Livre.



Um enorme cão negro caminhava pelas ruas de Londres. Um trouxa se aproximou dele para provocá-lo, deu até um chute nas costelas do animal, que emitiu um rosnado do fundo da garganta, afugentando o velho trouxa. 



O cachorro tinha uma aparência um tanto doente. Estava magro, com o pelo comprido e sujo.



O cão entrou em uma cabine telefônica e ali se encolheu. Um homem entrou na cabine e viu o cachorro.



— imagino que você não possa entrar no Ministério. – disse para o cachorro, que só inclinou a cabeça ao homem.



O homem digitou alguns números e a voz de uma mulher preencheu a cabine.



— bem-vindo ao Ministério da Magia, por favor, informe seu nome e o objetivo de sua visita.



— Abner Linwick, Departamento de Acidentes e Catástrofes Mágicas.



O piso da cabine começou a descer lentamente, como um elevador. O cachorro se levantou, Linwick o olhou apreensivo.



Depois de longos 5 minutos a cabine finalmente parou de descer. Uma luz ofuscante penetrou a cabine, que se abriu.



— o Ministério da Magia deseja ao senhor um dia muito agradável.



O homem saiu da cabine, mas logo notou que o cão também conseguira entrar no Ministério. 



O homem se aproximou do cachorro.



— como…? 



O cachorro começou a mudar. Agora estava sobre as patas traseiras, o pelo desapareceu e foi substituído por roupas sujas e velhas da prisão de Azkaban.



O homem olhou amedrontado para o rosto pálido e magro do Animago. Tinha um brilho maligno nos olhos.

         — prazer! – cumprimentou o Animago com um sorriso maligno talhado nos lábios.



Linwick prendeu a respiração e tentou pegar a varinha no manto, mas as mãos trêmulas o atrapalharam.



O Animago deu uma risada rouca e levantou o punho direito, socando o rosto de Linwick com tanta força que o fez desmaiar.



         Enfiou a mão no manto do homem caído no chão e pegou a varinha.



— vou precisar disso – disse analisando a varinha roubada –, por enquanto. – apontou-a para Linwick. – Obliviate.



Voltou à sua forma animaga e começou a puxar Linwick pela camiseta, arrastando-o para um armário escuro e o trancando lá.



O cão negro passava quase que despercebido pelos funcionários do Ministério, vez ou outra alguém o notava e ele estuporava a pessoa, mas no geral estavam distraídos demais com relatórios e aviõezinhos de papel para notá-lo.



Estava indo para a sessão dos Aurores, onde ficavam os registros e itens dos prisioneiros de Azkaban. Havia uma bruxa guardando a porta para os registros.



Ele voltou à forma humana.



— mas o que…? – franziu o cenho ao ver o homem se aproximar. – S-Sirius Black!



Puxou rapidamente sua varinha, mas Sirius já lançava um feitiço estuporante.



Sirius tentou abrir a porta com sua varinha, mas a varinha estilhaçou assim que tocou a maçaneta. Olhou para a varinha na mão da bruxa.



— hum… – pegou a varinha e tentou novamente. A porta se abriu. – esperto, uma pena que não conseguiu me deter, não? – dirigiu a bruxa uma risada seca e entrou.



A sala se iluminou com a entrada de Sirius. Era enorme e tinha varias estantes altas, fazendo corredores.



Ele começou a procurar. Os registros não lhe importavam, só queria os itens que tinham lhe tirado quando foi preso.



Depois de poucos minutos achou. Estavam em uma gaveta gravada com o numero de série da prisão de Sirius.



Abriu-a. Dentro tinham, alem dos registros, três itens, guardados em uma caixinha. Um colar com um pingente, uma aliança e uma varinha.



Ouviu um barulho, enfiou o colar e a aliança no bolso, empunhou a varinha.



— quem estamos procurando? – perguntou uma voz.



— Abner Linwick. – respondeu uma segunda voz.



Sirius ouviu passos baixos, havia pelo menos seis bruxos ali.  



Se escondeu atrás de uma estante, se transformando em um cachorro. Suas patas fofas não faziam barulho, então tentou sair e ir para a porta.



— o que foi aquilo? – perguntou um bruxo quando viu a pata dianteira de Sirius. – Ele está ali! – apontou o bruxo.



Todos os bruxos se viraram para a estante, Sirius voltou à forma humana, ninguém podia saber que ele era Animago. Seis varinhas com a mira apontada.



— Linwick! – chamou uma bruxa baixinha. – Saia e se explique. 



  Sirius saiu detrás da estante e abriu um sorriso psicopata.



— não sou Linwick. – revelou, como se não fosse obvio.



Os bruxos prenderam a respiração, em seguida se recompuseram e lançaram todos feitiços estuporantes contra o homem.



— Protego Horribilis!­ – a proteção foi forte o bastante para impedir os seis feitiços de atingir Sirius.



Sirius deu uma risada louca e rouca. Olhou para a estante e a empurrou com toda sua força, derrubando-a.



Na fração de segundo que seguiu, com a distração da estante sobre os bruxos, Black lançou feitiços estuporantes como louco. Soltou uma gargalhada parecida com um latido e pulou para fora da sala.



Saiu para os corredores como cachorro e se escondeu quando viu vários bruxos correndo para a direção que ele acabara de vir.



Conseguiu sair do Ministério, por pouco.



Conseguiu encontrar a casa do seu mais odiado conhecido, o traidor Pettigrew. Em sua forma animaga, Sirius cercava a casa dos Weasley’s, esperando sua volta.



— rato imundo, deplorável! Traidor! – xingava Sirius.



Certo dia cansou de esperar fora e entrou na casa. Subiu as escadas farejando e entrou em um dos quartos.



O cheiro repulsivo de Peter estava impregnado na pequena cama do quarto, misturado a outros odores.



Sirius sentou-se em uma cadeira no canto do cômodo. Voltou a sua forma humana.



O colar que resgatara do Ministério estava em seu pescoço, a aliança estava presa na corrente.



Ele pegou o pingente de prata em forma oval e o abriu. A imagem de uma mulher bonita lhe sorriu. A angústia preencheu o peito de Sirius.



— sinto muito. – disse ele, triste, para a foto.



Colocou o pingente para dentro da blusa, ele caiu junto ao seu coração, onde deveria estar.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.