "O tempo não passou aqui...".
Decidida a entregar o relatório ao Sr. Rivers, caminhou até a ultima sala do corredor. Ela bateu na porta de leve e escutou a voz abafada do homem lhe responder: "Entre".
- Com licença, Sr. Rivers - ela entrou na sala - Aqui está o relatório que o senhor pediu.
- Ah, sim senhorita. Srta. Weasley, por favor, venha até aqui. - ele estava em um canto da sala observando uma pintura, como sempre gostava de fazer. - Veja se essa garota não parece muito com a senhorita. Eu o ganhei da minha avó, que herdou da de seu tataravô.
Virginia caminhou até o local onde o Sr.Rivers estava e olhou o retrato.
- Meu Melin! - e saiu correndo o mais rápido possível para chegar ao alcance de Draco. Deixando Sr. Rivers e o retrato dela sozinha, com a mesma roupa que usara quando conheceu Draco. Ele, por sua vez, aparecia quase completamente apagado. Com a assinatura do pintor: Eros.

***

Draco desceu pelo "troço" parecido com o elevador de seu prédio. A esqueceria. Faria de tudo. Mesmo que tivesse que tomar a poção do esquecimento.
Como ela podia? Ela era tão doce. Como podia não perdoar? Ainda mais a ele, quem tanto a amava.
Estava com tantos sentimentos em seu coração que andava na rua trouxa de seu prédio - não quisera aparatar, sim, ele já estava com a varinha - sem prestar atenção em nada. A chuva com gotas grossas batiam-lhe á face como quem diz: Você não merece viver! Não mesmo. Canalha! Idiota o suficiente para deixar-se dominar por uma mulher.
Era ele quem deveria dominar-la. Ele era o homem. O homem é quem tem sempre o controle das coisas. Mas não com um homem apaixonado. Uma mulher faz o que quer com um homem apaixonado. Mesmo que esse homem seja um Malfoy, que há tempos deixara de ser um.
E Gina...
"Não. Gina não! É Virginia. Esqueça que um dia ela foi sua Gina. É Virginia!" - ele pensava. Mas logo um sorriso maroto tomou conta de seus lábios molhados pelas grossas gotas de chuva - "Minha Gina. Fui seu primeiro homem. Sua primeira vez..."

