O Acordar



Cartas Para Ninguém



Capitulo 2



O Acordar



“Mas como ….. Ele é inconfundível …. Apesar do cabelo comprido …. Ele continua igualzinho ….. Não, não pode ser outra pessoa …. Tem mesmo de ser ele … Não há dois iguais por aí ….Só não percebo porque é que ninguém o identifica …. Ele está igual ao de sempre …..”



-Kate, tens mesmo a certeza que não o conheces?

-Tenho Ginny…. Não sei porque insistes nisso….

-Mas não é óbvio? Ele é o Draco Malfoy.

-Malfoy, Draco Malfoy? Tens a certeza?

-Quem mais podia ser, cabelo platinado, porte aristocrático, e até assim, desmaiado, ele parece arrogante…. Tenho a certeza, é ele.

-E o que é que ele fazia no ataque…. Não me digas que ele era um dos devoradores da morte.

-Muito provavelmente…. Todos os Malfoy estão ligados á magia negra, ao lado das trevas, este não há-de ser excepção.

-E não achas que pode ser perigoso, ele, aqui no hospital?

-Não sei …. Mas de qualquer maneira ele está desmaiado, não há-de apresentar grande perigo enquanto estiver assim….

-Concordo contigo… Bem vou indo, trata das crianças …. Volto mais logo, perto da hora do jantar.

-Até logo Kate.



A ruiva passou a tarde com as crianças entre jogos e brincadeiras, fazendo-as esquecer os maus tempos da guerra.



De tempos a tempos entrava uma enfermeira para verificar o estado do Malfoy, e saia de novo, sem fazer qualquer tipo de comentários.



. . . . .



-Bem, meninos, é hora de dormir …..

-Mas Gin, ainda é cedo….

-Para vocês não …… Quero que se deitem …. Para eu poder contar uma história – No mesmo instante os três estavam deitados e Mara estava aconchegada no seu colo.

-Conta a do dragão – Pediu Ben entusiasmado.

-Era uma vez uma linda princesa que sofria duma terrível maldição.

-Assim tão má? – Perguntou Ben.

-Sim, e essa maldição só poderia ser quebrada com o beijo do seu verdadeiro amor. Ela estava presa na torre mais alta do castelo, que era guardado por um enorme dragão cuspidor de fogo. Todos os bravos cavaleiros do reino da princesa tentaram livra-la da terrível prisão, mas nenhum deles conseguiu. Mandaram vir os melhores cavaleiros de todos os reinos em redor mas nenhum deles foi forte o suficiente. A linda princesa continuava á espera do seu príncipe, no quarto mais alto da torre mais alta, sempre vigiada pelo grande dragão.

-Então e o príncipe?

-O príncipe era um rapaz valente, que assim que soube da maldição da bela princesa pôs-se a caminho do castelo, para a salvar.

-E conseguiu?

-Depois de lutar contra o grande dragão o príncipe entrou no castelo e deu á princesa o beijo que quebrou a maldição.

-E eles viveram felizes para sempre?

-Sim, depois do príncipe salvar a princesa eles casaram e então viveram felizes para sempre.

-Boa, podes contar outra história?

-Não está na hora de dormir….

-Vá lá Gin – Pediram os três.

-Amanhã, prometo.



Os três deitaram-se e depois de Ginevra os aconchegar adormeceram.



-Então e tu baixinha, não dormes? – Perguntou à pequena sorridente no seu colo.



. . . . .





“St Mungus, 8 de Novembro



A guerra está cada vez pior. Nestes quatro últimos dias ocorreram dois outros ataques. Cada vez chegam mais pessoas feridas aqui. È angustiante viver nesta situação …. Sem saber o que esperar do dia de amanhã, sem saber se aqueles que amamos estão seguros, a salvo ….. Tenho feito os possíveis para estar na Toca, com a minha mãe e os meus irmãos … Para aproveitar cada momento com eles, mas nem sempre posso ….. Os feridos são cada vez mais, e toda a ajuda é necessária…. Além disso eles quase nunca estão em casa … Estão por demais ocupados na Ordem …..



