Capitulo 5– Professores arisco



 



 



        Capitulo 5- Professores ariscos e a polêmica da hora de dormir



 



       Quando Snape mandou-os entrar na sala sem nenhuma detenção, Hermione já sabia que havia alguma coisa errada. Claro, os professores foram instruídos a perdoar temporariamente os atrasos de Rony e Hermione, mas professor de poções tinha a desprezível mania de contornar as regras para puni-los.



       Hermione e Rony acomodaram-se me uma das mesas do fundo, e ela colocou Harry entre os dois, tentando deixá-lo o mais invisível possível naquela aula; sabia o quão cruel Snape poderia ser, e não queria que aquele vulnerável e inocente Harry sofresse nas mãos do professor.



        A porta bateu, e Snape deslizou suavemente até a sua mesa; parecia reprimir um sorriso maléfico ao observar os rostos de seus alunos.



        -Bem, agora que Weasley, Granger e Potter fizeram a gentileza de juntar-se a nós, podemos continuar com a explicação.-disse ele, acomodando-se na cadeira. -Vejamos, vejamos.... Longbotton!



        Snape falará aquilo tão ríspida e repentinamente que até mesmo Hermione saltou na cadeira. Neville engoliu em seco audivelmente e lentamente levantou o rosto para encarar o professor, que agora aproximava-se vagarosamente de sua mesa.



        -Longbotton, o que você me responderia se eu perguntasse quais são as diferenças básicas entre fantasmas e inferius?-questionou Snape, seco.



       Quase automaticamente, a mão de Hermione subiu no ar. Sabia que a palavra não seria dada a ela, mas não podia evitar; ela sabia a resposta, e nem ao menos tentar respondê-la era demais para a garota. Neville, por outro lado, não estava exatamente ansioso para responder a pergunta.



       -E-eu...-gaguejou ele, enquanto folheava nervosamente as paginas de seu livro didático.-B-bem... O-os inferius, eles... Ahn...



       -Pelo visto-Snape interrompeu o gaguejamento friamente-, você não sabe a resposta. 



       Neville soltou mais alguns resmungos, e Hermione resistiu ao impulso de fulminar o professor com o olhar. Não, ela tinha que manter a calma.



       -Já que Longbotton é aparentemente incapaz de responder uma pergunta simples, como as diferenças básicas entre inferis e fantasmas, eu mesmo irei dizer-lhes a resposta. -disse Snape secamente.



       Hermione viu de soslaio Harry lançar um olhar indagador ao professor, como se perguntasse a si mesmo o motivo daquele comportamento desagradável. 



       -Os inferius são defuntos enfeitiçados para fazer a vontade do feiticeiro que fez o feitiço. São corpos mortos que seguem a ordem do líder, como seria alguém vivo sendo controlado pela maldição Imperius.-falou Snape, enquanto seus olhos vagavam pelos rostos dos alunos. -Já os fantasmas são almas que preferiram, optaram, por ficar no mundo nos vivos na forma de espíritos. Os fantasmas, diferentes dos inferius, tem a liberdade de fazer o que quiserem. -Snape fez uma pausa, como se decidisse dizer ou não alguma coisa. Por fim, decidiu que sim e, a muito contragosto, acrescentou-Alguém tem alguma pergunta?



        -Podemos perguntar qualquer coisa?-murmurou Harry para Hermione, como se isso fosse uma coisa única e maravilhosa, da qual ele nunca tivera o direito de poder fazer.



        -Sim, podemos perguntar qualquer coisa. -respondeu ela e, antes que pudesse acrescentar que era uma péssima ideia perguntar algo a Snape, o braço de Harry ergueu-se no ar, ao mesmo tempo em que ele anunciava timidamente:



         -Eu... Eu tenho uma pergunta.



         Vários pares de olhos voltaram-se para Harry, que remexeu-se nervoso em sua cadeira. Snape encaro-o sem expressão. 