***
- Senhorita, aqui está a sua poção para dor de cabeça. - Michael tentou gritar, mas Virginia já estava sumindo pelo elevador.
Gotas. Muitas delas. Chovia. Muito. As grossas gotas molhavam seus cabelos ruivos deixando-os ainda mais lisos.
Saia correndo feito doida pela rua, sem nenhum agasalho. O frio era de congelar a alma. Mas ela pareia não se importar com isso. Parecia, não! Não se importava mesmo. A única preocupação em sua mente era Draco.
Lá estava ele. Andando em passos lentos. O viu atravessar a rua sem olhar para os lados. Viu quando um carro cinza passava, e por mais que o motorista afunda-se os pés nos freio não pode evitar: pegou-o.
- Draco! - ela gritou desesperada.
Ele não ouviu. Já estava deitado no chão. Desacordado.
- Draco, responda. Responda! - ela gritava junto ao corpo inerte do rapaz. O murmurinho de pessoas em volta se formava. A platéia estava lá. Mas ninguém ajudava. Por que?
"Idiotas! Trouxas idiotas! Vocês não vão fazer nada?" - ela sentiu vontade de dizer. Porém nada fez.
Observou uma mulher aproximar-se e apontar a varinha para Draco e murmurando palavras que ela não conhecia.
Ela era doida? Fazer aquilo no meio de tantos trouxas era uma atitude um tanto quanto tosca.
Mas ela não se importava com os trouxas, só o que importava era a vida de Draco. Se ele não sobrevive-se, ela morreria.
Morreria pela dor da falta de seu amado, assim como Tobias.
Ou tentando salvar a vida dele, como Lívia.
Após a mulher estranha parar de murmurar palavras desconhecidas, um veículo semelhante ao Notibus, porém, completamente branco apareceu.
Medi-bruxos saíram do interior do veículo e colocaram o corpo de Draco dentro. Virginia tentou ir junto, mas um homem a impediu.
Foi quando sentiu uma mão em seu ombro. Olhou para trás deparando-se com a imagem da mulher que a ajudara. - sim, ajudar Draco era o mesmo que ajuda-la -.
- Meu nome é Lucy Wiler. Finalmente estou conhecendo-lhe, Virginia Weasley.
- Como sabe meu nome? - ela perguntou sem se preocupar com as lágrimas que se misturavam com as gotas da chuva em seu rosto completamente pálido.
- Você acha que trabalhar com Draco Malfoy por anos ele nunca me falou de você? Nunca me mostrou uma foto sua?
- Você trabalha com o Draco?
- Trabalho. Não diga nada a ele sobre o que fiz. - Virginia não entendeu, e a mulher mostrou-lhe a varinha -já havia lançado um feitiço de memória nas pessoas presentes -. - Ele acha que sou uma trouxa. Deixe-o continuar achando.
Virginia assentiu.
- Que tal tomarmos um chá? - disse apontando para uma lanchonete á calçada, já que ainda estavam no meio da rua.
- Obrigada. - Virginia agradeceu a garçonete, quando esta lhe trouxe o seu pedido. - Estou preocupada com Draco...
- Não se preocupe. O que pudemos fazer, já fizemos.
Elas ficaram em silêncio por um longo tempo até Lucy voltar a dizer:
- O que achou da minha filha?
Virginia a olhou com um visível ponto de interrogação na testa.
- Filha? Desculpe, acho que não a conheci...
- Não conheceu? Tem certeza? - a mulher levou a mão a bolsa e retirou sua carteira. Abrindo-a mostrou para Virginia uma foto.
Ela arregalou os olhos.
- É uma ótima pintora, não acha? - perguntou com um sorriso de mãe-coruja.
- Eros é sua filha? Mas como?
- Digamos que ela é uma semi-deusa.
- Tipo Hécules, das histórias trouxas.
- Mas como, se nunca ouvi falar de Eros?
- Eros é pouco conhecida. É uma espécie de cupido, só que mais responsável. Entende?
- Mais ou menos. Tudo ainda é muito novo pra mim...
- Novo? Ou será que é tão velho que você não se lembra?
Virginia não respondeu. Ficou apenas pensando. Ela era só mais uma, em tantos casai que Eros havia juntado. Realmente, era mais responsável que cupido.
Lembrava-se perfeitamente das armações do anjinho que só existiu mesmo dentro de sua cabeça quando queria se referir ao amor platônico.
Por Harry. Por Colin. Os amores de infância e adolescência, e até mesmo de Draco - na época de escola - eram armações de cupido. Ele juntava as pessoas só por juntar. Para atrapalhar o serviço de Eros. Como no caso de Gina e Draco.
Eros não. Juntava as pessoas para serem contadas histórias de amor. Não de simples romances.
A imagem daquela criança irritante que conhecera, praticamente, minutos atrás sumira e fora substituída por a de uma criança linda, doce e angelical. Uma verdadeira amiga. Mais, talvez, que Eliza.
- Apenas te peço para que não conte a ninguém. Para não atrapalhar o serviço de minha filha (ou para não estragar as poucas idéias ridículas que essa pobre escritora tem).
- Está bem.

***

Lá estava ela. Sentada. Olhando as pessoas que levantavam de seus lugares com flores nas mãos.
A maioria chorava. Mas ela mesma não estava triste. Ao contrario, nunca estivera tão feliz desde os tempos de escola. Mas não demonstrava isso por respeito as pessoas que ali estavam para visitar familiares doentes.
Ela estava no St. Mungos. O Hospital mais famoso dos bruxos britânicos.
Draco estava lá há uma semana, mas era a primeira vez, desde o acidente, que ela falaria com ele.
Estava animada para dizer que o amava e que havia terminado com Harry.
O rapaz ficara arrasado, mas ela não poderia continuar fingindo que sentia uma coisa quando o verdadeiro sentimento por ele era amizade e carinho de irmão.
- Srta. Weasley, a senhora pode entrar agora... - disse uma enfermeira.
Ela o seguiu até o quarto de Draco. Quando a enfermeira abriu a porta, deu espaço para Virginia entrar. Ela respirou fundo, sabia que quando saísse dali seria outra pessoa, outra Virginia, outra mulher.
A ruiva entrou sozinha no quarto e a enfermeira partiu, provavelmente para atender outras pessoas.
- Vejo que está melhor... - disse ela ao vê-lo olhando para a janela.
O quarto era bem iluminado, e havia flores para todos os lados. Muitas delas, Virginia reconheceu. Ela mesma mandara a ele. As outras deveriam ser de Lucy ou outras pessoas do serviço dele - que ela ainda não sabia qual era -.
- Estaria melhor se tivesse morrido naquele acidente. - ele respondeu sem virar-se para ela.
- Você poderia, mas eu não. - ela parou ao lado da cama dele.
- O que você veio fazer aqui? Me chamar para ser padrinho do seu casamento? - ele finalmente olhou-a.
Ele tinha no rosto alguns arranhões e um corte feio no supercílio.
Ela não entendeu o por que dos médicos não lançarem um feitiço cicatrizante.
- Não. Não haverá casamento. - ela disse abaixando a cabeça para não encara-lo.
- Ué? Não aceitou o pedido dele? - ele perguntou sarcástico - Você gosta de ferir os sentimentos dos homens, não é?
- Draco, cale a boca! - ela enfureceu-se - Eu vim aqui pra te entregar isso. - Ela jogou as flores no peito do rapaz e saiu do quarto.
Draco abriu o bilhete que estava junto às flores.


