Em meio de Guerra, alegria



Cartas Para Ninguém



Capitulo 6



Em meio de Guerra, alegria





Acordou com alguém a bater à porta.



-Sim? – Perguntou ainda sonolenta.

-Ginny, abre a porta.



“Porra!” – Esticou a mão para alcançar a varinha que repousava sobre a mesinha de cabeceira e destrancou a porta.



-Ginny, estou á cinco minutos a bater à porta – Disse Hermione enquanto a ruiva se afundava nas cobertas.



-Estão todos à tua espera – Informou.

-É cedo …… Tenho sono

-Gin, é dia de Natal e estão todos á tua espera para o almoço – Disse calmamente enquanto puxava a almofada que a ruiva utilizara para cobrir a face.



Ginevra murmurou algo incompreensível e contrariada encaminhou-se para a casa de banho.



-Vou descer Gin …. Não te demores.



A ruiva tomou um banho rápido e desceu as escadas para encontrar toda a família reunida na cozinha.



-Dormiste bem? – Perguntou Molly, estranhando o sorriso estampado na cara da filha.

-Maravilhosamente.



Comeu silenciosamente, enquanto todos os outros falavam com alegria, mantendo sempre o sorriso bobo na face.



-Onde vais? – Perguntou a sua mãe assim que ela se levantou da mesa.

-Eu tenho de ir ao hospital….

-Mas Ginny, é Natal, não podes ao menos passar este dia com a tua família?

-Mãe, eu volto mais tarde, ok?

-Eu não devia ter permitido que fosses para lá em primeiro lugar….



Ginevra ignorou o último comentário da sua mãe, e beijando suavemente a bochecha dela, aparatou-se no hospital.



-Ginny, o que fazes aqui? – Perguntou Jenny assim que a ruiva entrou no quarto – Não era suposto estares em casa com a tua família?

-Aparentemente …. Vim ver a Mara.

-Ela está nos jardins….



Antes que a enfermeira pudesse dizer com quem Ginny saiu do quarto. Caminhou até aos jardins e parou á porta para poder observar melhor a cena.



Draco estava sentado na neve, ao lado de Mara e os dois pareciam estar a construir uma espécie de boneco de neve, um muito torto para dizer a verdade.

Ginevra sorriu e caminhou até eles, baixando-se ao lado de Draco.



-Ajuda? – Perguntou sorridente.



O loiro sorriu de volta, segurou na mão dela e fez com que ela se sentasse a seu lado.



-Queres ir dar uma volta? – Perguntou quando já estavam de volta ao quarto.

-Eu não sei…. E a Mara?

-Eu falo com a Jenny.

-Tudo bem então….



Draco saiu do quarto em busca da enfermeira deixando Ginevra sozinha. Minutos depois Draco entrou no quarto com um sorriso.



-Podemos ir.



…..



“Toca, 25 de Dezembro



Devo dizer que este foi sem duvida um Natal diferente …. Principalmente a tarde que passei com Draco….

Fomos até á parte muggle da cidade, uma vez que as lojas do beco Diagon-Al estavam fechadas….”



Estavam na parte muggle de Londres. As ruas não estavam muito agitadas porque o sol já se punha e era Natal. Ginevra mostrou a Draco a sua parte favorita da cidade no Natal, a Trafalgar Square.

Era uma praça antiga onde todos os anos era montada uma árvore de Natal com cerca de 26 metros iluminada por 500 pequenas luzes, era algo verdadeiramente espantoso. Algumas pessoas passeavam na praça, ouvindo um coro cantar alguns cânticos de Natal.



Sentiu Draco a entrelaçar a sua mão na dela e aproveitou para se aproximar ainda mais dele.



“A Trafalgar Square é sem duvida o meu local favorito na época natalícia …. Fiquei apaixonada por ela desde a primeira vez que lá fui….”



Sentaram-se num dos bancos, ainda de mãos dadas. Draco passou um dos braços sobre os ombros da ruiva, puxando-a para si. Ela não pode deixar de sorrir, era o que ela mais queria que ele fizesse desde que tinham saído do hospital, era óptimo estar nos braços fortes dele, sentir o calor que o corpo dele emanava.

Ela voltou a cabeça de forma a encarar o loiro. Fixou os olhos cinza, olhos esses sempre inexpressivos. Não conseguia compreender como é que ele conseguia esconder tão bem os seus sentimentos, as suas emoções. Em todo o tempo que andaram na escola juntos e mesmo o tempo que passaram no hospital ela nunca tinha visto nada mais do que um sorriso, sorriso que ele só dava quando estava perto de Mara.

Afastou uma madeixa loira da face dele, demorando uns segundos mais com as pontas dos dedos no rosto frio do rapaz. Nem assim, com aquele frio todo, a sua pele mudava de tom, continuava tão pálida como sempre.

