FUGA DE CINEMA



CAPÍTULO 30



 



FUGA DE CINEMA



 



 



 



 



 



 



_Fafner. _ disse Riedner _ Você, um membro do grupo “Die Nibilungen”, um traidor?



_Ja, Herr Riedner. _ disse Fafner _ Há tempos venho atuando como um agente duplo, mas a minha lealdade sempre foi ao Reich.



_E o que você pretende agora, Fafner? _ perguntou Rommel.



_Creio que isso está bem claro, Herr Marechal. Primeiramente, deveremos prendê-lo. Depois disso, os escalões superiores da Gestapo ou mesmo Herr Grindelwald serão avisados e irão nos orientar. Considerando que o senhor está oficialmente morto, creio que irão optar por execução sumária. _ respondeu o traidor, mantendo-os sob a mira da Mauser _ E vocês, bruxos, nem tentem pegar as varinhas. Podemos despachar todos vocês, antes que consigam sacá-las e realizar seus feitiços.



 



Durante aquele impasse, Harry e Voldemort mantinham seus olhares fixos no grupo de Nazistas, até que Voldemort quebrou o silêncio.



 



_Olha, Fafner, eu até que gostaria de vê-los tentarem. _ disse o outrora Lorde das Trevas.



_Riddle, não é prudente desafiar esses fanáticos. _ disse Riedner.



_Concordo com ele. _ disse Rommel _ Eles parecem estar com os dedos meio inquietos nos gatilhos das armas.



_Podem fazer o que quiserem. _ disse Harry _ Nós não estaremos aqui para ver.



 



O comandante da tropa, um Tenente das Waffen-SS chamado Kroehler, olhou para eles, entre surpreso e furioso. Ele havia sido transferido da frente de batalha para aquele campo de pouso como castigo e ansiava por voltar à ação.



 



_O que você está dizendo, seu idiota? Você é louco ou somente burro? Bem que dizem que os ingleses têm peixe e batatinhas no lugar do cérebro. _ Kroehler estava admirado com a serenidade com que Harry e Voldemort o afrontavam.



_Olha só, o chucrute além de imbecil também é surdo. _ disse Harry, flexionando os dedos _ Eu disse que não estaremos aqui para ver. E vocês não verão mais nada, porque os que não estiverem mortos estarão inconscientes.



 



Aquilo mexeu com os brios do alemão, que ficou vermelho, podendo ser vista uma veia dilatada em sua testa.



 



_Não me importo em agir sem ordens superiores. Já estou aqui como punição e nada que eu faça irá piorar as coisas. Homens, atirem nesses Hurensöhne! FEUER!!!



 



Obedientes às ordens do seu Oficial Comandante, os soldados da guarnição do campo de pouso apertaram os gatilhos de suas MP-40 e Fafner fez o mesmo com sua Mauser. Mas, em lugar dos estampidos das rajadas, o que se ouviu foram meros estalidos. Harry e Voldemort haviam conseguido, de forma não verbal e sem precisar empunhar as varinhas, executar um “Commeatus Evanesco”, o Feitiço de Desaparição de Munições.



 



_Como eu disse, os que não estiverem mortos estarão inconscientes. PAU NELES, VOLDEMORT!!!



 



Utilizando todas as artes Ninja que haviam aprendido com Renata, os dois saltaram na direção dos alemães e começaram a atingi-los com duríssimos e dolorosos golpes, enquanto Rommel e os irmãos Riedner assistiam ao massacre, boquiabertos. Mas Fafner cometeu o erro de sacar uma faca e avançar para tentar atingir o Marechal. Instintivamente, os quatro bruxos sacaram as varinhas e lançaram o mesmo feitiço no traidor.



 



_AVADA KEDAVRA!!! _ Atingido por quatro disparos da Maldição da Morte, Fafner simplesmente caiu duro no chão, sem ao menos soltar a faca de sua mão enrijecida.



 



Realmente, Harry Potter havia dito a verdade. Fafner havia sido atingido pela “Avada Kedavra”, três dos soldados Nazistas estavam inconscientes e dois mortos, um deles com o pescoço quebrado por um golpe de Paul Riedner e o outro atingido por seu próprio punhal, após ter sido desarmado por Rommel ao tentar esfaquear Greta Riedner pelas costas. O problema era que esse último, antes de morrer, conseguira acionar o alarme.



