Capítulo II
Estava sentada na minha cama terminando o dever de Biologia quando ouvi os resmungos vindo da janela, abri a cortina e pude observar Scorpius discutindo com alguém, que eu supus ser a megera da sua namorada, no celular. Ele parecia bem frustrado, não que precisasse de muito para ficar assim quando o assunto era ela.
A Emmeline era a típica menina patricinha e nojenta, aquelas da qual ninguém conseguia manter um papo firme durante mais de dez minutos sem que ela começasse a dizer besteira ou se vangloriar com seus atributos superestimados. O lance entre ela e Scorpius era muito mais físico e por mais que fosse claro que essa situação soava desconfortável para Scorpius, ele nunca tomava uma atitude maior.
Observei quando ele largou o celular na escrivaninha e sentou-se na cama passando as mãos pelo cabelo em um gesto nervoso. Corri a procura do meu caderno e escrevi “Você está bem?” em letras grandes e visíveis e esperei que ele olhasse em minha direção. Quando o fez, soltou um suspiro e seus braços esticaram em direção ao chão procurando por algo em baixo da cama para logo em seguida ser visível seu caderno com a frase “Estou cansado de drama” e o sorriso cansado invadir seu rosto.
Sorri de volta procurando em minha cabeça por algo que permitisse que aquele pequeno diálogo não acabasse ali. Em movimentos involuntários tive meu caderno levantado com a frase “Eu te amo” escrita nas mesmas letras grandes anteriores. Senti meu rosto esquentar e quando abaixei meu caderno da frente do meu rosto, pronta para enfrentar a vergonha eterna, percebi que a cortina de seu quarto estava fechada.
Você não tinha lido sobre os meus sentimentos e por um momento pude me sentir aliviada, para logo em seguida abalada. Era bom saber que você não pararia de falar comigo por conta do meu amor patológico, mas era ainda pior esconder aquilo e fingir estar tudo bem enquanto você sofre por alguém que não te merece.
Desanimada com o dever de casa, caminhei em direção ao rádio procurando por uma música que me distraísse quando a voz de Taylor Swift soou perfeita em uma música que parecia ter sido feita para mim.
Empolgada com a letra e a melodia comecei a dançar em frente ao meu espelho, usando a velha escova de pentear os cabelos como microfone, fazendo caras e bocas para o meu reflexo.
You‘re on the phone with your girlfriend “Você está no telefone com a sua namorada
She‘s upset, she‘s going off about Ela está chateada, ela está reclamando
Something that you said Com algo que você disse
She doesn‘t get your humor Ela não entende o seu humor
Like I do Como eu sei”
I‘m in my room Estou no meu quarto
It‘s a typical tuesday night é uma típica noite de terça-feira
I‘m listening to the kind of music Estou ouvindo o tipo de música
She doesn‘t like que ela não gosta
She‘ll never know your story Ela nunca vai saber sua história
Like I do Como eu sei
But she wears short skirts, I wear t-shirts Mas ela usa saias curtas, eu uso camisetas
She‘s cheer captain, Ela é líder de torcida
and I‘m on the bleachers eu estou nas arquibancadas
Dreaming about the day Sonhando com o dia
when you wake up and que você irá acordar e achar
That what you‘re looking Que o que você estava procurando
for has been here the whole time esteve bem aqui todo tempo
If you could see Se você pudesse ver
That I‘m the one Que eu sou a única
Who understands you Que te entende
Been here all along Que esteve aqui por todo esse tempo
So why can‘t you see me Então por que não pode ver
You belong with me Você pertence a mim
You belong with me Você pertence a mim
Walking the streets Andando pelas ruas
With you and your worn out jeans Com o se jeans desgastado
I can‘t help thinking Eu não consigo evitar pensar
this is how it ought to be que é assim que deve ser
Laughing on a park bench Rindo em um banco do parque
thinking to myself pensando em mim mesmo
Hey, isn‘t this easy? Ei, não é tão fácil?