Draco passou a sua mão na face da ruiva pousando-a na lateral e puxou-a um pouco para si, fazendo com que as suas testas se tocassem.

Roçou os seus lábios nos dela enquanto sentia as mãos delicadas da rapariga no seu pescoço. Ficaram assim, nesta brincadeira, por um tempo, ele roçando os lábios nos dela e ela acariciando o pescoço e a nuca dele. Mas depressa Draco se fartou da brincadeira aprofundando o beijo. Sentiu a língua dele a percorrer a sua boca ora calma ora avidamente, fazendo-a sentir arrepios no estômago.

Uma das mãos dele estava no seu pescoço enquanto a outra repousava no fundo das suas costas, fazendo pequenos movimentos circulares.

Draco afastou-se dela, o suficiente para a encarar, e passou ambas as mãos para a lateral da face dela, acariciando suavemente as bochechas rosadas pelo frio.



-És linda – Murmurou de forma quase inaudível, fazendo com que as bochechas de Ginevra tomassem um tom ainda mais avermelhado.



Ele tornou a beija-la, desta vez de forma mais efusiva e apaixonada, passando as mãos para a cintura dela.



“Foi sem duvida o melhor beijo da minha vida …. Nunca tinha sido beijada de uma forma tão apaixonada, tão fervorosa … apesar de todos os namorados que tive….Draco é sem duvida diferente de qualquer rapaz com que alguma vez estive…. E é apesar de tudo, muito imprevisível …. ”



Depois de quebrarem o beijo, Draco abraçou-a com força, de forma a manter a ruiva junto ao seu corpo. Ela estava de costas para ele, totalmente encostada ao peito do loiro. Ficaram assim, abraçados, durante longos minutos, sem que nenhum dos dois fizesse a tentativa de se afastar.

Sorriu ao sentir os lábios frios do rapaz no seu pescoço. Ele trilhava o seu pescoço com pequenos beijos e leves mordidas que a arrepiavam. Mesmo que ela se quisesse afastar, o que sem duvida não era o caso, não conseguiria porque Draco a segurava com a mesma força que antes, deixando-a quase incapaz de se mover.

Ele afrouxou o abraço deixando que ela o encarasse. Olhou mais uma vez os olhos cinza e sem saber o que mais fazer, beijou-o. Era um beijo calmo, suave, ainda assim envolvente.

Quando se separaram Draco ergueu-se e pegou na mão da ruiva. Caminharam um pouco á volta da praça até que Draco parou e a encarou.



-Espera por mim aqui – Disse desaparecendo no meio das pessoas que passavam.



A ruiva entreteve-se a contemplar a enorme árvore de Natal e quando deu por si, Draco estava ao seu lado, com ambas as mãos atrás das costas.



-Tenho uma coisa para ti – Disse com um pequeno sorriso no canto da boca.

-Sério?



Ele apenas assentiu, passando uma das mãos para a frente do seu corpo revelando o seu conteúdo. Passou-lhe um pequeno botão de rosa, rosa-claro, que ela ergueu para cheirar.



-Obrigada – Disse sorrindo timidamente. Era a primeira vez que algum rapaz a presenteava com flores.

Draco inclinou-se levemente para a beijar. Ginevra fechou os olhos para sentir melhor o beijo e quando os abriu, já afastada de Draco, os seus olhos captaram apenas outro botão de rosa, desta feita, vermelho.



-Outra? – Perguntou a sorrir.

-Podia ficar toda a noite a dar-te flores e nunca seriam suficientes.



“ «Podia ficar toda a noite a dar-te flores e nunca seriam suficientes» …. Foi a coisa mais romântica que me foi dirigida até hoje …. E tenho de admitir que em qualquer outro poderia ter sido até lamechas mas no Draco foi simplesmente maravilhoso …. E não posso negar, ele ficou lindo ao dize-lo……”



Ela corou levemente e sorriu de forma tímida ao sentir-se enlaçada pela cintura. Voltaram ao Caldeirão Furado, caminhando sempre abraçados.



-Bem, tenho de ir …. A minha mãe já deve estar preocupada – Disse passando uma das mãos na lateral da face dele.

-Até amanhã – Beijou-a uma e outra vez antes de a ver desaparecer.



Ginevra aparatou-se de volta na Toca, no seu quarto, fez um pequeno feitiço nas rosas para que se conservassem e colocou-as sobre a secretária.



. . . . .



-Já aqui estás? – Perguntou ao avistar Draco no quarto de Mara.



Ele ergueu-se da cadeira onde estava sentado e caminhou até á ruiva, beijando-a assim que se aproximou dela. Beijava-a calmamente, passeando as suas mãos nas costas dela.



-Draco aqui não…. – Conseguiu dizer após se libertar dele a custo.

