Cap.16: Telefonema Indesejado



TELEFONEMA INDESEJADO


   - Convento São João Paulo II, boa noite - disse simpatica Irmã Irene ao atender o telefone da secretária do convento.


  - Boa noite irmã, desculpe pelo horário impróprio, mas será que eu poderia falar com Irmã Evangeline? - Irmã Irene identificou a voz como sendo a de um homem idoso com forte sotaque alemão.


  - Quem deseja falar-lhe? - perguntou Irmã Irene.


  - Dom Samuel Brachmann, Arcebispo de Londres.


  - Só um momento exelência - disse a Irmã e passou a linha para o telefone privativo de Evangeline.


  Irmã Evangeline estava cabisbaixa, sentada em sua cadeirinha de madeira ao lado da janela de seu quarto, "Meu Deus, o que aconteceu com o meu filho?" - pensou, quando sem aviso o telefone tocou, imediatamente correu para atende-lo.


  - Otton meu filho, é você? - perguntou Evangeline com voz afobada.


  - Infelizmente não Irmã, aqui é Dom Samuel e as notícias que tenho para lhe dar são terríveis - disse Samuel com voz triste.


  - Não, não, Meu Deus, por favor... prossiga exelência - pediu Evangeline.


  - Sei que esse tipo de noticia jamais deve ser dada por telefone, mas em virtude da distância que nos separa não tive outra opção - "senhor dai-me força", pediu Samuel - Otton foi envenenado Evangeline e está internado em estado grave, ele está respirando com ajuda de aparelhos, o médico disse que o pulmão dele não quer colaborar com a sua recuperação... ele está muito mal Irmã, eu lhe rogo que venha o mais rápido possível para Londres, Otton necessita de sua presença.


  Evangeline ficou em estado de pânico, "meu filho envenenado... mas, por que?" - pensou.


  - Como assim envenenado exelência, o que meu filho fez para merecer isso senhor? - disse exasperada - estou me encaminhando para ai neste exato momento.


  - Eu lhe encontro no aeroporto, sim? - disse Samuel com a voz embargada.


  - Obrigada exelência, e por favor, cuide do meu filho enquanto eu não estiver ai, por favor - suplicou Evangeline quase chorando.


  - Na graça de Deus irmã - e desligou o telefone, e sentiu uma lágrima rolar de seu olho silênciosamente, Samuel não conseguia se manter frio, estático, perante a dor de uma mãe - Sr.Dumbledore, preciso ir para o aeroporto esperar pela mãe de Otton, ela já está a caminho.


  - Eu levo o senhor até lá - disse Dumbledore amigavelmente.


  - Muito obrigado.


  - O senhor aceita um copo de água? - perguntou carinhosamente a recepcionista a Samuel.


  - Se não for muito incomodo minha filha, aceitaria sim - disse Samuel sentando-se em uma cadeira proxima ao telefone.


  - Aqui está senhor - disse amavelmente a recepcionista entregando o copo com água a Samuel.


  - Obrigado e que Deus lhe abençoe, minha filha, hoje e sempre - disse Samuel para a recepcionista em um tom choroso porém paternal.


  - Amém, o mesmo para o senhor - disse carinhosa.


  Samuel tomou lentamente o conteudo do copo, "quando se esta chorando muito, tomar água bem devagarzinho faz as láguimas irem embora meu amor" - lembrou-se da voz de sua mãe lhe dizendo isso amorosamente a muito tempo atrás.


  - Bem, podemos ir - disse terminado de tomar a água, segurou no braço de Dumbledore e desapareceram, reaparecendo em um beco muito escuro perto do aeroporto - obrigado Sr. Dumbledore, desculpe lhe atrapalhar por todo este tempo, posso seguir sozinho daqui.


  - Não é incomodo nenhum, eu acompanharei o senhor - disse carinhosamente ao velho arcebispo.


  - Então está bem, obrigado - disse Samuel agradecido, tinha quase certeza que não suportaria ficar sozinho naquela cituação, "Senhor Meu, Meu Mestre auxiliai esta alma que pede socorro, dai força senhor a este ser vivente que lhe serve...", rezou mentalmente Samuel enquanto caminhavam em direção ao aeroporto.