And you‘ve got a smile E você tem um sorriso
That could light up this whole town Que poderia acender essa cidade inteira
I haven‘t seen it in a while Eu não tenho visto à algum tempo
Since she brought you down Desde que ela te deixou pra baixo
You say you‘re fine você diz que está bem
I know you better than that Eu te conheço melhor do que ela
Hey what are you doing with a girl like that Ei, O que você está fazendo com uma garota assim?
But she wears high heels Mas ela usa salto alto
I wear sneakers Eu uso tênis
She‘s cheer captain Ela é a capitã de líderes de torcida
I‘m on the bleachers Eu estou na arquibancada
Dreaming about the day Sonhando com o dia
When you wake up and find Que você irá acordar e descobrir
That what you‘re looking for O que você estava procurando
Has been here the whole time Esteve bem aqui todo o tempo
If you could see Se você pudesse ver
That I‘m the one Que eu sou a única
Who understands you Que te entende
Been here all along Que esteve aqui por todo esse tempo
So why can‘t you Então por que você não pode
See, you belong with me Ver que você pertence a mim
Standing by and waiting at your backdoor Em pé ao lado e esperando em sua porta dos fundos
All this time Todo esse tempo
How could you not know baby Como você pode não saber
You belong with me Você pertence a mim
You belong with me Você pertence a mim
Oh, I remember you Ah, eu lembro de você
Driving to my house Você dirigindo até minha casa
In the middle of the night No meio da noite
I‘m the one who makes you laugh Eu sou a única que te faz rir
When you know you‘re about to cry Quando você está quase chorando
And I know your favorite songs Eu sei suas músicas favoritas
And you tell me about your dreams E você me conta sobre seus sonhos
Think I know where you belong Penso que eu sei aonde você pertence
Think I know it‘s with me Penso que eu sei que é a mim
Can‘t you see Você não pode ver
That I‘m the one Que eu sou a única
Who understands you Que te entende
Been here all along Que esteve aqui por todo esse tempo
So why can‘t you see? Então por que você não consegue ver?
You belong with me Você pretence a mim
Standing by and waiting at your backdoor Em pé ao lado e esperando em sua porta dos fundos
All this time Todo esse tempo
How could you not know baby Como você pode não saber
You belong with me Você pertence a mim
You belong with me Você pertence a mim
You belong with me Você pertence a mim
Have you ever thought Você já pensou
Just maybe Que talvez
You belong with me Você pertence a mim
You belong with me Você pertence a mim
Pulei em minha cama, dando um final digno para minha apresentação enquanto ainda cantarolava sua melodia. As folhas dos deveres estavam espalhadas no chão onde eu sapateei em cima durante a dança, uma das minhas almofadas acertara a fina televisão que quase saiu do lugar e meu microfone *Escova* derrubara meu despertador que agora jazia morto no chão.
Comecei a rir de mim mesma. Pouco depois meu irmão abriu a porta do quarto e mesmo sem saber o porquê de tudo aquilo me acompanhou com suas gargalhadas.
****--****
-Rose, Rose acorda! ROSE!
Levantei num pulo me embolando no cobertor e indo de cara no chão. Ouvi a risada de Hugo e o encarei com a pior cara que consegui fazer no momento.
- O que pensa que está fazendo?
- Você tem aula e está atrasada!
- Impossível! O meu despertador...
As palavras ficaram no ar, em pânico eu observei o que um dia foi meu despertador e então busquei meu celular procurando por auxilio. 10 minutos para o sinal da primeira aula.
- E o que você está fazendo aqui? Porque não me acordou antes? – Perguntei enquanto me levantava e começava a me trocar ali mesmo, inutilmente tentando juntar as folhas e enfiar na mochila ao mesmo tempo.
- Estou de suspensão. Não vim antes porque pensei que você já tivesse saído, foi quando lembrei que você mencionou que quebrou seu despertador enquanto dançava. – Ele não segurou a risada, sabia que ele estava me imaginando cantando de pijama com uma escova e depois acidentalmente partindo meu despertador em dois numa crise de loucura.
Não disse mais nada, o larguei rindo da minha desgraça no quarto e corri para cozinha. Não estava com minhas habituais calças de moletom e sim com uma desconfortável calça jeans justa que impedia parte dos meus movimentos, porém era a única que encontrei debaixo da minha cama, minha camiseta era baby look do time de futebol favorito do meu pai, eu me recusava a usa-la pela forma como apertava nos peitos *meu pai apoiava meu ponto de vista, já que quem tinha comprado ela fora minha mãe* mas era a única disponível no meio da muvuca do meu material escolar.