-Porque não?

-A Mara….

-Ela não se importa – Disse sorrindo antes de a beijar novamente desta vez de forma mais possessiva.

-Mas e se entra alguém….. – Perguntou preocupada.

-Não é crime, é?



Ela suspirou resignada e tornou a beija-lo, esquecendo completamente as objecções anteriores.



-Desculpem incomodar….



Ginevra afastou-se do loiro e voltou a cabeça para a porta do quarto para avistar Jenny.



-Nós….eu…. ele….nós – Balbuciou a ruiva

-Eu vim buscar a Mara, está na hora do banho dela – A rapariga pegou na loirinha e saiu do quarto sem sequer olhar para trás.



-Continuamos? – Perguntou ele olhando para a cara de envergonhada da rapariga.



Sem esperar uma resposta ele beijou-a de forma efusiva, puxou-a para perto do seu corpo segurando-a pela cintura.



. . . . .



“Toca, 29 de Dezembro



Á três dias que estou presa nesta maldita casa…. Impedida de sair pelos meus próprios pais …. Malditos ataques, malditos devoradores da morte, maldito Voldemort, maldita guerra!!! Estou farta completamente farta e acima de tudo preocupada …. Desde á três dias para cá o estado da guerra tem piorado imenso. As pessoas já não podem sair de casa tranquilas ou andar pelo mundo bruxo sem ter a preocupação dos ataques…. Estou muito preocupada com Draco… Não sei nada dele ….E nem se quer posso ir ao hospital para o tentar encontrar …. Estou farta de estar trancada! Farta!!! “



-Gininha! O almoço está na mesa! – Ouviu a sua mãe gritar no fundo das escadas mas não fez menção de responder.



Caminhou até á cama e enfiou-se em baixo das cobertas, cobrindo todo o seu corpo, colocando-se na posição fetal. Ouviu mais uns gritos da sua mãe, a chamar por ela, mas não respondeu. Minutos depois a sua mãe entrava no quarto.



-Gininha filha, o que se passou? – Perguntou destapando a cabeça da ruiva.



Ela não respondeu, apenas se afundou na cama, puxando as cobertas que a mãe segurava.



-Gin, fala comigo, o que foi?

-Mãe, estou preocupada.

-Filha não estejas. Se é por causa dos ataques está tudo bem. Não ouviste o que o Ron disse ontem?



A ruiva acenou positivamente.



-Pois então, está tudo controlado. Os ataques acabaram e está tudo a salvo agora.

-Mas mãe eu preciso de ir ao hospital.

-Já falamos sobre isso Gin…. Não quero que saias de casa por enquanto.

-Mas mãe como disseste está tudo a salvo agora e ainda pra mais é do hospital que estamos a falar…. Eu não vou passear pelas ruas desprotegida, vou?

-Eu não sei… Eu tenho medo…..

-Vá lá….. – Pediu com cara de cachorrinho abandonado.

-Tudo bem então, mas primeiro vamos almoçar – Disse com um grande sorriso.



Ginevra abraçou a mãe com força e vestiu-se rapidamente descendo em seguida. Mal tocou no almoço, isso é certo, mas assim que deu por terminada a refeição despediu-se da mãe e aparatou-se no hospital.



Caminhou ansiosa até ao quarto, estava preocupada com Draco mas acima de tudo com saudades dele. Foi como balde de água fria, entrar no quarto e não ver Draco.



-Ginny, por aqui?

-É… Estava com saudades da Mara – Não que fosse mentira, era uma meia verdade.

-Sei… - Disse Jenny encarando-a com um sorriso – Bem vou indo, volto daqui a pouco.

-Até já…



A enfermeira saiu do quarto e Ginevra caminhou até á cama da loirinha.



-Então baixinha….. Com saudades?



A pequena abraçou a ruiva e encheu-a de beijos lambuzados.

-Daky?

-Não sei baixinha…. Estava á espera que tu me dissesses…..



Foi quando sentiu umas mãos frias a cobrirem os seus olhos impedindo-a de ver qualquer coisa.

Pousou a loirinha e começou a tactear as mãos que tapavam os seus olhos, subindo pelos pulsos e parando junto dos cotovelos.



-Quem achas que é baixinha? – Perguntou divertindo-se com a situação.

-Daky!!! – Exclamou entusiasmada.

-É, foi o que eu achei… Draco….



Sentiu as mãos que cobriam os seus olhos a afrouxarem e a luminosidade a voltar aos poucos. Quando abriu os olhos totalmente Draco estava na sua frente com um pequeno sorriso nos lábios.





-Boa tarde – Disse beijando-a suavemente – Tenho uma coisa para ti.

-Sério?