 



_Rápido, vamos para o avião! _ exclamou Voldemort _ Logo teremos toda a guarnição do campo de pouso atrás de nós!



_Não precisa dizer duas vezes, Herr Riddle. Sim, eu ouvi o senhor e Herr Potter tratando-se por seus nomes reais. _ Rommel pegou uma MP-40 de dentro de um armário, com mais três carregadores extras que não haviam sido atingidos pelo feitiço, colocando outros em uma bolsa da qual somente a “Raposa do Deserto” vira o conteúdo _ Vocês fazem a sua parte e eu faço a minha.



 



O grupo correu para o avião, que estava parado na cabeceira da pista, já aquecendo seus motores, tendo no assento o piloto que viera com eles e que não havia entrado no alojamento, justamente para deixar a aeronave pronta para a decolagem. Ao ouvir o alarme e ver o grupo correndo, o piloto abriu a porta para que entrassem. Só que foi atingido no peito por uma rajada de 9 mm da MP-40 de um dos soldados da guarnição, que havia disparado para tentar deter o grupo.



 



_Scheiβe! _ exclamou Rommel _ eles mataram o piloto!



_Eu posso pilotar, Herr Marechal. _ disse Harry _ Tive instruções de pilotagem com uma verdadeira perita na atividade, a jovem Pat Savage.



_Já ouvi falar dela, a prima de Doc Savage, dos EUA. _ disse Rommel, enquanto disparava uma rajada na direção dos soldados, que procuraram cobertura.



_Mas não vai adiantar nada se não chegarmos até o avião. E não há apenas soldados a pé. _ disse Paul Riedner _ Uma camioneta e dois Kubelwagen com metralhadoras estão vindo.



_Como Herr Marechal disse, vamos fazer a nossa parte. _ disse Harry, apontando a varinha para o contingente a pé e motorizado _ “MAGNUM IMPACTO!!



_ “BOMBARDA MAXIMA!!!”_ bradou Voldemort.



_ “REGIUS DRACONE SPIRITU!!!” _ Greta e Paul Riedner bradaram juntos, mutuamente potencializando seus feitiços. Uma monumental onda de fogo envolveu os soldados que os perseguiam, simplesmente incinerando aqueles que não haviam sido atingidos pelos outros.



 



Os cinco embarcaram no avião e Harry assumiu o assento do piloto. Aquilo seria relativamente fácil, depois de ter sido instruído por Pat Savage e também por ter pilotado, ainda que por pouco tempo, o gigantesco “Amerika Bomber” e um jato Horten. O conhecimento de pilotagem que adquirira do piloto Nazista permanecia em sua mente, incorporado às suas memórias.



O Junkers 52, habilmente pilotado por Harry, começou a taxiar, alcançando o ponto da cabeceira da pista no qual iniciaria sua decolagem. Quando os motores estavam quase com rotação suficiente...



 



_Voldemort, nós esquecemos uma coisa importante! Temos que cortar as comunicações deles! _ exclamou Harry.



_Tem razão, Harry! Já vou providenciar os meios.



 



Diante dos olhos admirados do Marechal Rommel, Voldemort transfigurou uma das poltronas em uma reluzente “Panzerfaust”, um lança-foguetes antitanque, apontando-o na direção da torre de controle através da porta aberta do avião.



 



_Dá para mirar com precisão, Voldemort? _ perguntou Harry.



_Olhar de basilisco mata? _ redarguiu Voldemort, com um sorriso, disparando a “Panzerfaust”.



 



No instante seguinte, a torre de controle foi pelos ares, levando com ela os postes mais próximos e os fios a eles ligados. O campo de pouso estava totalmente isolado do restante da rede.



 



_Excelente, Herr Riddle. _ disse Rommel, enquanto o Junkers corria pela pista, logo atingindo velocidade suficiente para abandonar o solo, o que logo ocorreu.



_Abaixem-se! _ exclamou Greta, enquanto buracos surgiam na fuselagem, resultantes de disparos de soldados, que davam cobertura aos pilotos da Luftwaffe, que corriam para os seus caças.



