Brigas



Capitulo 6:
Brigas

- Que ótimo! Agora essa maluca some! - resmungou, largando-se no sofá, esquecendo completamente do doce grudado em sua calça. - Chega em um momento inapropriado para menor de idade e some sem dar explicações!
- Draco, desculpe, mas explicações foi exatamente o que ela fez aqui...
- Você entendeu alguma coisa do que ela disse? Por que se entendeu, me explique! Eu não entendi nada! Só sei que nós podemos sair daqui agora mesmo! - disse, mexendo no amuleto.
- Ela quis dizer, que há anos, nossas almas tem se encontrado com os nossos corpos e vivido, hum... - ela tentou falar aquilo sem corar, mas não pode evitar - um grande amor.
Ele não respondeu. Ambos ficaram em silencio por um longo tempo, até Draco resolver falar:
- Quando você quer voltar? - perguntou, fitando o chão.
- Ainda não estou preparada. O que aconteceu aqui foi muito rápido. Preciso pensar...
- Gina... - ele a chamou novamente pelo apelido, mesmo que seu tom estivesse doce, estava meio receoso - Chegou a nossa vez de decidirmos se ficaremos juntos... ou não.
- Acabei de dizer que tenho que pensar! - ela protestou.
- Eu sei, mas nós estamos perdendo tempo aqui! Precisamos voltar logo! - ele levantou-se, gesticulando com as mãos.
- É isso que foi pra você? Uma perda de tempo? As forças do destino nos unem; descobrimos que nossas almas são almas gêmeas; nossos corpos são um só; E depois de toda essa descoberta, você me diz que é uma perda de tempo? - ela elevou a voz, indignada.
- Não foi isso que eu quis diz... - ele não concluiu a frase. Virginia berrava.
- Você é um idiota, Draco Malfoy! Só pensa em você mesmo! Você está perdendo o seu precioso tempo, no qual poderia estar ganhado dinheiro, né?! Pois bem...
Ela levou a mão ao amuleto que estava em seu pescoço e jogou com força no peito de Draco, que gemeu levemente, quando o metal que envolvia a foto própria bateu em seu peito.
- Pode sair daqui! Resolver os seus problemas de negócios! - ela disse, cuspindo as palavras com nojo. - É só o que te preocupa, não é? O seu precioso dinheiro e o seu maldito nome!
Ele olhou boquiaberto para ela.
- Maldito nome? - perguntou incrédulo.
- É! Maldito nome! Maldito todos os Malfoy! - e acrescentou, com o tom mais baixo. - Maldito Draco Malfoy!
E sem dizer mais nada, saiu pela porta. Não conseguiria ficar ali, olhando para a cara dele. Não conseguiria mais sair daquele lugar. Nunca mais. Ele estava com os dois amuletos. Poderia ir embora a hora que quisesse.
Pra ela, também, pouco importava. O que tinha no mundo lá fora? Comensais para serem pegos. Uma mulher que se diz de santa, e a apunhala pelas costas, arrancando o namorado da adolescência e depois teve a cara de pau de casar-se com seu irmão. E tinha Harry...
O que diria a Harry pela sua ausência nesse tempo? Ainda mais, ter sumido com Malfoy. Potter, provavelmente, pensaria que Draco era um espião e que a raptara para arrancar informações.
Estava muito tonta. Muitos sentimentos afloravam em seu peito de segundo em segundo enquanto ela caminhava na areia da praia, sentindo as ondas desmancharem e refazerem-se em seus pés, e a areia ameaçar afundar, como uma lama movediça.
Mesmo assim, ainda pensava no que Eros havia dito: " Vocês terão que decidir ficarem juntos ou não... Se um não aceitar, quando o outro estiver prestes a morrer ele se apagará da memória daquele que não aceitou."
O que, exatamente, Eros queria dizer com aquilo? Será que seria uma espécie de obliviate, o feitiço do esquecimento? Será que nunca mais pensaria no outro novamente?
Quanto a primeira parte, na qual diz que eles terão que decidir se ficariam juntos ou não, há essa hora, Virginia estava mais do que a sua decisão, mesmo que involuntária, seria de não ficarem juntos.
Não tinham condições! Martha e Tobias não eram de famílias inimigas mortais. Lívia e Alex não eram Weasley e Malfoy! Ela, Virginia Weasley, nunca poderia ficar com Draco Malfoy. Independente do amor que ambos sentiam. Não! Ambos sentiam não! Ele não amava! Oras, ele era um Malfoy! Malfoy's não amam!
Droga! Por que isso tinha que acontecer logo agora? Estava tão feliz com Harry. O que eles tiveram não passou de um namorico de adolescente! E por que gostaram tanto? Obvio! Tudo o que é proibido é mais gostoso!
Estava certa - será que estava mesmo? - de que não amava Draco Malfoy. Era só um de seus romances de revista de banca de jornal trouxa!
Amava mesmo era Harry! Era ele quem a amava também! Ela sempre gostou dele! Desde que o viu, pedindo informação á sua mãe, no ano em que Rony iniciou em Hogwarts.
Ele estava tão lindo... Os cabelos negros espetados, empurrando um carrinho com uma coruja na frente. Os olhos cinzentos em meio ao ambiente com plantas... Ei! Ela estava pensando no Harry, e de repente lhe vem a mente a porcaria do dia em que conhecera verdadeiramente Malfoy.
Droga! Droga! Droga! Estava jurando, que assim que tivesse a varinha de volta, a primeira coisa que faria seria lançar uma maldição em si mesma, e nunca mais ler poemas, pois foi essa sua paixão por essa arte na literatura que a fez parar naquele lugar, pois se não tivesse segurado o maldito - sim! Tudo é maldito! - poema, estaria agora com Harry.
O sol já estava alto quando resolveu voltar para casa e ver se Draco havia realmente voltado, ou se ainda estava lá.
"Como assim ainda estar lá? É claro que ele foi! Ele é um egoísta!"

