Confusão



Capítulo 2 - Confusão

Ainda não havia uma semana que eles estavam em Hogwarts, quando houve uma cena tipicamente marota na aula de poções.

Tiago, disfarçadamente, joga um determinado ingrediente no caldeirão de Snape. Os três garotos ficam na expectativa do ia acontecer (Lupin não tomara parte na brincadeira). Alguns minutos depois, um caldeirão, em vez de cinza, estava rosa berrante e soltava assovios agudos cada vez mais altos.

Lílian reparou nos risinhos abafados dos marotos, que estavam ao seu lado, e lançou-lhes um olhar assassino. Sirius ia falar para que ela deixasse de ser defensora dos chatos e oprimidos, mas nessa hora eles perceberam que era a poção dela que haviam alterado.

Ela não teve tempo de tentar consertar. Todos aqueles assovios já haviam chamado a atenção do professor.

-Senhorita Evans, creio que acrescentou pó de chifre de unicórnio na sua poção, sendo que isso nem constava na lista de ingredientes. Dez pontos a menos para Grifinória.

Ele murmurou um feitiço e o caldeirão de Lily ficou limpo.

-Isso é para que aprenda a prestar atenção ao que faz. Próxima aula me entregue uma redação de um metro sobre o assunto de hoje. Pode se retirar. – falou o professor e voltou pra sua mesa

Os marotos fizeram menção de falar alguma coisa, mas Lílian sussurrou:

-Não falem que foi vocês.

-É claro que vamos falar. Não foi culpa sua.

-Então o mínimo que podem fazer é atender o meu pedido. – dizendo isso saiu, antes que o professor descontasse mais pontos.



No final daquela tarde, os marotos se dirigiram ao fundo do salão comunal. Ainda não tinham se sentado quando viram o quadro se mexer e uma Lílian furiosa adentrar o aposento.

-Ai, meu Merlin. O que é isso? – perguntou Tiago

-Confusão. – respondeu Sirius

-Gritos. – falou Pedro

Ela se aproximava.

-Problema

-Berros.

Estava cada vez mais perto.

-Complicação.

-En...

-Tá, já entendi. – falou Potter

-...crenca e das grandes. – terminou Sirius.

-Vocês têm problemas? Ou o ego de vocês é tão grande que não cabe um pingo noção na cabeça de vocês. – ela explodiu

-An... Evans – Tiago não achou seguro chamá-la de qualquer outra coisa.

-A troco de quê vocês modificaram a minha poção?

-Achamos que era a do Ranhoso – até Sirius falava mais baixo do que de costume tamanha era a fúria da garota.

-Não vimos que vocês tinham mudado de lugar.

-Acontece, Potter, que o professor fez essa troca discretamente. No mínimo já achava que vocês iam aprontar alguma coisa pra comemorar o início do ano letivo. Como ele favorece os alunos da Sonserina, pediu pra que eu assumisse o lugar e Snape e não um sonserino.

-Você está criticando um professor? – falou Sirius

Os olhos da garota faiscaram perigosamente.

-Então por que não quis que nós assumíssemos a “autoria do atentado”?

-Porque não adiantaria nada, Black. Eu continuaria com o trabalho para fazer, vocês receberiam detenções e Grifinória perderia mais pontos. Não traria nenhum benefício, afinal, as detenções não têm nenhum efeito em vocês. Pelo menos não perdemos os pontos que outras pessoas, a custo, ganham para Grifinória. Vocês têm inteligência. Por que não a usam para algo mais útil.

Ela subiu para o dormitório feminino. Precisava de alguma coisa pra relaxar.


Lá em cima...

Taby assistia a tentativa de Bia para fazer uma “seção de relaxamento” para Lílian.

Esta estava deitada em sua cama de olhos fechados com Bia ao lado.

-Isso, Lily. Relaxa os músculos. Agora pensa em um lugar que você goste. Onde você está?

-Na cozinha lá de casa.

-Tem mais alguém lá?

-Minha mãe... está cozinhando.

-Hum, tem um cheiro bom. O que ela está fazendo?

Taby ia rir do comentário, mas Bia lançou um olhar divertido para repreendê-la como se dissesse: “Se isso fizer a Lily ficar melhor...”

-Um bolo de cenouras.

-O que mais?

-Meu pai está sentado lendo o jornal. ... Agora Petúnia está entrando.

-Ah... acho que é melhor mudarmos de paisagem. Onde você está agora?