Peguei um suco de caixinha na geladeira, agarrei a mochila ainda aberta arrastando-a comigo até a sala onde usurpei a jaqueta do meu irmão, que era maior do que eu, e escondi a vergonha que era a minha roupa e meu corpo exposto indo finalmente para a porta.
5 minutos.
Sentado no banco em frente a minha casa estava Scopius, fiquei surpresa, mas não tanto quanto ele quando viu minhas roupas. Sorri sem graça.
- Imaginei que se atrasaria. – Disse após me cumprimentar brevemente.
- E porque imaginou isso?
- Bom, eu assisti seu show particular ontem, você deveria tomar mais cuidado com aquele seu microfone. – Soltou debochado – Ou com sua janela. - Senti meu rosto esquentar e minhas pernas bambearem. Ele viu?
Scorpius riu da minha reação e antes que pudesse fazer algo uma buzina alta soou. Atrás de nós estava parada Emmeline em seu carro, ela não parecia feliz com minha presença e seu olhar demonstrou muito mais desgosto do que eu perante meu vestuário.
Com outro breve cumprimento, Scorpius se afastou de mim indo até o carro, onde sua namorada tascou-lhe um beijo daqueles de cinema. Após se afastar piscou para mim *vadia* e deu partida no carro, abandonando-me em uma crise de nojo na calçada vazia.
Fiquei tentada a voltar para casa e dormir até a semana seguinte, mas não podia falta hoje, não na revisão das provas.
2 minutos.
Corri.
****--****
A escola não ficava muito longe. Eu sempre costumava ir a pé, mas aquela corrida tinha acabado comigo. Eu nunca usava maquiagem, então a falta de tempo para coloca-la não me afetou, porém para compensar a falta de escovação dentária comi um chiclete de menta para aliviar meu hálito.
Meus cabelos nunca ficavam armados, independente do fato de você ter acordado e não penteado eles. O problema era que eu não tinha trazido elástico para prendê-los e por conta do suor eles grudavam na minha testa. A única coisa que estava em seu lugar era meus óculos.
Bati na porta da sala de aula. Era proibido entrar nela após 10 minutos, porém, para minha felicidade, só haviam passados 8 minutos.
O professor pediu que eu entrasse e se surpreendeu junto com a sala de aula. Assim como eu nunca usava aquelas roupas desconfortáveis e apertadas, eu nunca chegava atrasada.
- Me desculpe senhor, meu despertador quebrou e eu acabei me atrasando. – Expliquei ainda sem fôlego. Ele sorriu gentil e pediu que eu me sentasse.
Ouvi a risada de Scorpius com o fato do despertador e me dirigi ao meu lugar ao lado de Alvo. Sorri quando este piscou para mim e ignorei o babaca que ria da minha desgraça pela segunda vez no dia.
O murmurinho sobre minha aparência durou as três primeiras aulas inteiras e eu ainda tive que explicar a Alvo e um Scorpius enxerido a escolha da minha vestimenta. Respondi a perguntas do tipo “O que essa sua calça estava fazendo debaixo da cama?” ou “Quando é o próximo show?” “Posso aparecer por lá na próxima?”.
Lanchei na sala para evitar a ovação do refeitório*Alvo comprou e trouxe minha comida* e voltei à rotina das três primeiras aulas novamente até a hora da saída.
****--****
Quando cheguei em casa Lily, minha prima que também estava de suspensão como Hugo, estava sentada no sofá da sala junto do que me pareceu ser três vestidos de festa.
- O que é isso Lily? – Perguntei me sentando ao lado dela e abandonando minha mochila atrás do sofá.
- São vestidos oras. Eu fiquei sabendo pelo Alvo sobre o baile que vai ter no seu colégio esse fim de semana então pedi os vestidos emprestados para minha mãe. Qual você vai querer? Eu prefiro esse verde, combina mais com você.
- Quem diabos disse que eu vou nesse baile?