_Acho que nos esquecemos do contingente de pilotos. Se não fizermos alguma coisa, logo o ar estará cheio de Messerschmitt BF-109 e eles podem ser bem incômodos. _ disse Harry, finalizando a decolagem.



_Se você conseguir dar um rasante, eu creio que poderei resolver a situação, Herr Potter. _ disse Rommel _ Fräulein Riedner, poderia pegar esta MP-40 e disparar umas rajadas, apenas para manter os pilotos longe dos caças? Se a senhorita fizer isso, eu cuidarei do resto.



 



Embora os jovens da Divisão Bruxa da Hitlerjugend tivessem instruções com armas de fogo, a jovem Greta Riedner não se sentia muito à vontade com elas. Mesmo assim ela apontou a submetralhadora e atirou, enquanto Harry dava um rasante.



 



_Certo, Herr Marechal. _ disse Greta _ Agora é com o senhor. Mas o que o senhor tem em mente?



_Eles foram tão gentis em nos fornecer o avião, que eu pensei em retribuir e vai ser agora. _ disse Rommel, pegando vários objetos dentro da bolsa e lançando-os sobre os caças alinhados ao lado da pista.



 



Os Messerschmitt BF-109 começaram a explodir, um após o outro. O Marechal Rommel havia lançado as granadas com precisão, enquanto os tiros de Greta haviam mantido os pilotos longe o bastante para que não se ferissem.



 



_Agiram bem, Herr Marechal. _ disse Harry _ Afinal, esses pilotos da Luftwaffe ainda não nos haviam feito nada.



 



Porém, quando o Junkers 52 estava se aproximando do Bodensee, na fronteira com a Suíça, Harry percebeu que estavam começando a perder a pressão do óleo.



 



_Os pilotos não nos fizeram nada, mas acho que uma das balas dos soldados deve ter atingido um duto de óleo. _ disse Voldemort _ Acha que vai dar para atravessar o Bodensee, Harry?



_Já vai ficar nervoso ou prefere que eu minta? _ perguntou Harry, preocupado com a rápida queda da pressão do óleo, vendo que o combustível também diminuía a olhos vistos _ Se houver paraquedas aqui, teremos uma chance.



_Temos paraquedas, Harry. _ disse Paul Riedner _ Só que são quatro e nós somos cinco. E, mesmo assim, acho que estamos em baixa altitude.



_Eu e Voldemort temos experiência em salto operacional a baixa altitude. Mas ainda assim, vai ficar difícil.



_Os paraquedas serão suficientes, Harry. _ disse Voldemort _ Se eu me concentrar bem, posso voar sem precisar de vassoura, lembra?



_E como eu poderia esquecer? _ redarguiu Harry _ Estou tendo uma ideia, mas tem que ser logo, Voldemort. Vamos fazer o seguinte...



 



Após uma rápida explicação, todos saltaram. Concentrando seus poderes, Voldemort voava sem o auxílio de uma vassoura, enquanto os paraquedas dos outros se abriam. Imediatamente, ele conjurou um vento que os elevou e direcionou o descenso, o suficiente para que conseguissem cruzar o Bodensee e aterrassem em solo suíço, no cantão da Turgóvia. Naquele exato momento o Junkers 52, já sem combustível, se espatifou do lado alemão, explodindo em uma bola de fogo.



 



_Todo mundo bem? _ perguntou Voldemort, aterrando e ajudando os outros a se soltarem dos paraquedas.



_Aterragem perfeita, Herr Riddle. _ disse Rommel _ E agora?



_Bem, creio que primeiro nós precisamos saber onde estamos.



_Deixe comigo, Voldemort. “Me oriente”. _ disse Harry, colocando a varinha na palma da mão e utilizando o “Feitiço dos Quatro Pontos”.



 



A varinha de Harry girou e se estabilizou. Consultando a posição, o bruxo sorriu satisfeito.



 



_Estamos em um bom local, Harry? _ perguntou Voldemort.



_Sim, Voldemort. _ respondeu Harry _ Pela indicação do “Feitiço dos Quatro Pontos”, estamos a cerca de dois quilômetros do local de encontro.