Por aqui continua tudo normal ….. A Bia, o Kyle e a Liza continuam sobre os meus cuidados, assim como a Mara ….. Soube através da Jenny que a mãe da Bia está ainda internada …. Parece que não está ferida com gravidade mas é mantida em observação … Quanto á família da Liza e a do Kyle ainda não sei de nada …. Mas vai tudo correr bem …. “



-Gi! Gi!

-Olá baixinha …. – Disse pegando na loirinha e sentando-a no seu colo.



A pequena entreteve-se a brincar com as madeixas ruivas e Ginny tornou a escrever.





“….. Os miúdos parecem não sentir o clima da guerra …. Eles estão felizes e parecem esquecer-se que lá fora tudo está de cabeça para baixo … Por vezes desejo ser como eles, despreocupada, sem ter de pensar se vou viver até amanhã…. Parece um pouco trágico mas sinceramente não estou muito confiante … Este hospital fornece aos seus ocupantes um certo grau de protecção …. Mas quando penso que Hogwarts cedeu …. As minhas esperanças descem muito …..



…. O Malfoy ainda não acordou .... na realidade se não fosse o movimento do peito dele enquanto respira diria que estava morto …. Faz hoje uma semana que ele foi encontrado e contrariamente ao que seria de esperar ele continua desacordado …. As vezes fico preocupada com o estado dele … Será que ele voltará a acordar? …. As enfermeiras e os médicos que passam por aqui para o observar nada dizem … acho que nem eles, os especialistas sabem o que ele tem …. “



-Gin, achas que podíamos ir lá fora, aos jardins, brincar um pouco na neve?

-Não sei Liza, temos de pedir autorização á Jenny.



Assim que terminou a frase a enfermeira entrou no quarto.



-Jenny! Jenny! – Correram os três até á rapariga.

-O que é que vocês querem? – Perguntou a sorrir.

-Queria-mos ir lá fora! Brincar na neve! Pode ser? - Perguntou Liza.

-Só os três pestinhas me prometerem que se vão comportar quando estiverem lá fora com a Ginny.

-Sim!!!

-Então tudo bem – Voltou-se para a ruiva – Ginevra não te esqueças de proferir feitiços de aquecimento, não queremos nenhum deles doente, não é?

-Claro Jenny e obrigado por tudo.



-Então pessoal, prontos para irem para a neve?

-Sim!!!



Ginny colocou um feitiço de aquecimento nas roupas dos quatro e nas próprias roupas. Saiu do quarto carregando Mara e seguida por Kyle, Bia e Liza.

Caminhou pelos corredores brancos do hospital até ao jardim das traseiras. Era um jardim não muito grande, rodeado por um muro e cheio de árvores. Normalmente estava cheio de flores mas aquela altura do ano não permitia tal coisa. Logo que chegaram ao jardim os pequenos atiraram-se á neve, fazendo formas de anjo, com os braços e pernas abertas. Mara corria entre as árvores, escondendo-se da ruiva.



Ficaram no jardim até começar a escurecer, divertindo-se numa guerra de bolas de neve em que Virgínia saiu perdedora.



-Gin, vamos fazer um boneco de neve!!!

-Já é tarde meninos, temos de ir para dentro. Prometo que assim que possível voltamos aqui para fazer um enorme boneco de neve.

-Boa!!!

-Então vamos para dentro! – Pegou na loirinha ao colo e voltou para o quarto com as quatro crianças.



. . . . .



“St. Mungus, 16 de Novembro



Nesta ultima semana, muito pouco aconteceu …. Os ataques deixaram de ocorrer dando uma pausa aqui no hospital …. Os pais do Kyle vieram busca-lo …. Acho que nunca o vi sorrir tanto como naquele dia …. Agora só resta a Bia e a Liza …. Parece que a mãe da Bia está melhor … Quanto á família da Liza ainda não sabemos nada…..



