Do Expresso Para Casa



A sensação de ir embora, mesmo quando você não quer. A sensação de que às vezes as coisas não podem ser consertadas.


(Laços Inseparáveis - Emily Giffin)



    Lily, Júlia, Alice e Clara andavam rindo pelo corredor do grande Expresso de Hogwarts, sendo paradas e cumprimentadas pelo show d‘As Loucas…


     — Vamos até a cabine dos Marotos? - perguntou Clara, e diante da cara feia que Lílian fez, completou: - Ai, Lils… Vamos… Alguém precisa ficar de olho neles, não?


     A ruiva respirou fundo e assentiu.


     Elas quatro foram andando até chegarem em uma cabine onde um Snap Explosivo acabava de explodir na cara de Pedro.


      Júlia bateu na porta da cabine, e os quatro garotos no vagão viraram o rosto para as quatro meninas que estavam lá fora.


     — Ruivinha, meu amor! - exclamou Tiago, enquanto Remo abria a porta e as meninas entravam, se sentando.


     — Potter, é o último dia que vamos nos ver até o próximo ano, então não vou brigar com você. Quero adiantar minha paz, entende? - questionou ela, tirando o "caderno L.E." (como Tiago gostava de chamá-lo) e um livro trouxa da mala, começando a ler.


      Os Marotos começaram a conversar de Quadribol, enquanto Júlia, Alice e Clara riam de alguma coisa e Lílian lia.


     — PIROU SIRIUS?!?! O Chudley Cannons é muito melhor que os Tornado de Tutshill! - gritou Tiago, em tom acusador.


     Lílian finalmente tirou o livro do rosto, e olhou Tiago de olhos arregalados.


     — Você é quem pirou Potter! Os Cannons não ganham um jogo a séculos! Os Tornados são simplesmente o melhor time da Grã-Bretanha e Irlanda! - retrucou ela.


     Os Marotos a olharam surpresos.


     — Você… Você entende de Quadribol? - perguntou Tiago, a olhando com admiração.


     Lílian soltou um muxoxo de desagrado.


     — Claro que entendo! Você acha que eu sou o que? Posso ser nascida-trouxa, mas já vi todos os jogos de Quadribol lá em Hogwarts, viu?


     — E você torce pros Tornados? - perguntou Sirius, com um grande sorriso no rosto.


     — Óbvio! - respondeu ela.


     — Pedro, dá licença pra minha ruiva, ela vai sentar do MEU lado, porque pessoas que torcem pros Tornados merecem o lugar de honra! - disse Sirius, fazendo Pedro se levantar e trocar de lugar com Lílian, que começara a rir da cara que Tiago fez quando Sirius passou o braço pelos ombros de Lily quando ela se sentou.


     A ruiva guardou os livros na mala e ficou conversando com os Marotos, que pareciam surpresos por ela saber tanto assim sobre Quadribol…


     — Minerva disse que talvez ano que vem eu narre um dos jogos. Ela disse que geralmente monitores não narram os jogos mas… Bom, ela disse que talvez eu possa ser uma exceção. - comentou Lílian, animada.


     — Verdade, ruiva? - perguntou Sirius, mexendo nos cabelos acaju da garota.


     Lílian assentiu e o olhou curiosa, e ele, como que se comunicando com ela por olhares, apontou Tiago, e ela abriu um grande sorriso.


     — Verdade, Six. Então, como vai a Dora? Sabe, não consegui falar muito com ela nos últimos dias de aula, já que tiveram os N.O.Ms, os ensaios d‘As Loucas, etc, etc, etc… - perguntou ela com um sorriso sedutor, entrando na brincadeira.


     — Ahhhh… Também não vi muito ela, sabe… Mas vamos conversar de outra coisa. - disse ele, abraçando-a pelos ombros e mexendo nos cabelos dela.


     — Hummm… - murmurou ela, parecendo não um pouco incomodada com a proximidade de Sirius - Como vai o Remo? - cochichou ela.


