Testes.



 



                                     *Electra*



Os testes para entrar no time seriam amanhã, e eu ainda não decidi qual posição vou tentar. Disseram que embora agora pudéssemos participar, primeiranistas raramente entravam no time, Tiago e Felipe foram os primeiros a conseguir entrar no time em 7 anos.



Este ano foram abertas 3 vagas: apanhador, batedor  e goleiro. Al disse que ia tentar batedor, restava apanhador e goleiro.



- Electra!- chamou Mira- Ah, menina, que bom que te achei!- parecia assustada- por favor, vem comigo- ela me puxou e me levou até o corredor que cortava caminho até a Torre.



- quem fez isso?- perguntei assustada, o albino Marcos estava caído no chão, desmaiado.



- eu- respondeu. Olhei para ela, não, não mesmo-. Ele e outros garotos do terceiro ano da Sonserina ficaram me enchendo, a gente ficou sozinho, ele se aproximou demais. Daí eu estuporei ele...



- onde você aprendeu a estuporar alguém?



- Tiago me ensinou, para eu poder me defender- disse encolhendo os ombros- mas não fique brava com ele, eu que pedi, ele só quis me ajudar- seu rosto foi ficando corado. Aaaah entendi- de qualquer forma, queria perguntar se você podia acordá-lo. Não quero ficar em detenção    



- okay- puxei minha varinha. Não era necessário, pelo jeito ele só desmaiou por ter batido a cabeça. Mesmo assim... - Rennervate- Smith se mexeu-. Vamos rápido- saímos do corredor antes que ele nos visse.



- ah, obrigada, Electra- disse aliviada-. Só, por favor, não brigue com Tiago. Nem conte que eu fiquei desesperada, ele vai me achar uma boba.



- não se preocupe- falei-. Ele não fez mal. Nem você.



- aai, Electra- me abraçou- você é incrível.



- tá bom, tá bom- murmurei, estava um pouco desanimada -. Agora tenho que fazer uma coisa- me afastei-. Até.



 Fui para o dormitório e peguei minha vassoura. Era proibido usar a vassoura para fins que não fossem esportivos mas eu nunca liguei muito para as regras. Pequei alguns frascos com cápsulas de pó de fedor, poções de espirro e riso, desci as escadas e joguei um feitiço de desilusão sobre mim.



A vassoura era perfeita. O cabo tinha as curvas perfeitas e não fazia calos como as vassouras que eu pegava dos vizinhos, ela era mais aerodinâmica e confortável. Enquanto voava sobre o 6º andar procurava Filch ou Amos. Como não encontrei nenhum dos dois soltei o frasco com poção do riso. O vidro quebrou e uma fumaça amarela se espalhou e ficou incolor. Sai dali rapidamente antes que a poção me afetasse.



Quando desci para o 5º andar vi Marcos Smith conversando com algumas garotas do terceiro ano. Meu sangue ferveu quando lembrei que impedi que aquele trasgo fosse azarado.



 Parei com a vassoura a dois metros da cabeça dele, abri o frasco e despejei algumas cápsulas com pó de fedor. Quando as cápsulas se romperam e o pó penetrou nele, as garotas torceram o nariz e se afastaram com cara de nojo, uma delas ainda lhe deu um tapa na cara. Dei uma gargalhada, Smith ouviu e olhou para os lados, quando olhou para cima me escondi atrás de suas costas, estar com o feitiço de desilusão não me deixava invisível como a capa de Tiago, mas com certeza era uma camuflagem boa o suficiente para que Smith não notasse minha presença.



- o que diabos aconteceu?- cheirou seu braço- Eca- fez cara de nojo, e foi em direção a uma escada- estou mais fedido que aquela sangue- ruim.



Ah, que imbecil, pensei irritada. Quando passou em frente a um grupo de sextanistas o atingi com um feitiço de tropeço. Ele caiu e o grupo começou a dar risada. Me permiti uma gargalhada Bem feito, ratinho.



Voltei para a Torre pelo túnel atrás da tapeçaria, para não passar pelo 6º andar. Subi para o dormitório guardei a vassoura e os frascos. Tornei-me visível e desci para a Sala Comunal. Lena, Al e alguns dos meus outros amigos entraram pelo quadro, rindo descontroladamente.



- Electra!- chamou Al quando me viu, continuava rindo- Senta aqui- Lena, Al e eu nos sentamos no sofá que ficava na janela. Dez minutos depois eles pararam de rir completamente.



- alguém jogou poção do riso lá embaixo- explicou Lena.



- como se eu já não soubesse- dei um sorriso travesso.



- eei, você devia ter nos avisado, pelo menos- disse Al, sorrindo também.  



- e acabar com toda graça? Fora que vocês não estavam por perto.



- certo- concordou Lena-. Mas da próxima também quero participar.



- sem problemas. Mas agora vamos almoçar, okay?



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*Alvo*



Enquanto íamos para o Salão Principal, Electra nos contava suas aventuras com Smith Fedido, não pude conter o riso diante do seu jeito de contar como tudo aconteceu. Ela era realmente uma pestinha, mas no bom sentido. Seu jeito travesso era parecido com o de Tiago, mas ela não azarava qualquer um, como faz meu irmão.



- você não existe, amiga- ria Lena. Ela estava muito bonita hoje. Depois que conversei com meus primos a encontrei e praticamos alguns feitiços. Ela estava melhor agora, todos os dias estudava um pouco no horário livre. Estava compensando o fato de ser nascida trouxa.