O baile do fim do semestre era o mais esperado por todas as garotas do colégio e exatamente por isso que era o dia mais temido por mim. Não era necessário ter um par, mas as pessoas que costumam ir sem eram zuadas pelo resto do ano. Eu nunca me atrevi a ir para um desde que entrei no ensino médio e embora seja claro minha aversão por vestidos e lugares cheios de pessoas que me odeiam, sempre que chega nessa época do ano Lily tenta me convencer do contrário.
- Mas é seu ultimo ano, se você não for nesse eu te obrigarei a ir ao outro nem que tenha de ir junto. – Lily costuma ter uma postura bem ameaçadora.
Como ficou obvio esses bailes ocorrem duas vezes ao ano, Alvo e Scorpius nunca perderam unzinho sequer, assim como o resto do seu grupinho.
- Você sabe que odeio esses bailes e eu não preciso de mais motivos para ser uma piada.
- Mais motivos? Que motivo ir ao baile pode causar?
- Bom, que tal o fato de não existir um menino sequer naquele colégio que gostaria de ir ao baile comigo? – Respondi irônica, me levantando para fazer o almoço.
- É claro que existe. Você é linda, só um pouquinho estranha. – Lily me seguiu. – Você ficou muito bem com essa roupa de hoje.
- Estou ridícula com esse negócio. – Já tinha largado a jaqueta no sofá da sala então arranquei a minha blusa e coloquei no balcão. Assim era bem mais confortável. – E também não existe menino nenhum com quem eu gostaria de ir ao baile.
- Tem certeza? Vai dizer que se o Scorpius não tivesse uma namorada você não adoraria chama-lo para ir com você? – Lily insinuou.
Coitada, imagina o quanto ela me encheria o saco se descobrisse que eu queria chama-lo mesmo ele tendo uma namorada.
- Não – Menti na cara dura. – Agora vai para sala, você está atrapalhando e eu estou tentando cozinhar.
Ela saiu sem reclamar. Terminei o almoço rapidinho e servi em três pratos. O barulho do videogame na sala estava bem alto e quando fui chama-los para almoçar quase tive um ataque cardíaco.
Scorpius e Alvo estavam sentados no sofá, ambos estavam participando do jogo e assim como os outros dois pararam para me observar.
- O almoço está pronto.! – Tentei dizer sem gaguejar lembrando da camiseta que jazia no balcão da cozinha. Lily gargalhou alto com a minha situação enquanto o próprio Hugo corria para me cobrir com o corpo. – Ei calma Hugo. Veja pelo lado bom, pelo menos deu tempo de colocar o sutiã hoje de manhã. – Disse ácida empurrando-o para longe e aumentando as crises de Lily. – Avise presença quando vir para casa dos outros Alvo. – Caminhei em sua direção depositando um pedala em sua cabeça e pegando a jaqueta de Hugo que tinha deixado no sofá.
- Tem almoço pra gente? – Perguntou rindo.
- Claro. – Disse. Então pela primeira vez desde que atravessei a porta encarei Scorpius. – Pra você também, podem ir para cozinha vou colocar uma blusa rapidinho e já volto. – Percebi seu rosto corado e seus olhos direcionados para a jaqueta que ainda estava aberta. Pervertido.
Virei-me e fui para o quarto, depois de trocada desci e almocei com todos, sempre evitando o olhar de Scorpius. A ficha sobre o fato dele ter me visto de sutiã ainda não tinha caído.
Antes de ir embora Lily gritou para todos que deixaria o vestido verde para caso eu mudasse de ideia. Babaca!
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Faltava um dia para o baile e Lily ainda não desistira da ideia de me convencer, embora eu já tivesse admitido que aquele vestido era lindo e combinava bastante comigo.
Ela estava na minha casa tentando me obrigar a vestir aquelas calças apertadas novamente para que fossemos ao jogo de futebol onde Alvo e Scorpius participariam. No final, eu desisti de citar os movimentos que aquilo restringia e somente a enfiei no corpo com sua ajuda.