***

- Maldito Draco Malfoy! - ela falou em tom mais baixo, e saiu pela porta, deixando-o para trás com uma sensação horrível de perda.
Ele sentiu uma raiva incontrolável em seu corpo. Sentiu raiva do Potter. Sentiu raiva da Granger. Sentiu raiva de Eros. Raiva, para não falar ódio! Mas não conseguia sentir um sentimento negativo quanto a sua ruivinha.
- Minha ruivinha... - pensou em voz alta - Minha Gina, minha Virginia, minha princesa, meu amor! - ele lembrava de alguns apelidos que chamava Gina quando namoravam em Hogwarts.
- Minha... somente minha... - sorriu ao lembrar de quando havia lhe dito aquilo - Seu primeiro beijo foi comigo, minha pequena. Eu lembro de quando te chamei de pequena a primeira vez... - ele ia dizendo, olhando ao amuleto com a foto dela em sua mão, como se falasse com ela realmente - Você ficou uma fera, lembra? "Não me chame de pequena! Não sou pequena!". - ele afinou a voz ao relembrar. - Não... Realmente, você não é pequena. Você é uma mulher com garra! Não é uma menininha boba e indefesa como demonstrou em ações, fugindo de mim quando viu aquela sangue-ruim me beijando...
Teve ânsias e vômito ao lembrar da cena.
- Você dizia que só Riddle te chamava de minha pequena. Que raiva! Como ele pode falar que você é dele, Gin? - perguntou pro amuleto - Você não é dele! Nem do Potter! Você é minha! Somente minha!
Deu mais um sorriso enquanto as lembranças vinham à mente.
- Primeiro beijo... e primeira vez... - deu um sorriso maroto. - Foi a primeira vez que te chamei de MINHA! Somente minha!
E fechando a cara de repente, como se outro ser tivesse tomado seu corpo, ele levantou enraivecido, e sua primeira vitima foi à mesa que estava com o café.
A raiva foi tanta, que o vidro quebrou instantes antes da mesa em si bater no chão, pelo empurrão que ele deu.
Virou-se para a mesinha de centro, também de vidro, e a chutou, permitindo que mais vidro espalhasse sobre o tapete felpudo.
No instante seguinte, o abajur que ficava ao lado do sofá, fora arrancado da tomada, e seus cacos agora faziam companhia para os vidros da mesa.
As almofadas do sofá também não escaparam. Foram rasgadas com certa facilidade, que alguém em sã racionalidade não o faria, fazendo que o chão não ficasse coberto só por vidro, e também por penas de ganso.
Ele parecia um animal perigoso que fugira do zoológico.
A essa altura do campeonato, o sol já estava alto do lado de fora para reparar.
Sentou-se novamente no sofá, respirando com dificuldade. E só agora pode perceber os cortes em suas mãos. Deveria ter cortado quando jogou o abajur no chão.
As mãos ardiam um pouco. A respiração ainda não voltara ao normal, e a sala estava praticamente destruída. Mesmo assim, ele só conseguia pensar na onde Gina poderia estar naquele momento.

***

Virginia voltava para a casa um pouco mais calma e com os pensamentos um pouco mais em ordem: sim, amava Draco. Mas a besteira já estava feita. Agora, o que mais queria era sumir! Sumir não! Voltar! Era isso o que queria. E pensando nisso, ela abriu a porta da casa e deparou-se com uma cena chocante: a sala destruída, e Malfoy, sentado no sofá cobrindo o rosto com as mãos machucadas.
Ele percebeu a presença de mais alguém, e virou-se para a porta, deparando-se com Virginia.
- Onde você esteve? - perguntou preocupado, esquecendo da briga, das mãos machucadas e dos moveis destruídos.
- O que aconteceu aqui? - ela ignorou a pergunta dele com outra pergunta, observando em volta.
- Houve um probleminha! Você vai querer voltar agora? Você está meio abatida...
- Eu quero! Não agüento mais ficar aqui! - ela confessou, fitando o quadro com o retrato de Lívia e Alex, intacto!
- Então, coloque esse amuleto...
Ele levantou e foi até ela.
- Eu sinto muito. Queria nunca ter beijado a Granger, fui um idiota. Mas ainda te amo.
Ele disse antes de levar o seu amuleto junto ao de Virginia e os dois sentirem-se sendo puxados para outra dimensão.

Continua...

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