A Mara tem melhorado bastante… Nos primeiros dias não dizia nada e era raro vê-la brincar … ultimamente fala pelos cotovelos e não para quieta um segundo …. Parece que já cativou todas as enfermeiras do serviço ….



…. O Malfoy continua tão sereno como antes … Nunca imaginei utilizar esta palavra para definir o estado dele mas assim o parece … o único movimento que apresenta é o do peito, quando respira … As vezes, quando passo a noite aqui no hospital dou por mim a olha-lo … Não sei se será pena ou outra coisa …. Mas não consigo evitar …. Estou preocupada com ele, mesmo sabendo que ele não merece nada vindo de mim … Provavelmente ele está assim por sua culpa … mas depois penso, ninguém merece uma coisa destas …. Parece que levou um beijo de um Dementor … está ali, naquela cama, sem qualquer reacção….”



Levantou-se da poltrona, as crianças ainda dormiam apesar do dia já ter amanhecido. Caminhou até á cama onde Draco estava deitado fazia duas, semanas sem qualquer reacção. Afastou as cortinas e parou ao lado dele, observando-o atentamente.

Estava um pouco diferente do que se lembrava. As suas feições estavam mais maduras, mais masculinas. Os cabelos platinados que antes eram curtos deviam estar agora abaixo do ombro. Tinha barba e bigode ralos, quase imperceptíveis de longe. Tinha uma expressão calma ainda assim com um toque de arrogância, já dele característica.



Alguns fios loiros estavam espalhados pela sua face e Ginny travava uma luta interna em os afastar ou não. Por fim decidiu-se e ergueu a mão, tocando de leve na face do rapaz. Afastou os fios loiros e conforme o fez Draco mexeu-se fazendo com que ela apanhasse o maior susto da sua vida. Pensava que ele finalmente tinha acordado, mas o movimento não passou dum simples reflexo que não se repetiu pois ele continuou tão ou mais imóvel do que antes.



Voltou a sentar-se na sua poltrona com o coração acelerado e tornou a escrever.



“Hoje, pela primeira vez em duas semanas ele mexeu-se …. Fê-lo enquanto eu afastava umas madeixas de cabelo da face dele …. Será que ele vai demorar muito para acordar?....”



. . . . .



“Toca, 20 de Novembro



Á três dias que não vou ao hospital. Com os acontecimentos dos últimos dias a Jenny mandou-me para casa, disse para eu aproveitar o tempo com a minha família e proibiu-me de voltar ao hospital antes de segunda feira. Eu sei que ela só quer o melhor para mim, que eu esteja com a minha família porque afinal eu só tenho 17 anos mas de qualquer maneira custa-me ficar longe das pequenas, principalmente da Mara á qual me apeguei bastante.

Estou sempre a pensar nelas e se estarão bem, se sentem a minha falta, apesar de saber que elas estão a ser bem tratadas pela Jenny e pela Kate.



Tenho imensa vontade de voltar ao hospital para estar com elas. Nestes últimos dias também tenho pensado no Malfoy, será que ele deu mais algum sinal de recuperação?”





-Gininha, desce, o almoço está na mesa! – Ouviu a sua mãe a chamar.



Guardou o pergaminho e desceu as escadas. Sentados á mesa estavam os seus pais, Ron, Harry e Hermione.



O trio maravilha estava em formação, para auror, eles tinham começado a estudar para tal mesmo no início das férias de Verão. Com o inicio da guerra tiveram a hipótese de praticar tudo o que aprenderam, claro que não entravam nas batalhas mas eram parte integrante da Ordem assim como os restantes Weasley.



-Olá Ginny – Saudaram-na assim que desceu as escadas e entrou na cozinha.

-Oi – respondeu sem emoção.

-Que se passa, Ginevra? Pareces triste….

-Nada pai….