_Bem, então vamos andando. Mesmo que estejamos do lado suíço da fronteira, só vou ficar tranquilo quando estivermos com o pessoal de vocês. E de preferência na Inglaterra. _ disse Rommel.



_Concordo plenamente, Herr Marechal. _ disse Greta Riedner.



 



Os cinco puseram-se a caminho, bem agasalhados. O tempo já estava ficando bastante frio e havia a possibilidade de alemães não respeitarem a fronteira. Ao fundo, às primeiras luzes da aurora, ainda podiam ser vistas algumas das chamas dos destroços do Junkers 52.



 



_Marechal, se me permite dizer, é uma honra estar participando desta operação de resgate. _ disse Greta _ O senhor é uma lenda viva.



_Muito disso se deve à opinião das pessoas, Fräulein Riedner. Sou um soldado, leal ao meu país e não à figura de quem está no poder. Venci batalhas, tanto por habilidade quanto por sorte, pois ela não deve ser desprezada _ disse Rommel, amparando a garota ao vê-la tropeçar _ Cuidado, Fräulein. Bem, como eu dizia, sou leal à Alemanha e não ao horror em que o Reich a está transformando. Tentei abrir os olhos do Führer, mas o que ganhei foi desconfiança e suspeitas de ser um traidor, ainda mais porque um grande amigo, von Stauffenberg, foi o arquiteto daquele atentado que falhou.



_E eles queriam que o senhor participasse? _ perguntou Paul.



_Ja. Embora eu até acreditasse que poderia dar certo, bastava raciocinar mais além para ver que, se Hitler fosse morto, outro desgraçado assumiria seu lugar. E com Hess prisioneiro na Inglaterra, as opções restantes eram bem sombrias, principalmente Göring. _ disse Rommel _ Mas mesmo ele se viu frustrado em suas aspirações, pois quem assumiu o lugar de Hess foi Martin Bormann.



_O destino do Reich não será bom e não é preciso ser um viajante do futuro para saber disso. _ comentou Harry _ Os delírios de poder de Hitler certamente levarão a Alemanha a um rumo sombrio. Ainda mais tendo Grindelwald como conselheiro.



_Sim, concordo. _ disse Voldemort _ Grindelwald e seu braço direito, aquele psicopata que atende pelo codinome de “Coringa”.



_Já o vi uma vez e não foi uma visão agradável. _ disse Greta _ Dizem que ele ficou daquele jeito devido a um acidente.



_É, um acidente resultante dele ter tentado nos matar naquele complexo industrial secreto em Ludwigsdorf. _ disse Harry _ Acabou caindo em um tanque de produtos químicos e ficou com aquela aparência. Depois daquilo, ele já tentou nos atingir por diversas vezes.



_Ele jurou vocês de morte, então. _ comentou Paul.



_Sim, ele jurou. _ disse Harry _ E durante a retomada de Hogwarts ele matou uma pessoa muito importante para mim.



_Espere aí, não era a garota que estava com você em Londres, naquele jogo no qual o meu querido irmão quase rachou a minha cabeça? _ perguntou Greta, enquanto Paul ficava vermelho como uma cereja.



_Sim, o nome dela era Elaine Rutherford. O pai dela trabalha no Ministério da Magia. _ disse Harry _ O “Coringa” a matou, supostamente tentando me atingir.



 



Depois de cerca de uma hora e meia, com o dia clareando, o grupo chegou a uma clareira na qual podiam ser vistos os restos de uma fogueira.



 



_Essa fogueira foi desmanchada às pressas. _ disse Voldemort.



_E não faz muito tempo. _ disse Harry, sentindo o Ki de várias pessoas na orla da mata _ A madeira carbonizada ainda está morna e com cheiro da resina.



_Significa que quem esteve aqui não está longe. _ disse Rommel, enquanto os quatro bruxos empunhavam as varinhas em posição de combate. Foi quando uma voz se ouviu, cantarolando.



 



_ “Olha, que coisa mais linda, mais cheia de graça...” _ disse a voz e Voldemort respondeu.



_ “É ela, menina, que vem e que passa...” _ então os dois concluíram juntos o verso.