          -Qual é a sua pergunta, Potter?-perguntou o professor depois de algum tempo, parecendo ter grande dificuldade de fazer as palavras saírem.



           -Eu... Eu gostaria de saber o seu nome. -disse Harry, vacilando ao ter os olhos negros e frios de Snape voltados para ele.



           Os lábios de Snape comprimiram-se em uma linha fina e, por quatro aterrorizante segundos, Hermione pensou que Snape puxaria sua varinha e amaldiçoaria Harry com tanta força, que teriam que levá-lo para a Ala Hospitalar na forma de um patinho. Mas, para sua surpresa, o professor respondeu com secura:



          -Eu sou o professor Snape. 



          Harry deu uma risadinha adorável, o que fez Hermione temer ainda mais pela forma física do amigo.



          -Esse é um nome engraçado. -constatou o pequeno com diversão. A expressão e Snape era indecifrável.-Gostei muito desse nome. S-na-pe. Ah, já sei! Meu leão vai se chamar Snape também! O que você acha, Sr. Weasley?-acrescentou Harry, virando-se para Rony.



          Este abriu e fechou a boca várias vezes, mas não emitia nenhum som. Provavelmente ainda estava me estado de choque, assim como Hermione. Snape, porem, estava nada mais que enraivecido.



          -Silêncio, os três! -rugiu ele, ameaçadoramente, mas Harry apenas sorriu mais ainda.



          -Oh, vamos jogar o jogo do silêncio? Minha professora sempre joga esse jogo quando a classe esta muito barulhenta. Estamos jogando o jogo do silêncio, Sr. Snape?



       Pela primeira vez em sua vida, Hermione viu Snape, o professor mais temido e odiado, o homem frio, zombeteiro e sem coração, ficar sem fala. Ele abriu a boca, pasmado, e olhou para Harry, como se tentasse lembrar a si mesmo que odiava aquela criança fofa e sorridente.



       Hermione não estava certa se queria rir por causa da inocência de Harry, ou protegê-lo contra o que quer que Snape pudesse fazer com ele. Teve uma terrível visão do professor colocando Harry para assar no fogão, como faria com um peru suculento.



      -Abram na página 211.-disse Snape por fim, depois de muito tempo, parecendo-se recuperar-se de seu torpor.-Leiam e façam os exercícios. E você, Potter...-continuou friamente, virando-se para Harry.-Não quero ouvir um som sequer saindo de sua boquinha ingrata. Entendidos?



       -Sim.-respondeu Harry solenemente.



       -Sim, senhor.



       -Por que você está me chamando de "senhor", professor Snape? -indagou Harry inocente e confusamente.



      Hermione, assim como a maioria dos alunos, olhou em terror para Harry, enquanto Snape encarava o pequeno, provavelmente repetindo para si mesmo que não podia dar detenção a um garotinho de cinco anos. Rony não segurou-se e partiu em risadas, o que foi um grande erro.



       -Você acha isso engraçado, Weasley?-estalou a voz gelada de Snape, matando a risada imediatamente.-Bem, então eu vou te dar uma razão para rir, seu idiota estupido. Detenção sábado, as sete horas, na minha sala.



         Rony abriu a boca para protestar, mas Harry agiu primeiro. Não havia sinal do sorriso encantador que estivera presente em seus lábios, minutos antes. No lugar dele, uma carranca irritada formava-se.



          -Você não pode chamá-lo assim.-proclamou Harry, com firmeza, embora Hermione pudesse detectar um misto de terror nos olhos verdes do amigo, como se soubesse que aquilo lhe traria problemas, mas não pudesse evitar de proteger o novo amigo (uma atitude parecida com a do Harry mais velho, Hermione percebeu).



          Houve um minuto de silêncio.



          -Perdão?-disse Snape, incrédulo.



          -O senhor chamou o Sr. Weasley de uma coisa muito feia. E-eu seu que não devemos responder a adultos, mas o Sr. Weasley é muito legal, e eu não,achei ele nada estupido ou idiota. Ele pode até dirigir, sabia disso?