-Um campo florido.

-Parece tranqüilo. O que mais você vê?

-Tem árvores frutíferas... espera aí. Tem alguém montado numa vassoura...

-Ai. – Taby falou baixinho

-...pegando uma laranja e... e tacando em outra pessoa. Mais que criatura chata.

-Como é essa pessoa? – Taby perguntou achando que já sabia a resposta

-Tem cabelos castanhos um pouco arrepiados... parece o... Potter!

Taby não agüentou e começou a rir abertamente.

-Lily, abre os olhos. Pelo visto você relaxa mais fazendo alguma lição. – falou Bia desistindo.

-Eu vou tomar um banho.

-Taby, você precisava falar isso?

-Eu falar ou não, não ia fazer diferença. Quem ficou imaginando coisas foi ela. Além disso, você achou mesmo que isso ia dar certo? Depois eu que sou hiperativa.




Já eram dez e meia. Lily sentou-se para fazer o raio da redação sobre a poção do esquecimento. Mal tinha aberto o livro para começar a pesquisa quando uma sombra apareceu em seus papéis.

-O que quer, Potter? – ela não levantou os olhos

-Me redimir.

Lílian parou de ler e o olhou com cara de pouco amigos.

-Não vou te incomodar. Só... me desculpe.

Ele colocou um lírio amarelo amarrado a um pergaminho sobre a mesa. Virou as costas e começou a dirigir-se para o dormitório masculino.

Ela imaginou o que haveria naquela carta que parecia tão grande, mas descobriu que ali havia uma redação de pouco mais de um metro.

-Potter?

-Sim? – ele voltou-se para olha-la.

-Não posso aceitar isso.

-Pode sim. Afinal você tem coisas suficientes para fazer, não tem? Além disso, eu fiz o que você me pediu.

Ele voltou a andar, deixando Lily sem reação.




Os dias iam se passando e as previsões das meninas se cumpriram: cada professor mencionava, pelo menos uma vez por aula, a sigla NIEMs. Elas haviam até criado o hábito de contar quantas vezes isso acontecia.

Provas à parte, a sexta-feira trouxe uma surpresa muito interessante.

Já era final de tarde, pouco antes do jantar, e as três estavam no salão comunal conversando quando foram interrompidas por um barulhinho. Tec. Tec. Olharam em volta e viram uma coruja batendo com o bico no vidro da janela. Bia foi abri-la para que pudesse entrar e encontrar o destinatário da carta, mas para sua surpresa a coruja apenas esticou a perna para que ela pudesse retirar o pergaminho.

De volta ao lugar onde as amigas estavam...

-Vai, abre logo.

Bia corou quando leu a carta

-É outra daquelas.

-Como se a gente já não soubesse – falou Lily.

-Com licença – disse Taby arrancando o papel das mãos da amiga e lendo junto com Lílian.

“A fermosura desta fresca serra
E a sombra dos verdes castanheiros,
O manso caminhar destes ribeiros,
Donde toda a tristeza se desterra;
O rouco som do mar, a estranha terra,
O esconder do sol pelos outeiros,
O recolher dos gados derradeiros,
Das nuvens pelo ar a branda guerra;
Enfim, tudo o que a rara Natureza
Com tanta variedade nos of'rece,
Me está, senão te vejo, magoando.

Sem ti, tudo me enjoa e me aborrece;
Sem ti, perpetuamente estou passando
Nas mores alegrias mor tristeza.”


-Que gracinha. – falou Taby

-Alguma idéia de quem seja, Bia?

-Não...

-Mas convenhamos, deve ser um bruxo muito interessante pra conhecer Camões... – disse Lily

-Por quê?

-Porque é um escritor trouxa. Bruxos não ficam por aí lendo escritores trouxas.

-Aliás, aproveitando o assunto – era Tabata quem falava – já não está na hora de você arrumar um namorado, Lily?

-Todo ano é a mesma história...

-É sério, Lily, por que não?

-Primeiro: não apareceu ninguém realmente interessante. Segundo: estive muito ocupada nos últimos sete anos estudando.

-Quem duvida do segundo motivo. No nosso quinto ano você quase matou de susto alguns alunos do primeiro e segundo anos. Lembra da bronca que você deu e a ameaça de um mês de detenções porque eles estavam fazendo barulho e você estava tentando estudar para os NOMs mesmo ainda sendo janeiro? – falou Bia

Taby riu com a lembrança:

-É Lily, vê se não repete o escândalo esse ano...