_ “Num doce balanço, a caminho do mar.



 



Cerca de dez homens, vestidos de preto e empunhando submetralhadoras Sten aproximaram-se, a comando de um grandalhão ruivo, com vastos bigodes.



 



_Dum-Dum! _ exclamou Harry, ao ver de quem se tratava _ Eu pensei que vocês estivessem a caminho de Berlim.



__Novas ordens, Potter. _ disse Dugan _ Primeiramente, deveremos levar o Marechal Rommel para Londres. Lá, o Primeiro-Ministro Churchill dirá quais serão suas próximas missões. Vamos, o avião está aguardando.



 



Rapidamente o grupo embarcou no avião e logo estavam todos no ar, rumo à Inglaterra. Depois de cerca de quatro horas e um reabastecimento, o Lancaster aterrissava na pista de pouso da base aérea de Kemble, a cerca de 150 Km de Londres. Assim que a aeronave desligou seus motores, o grupo desembarcou e se encontrou com Churchill, que esperava por eles.



 



_Senhores, senhorita, entrem. Estou certo de que não só querem como também necessitam de uma refeição decente. Enquanto comemos e vocês recuperam as forças, quero conversar com um dos mais brilhantes elementos dos nossos adversários.



_A recíproca é verdadeira, Herr Primeiro-Ministro. _ disse Rommel, cumprimentando Churchill _ Acredite, há anos que eu esperava pela oportunidade de podermos conversar pessoalmente.



_Jovens irmãos Riedner, muito obrigado pela sua participação nesse resgate. _ disse Churchill _ O que pretendem fazer, agora que lhes garantimos a cidadania britânica?



_Herr Primeiro-Ministro, creio que falo tanto por mim quanto pela minha irmã. _ disse Paul Riedner _ Gostaríamos de ajudar a abreviar esta maldita guerra.



_E para isso, deveremos permanecer a seu serviço, senhor. Continuar a cumprir as missões que forem necessárias. _ disse Greta.



_Só então poderemos dizer, verdadeiramente, “somos livres”. Quando a sombra do Nazismo não mais ameaçar o mundo. _ disse Paul.



_Admiráveis palavras, meus jovens. _ ouviu-se uma voz.



 



Todos se voltaram para onde ela vinha, vendo uma figura alta e magra, com longas barbas brancas e que os encarava, a sorrir.



 



_Prof. Dumbledore! _ exclamou Harry.



_Seja bem-vindo, Alvo. _ disse Churchill _ Sua presença aqui é importante, pois há muito que se planejar e precisaremos de um bruxo poderoso, já que Grindelwald certamente terá envolvimento.



_O que houve, Winnie? Eu senti que seria importante que eu viesse, mas ainda não sei o porquê. _ disse Dumbledore _ Alguma coisa grave?



_Seu pressentimento está corretíssimo, Alvo. Mas isso não é para ser discutido aqui. _ disse Churchill _ Bletchley Park é o lugar mais apropriado.



_Contem comigo para providenciar o transporte. _ disse Dumbledore, estendendo os braços _ Deem-se as mãos e segurem as minhas.



 



Todos fizeram o que Dumbledore pediu e, no instante seguinte, o grupo aparatava em frente ao edifício principal de Bletchley Park onde a sentinela, após um momento de espanto, perfilou-se ao reconhecer Winston Churchill.



 



_Sr. Primeiro-Ministro?! _ admirou-se o soldado _ Como o senhor simplesmente apareceu na nossa frente?



_Você é novo por aqui, Soldado... Woodbridge. _ disse Churchill, ao ver o nome na plaqueta do soldado _ Precisaremos de uma sala de reuniões livre e protegida.



_Sim, senhor. _ disse o soldado _ Podem usar a Sala 3. Aliás, o General Patton também está aqui, esperando pelos senhores. E ele também apareceu do nada.



_Sim, eu pressenti que a presença dele aqui também seria necessária hoje. Enviei o meu Patrono a ele e pedi para que um dos bruxos providenciasse uma Chave de Portal. _ disse Dumbledore _ Vamos lá, então.



 



Entraram e, em frente à Sala 3, encontraram-se com Patton.