-Gin, ainda não nos contaste como estão a correr as coisas no St. Mungus – Disse Hermione num tom simpático.

-Não há muito para dizer …. Mãe, não estou com fome… Vou subir.

-Gininha, come algo….

-A sério mãe – Subiu as escadas e trancou-se no quarto.



Sentou-se na secretária e recomeçou a escrever no pergaminho.



“ Na Segunda-feira volto finalmente ao hospital… Não que eu não goste de estar aqui na Toca, não é isso … é só que … Bem aqui sinto-me super protegida e acima de tudo inútil… Pelo menos no hospital existem pessoas que precisam de mim…”



Guardou o pergaminho, trocou de roupa e deitou-se na cama. O sono custou a chegar e enquanto isso passou o tempo a pensar nas pequenas e no Malfoy.



. . . . .



Segunda feira bem cedo Ginny aparatou-se no hospital. As três raparigas ainda dormiam e ela aproveitou para escrever um pouco.



“St. Mungus, 22 de Novembro



Finalmente estou de volta ao hospital. As três pestinhas ainda dormem por isso aproveito para escrever. Segundo pude reparar o Malfoy continua na mesma, imóvel naquela cama. Pergunto-me várias vezes, será que ele algum dia vai acordar?”



Sentiu alguém a entrar no quarto, era uma das enfermeiras que tratava de Draco regularmente. Observou-a a fazer o seu trabalho e quando ela ia a sair chamou-a.



-Ele está melhor? – Perguntou em tom baixo para não acordar as crianças.

-Está na mesma, igual ao que estava quando foi encontrado pelos aurores.

-E não podem fazer nada para o acordar? – Estava curiosa sobre o estado dele.

-Desconhecendo o caso dele a utilização de feitiços ou poções pode prejudicar ainda mais. Acho que temos de esperar que ele acorde por si mesmo – E com isto saiu do quarto.



“Segundo uma das enfermeiras que trata dele temos de esperar …. Não podem ser usados feitiços ou poções para o reanimar … Parece que esta tudo por conta dele …. “



-Gi! Gi! – Ouviu uma vozinha a chamar e no segundo seguinte sentiu alguém a abraça-la pelo pescoço.

-Bom dia baixinha…. Também estava com saudades tuas….

-Gin? – Era a voz sonolenta da Bia.

-Estou aqui – Respondeu baixinho chegando perto da cama da rapariga.

-Gin, posso fazer uma pergunta? – Desta vez era Liza quem falava.

-Claro, o que é?

-Quem é aquele rapaz? – Perguntou apontando com a cabeça para a cama de Draco.

-Sim, quem é ele? – Perguntou a Bia curiosa.

-Bem, é difícil de explicar…. É um colega de escola, sim é isso, um colega de escola.

-E porque é que ele está assim? Sempre a dormir?

-Bia, ele não está a dormir, é que ele … bem ele magoou-se e agora não consegue acordar.

-Porquê?

-Os médicos não sabem…. Ninguém sabe….

-E se lhe deres um beijo, como nas histórias, ele acorda?

-Não Bia, não é assim tão simples …. Mas deixemo-nos disso…. O que é que vamos fazer hoje?

-O boneco de neve que nos prometeste.

-Então, assim que a Jenny chegar com o pequeno-almoço vocês pedem-lhe autorização, ok?

-Sim Gin.



Cerca de uma hora depois as quatro estavam no jardim das traseiras do hospital a construir um boneco de neve.



-Acabamos!!! – Exclamou Liza assim que o boneco estava terminado.

-Agora só falta uma coisa – Tirou a varinha do bolso e encantou o boneco de neve.

-O que fizeste?

-Espera só.



Passado um segundo o boneco ergueu-se, como se tivesse vida própria e caminhou alguns centímetros.



-Uau!!! – Exclamaram entusiasmadas.

-Gostaram?

-Sim!!!