Ele apenas esboçou um sorriso e retirou do bolso das calças uma pequena caixa preta. Passou-a a Ginevra e assim que ela lhe tocou a caixa aumentou de tamanho. A ruiva desfez o laço da fita que prendia a tampa á caixa e abriu-a. De dentro da caixa retirou uma pequena redoma de vidro, ou melhor uma bola de cristal em ponto pequeno. Mas não era qualquer bola de cristal, era uma especial, daquelas redomas cheias de neve no interior, que normalmente contem pequenas casinhas ou bonecos engraçados. Mas em vez de casinhas ou neve a pequena bola de cristal continha uma pequena fada, não como ela estava habituada a ouvir falar nas aulas de trato com criaturas mágicas, era como uma pessoa em ponto pequeno com asas brilhantes. Era um ser pequenino, uma rapariga, de longos cabelos ruivos e com a sua pequena face coberta por minúsculas sardas. Andava de um lado para o outro da redoma, sorrindo e acenando e de quando em quando uma pequena explosão dava-se no interior da redoma fazendo com que imensos brilhantes de agitassem dentro dela.



-Draco… não era preciso, eu nem se quer faço anos e o Natal já passou….

-Tenho de ter uma data específica para dar presentes ás pessoas de quem eu gosto? – Sorriu beijando-a levemente. Em seguida afastou-se dela e retirou outra caixa do bolso das calças, passando-a á Mara.



-É para ti baixinha.



Com a ajuda de Ginevra a pequena abriu a caixa mostrando uma bola de cristal igual á da ruiva, excepto pela fada, que era ainda mais pequena e em vez de ruiva era loira.



-Não achas que pode ser perigoso para ela, pode partir-se.

-Não te preocupes, está enfeitiçada, não parte nem por nada.



. . . . .



Estavam no jardim, Ginevra sentada, apoiada a um tronco de uma árvore, e Draco deitado no chão com a cabeça apoiada nas pernas dela. A ruiva acariciava o cabelo do rapaz, arrepiando-o de quando em quando.



-Sabias que tinha vontade de te beijar desde o dia em que aqui estive?

-E porque é que não o fizeste?

-Boa pergunta, teria feito se não tivéssemos sido interrompidos.

-Mas agora não temos ninguém que nos interrompa…. – Disse a ruiva sugestivamente.



Quando deu por si já não estava mais encostada á árvore e sim deitada no chão com Draco sobre o seu corpo.



-Então vamos continuar donde paramos nesse dia – Disse com o seu corpo totalmente colado ao dela e o seu rosto a milímetros do da ruiva.

-É vamos….



Draco apoiou o seu peso nos cotovelos e começou a roçar os seus lábios nos dela, provocando-a. Depois aprofundou o beijo mas ainda assim mantendo a suavidade e envolvimento.

Ficaram imenso tempo assim, deitados na neve, a trocar aqueles beijos calmos, sem se preocuparem minimamente com o que se passava á sua volta.

O loiro aprofundou o beijo ao sentir as pernas da rapariga a envolverem a sua cintura, assim como os braços dela a passarem por de trás do se pescoço e as mãos a acariciarem os seus cabelos, arrepiando-o. O beijo tornou-se assim mais possessivo, fervoroso, apaixonado.

Draco encaminhou os seus lábios para a lateral do pescoço alvo da rapariga, descrevendo, com pequenos beijos e leves mordidas, uma trajectória até á base deste.

Ginevra sentiu a respiração quente e acelerada do loiro no seu pescoço e de seguida os beijos e as mordidas que lhe proporcionavam ligeiros arrepios no estômago e na nuca.

Depois de descer até á base do pescoço de Ginny, Draco continuou a beijar levemente a pequena área descoberta do colo da ruiva, seguindo para a lateral do pescoço, contrária a que beijava anteriormente.

Afastou os seus lábios do pescoço da ruiva e pôs-se a encara-la, fixando principalmente os profundos olhos castanhos.



-O que foi? – Perguntou ela, estranhando a atitude repentina do loiro.

-Nada…. Só que não consigo deixar de olhar para ti…..



Ela corou e nada disse.



-Nestes dias que estivemos sem nos ver a única coisa em que pensava era em ti, nos teus beijos, na forma como sorris…..

-Mas Draco, foram só três dias….

-Eu sei….. Mas é difícil para mim estar longe de ti, afinal tu és a única pessoas que eu conheço…..

-Vais ver em breve vai voltar tudo ao normal….. E tu vais lembrar-te de quem eras e das pessoas que te rodeavam.



Era exactamente isso que ela mais receava, que ele se lembrasse de tudo, que a deixasse, que nunca mais a quisesse ver.



-Eu não sei se me quero lembrar…..

-E eu não sei se quero que te lembres….



Ginevra abraçou-o com força e de seguida beijou-o possessivamente, com medo de o perder.



- - - - - Fim do 6º Capitulo - - - - -

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