 



_Sr. Primeiro-Ministro, Alvo, jovens e... Marechal Rommel? Então o resgate deu certo, que bom. _ disse Patton, prestando continência a Churchill e ao oficial de patente superior à sua _ Para você me chamar lá do continente, Alvo, a coisa deve ser bem séria.



_Na verdade, George, recebemos um relatório da Inteligência. Vamos entrar que eu explico. _ disse Churchill, abrindo a porta da sala de reuniões.



 



Assim que os bruxos concluíram uma checagem e confirmaram que não havia nenhum tipo de escuta, quer bruxa quer trouxa, todos tomaram assento à volta da mesa.



 



_Você mencionou um relatório da Inteligência, Winnie. Do que se tratava, pode dizer? _ perguntou Dumbledore.



_Todos sabemos que a maior preocupação de Hitler é com o front Leste, a tentativa de segurar o avanço soviético, além do nosso avanço em direção a Berlim e queira Deus que consigamos chegar antes dos comunistas. _ disse Churchill, abrindo uma pasta _ O SHAEF (Supremo Quartel-General das Forças Expedicionárias Aliadas) não está dando muita importância, achando que pode ser uma manobra diversionista, com a finalidade de dividir nossas forças. Afinal, quem seria desequilibrado o bastante para tentar algo assim?



_Adolf Hitler seria, Sr. Primeiro-Ministro. _ disse Voldemort, já fazendo ideia do que Churchill iria dizer em seguida _ Pode ter certeza disso.



_Ainda mais com os outros loucos à sua volta e os acontecimentos mais recentes. _ disse Harry _ Aqui está o Marechal Rommel para confirmar.



_Hitler já não estava bem certo de suas faculdades mentais, Herr Churchill, isso já há um bom tempo. _ disse Rommel _ Seus planos, operações, o avanço para a União Soviética, chegando a Moscou e Stalingrado em pleno inverno e sendo obrigados a retrair, tudo sem que as tropas estivessem adequadamente equipadas.



_E estou certo que não é só isso, Marechal. _ disse Patton.



_Com certeza, General. _ disse Rommel _ A associação de Hitler com Grindelwald, principalmente. Conheci bruxos no decorrer da minha vida, alguns mais discretos, outros mais exibidos, mas a maior parte deles do bem. Adolf Gellert Grindelwald jamais me agradou e o problema era que Hitler se identificava com ele, por ambos partilharem o mesmo nome e serem austríacos. Posso dizer, com certeza, que ele é perigoso e ainda mais com aquele seu braço direito...



_ “Coringa”. _ disse Harry, contraindo os maxilares.



_Exato. Grindelwald acentuou a cobiça de Hitler por objetos místicos e avanços tecnológicos que ele acreditava serem capazes de garantir a vitória a ele. Digo “a ele” e não “à Alemanha” ou “ao Eixo”, pois sei que na primeira oportunidade, ele descartaria Mussolini e Hiroito sem o menor remorso.



_Fora o fato de que ele se julgava inatingível. _ disse Paul _ Ele se achava o eleito pelo Valhalla, ungido por Odin, mais invulnerável que Siegfried, sentia que era o preferido das Valquírias.



_Ele sempre dava a entender isso, em todos os discursos que fazia para a Hitlerjugend. _ disse Greta, lembrando-se das várias ocasiões.



_Seus delírios de grandeza só aumentaram depois dele ter escapado do atentado de von Stauffenberg. _ disse Rommel _ A mesa o protegeu do impacto da explosão e ele passou a se achar mais e mais invencível. Então ele voltou sua fúria para todos aqueles que ele julgava quererem ameaçar sua vida.



_Inclusive o senhor, Marechal. _ disse Dumbledore.



_Ja, Herr Dumbledore. _ concordou Rommel _ Eu nunca escondi de ninguém que não concordava com várias de suas decisões e, inclusive, cheguei a dizer diretamente a ele, mas com todo o respeito, afinal não sou insubordinado nem louco.



_Mas muitos o invejavam por sua carreira e trataram de envenenar Hitler contra o senhor. _ disse Harry _ Principalmente pelo senhor não ser filiado ao Partido Nazista.