Sentamos à mesa, como era domingo o almoço durava até as 15h30min, isso não era grande coisa já que só tínhamos meia hora. Comemos o mais rápido que pudemos e fomos para o jardim.



- vamos jogar vôlei?- sugeriu Lena



- se o Al concordar... - concordou Electra- ele ainda está traumatizado depois de quase quebrar o narizinho



- quietinha, Black- falei-. Por que não jogamos Tiro no Alvo?



- não quero te machucar- brincou Electra



- engraçadinha.



- acho uma boa ideia- concordou Lena.



Ficamos jogando por um bom tempo. Electra era muito boa, sempre acertava o centro do circulo vermelho. Lena se irritava quando errava a borda do alvo e atingia a arvore, em uma de suas explosões de raiva puxou a varinha e explodiu o alvo, o consertei facilmente, mas ela se recusou a continuar jogando. Fomos para a Torre e Electra nos passou as respostas para a lição de Feitiços.



 



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- amanhã é o teste- lembrei Electra quando estávamos jantando- já sabe qual posição vai tentar?



- provavelmente apanhadora- respondeu-, não acho que conseguiria cobrir todas as áreas do goleiro.



- faz sentido- incentivel-, você tem o físico de apanhador. Fora que é boa em tudo. Vai se sair bem.



- obrigada- sorriu-. Você já jogou como batedor?



- sim- respondi-. Quando jogamos em família.



-ah, faz sentido- sua expressão era estranha, meio vazia.



- como está com sua família?- perguntei, porque ela teve outra discussão com o irmão na outra semana.



- eles estão aplicando a técnica de me dar gelo- soltou um riso sem emoção- não sabem o favor que me fazem.



- eles não vão fazer isso por muito tempo- consolei-. Afinal, você só fez uma amiga. Que mal tem?



- você não conhece minha mãe, Al- disse amargamente-. Mas de qualquer forma, não importa. Quanto mais tempo eu passar sem ouvir sobre a supremacia puro-sangue, melhor. Vamos.



Quando estávamos indo para a Torre, Amos nos parou e começou a brigar com Electra. Ele gritava que ela era tão arrogante e metida quanto meu irmão. Vou ser sincero, ela realmente tem um ar arrogante e prepotente, mas isso não é com quem a conhece e é amigo dela, em geral todos a adoram. Quando Amos nos deixou ir, Electra começou a fazer imitações engraçadas do zelador.



- Electra- chamou Tiago quando entramos pelo quadro. Ele estava com alguns de seus amigos e umas garotas em volta. Fez um gesto com a mão “vem cá”. Electra fechou os olhos e respirou fundo.



- já vou lá com vocês- disse.



Lena estava sentada em uma poltrona, em frente à lareira.



- por que não foi almoçar?- perguntei.



- algum idiota me jogou uma azaração e eu fui para a enfermaria- respondeu-. Mas fiquei mais tempo lá por mais porque vi Hagrid de cama.



- como?- me assustei



- Madame Graziela falava algo sobre dementadores, enquanto dava lhe um chocolate- contou.



- ah!- Hagrid devia ter ido à Floresta Proibida- Hagrid tem problemas com dementadores- expliquei-, ele passou algum tempo na prisão de Azkaban, os dementadores o afetam muito. Tem alguns dementadores na Floresta, lembra? Ele deve ter se aproximado demais.



- e aí, gente?- Electra chegou, olhou para Lena e depois para mim- Que aconteceu?- Lena recontou a história.  Electra pareceu desconfortável com a menção aos dementadores- Mas isso é horrível!- exclamou ela.



- realmente- concordei-, mas pelo menos não aconteceu nada muito sério.



- é- concordou-. Você está certo.



A tarde passou depressa. Fomos jantar e Lena devorou tudo que via pela frente. Quando voltamos para a Torre, as meninas subiram para o dormitório e eu fiquei jogando Variegadat com os garotos do primeiro ano na Sala Comunal. Quando subi para o nosso dormitório estava coberto por pontos amarelos, a maioria feita por Luca, que era muito bom.



 



         As aulas da manhã de segunda passaram mais lentas que o cérebro de um trasgo pensando, provavelmente porque eu estivesse ansioso para os testes.



         Quando deu 15h fomos para o campo de Quadribol. O capitão do time era Teddy e ele era artilheiro, assim como Tiago e Felipe. O batedor era um cara musculoso do sexto ano, Patrick. Tinham vários alunos em volta deles, todos candidatos à ingressar no Quadribol.



Dez minutos depois os testes começaram. Os primeiros seriam os que queriam entrar como goleiro. Houve um empate entre Hugo e Pedro, um garoto parrudo do sétimo ano. Os próximos seriam os candidatos a apanhador. Electra foi, de longe, a melhor. Ela pegou o pomo em poucos minutos e todos ficaram impressionados, Tiago não tirou os olhos dela.



- batedores- chamou Teddy- venham.



O primeiro foi Pietro Santos, ele era bom, mas era muito distraído, tanto que levou um balaço no nariz e caiu da vassoura, não foi uma queda da alta, mas ele foi para enfermaria



- definitivamente não- murmurou Teddy, riscando o nome da lista- Alfred Thomas!- chamou.



Ele acertou o alvo, mas segurava o bastão de maneira muito precária. Depois foi minha vez. Segurei firmemente o bastão, voei ao encontro do balaço e quando ele estava bem próximo o rebati com força no alvo que parou de se despedaçou lá embaixo.



- boa, maninho! - parabenizou Tiago, Electra me deu um abraço- bem, parece que os testes acabaram- falou ele.



-amanhã sairão os resultados- avisou Teddy-. Podem ir.


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