1º de setembro



Mallory tinha o costume de acordar bem tarde nas férias. Nada como a excitação diante da volta às aulas para mudar isso, certo?



Errado.



Mallory acordou tarde, bem tarde. Dez horas.



— minha senhora! – ouviu a voz de Pick, o elfo, chamá-la atrás da porta – o Expresso sai daqui uma hora, senhora.



Mallory caiu da cama.



— PELAS BARBAS DE MERLIN! – Mallory se levantou. – Pick, me ajude aqui, por favor! – o elfo apareceu em pé no tapete do quarto. – Ajude com as malas, por favor! Já venho.



Mallory correu para o banheiro, olhou-se no espelho. Seus cabelos pretos estavam armados e os cachos deformados. Os olhos eram bicolores, um castanho-escuro e o outro castanho-claro, e tinham olheiras pelo mau sono.



Tomou um banho rápido e colocou seu vestido favorito.  Começou a ajudar Pick e saíram. Chegaram à sala e Robert já a esperava.



— vamos senhorita, ou vai perder o Expresso. – apressou-a. Em seguida acrescentou ao elfo – Pode ir, Pick. Vá fazer algo útil.



Mallory olhou para Pick e deu-lhe um sorriso.



— obrigada, mandarei cartas para você.



Os olhos do elfo brilharam com prazer.



— obrigado, senhora.



Robert pigarreou.



— sabe que o Sr. Jeweller não gostaria…



— pois o Sr. Jeweller não vai saber – respondeu – tchau.



Entrou na lareira. Robert entrou em seguida.



…………………………………………………………………………………………



 



James atravessou a barreira, acompanhado de seus pais, que vinham abraçados logo atrás do garoto.



A Sra. Potter parou o filho, antes de ele entrar no Expresso.



— James, querido, tenha um bom ano letivo. – desejou a mãe. – Se precisar de alguma coisa, basta nos escrever, certo?



O Sr. Potter abriu um sorriso orgulhoso.



— nosso James, já no quarto ano! – gloriou-se. – E um dos melhores alunos, pelo que me diz Dumbledore. Estou orgulhoso de você, James. Será um excelente bruxo!



James se despediu dos pais e entrou no Expresso. Logo encontrou a cabine de seus melhores amigos.



Remus lia um livro e Peter enchia a pança. Só faltava Sirius.



— e aí, James? – cumprimentou Remus, olhando para o amigo que se acomodava no banco à sua frente.



— olá! – cumprimentou Peter com a boca cheia.



James tirou um baralho do bolso externo de seu malão, deu-o a Peter e guardou sua bagagem no compartimento.



— quem quer ir comigo explodir a cabine do Ranhoso? – perguntou com um sorriso maroto.



— eu! – alistou-se Sirius, entrando na cabine.



Remus arqueou uma sobrancelha.



— você sabe do que estamos falando? – indagou ele.



Sirius guardou o malão.



— não, mas ouvi o nome “Ranhoso”. – respondeu ele. – E vindo de James imagino que não seja dar cumprimentos ao narigudo.



James deu uma risada.



— e onde você estava Sirius? – perguntou ele.



Sirius deu de ombros.



— uma garota me agarrou lá fora. – respondeu indiferente.



Peter o olhou admirado.



— já?



Sirius deu uma risada.



— o ano só começou, caro Peter.



James levantou-se, pegou o baralho e deu um sorriso.



— vamos ou não? – perguntou.



Os quatro saíram da cabine. James e Sirius animados, Remus preocupado e Peter acovardado.



Encontraram a cabine de Snape, no final do vagão. Estava junto com os amigos sonserinos.



— melhor ainda! – animou-se James. Entregou aos outros marotos cartas do baralho. – É só lançar bombarda. – explicou para Peter e Remus.



As cartas escureceram quando lançaram o feitiço. A de Sirius ficou completamente preta.



Todos passaram sua carta pelo vão embaixo da porta da cabine.



James abriu a porta da cabine ao lado.



— entrem aqui! – disse para os amigos.



A cabine em questão estava ocupada por quatro garotas: Alice Fawley, Lilian Evans, Marlene Wander e Mallory Jeweller.



— e aí? – cumprimentou Sirius.



As garotas mal tiveram tempo de responder, um barulho de explosão vindo da cabine ao lado as fez saltar. Abriram a porta e saíram.



Varias pessoas deixaram suas cabines para ver a origem do barulho.



 Saía fumaça pelos vãos da porta da cabine ao lado, esta se abriu violentamente.



Lá de dentro saíram cinco sonserinos, todos com os cabelos espetados e os rostos sujos, cobertos de fuligem. As roupas não estavam melhores, tinham rasgos e algumas fumegavam.



Todos gargalhavam, exceto Mallory e Lilian.



 A humilhação fez o rosto dos sonserinos ficar de vermelho a púrpura, ridicularizando ainda mais sua imagem.



— ei! – um monitor lufano entrou no vagão. Todas as risadas cessaram. – o que está acontecendo?! – perguntou aborrecido. – o Expresso quer partir!



O monitor caiu seu olhar para os sonserinos acidentados. Caminhou pelo corredor mandando todos entrarem nas cabines e se aproximou da ultima cabine.



— vocês também – apontou para os quatro garotos. –, para suas cabines.



O Expresso deu partida. Não tiveram escolha senão obedecer e voltar para sua cabine.



— James, pegue a capa! – mandou Sirius, assim que entraram na cabine.



— boa… – James tirou um tecido fino do bolso.



Só James e Sirius foram.



Cobertos pela capa de invisibilidade, aproximaram-se da cabine recém concertada e colaram as orelhas contra a porta, ouvindo o interrogatório quase perfeitamente.



— então, quem foi? – perguntava o monitor.



— foram aqueles vermes, os grifinórios. – respondeu Snape, a voz carregada de desprezo.



— vermes? – repetiu o monitor, um aviso silencioso para auto-correção.



— estou falando daqueles quatro. – corrigiu Snape, ainda cuspindo desprezo. – Sirius Black, James Potter, Remus Lupin e o Pettigrew.



— e você tem fundamento nas suas acusações? – indagou o monitor.



— está os defendendo, Charl? – acusou outra voz, está mais arrogante e irritante.



— estou perguntando se tem fundamento na acusação, Mulciber. – repetiu Charl com firmeza. – Como vejo que não tem, apenas irei à cabine desses garotos perguntar se foram eles, esperando que confessem ou não.



O minuto de silêncio que seguiu foi suficiente para James e Sirius entenderem que deviam voltar à cabine.



Os dois entraram na cabine e descobriram uma visita inesperada.



— oi garotos. – cumprimentou a garota, os olhos bicolores brilhando.



James franziu o cenho, confuso.



— Lory…



A porta se abriu novamente, o monitor, Charl, entrou.



— sentem-se os dois. – mandou ele para Sirius e James. – isso é um trem, não uma sala de estar.



Os dois sentaram-se.



— excelente. – arqueou uma sobrancelha. – foram vocês?



Os quatro garotos balançaram a cabeça negativamente.



— certo. Boa viagem. – se virou e saiu.



— só isso? – surpreendeu-se Peter.



James deu um tapinha na nuca do baixo Peter.



— não reclama. – voltou sua atenção para Mallory, que estava sentada ao lado de Remus, à sua frente. – Imagino que não tenha vindo fazer uma declaração de amor, veio, Lory?



Mallory deu uma risada.



— definitivamente não, James. – negou ela. – Vim pelo mesmo motivo de Charl, e já tenho minha resposta. – levantou-se. – tchau Remus, Peter, James, Black. – saiu.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.