_Exatamente. Os fatos culminaram com a ordem para o meu suicídio, o qual foi habilmente forjado por vocês. _ disse Rommel _ Mas eu também tenho uma vaga ideia do que Herr Churchill está querendo dizer. Meio que por acaso, acabei ouvindo parte de uma reunião na qual estavam presentes Hitler, Grindelwald, von Rundstedt e Model, na qual eles planejavam uma ofensiva que surpreenderia os Aliados e dividiria suas forças.



 



Harry e Voldemort se entreolharam e decidiram se manifestar.



 



_Nós sabemos do que se trata, Herr Rommel. _ disse Voldemort.



_Sabemos qual é o plano, onde e quando será executado, bem como sua finalidade, Mr. Churchill. _ disse Harry _ Afinal, viemos de um futuro alternativo e, em nossa realidade, isso resultou em uma batalha terrível que no início favoreceu os Nazistas mas, dias depois, a situação se inverteu.



_Só que aqui eles têm Grindelwald. _ disse Voldemort.



_E o que eles pretendem? _ perguntou Churchill.



_Será uma tentativa de cortar a linha de suprimentos para as tropas Aliadas, Herr Churchill. _ disse Rommel _ Vejam bem, Cherbourg ainda está em situação precária, pelo que eu soube em operação de desminagem. Portanto, depois que vocês avançaram e libertaram a Bélgica, obtiveram a vantagem de um porto para suprimentos.



_E é isso que Hitler deseja interromper. _ disse Harry _ Arriscando tudo em uma ofensiva inesperada, através de um terreno que todos julgavam insuspeito, pouco interessante para um ataque em uma época desfavorável do ano. Sim, sabemos o que pretendem, quando, onde e como.



_Eles querem realizar uma grande ofensiva através da Bélgica, com a finalidade de conquistar o porto de Antuérpia. _ disse Voldemort.



_Ou seja, pretendem repetir sua ofensiva de 1940, através das Ardenas. _ disse Harry _ Só que, desta vez, com diversos outros fatores e variáveis.



_Posso confirmar, Herr Churchill. _ disse Rommel _ Entre as palavras que ouvi, quando estava do lado de fora da sala aguardando o final da reunião para falar com Hitler, “Antuérpia” e “Ardenas” eram repetidas com frequência.



_Então, Harry, vocês sabem dos detalhes. _ disse Dumbledore, servindo-se de um chá _ Podem nos dizer quando?



_Sim, Prof. Dumbledore. _ disse Harry _ Seguindo o que ocorreu em nossa realidade, ocorrerá em 16 de dezembro. Lama, neve, frio, cerração, em suma, tudo que poderia dificultar uma resposta aérea.



_Mas vocês disseram que o tempo melhorou, depois. E quando foi que isso aconteceu, ou acontecerá? _ perguntou Patton.



_Se tudo ocorrer da mesma forma, o tempo irá melhorar em 23 de dezembro, General. _ disse Voldemort _ Mas nesses poucos dias, ocorreram muitas baixas, situações extremas, demonstrações de heroísmo e de crueldade.



_E há outro fator muitíssimo importante, que não podemos deixar de levar em consideração. _ disse Harry _ Vejam, temos conhecimento das condições meteorológicas e das dificuldades do terreno, pois a região das Ardenas não apresenta uma boa margem de mobilidade, somente melhorando além do rio Mosa.



_Realmente, Harry. Hitler conta com a previsão de mau tempo para dezembro, mas não sabe que ele vai melhorar por volta do dia 23. _ disse Voldemort, também se servindo de um chá _ Mas e se, por alguma circunstância, o tempo se mantiver encoberto, mesmo depois do dia 23? E se Hitler julgar conveniente estender o mau tempo, visando prolongar a vantagem das tropas alemãs? Lembrem-se de quem é o seu conselheiro mais próximo e que, não por acaso, é um bruxo extremamente poderoso.



_Ou seja, a variável importantíssima a ser levada em conta para que as coisas ocorram como em nossa realidade, de preferência com muito menos baixas, é ninguém menos que... _ e Harry Potter deixou a frase pela metade.



_ADOLF GELLERT GRINDELWALD! _ exclamaram todos os outros.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.