Lílian fez cara de poucos amigos.

-Relaxa Lílian. Mas quanto ao seu primeiro motivo, não é bem verdade – disse Taby.

-É mesmo? E quem apareceu?

-Tiago Potter, talvez?

-Taby?

-Sim?

-Não perca a noção de perigo. Eu posso “acidentalmente” enfocar você enquanto estiver dormindo...

As duas riram da cara irritada de Lílian.

Esse mau humor em relação ao citado indivíduo vinha da tentativa de alguém “trancá-la em uma sala com Potter” no dia anterior. Vejamos o ocorrido:

Ela recebera, no início do horário de almoço uma “denúncia anônima” através de uma coruja. O bilhete dizia que alguém estava na sala de aula vazia do segundo andar enfeitiçando bexigas de água para voarem atrás dos alunos do primeiro ano.

Como monitora, saiu correndo em direção ao lugar citado, mas ao entrar na classe não viu bexigas de água, mas uma bolinha dourada alada e ninguém menos do que Tiago Potter brincando com ela.

Para o desgosto do autor da “armadilha”, Lily entendeu logo o que havia acontecido e saiu milímetros antes da porta fechar magicamente. Procurou o atacante, mas o corredor estava vazio.

Reencontrando Bia, perto do Salão Principal, e tendo contado a cena, comentou:

-Mais que clichê, sempre que querem juntar alguém, tentam trancam as duas pessoas em algum lugar para conversarem... Graças a Merlin não conseguiram.– Não teve tempo de falar mais nada, teve de sair correndo para repreender uns alunos do terceiro ano da Corvinal.

Em seguida, Taby, Sirius e Pedro chegaram para falar com Bia:

-A Lily tava resmungando sobre como, quando descobrir quem fez isso, ela vai matar essa pessoa e etc. – disse a morena

-Será que eu devia me preocupar? – perguntou Sirius

-Nããão, acho que não. – falou Taby – qualquer coisa, se a gente ver uma geleinha verde andando por aí, já sabemos que é você.

-Ah, então tudo bem. Fico mais tranqüilo... Shii, é melhor soltar o Tiago, o feitiço que o coloquei na porta, não dá pra abrir de dentro pra fora.




Bem mais tarde, naquele dia, no dormitório masculino...

-Almofadinhas, por que você está com essa tromba? – perguntou Pedro

-Por nada.

-Tem certeza? – perguntou Remo

-Tenho.

-Pontas, você sabe o que é?

-Acho que sim. Teve o primeiro treino de quadribol hoje, e o time me escolheu pra capitão.

-Parabéns, Pontas. E qual a grande tragédia?

-Era o cargo que alguém aqui – disse ele apontando discretamente para Almofadinhas - estava querendo desde o quinto ano.

-Foi uma votação injusta. Não levaram em conta o meu excelente desempenho como artilheiro.

-Ah, não? O que foi então? – perguntou Pedro

-O Sirius já saiu com as três meninas do time...

-Não precisa falar mais nada, Tiago... – falou Remo rindo

-A lua cheia é semana que vem, né?

-Sirius, você precisa apelar?

-Vai, Aluado. Leva numa boa.

Lupin o olhou com uma cara de “você está brincando, não?”

-De qualquer forma, o que vamos fazer esse mês? – perguntou Tiago

-Dar uma volta pela floresta não parece má idéia – falou Sirius.

-Por que, pra variar, a gente não fica na casa dos gritos.

-Ah, Aluado, larga de ser a vergonha do dormitório. – disse Sirius

-Quê??

-Ele ainda não superou o fato de você ter sido nomeado monitor-chefe – explicou Tiago

-Almofadinhas, meu caro amigo, só estou sendo um pouco responsável.

-Então pode parando e seja mais maroto. Nunca aconteceu nada, por que aconteceria agora?

E Remo, como sempre se deixava convencer.

N/A: Oi de novo... o que acharam desse capítulo?

Estou meio insegura de continuar postando essa fic, então pra quem teve a enoorme paciência de ler até aqui, por favor, deixe um comentariozinho. Só pra eu saber se eu estava numa intensa crise de não ter o que fazer quando resolvi começar essa história, se o texto está confuso... espero que os próximos capítulos fiquem melhores.

Beijos...

.*.Palas.*.

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