-Ainda bem. Agora acho melhor irmos para dentro, se não vamos chegar atrasadas para o almoço, e a Jenny vai ficar zangada.



Depois do almoço sentaram-se á secretária, Liza e Bia a desenhar, Ginevra a escrever e Mara a brincar com as madeixas ruivas da rapariga.



-Achas que ele vai gostar?

-Ele quem Bia? – Perguntou quando a menina lhe mostrou o desenho.

-O rapaz?

-O Draco….. Sim acho que sim – Respondeu a sorrir.



“O Malfoy, a gostar de um desenho de criança, quero ver isso….”



-E do meu, achas que vai gostar do meu?

-Claro que sim.

-Então quando ele acordar vamos dar-lhe.

-Enquanto isso podem pousa-los na mesinha ao lado da cama dele.



A Liza e a Bia pegaram nos desenhos e colocaram-nos na mesinha de cabeceira que estava ao lado da cama de Draco.



“Estas miúdas são a coisa mais fofa que existe…. Acabaram de fazer desenhos para o Malfoy…. Elas nem se quer o conhecem e já gostam dele …. Espero que não fiquem desapontadas quando ele acordar … Isto é, se ele acordar….”





-Baixinha o que é que estás a fazer? – Perguntou vendo a pequena que estava no seu colo a rabiscar um pedaço de pergaminho.



Assim que ela acabou o “desenho” saltou do colo da ruiva e caminhou apressadamente até á cama de Draco. Esticou-se e em bicos de pés colocou também o seu pergaminho na mesinha de cabeceira.



-Também fizeste um desenho para ele? – Perguntou Ginny surpresa.



A loirinha acenou afirmativamente e correu até á ruiva, aninhando-se novamente no seu colo.



Jenny entrou no quarto e dirigiu-se á ruiva.



-A mãe da Bia acordou e pediu para vê-la. Vou leva-la comigo.

-Bia, chega aqui – Chamou a rapariga – Vais com a Jenny ver a tua mamã, ok, ela já está melhor e pediu para te ver….

-Vou ver a minha mamã? Agora? – A rapariga sorria.

-Sim vais ver a tua mamã agora, até logo pequenina – Deu-lhe um beijinho na testa e segundos depois ela saia do quarto acompanhada de Jenny.

-O que foi Liza, estás triste? – Perguntou olhando para a loira.

-Já todos foram embora e a Bia também vai …. E eu continuo aqui, sem a minha mamã ou o meu papá…. E se eles não me vierem buscar?

-Claro que vêm … Mas enquanto eles não vierem eu fico aqui contigo e com a Mara, ok?

-Prometes que não me deixas sozinha?

-Prometo, fico contigo até aos teus pais chegarem.

-Gosto muito de ti Gin – Disse a loira abraçando Ginny.

-E eu de ti Liza. E de ti também baixinha – Acrescentou dando um beijinho estalado nas bochechas rosadas da Mara.



. . . . .



Já era tarde, muito tarde, as três raparigas dormiam, mas estranhamente o sono não chegava para ela, continuava sentada na poltrona, olhando a lua através das cortinas das janelas.

Um movimento no quarto fez com que ela suspendesse a respiração por um segundo. Alguém se debatia nas cobertas, provavelmente com um pesadelo. Levantou-se e caminhou até á cama das pequenas mas todas dormiam calmamente, no entanto o barulho continuava. Chegou á conclusão que só poderia ser Draco. Caminhou até á cama dele e verificou que ele era o causador do tal barulho. O loiro debatia-se com as cobertas como se estivesse a ter um terrível pesadelo. Pousou a mão na testa suada do rapaz e constatou que ele tinha a temperatura um pouco elevada. Pensou em chamar alguém, mas não fazia sentido, não podiam usar feitiços ou poções para o fazer melhorar então ele decidiu resolver o assunto duma forma muggle.

