Capitulo II —



.            Capitulo II - Cartas para um fugitivo



            Já estava tarde, mas o sol escaldante continuava a iluminar a Rua dos Alfeneiros, prolongando um dia já muito longo de calor e secura. Na casa n°4, o menor quarto era o único cômodo da morada que mantida a única e medíocre janela fechada. Lá dentro, Harry estava encostado na sua dura cadeira de madeira, enquanto batia a pena impacientemente contra um pergaminho em branco. Ele estava a cerca de uma hora naquela posição, meditando sobre a carta que estava para ser escrita.



            Por via de regra, Harry não era excepcionalmente bom com escrita de cartas informais (talvez porque não tivesse amigos para quem escrevê-las), mas todas as cartas enviadas para aquele destinatário em particular eram complicadas de serem escritas. Um par de anos antes, no final de seu terceiro ano letivo, Harry havia sido chamado na sala de seu famoso diretor, Alvo Dumbledore, para uma conversa, coisa que lhe surpreendeu muito, mas não tanto quanto o assunto conversado em si. Após uma tentativa fracassado de casualidade, Dumbledore passara horas explicando uma complicada história, na qual Harry descobrira a inocência do famoso assassino, Sirius Black, que por acaso era seu padrinho. O diretor lhe dissera que Pedro Petigrew era o real culpado pela morte dos pais de Harry, e ainda acrescentara que Sirius estava atualmente foragido, mas que o garoto estaria liberado para trocar correspondências com o padrinho.



              Na época, Harry achara que ter outro alguém para conversar, além dos Dursley e seus desprezíveis colegas de Casa, uma coisa esplêndida. Agora, dois anos depois, sentado em uma posição desconfortável, tentando achar assuntos para uma carta que ele sabia que iria acabar quase tão ruim e desinteressante quanto as outras, ele não achava tão divertido assim. 



               Já estava quase admitindo derrota, quando o som suave e um bico de coruja martelando contra o vidro fez-se presente, e Harry virou a cabeça apenas para ver uma pequena e emplumada coruja marrom voando toscamente no lado de fora da janela, com uma carta selada presa ao bico. Harry abriu a clarabóia com receio, e, assim que a passagem foi liberada, a coruja entrou com um rasante para dentro do quarto, pousando alegremente a carta que trazia na mesa de Harry. 



              O garoto aproximou-se cautelosamente da carta, deixando a coruja voar, é apenas torcendo para que ela não destruísse nada. Abriu a carta, e surpreendeu-se ao ver que quem a havia mandado era Sirius.



             "Harry,



     Eu sei que estou escrevendo mais cedo do que o esperado, mas tenho notícias fantásticas. Lembra-se de sua sugestão de passar os algum tempo juntos durante essas férias?"



         Ah, sim, Harry lembrava-se muito bem quando dera essa sugestão, puramente porque não encontrava mais nenhum assunto para suas cartas. Não sabia que Sirius tinha levado a sugestão a sério.



            "Então, eu conversei com Dumbledore, e ele concordou em deixá-lo vir para o lugar em que eu estou hospedado! Não é ótimo? Mandarei alguém passar para buscá-lo no sábado (apenas avises seus tios). Estou muito ansioso, e saiba que aqui onde estou tem várias pessoas da sua idade (garanto que você os conhece). 



             Desculpe, mas não posso dar mais informações em carta. Nos vemos no sábado, então!



             Até breve,



            Sirius."



            Harry sentiu o estômago revirar. Sirius estava mesmo o convidando para ir até a sua casa. Ninguém nunca havia convidado Harry para ir a lugar algum. Sentiu tanta afeição pelo padrinho, que não podia nem expressar em palavras, e estava tão feliz que poderia até dar uns pulinho, mas se controlou; se tinha uma coisa que Harry havia aprendido na Sonserina era: jamais mostre suas emoções, elas lhe causarão problemas. Mas mesmo assim, Harry não pode evitar um sorriso.



           Desceu as escadas e convenceu com facilidade tio Valter e Tia Petúnia a deixarem-no ir para a casa onde Sirius estava hospedado. Apenas teve que deixar a ponta de sua varinha a mostra, o que gira suficiente para fazer sua tia guinchar de horror, e o rosto de seu tio virar uma arena de batalha entre a cor roxa, branca, e vermelha. 



            Quando a noite caiu, Harry jogou-se na cama dura, imaginando com satisfação o bom tempo que passaria em companhia do padrinho. Talvez, quem sabe, ele poderia ter um verão divertido, afinal. E, com esse pensamento reconfortante, Harry caiu em um sono profundo.



              



           


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