     — Mais ou menos. Semana passada foi Lua Cheia, sabe, e ele, como sempre, ficou muito mal… - cochichou ele de volta.


     Eles começaram a conversar por sussurros, deixando Tiago irritado.


     — ALMOFADINHAS, DÁ PRA VOCÊ TIRAR AS SUAS PATAS DA MINHA RUIVINHA?!?!?! - berrou Tiago, fazendo todos na cabine pularem de susto.


     — Almofadinhas? - instigou Alice, franzindo o cenho.


     — Hummmm… Desculpe. Sirius, não Almofadinhas. - resmungou ele.


     — Bom, querido Tiago, perdão, mas não vou soltar a Lil, porque agora ela é a MINHA ruiva, e não a sua. A fila andou, meu caro… - irritou Sirius.


     — Ora, seu…


     — Gente, gente, gente… Eu sei que eu sou linda, maravilhosa e incrível, mas não precisam brigar por mim! - interferiu Lílian, fazendo todos rirem.


     — Você anda passando muito tempo com a Jú, Lils! - brincou Clara, fazendo Júlia soltar um "Hey!"


     — E vou passar mais tempo ainda. - disse ela, e Lílian e Júlia trocaram sorrisos cúmplices.


     — Como assim? - perguntaram todos, em uníssono.
 

     — Na hora certa, vocês vão saber. - disse Júlia, misteriosa.


     De repente, o trem parou, e as pessoas começaram a descer do Expresso.


     Lílian sentiu um aperto enorme no coração ao desembarcar e não ver seu pai e sua mãe, a esperando na plataforma…



               ~~~



     — Pronto, aberração. - falou Petúnia, colocando as últimas coisas de Lily na mala dela.


     Ela não iria ficar na casa de seus pais. Não mesmo! Eles deixaram a casa para Túnia, e pra ela a maioria das jóias e bens. 


     Lily iria morar com Júlia, em Oxford, não em Londres, na Rua dos Alfeneiros… E pensar que antes a casa 4 naquela rua fosse sua favorita…


     A ruiva pegou suas coisas, e, antes de sair, deu mais uma olhada no seu antigo quarto, agora sem suas fotos de Hogwarts, suas roupas… Sem nada.


     Lílian suspirou e desceu as escadas, e, ao chegar na frente da casa, levantou a varinha, no que um grande ônibus roxo-berrante apareceu na sua frente.



            ~~~



     — Você é louca! - berrou Sirius, olhando sua mãe com um tremendo ódio.


     — Louco é você! Como você ousa contar para a sua pretendente que você foi para Grifinória, e que não é contra sangues-ruins? Você é uma vergonha para o mundo bruxo! - respondeu a mãe dele, tirando a varinha do bolso e prendendo ainda mais as correntes que seguravam Sirius no teto do porão.


     — Você achava mesmo que eu me casaria com aquela maldita que é aquela tal de Laurence? Você só pode ter enlouquecido! - gritava Sirius, tentando se soltar.


     — A Srta. Itont é uma ótima pretendente, seu traidor do sangue! - retrucou a mãe dele, se retirando do porão.


     Sirius sentia muito raiva. Muita raiva. De repente, ele sentiu um calor engraçado nos pulsos que as correntes prendiam, e ele levantou a cabeça, vendo-as abrir com um estalo.


     Extremamente surpreso, ele, em silêncio, foi até seu quarto, arrumou todas as suas coisas e desceu até a sala, carregando sua mala e sua outras coisas.


     Ao chegar lá, encontrou sua mãe que o olhou com ódio.


     — Como você conseguiu fugir, seu grande traidor? - berrou ela.


     — Fugindo! E vou fugir de novo! Vou embora deste lugar! Vou embora deste inferno! 


     — Se você sair daqui, você não vai mais ser meu filho!


     — Ótimo! Eu sempre sonhei com isso! - respondeu Sirius, irônico.


     Entrou junto de sua mala na fogueira e jogou nela Pó de Flu, e, antes de desaparecer, falou bem alto:


     — Mansão Potter! 

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