Estávamos indo a pé junto de Hugo e sentamos todos juntos apesar do convite que os dois receberam dos amigos da outra escola. James, o irmão mais velho de Lily e Alvo, se juntou a nós nos surpreendendo. Ele não costumava se desgrudar da namorada para se juntar aos primos, porém a confusão durou pouco quando ela apareceu e sentou junto de nós.
Demetria era uma menina incrível, a primeira por quem James se apaixonou e que finalmente o botou na coleira.
Os jogadores começaram a entrar em campo 15 minutos depois de nossa chegada, e atrás deles vieram às líderes de torcida com as sobras de tecido que chamam de roupas. Emmeline liderava a manada e antes do apito soar fez questão de se esfregar ao máximo em Scorpius depois de um beijo que supus ser de “Boa Sorte”.
Com poucos minutos para o final do jogo as escolas estavam empatadas e os jogadores desanimados, os dois gols do nosso time haviam sido feitos por Alvo o que desencadeou a loucura em mim e em meus primos.
Scorpius parecia perdido, embora tivesse tido uma grande participação em todos os lances anteriores do time. Percebi quando seu olhar pousou em mim e sem perceber as palavras escaparam da minha boca.
“Ganhe. Ganhe por mim!”
Ele pareceu fazer um esforço para ler meus lábios, mas então sorriu. Como se o que eu pedi fosse algo natural e muito normal devido nossa situação. Afinal, que motivos ele teria para ganhar um jogo por mim?
Porém, mesmo sem saber seus motivos ele roubou a bola do adversário e correu como se tivesse acabado de recuperar o fôlego do jogo inteiro e chamou por Alvo que o acompanhou em troques de passe até o gol. Quando estavam de cara para o goleiro pude ver Alvo fazendo um movimento com os braços como se dissesse “Faça as honras” e Scorpius sorriu não dando tempo de reação ao goleiro.
A torcida foi abafada pelos gritos que eu e meus primos *Pulmões de Wesley são fortes* demos e Emmeline começou seu show erótico para que a atenção voltasse a si novamente. Scorpius me encarou dando uma piscadela antes de se reunir ao time na comemoração.
Com os ânimos renovados os jogadores da nossa escola conseguiram segurar o jogo e nos garantir a vitória. Porém o mais chocante do jogo veio quando eles estavam prestes a deixar a quadra. Emmeline barrou um dos alunos do time adversário e não reclamou quando este a agarrou em frente a toda multidão e principalmente em frente à Scorpius.
Eu nunca cheguei a descobrir que circunstâncias seguravam aquele relacionamento, porém ela nunca tinha demonstrado qualquer afeto por ele e tudo relacionado a eles envolvia a atração física iminente. Alvo arrastou Scorpius que pareceu não ter reação diante da cena e ambos abandonaram a quadra, assim como Lily me arrastou para que fizéssemos o mesmo com as arquibancadas.
Neguei a ida ao vestiário e esperei para nos encontrarmos do lado de fora. Iríamos passar em um restaurante qualquer para encher a barriga e depois casa. Scorpius não pareceu alterado e acenou sorrindo quando Hugo perguntou se estava bem, ele também não tocou no assunto sobre meu pedido absurdo e a conversa girou em torno sempre da comida. *Wesleys também possuem um estomago forte e fundo*
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Era a noite do baile e eu estava na cama em meio a montes de cadernos e apostilas me preparando para o simulado que ocorreria dali duas semanas. Era frustrante o fato de existir uma prova que atrapalhe suas férias, mas achei que fosse um bom uso para minha noite vazia.
Minha janela estava aberta e o quarto da frente tinha a luz acesa. Fazia tempo que nós não tínhamos nossas conversas por meios daqueles pequenos textos. Enquanto eu observava o quarto Scorpius saiu do banheiro, arrumado com uma beleza de dar inveja.
Ele iria ao baile sozinho e o fato que tanto incomodava alguns não faria diferença para ele, já que era só ele estalar os dedos e um par apareceria.
Seu olhar se encontrou com meu e pude vê-lo abaixar e levantar um caderno consigo nele continha as palavras “Você vai hoje a noite?”
Com o coração acelerado, mas ainda entediada escrevi no meu “Não, vou estudar!”