Draco,
Acho que já perdemos tempo de mais, você não acha?
Sei que fui idiota em não ter voltado com você naquele instante, mas você também errou anos atrás.
Por isso quero te dizer: Vamos tentar de novo?
Com todo o amor do mundo,
Virginia Weasley.

PS: Se preferir; Gina. Sua Gina.


Draco leu o pequeno bilhete e afundou a cabeça no travesseiro novamente.
"Minha Gina" - pensou. E adormeceu, por efeito do remédio que tomava.

***

- Vi, pegue mais cerveja lá na cozinha, por favor! - pediu Eliza, do lado de fora da casa.
- Está bem, mas não vá exagerar na dose, hein! - alertou a amiga.
Virginia e Eliza estavam dando um churrasco para comemorar o aniversário da primeira. Seria nos fundos da casa onde as duas moravam. Todos os convidados já estavam presentes: Harry - ainda apaixonado por Virginia, mesmo que os dois ainda estivessem separados - Rony, Michael, o Sr. Rivers e Percy.
Os outros irmãos dela não puderam comparecer, mas haviam, todos, mandados presentes.
Virginia entrou pela porta da cozinha e abriu a geladeira, á procura de cerveja amanteigada.
Um mês sem Draco. Ela estava indo bem. Não o procurara mais desde o dia do hospital.
Lucy havia telefonado algumas vezes, dando noticias de Draco. Uma semana depois da visita dela, ele teve alta. Mais uma semana e ele voltava ao trabalho. Aliás, ao novo trabalho.
Ele estava trabalhando no mesmo departamento que ela, mas ela estava de férias, e por esse motivo não o tinha visto.
Escutou a campainha tocar. Deixou as garrafas (três) em cima da mesa da cozinha e foi atender. Deveria ser sua mãe ou algum irmão querendo fazer alguma surpresa.
Surpresa. Sim. Mas não era de nenhum de seus irmãos.
- Lucy! Você veio! Entre, estamos todos lá nos fundos. Quero te apresen... - mas ela emudeceu ao ver a pessoa atrás dela - Draco.
- Achei que não tivesse problema traze-lo, quando você me ligou disse que eu poderia trazer uma amiga... - disse Lucy.
- Não, claro que não há problema nenhum. - ela disse encarando Draco, que retribuía o olhar.
Virginia chegou para o lado para deixar os convidados entrarem.
- Onde está Elizinha? - perguntou Lucy, que também tornara-se amiga de Eliza.
- Está lá nos fundos.
E Lucy, sem nehuma cerimônia, foi até os jardins, ao fundo da casa procurando Eliza.
Virginia virou-se para ir à mesma direção que Lucy, mas sentiu a mão gelada de Draco segurar seu braço.
- Espera! - ele disse.
Ela parou, mas não se virou para ele.
- O que foi? - ela abaixou a cabeça, ainda de costas pra ele. Ele largou o braço dela e colocou a mão no ombro da ruiva.
- Eu também acho que perdemos tempo de mais.
Ela virou para ele. Um sorriso formou-se em seu rosto e ela o abraçou.
- Me perdoa? Me perdoa pelo o que fiz com você anos atrás? - ele pediu, sem chorar, no ombro dela.
- Claro que perdôo.
Ele afastou o rosto do ombro da menina e a olhou nos olhos:
- Nós ainda temos muita coisa para vivermos juntos...
E beijaram-se, esquecendo da festa que tinha na casa.

Fim

Notas Finais:

Olá pessoal! E o que acharam? Espero que tenham gostado de ler assim como gostei de escrever! Esse foi meu recorde: escrevi em três dias. Creio que ficou um pouco confuso, e algumas coisas mal explicadas, coisas do tipo: Como o Sr. Rivers conseguiu exatamente aquele quadro, e mais coisas sobre o lugar 'Onde tudo se constrói' ainda estão por ser descobertas. Por isso, não percam: Forças do destino 2. Preparem-se para essa série!
Sim, pretendo escrever uma série!
Agora, os beijos:
Para meu melhor amigo: Jéferson
E um especial pra você, leitor!
Bem, nos vemos em:
Forças do destino 2

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