            A fala de Harry foi recebida com um silêncio atordoado. Rony sorriu para Harry, mas Snape apenas encarou-o com um misto de ódio e frustração. 



         -Façam a página 211, ou eu vou dar detenção a cada um de vocês.-ameacou Snape, virando-se de costas e andando em direção a sua mesa como um grande e imponente morcego. 



           Depois disso, a aula não tornou-se mais interessante. Harry ficou em silêncio, embora observasse tudo na sala com avido interesse. Hermione tentou concentrar-se em seu dever de sala, mas a pequena discussão de Harry com Snape continuava voltando a sua mente, fazendo-a olhar de soslaio para Harry a todo o momento. 



            Sentiu uma pontada de confusão e satisfação com o tratamento de Harry para com Snape. Talvez fosse porque já estivesse acostumada com o desprezo mútuo entre os dois, mas ver Harry sendo gentil e educado com o arisco professor, e ainda defendendo Rony, encheu o peito de Hermione de orgulho.



              Uma espécie de orgulho de mãe. 



             ~~~~~~~~~~<><><><>~~~~~~~~~~



        Geralmente, Rony detestava as aulas, mas naquele dia elas tornaram-se muito interessantes. Claro, nenhuma chegou nem aos pés da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, já que Rony achava que nada nunca mais iria surpreende-lo mais do que ver a expressão incrédula cruzar o rosto normalmente carrancudo de Snape. 



       A aula de Feitiços foi completamente relaxante, com o professor Flitwick conversando e rindo animadamente com Harry, e deixando os alunos fazerem o que bem entenderem. Já a de Transfiguração, foi quando ocorreu a cena inesquecível de Minerva McGonagall não ter passado lição de casa, por um simples comentário de Harry, dizendo que a professora lembrava-o uma boa e carinhosa senhorinha (embora não tivesse um aluno que concordasse com isso). Na de Herbologia, a geralmente calma e centrada professora Sprout quase teve um ataque de nervos quando a mão de Harry quase foi decepada por uma planta carnívora, o que causou berros ensurdecedores, tanto da professora, quanto de Hermione. 



         Rony nem podia acreditar que aquele fora apenas um dia de sua jornada como cuidador oficial de Harry Potter. Na verdade, ele estava tão cansado, que nem pensou em protestar quando Hermione anunciou:



         -Hora de te por na cama.



         -Ah, ótimo.-resmungou Rony. -Eu já vou deitando, e se você puder trazer um chocolate quente...



         -Não você, seu idiota! -cortou Hermione, horrorizada com o pensamento que essa ideia sequer passara pela cabeça de Rony. -Céus, eu estava falando com o Harry!



         -Ah. -disse Rony, tentando esconder a vermelhidão de seu rosto. 



        Ele olhou para Harry, que estava parcialmente adormecido em um sofá. Suas grandes orbes verdes olhavam sem foco para a lareira, e seu corpo estava molemente esparramado pela poltrona. Ele parecia acabado, mas Rony lembrou a si mesmo que toda aquela energia teria que acabar alguma hora.



         -Bem, podem ir lá você dois, então.



         Hermione olhou para ele, como se Rony fosse uma espécime rara de ser humano que vive sem o cérebro na cabeça.



        -Como assim "podem ir lá vocês dois"? Você vem comigo! -exclamou ela com obviedade.



         -O que? -engasgou Rony incrédulo. 



         Agora Hermione estava extrapolando os limites da decência! Já não bastava ela fazer ele dar as mãos com seu melhor amigo, agora queria que ele o colocasse para dormir? Não, aquilo estava fora de cogitação.



          Hermione encarou-o com raiva fria.



          -Olhe aqui, Rony. -rosnou ela, baixo o suficiente para que ninguém mais ouvisse. -Não me interessa se você quer, não me interessa se o Harry tinha dezesseis anos ontem à tarde, não me interessa se você se sente ou não confortável pondo ele para dormir. Esse não é o seu melhor amigo, é uma criança que precisa de atenção, cuidado e carinho. Ele nunca conheceu os pais, e agora, de repente, acordou em um lugar desconhecido, cheio de pessoas desconhecidas, longe da família dele. Então, levante esse traseiro inútil daí, e venha comigo por o Harry para dormir. Eu não vou falar duas vezes!