Ele fez um careta e novamente levantou seu caderno “Queria que você fosse”
Então sorriu deixando o caderno de lado e levantou com toda a elegância que possuía naquele terno caminhando para fora do quarto, e consequentemente da minha visão.
A música que meu irmão até então ouvia na sala mudou e a melodia daquela música que um dia me fez dançar a ponto de quebrar meu despertador soou animada.
Os trechos finais foram como um tapa na minha cara e então eu notei no meu caderno aquela folha onde eu tinha escrito aquelas três palavrinhas.
Standing by and waiting at your backdoor Em pé ao lado e esperando em sua porta dos fundos
All this time Todo esse tempo
How could you not know baby Como você pode não saber
You belong with me Você pertence a mim
You belong with me Você pertence a mim
You belong with me Você pertence a mim
Have you ever thought Você já pensou
Just maybe Que talvez
You belong with me Você pertence a mim
You belong with me Você pertence a mim
Levantei da minha cama num pulo e procurei pelo meu celular. No terceiro toque Lily atendeu e avisou estar vindo o mais depressa que podia. Sorri para mim mesma enquanto segurava o vestido verde que ela abandonara na minha casa.
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Estava correndo pelos corredores do colégio, me sentia estranha. Lily que me arrumara acabou por me obrigar a abandonar meus óculos e colocar as malditas lentes de contato quee irritavam meus olhos, o vestido em especial destacava curvas que minha decência nunca permitiu mostrar e meus cabelos estavam arrumados em um penteado maluco que Lily fez questão de roubar 30 minutos do meu tempo para fazer.
Meu rosto estava com a tão temida *por mim* maquiagem, os sapatos de salto alto me permitia o desafio de permanecer em equilíbrio enquanto andava e em minha mão O papel estava apertado tanto como meu coração.
Entrei no salão chamando muita atenção. Todos me encaravam como se um ET tivesse acabado de pousar na terra, embora eu achasse que a duvida era “Quem é aquela moça?” e não “Aquela nerd se transformou nisso?”. Eu realmente duvidava que reconhecessem a mim, ou sequer se lembrassem.
Scorpius acabou acompanhando a deixa de todos e se virou para olhar o extraterrestre que veio lhes visitar e seus olhos se arregalaram. É, ele reconheceu.
Para a minha surpresa ele sorriu, uma sorriso grande de 32 dentes que fez minhas pernas bambearem e então lentamente caminhou em minha direção. Senti meu coração batendo contra minha caixa torácica em um ritmo alucinante que parecia estar prestes a explodir e com grande esforço sorri também.
No meio do seu percurso ele foi barrado por Emmeline que prontamente foi ignorada. Seus olhos não desviavam dos meus e todos pareciam abrir espaço para que ele chegasse até mim. Num surto de coragem levantei e desdobrei o papel amarrotado. Pela segunda vez na noite seus olhos se arregalaram e então o sorriso aumentou, se é que fosse possível.
Lentamente levou sua mão ao próprio bolso e tirou um papel parecido, revelando o conteúdo que fez minha adrenalina subir a mil. Em uma letra surrada e desleixada estava lá, as três palavrinhas malditas que aqueceriam meu coração pelo resto da minha patética existência.
“Eu te amo”
Sorri tremula e aceitei seu próximo ato de bom grado. Ao longe, bem longe, ouvi a voz de Alvo cantarolando enquanto puxava um coro de assovios.
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Sou Rose Wesley, uma aluna do ultimo ano do colégio que teve seu primeiro beijo em um dos patéticos bailes da escola com o menino por quem nutria uma paixão platônica e sempre acreditei nunca ser correspondida.
Meus pais ainda estão em lua de mel, eu ainda divido a casa com meu irmão mais novo *que demonstrou ser bem ciumento*, ele e Lily continuam aprontando na escola e Alvo e Scorpius ainda são as únicas pessoas com quem falo na escola a diferença é que agora eu posso dizer que Scorpius é meu e unicamente meu namorado!
Comentários (1)
Caralhooooooo! Que fic perfeita! Exatamente o drama da Tay na música! Me declarei pro meu marido usando essa música! Lembro como se fosse hoje!! *------*
2014-07-30