  "Não, Meu Deus não, não pode ser", Irmã Evangeline não sabia como agir, não conseguia raciocinar, só conseguia pensar que seu filho estava internado em estado grave, "o pulmão, denovo o pulmão Meu Deus, não deixe que ele passe por isso novamente Senhor" - pedia acaloradamente a Deus todo o tempo.


  Evangeline saiu de seu quanto e foi até os aposentos de Carmem e bateu na porta.


  - O que foi Evangeline? - perguntou Carmem, vendo o rosto da amiga enxarcado de lágrimas ao abrir a porta.


  - Meu filho está internado Carmem em estado grave, o bispo dele acabou de me ligar dizendo isso, e pedindo que eu vá para Londres agora mesmo, mas eu não consigo raciocinar Carmem - neste momento Carmem abraçou calorosamente a amiga de tantos anos.


  - Vai ficar tudo bem Evangeline, calma que tudo irá se resolver - a abraçou muito forte - venha vamos arrumar sua bagagem, vamos - e assim fizeram, e Irmã Carmem acompanhou Evangeline até o aeroporto e esperou a amiga embarcar, "tomara que de tudo certo" - pensou Carmem e regressou para sua morada.


  2:00 depois:


 


Era 1:00 da manhã quando Evangeline desembarcou em Londres e avistou um padre gordixinho de muito longe, caminhou em sua direção.


  - É o senhor o Arcebispo... - ia dizendo Evangeline ao padre gorduxinho quando aproximou-se dele, com os olhos muito vermelhos de tanto derramar lágrimas.


  - Sim, sou eu Evangeline - e Samuel abraçou-a - acalme-se criança, vai ficar tudo bem minha filha.


  - Por favor exelên... - ia dizendo Evangeline quando foi interromida por Samuel.


  - Por favor filha, pode chamar-me de Samuel, sim? - disse carinhoso.


  - Esta bem - disse enchugando algumas lagrimas que caiam por sua face - Samuel, por favor leve-me até meu filho - pediu Evangeline;


  - Querida já está tarde, é melhor você descansar e de manhã veremos como proceder.


  - Eu quero ver meu filho agora - disse firme.


  - Agora não Irmã, por agora você virá comigo e ficará hospedada em minha casa, descansará e pela manhã vamos vê-lo - disse Samuel com autoridade paterna - é o melhor a fazer filha - disse com olhar carinhoso.


  - É acho que o senhor tem razão - disse Evangeline pensando um pouco sobre o fato, só um pouco já que seus neuronios parecião não querer funcionar.


  - Evangeline desejo apresentar-lhe o Sr.Dumbledore, diretor da escola onde Otton estava a lecionar atualmente - disse Samuel.


  - Prazer, Evangeline - disse Evangeline apertando a mão de Dumbledore.


  - Todos nós da escola estamos muito preocupados com Otton, Sra.Evangeline, eu e todos os professores e alunos estamos torcendo pela rápida recuperação de nosso amigo - disse carinhosamente.


  - Muito obrigada senhor - disse agradecida pelo apoio.


  - Bem já está na hora de irmos, não? - disse Samuel - muito obrigado por acompanhar-me Sr.Dumbledore, pela manhã podemos nos encontrar novamente?


  - As 9:00 está bom?


  - Perfeito, em meu gabinete sim?


  - Claro - disse Dumbledore.


  - Mais uma vez, muito obrigado, de coração - disse Samuel a Dumbledore com olhar de gratidão.


  E com um sorriso sincero Dumbledore sumiu.


  - Caramba - disse Evangeline surpresa com o sumisso repentino de Dumbledore - ainda não me acostumei com essas coisas.


  -Muito menos eu Irmã, agora vamos precisamos descansar, nem que seja só um pouco - disse Samuel.


  E assim eles fizeram, pegaram um taxi e seguiram até a casa do arcebispo que ficava no centro de Londres e tentaram descansar o máximo que conseguiram, todavia o sagrado sono não queria vir de jeito nenhum.

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