             Rony olhou pasmado para Hermione, observando a medida que ela mudou sua postura de feroz para gentil em questão de segundos, ajoelhando-se rente à Harry, chacoalhando-o de leve.



           -Harry... Harry, levante... Venha, eu e o Rony vamos te por para dormir. -disse ela, mandando a Rony um olhar de aviso.



          Mas, aparentemente esquecendo o seu cansaço, Harry pulou de pé, com os olhos arregalados de choque, a boca aberta de incredulidade. Rony não entendeu o que havia acontecido, mas Harry estava agindo como se Hermione tivesse acabado de dizer que daria uma dúzia de potes de ouro para ele.



          -O-o que foi que você disse? -gaguejou o pequeno.



          Hermione encarou-o, confusa.



          -Que eu e o Rony vamos te por para dormir, e...



          Harry interrompeu-a, soltando um engasgo de surpresa.



          -Vocês... Vocês vão me por para... Dormir? -ele dissera aquilo como se ultrapassasse os limites de seus sonhos mais ousados.



          Uma onda de ódio contra os Dursley invadiu o estômago de Rony, mas ele obrigou-se a se controlar. Crianças tendem a achar que as coisas são piores do que realmente são, Rony lembrou a si mesmo. Eles só não deviam cobri-lo a noite.



           -Vamos, é claro que vamos. -concordou Hermione suavemente, aparentemente tendo só mesmos pensamentos que Rony.



          Os três andaram em silêncio até o dormitório masculino, e Rony e Hermione cobriram Harry por debaixo de um monte de edredons, e Hermione deu-lhe um beijo na testa, sentando em uma poltrona ao lado da cabeceira.



          -Boa noite, Harry. -desejou Hermione delicadamente.



          -Boa noite, Srta. Granger. -disse Harry, ainda parecendo boquiaberto. -Boa noite, Sr. Weasley.



          -Durma bem, Harry. -disse Rony, sentando-se na beirada de sua cama.



          E assim, Harry fechou os olhos, adormecendo quase instantaneamente. Hermione e Rony ficaram em silêncio por uma hora, Rony supunha, senão mais. Quando ele finalmente decidiu que perdera a batalha contra o seu sono, e virou-se, prestes a mandar Hermione voltar a seu dormitório, quando notou que ela tinha adormecido. Seu braço servia de apoio para sua cabeça, e Rony não pode deixar de observar o quão linda e serena a menina ficava dormindo assim.



          Corando pro seu pensamento, Rony andou até a amiga e deu-lhe um leve empurrãozinho. 



          -Ei! Hermione? Hermione, acorde! Mione?



          Vendo que a garota não dava sinais de que iria acordar, Rony suspirou e passou um dos braços dela pelos ombros, carregando-a gentilmente até a própria cama. Cobriu-a com seu cobertor, e então tomou o lugar de Hermione na poltrona, encolhendo-se, por conta do frio.



           -É nisso que dá ficar até tarde estudando. -resmungou Rony, apático. -Depois, quem tem que dormir na poltrona sou eu.



           Mas, ao olhar para a forma confortável e pacífica de Hermione, jazendo na cama, como uma princesa, Rony não pode deixar de pensar que valia a pena.



          Notas da autora: Oi! Eu sei, eu disse que postaria a, tipo, milênios atras, e não postei. Mil desculpas! Eu sou meio enrolada, mas fiz meu possível para não atrasar muito. Eu já tinha escrito a primeira parte, mas aí eu fiquei com um bloqueio de criatividade e não saiu mais nada então demorou um pouco para escrever tudo. Novamente, desculpa. Espero que gostem do capitulo, e obrigada por lerem! 


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.