Com um feitiço conjurou uma bacia de água fria e um pano, o qual mergulhou na água. Após espremer bem o pano passou-o na testa do loiro, arrefecendo-o. Foi repetindo o processo varias vezes durante a noite até que a temperatura dele finalmente baixou. Ele deixou de se debater e voltou ao seu estado anterior, sem mexer um único musculo.



Passou toda a noite de vigia, ao lado da cama de Draco, caso ele precisasse alguma coisa, quando adormeceu já era dia.



. . . . .



“St. Mungus, 23 de Novembro



Apesar da febre que ele teve esta noite acho que está a melhorar…. Pelo menos serviu para mostrar que ele já não se encontra num estado tão profundo de coma, se é que assim lhe podemos chamar … Enquanto se debatia parecia que estava apenas a ter um pesadelo …. Pode ser que ele acorde em breve ….



A mãe da Bia continua a melhorar, dentro em breve ela vai sair daqui também…. E então ficara apenas a Liza e a Mara …. Ainda não sei de nada da família da Liza … Vou tentar saber algo através da Jenny … Pode ser que ela tenha mais informações que eu….”



. . . .



“St. Mungus, 28 de Novembro



Domingo, não há muito que fazer aqui, os ataques são cada vez mais espaçados e os feridos cada vez menos…. Sei que os pais da Liza estão aqui no hospital mas receio que estejam no mesmo estado que o Malfoy …. Por falar nisso …. Ele nunca mais deu quaisquer sinais … Continua tão ou mais imóvel do que antes ….. Estamos quase no final do mês …. Um mês inteiro de dedicação ao hospital e a estas crianças…. E no final de tudo não é assim tão mau….”



. . . . .



“St. Mungus, 1 de Dezembro



Um mês! Faz um mês que aqui estou…. E parece que passou apenas uma semana…. É extraordinário, quando fazemos aquilo que gostamos o tempo parece voar… Eu adoro estar aqui com as miúdas …. A Bia ainda continua aqui …. A mãe dela, apesar de melhor ainda não está em condições de sair do hospital …. Quanto aos pais da Liza … O pai dela já acordou, e está de boa saúde … Parece que a mãe ainda não teve essa sorte e continua desacordada … Elas vão todos os dias visitar os pais, com a Jenny, enquanto eu fico aqui com a Mara, maior parte das vezes a vê-la rabiscar algo para colocar na mesinha de cabeceira do Malfoy …. Que por esta altura está cheia de desenhos …. As pequenas todos os dias desenham para ele, como que torcendo que ele acorde … E eu espero o mesmo …Nem que seja para o ouvir a insultar a mim e á minha família … “



Caminhou até á cama de Draco e afastou alguns fios loiros da face do rapaz. Tinha-se tornado um hábito, afastar aqueles fios loiros, tocar na pele fria dele e desejar que ele acordasse. Mas ele nunca acordava, continuava imóvel ou no máximo voltava ligeiramente a cabeça.



No entanto aquela manhã foi diferente, quando afastou os fios loiros da face do rapaz os seus olhos encontraram-se com os cinza dele.



Ela assustou-se e recuou um pouco.



-Olá – Disse com uma foz arrastada, e ao mesmo tempo com aquele tom sonolento e arranhado, provocado pela falta de uso das suas cordas vocais.

-Oi – Respondeu ainda um pouco assustada – Como é que te sentes?

-Com fome – A ruiva não pode evitar de sorrir.

-Então vou chamar uma enfermeira para providenciar algo para tu comeres, Malfoy – Disse voltando-se para sair do quarto.

-Malfoy? Quem é o Malfoy?





- - - - - Fim do 2º Capitulo - - - - -

N/A: Oh …. Bela forma de acabar o capítulo, não acham? È, eu também achei ….. Algumas coisas á cerca deste capitulo …. A história que Ginevra conta ás meninas é a do filme Shrek …. Quando escrevi o capítulo não estava com imaginação nenhuma, pus-me a ver o filme e coloquei a história no capítulo ….

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