Cap.15: Meu melhor amigo está



MEU MELHOR AMIGO ESTÁ MORRENDO, COMO ASSIM?


Irmã Evangeline era baixinha, gordinha, branquinha das bochechas rosadas, com os cabelos castanhos e lisos, e era de longe uma pessoa extremamente inteligente, sabia falar 6 línguas diferentes além de sua língua nativa, sabia o Inglês, Alemão, Latim, Polonês, Espanhol e Português, no geral era uma pessoa muito prestativa e calma, muito bondosa para com os outros, mas especificamente naquele dia 20/12/2025 ela estava bem preocupada.


  Do alto dos seus 1,56 ela adentrou o convento onde residia a 27 anos correndo em direção a seu quarto.


  - Irmã Evangeline o que ouve? Onde esta o Oto? - perguntou Irmã Carmem acompanhando o passo da amiga.


  - Oto não apareceu, fiquei esperando por duas horas, e nada, estou muito preocupada - disse Irmã Evangeline extremamente nervosa perdendo um pouco o pique da corrida, mas ainda sim andando bem rapido com Irmã Carmem em seu encalço.Suas vestes e veus farfalhado atrás delas.


  Depois de alguns minutos andando rapidamente pelos corredores do convento, Irmã Evangeline chegou ao seus aposentos e pegou velozmente o telefone para ligar para o filho.


  Digitou o telefone pessoal de Otton... nada, digitou o telefone do gabinete dele... nada, "chega, vou ligar para o bispo dele" - pensou e assim o fez.


  Digitou o telefone do gabinete de Dom Samuel...


  - Gabinete do Arcebiso de Londres, boa noite - atendeu o secretário.


  - Desculpe pela hora meu filho, mas será que Dom Samuel ainda se encontra - disse ofegante Evangeline torcendo para que o arcebispo ainda estivesse em seu gabinete, pois já passavam das 20:45 da noite.


  - Sim, sim - disse o homem parecendo cansado - deseja que a ligação seja repassada a ele?


  - Se não for muito encomodo - disse Evangeline recuperando um pouco da respiração.


  - Qual o nome da senhora?


  - Evangeline Schnnayder's.


  - Só um momento - disse a voz cansada do homem do outro lado da linha, alguns minutos depois...


   - Dom Samuel na linha -Dom Samuel Brachmann era um alemão muito simpático, gorduxinho, tinha estatura média, seus cabelos que um dia já foram de um louro ouro brilhante, hoje eram de um branco tão forte que chegavam a ter reflexos azulados, a pele branca como marmore com as bochechas, o nariz e o queixo pequenino extremamente rozados, seus olhos embora pequenos eram de um azul cortante, tinha a voz um tanto rouca pela idade de 73 anos - quem fala? - perguntou.


  - Exelência, aqui quem fala é Irmã Evangeline, mãe do Bispo Otton Schnnayder's - disse Evangeline um tanto apressada, o que deixou seu inglês um pouco falho e carregado.


  - Haaaaaaa sim, lembro-me da senhora - disse o arcebispo animado - e então o Oto chegou bem a Amsterdam?


  - É exatamente por isso que estou lhe telefonendo exelência, meu filho não chegou a Amsterdam, e eu me pergunto se ele perdeu o voo, se está comprometido com algo de seu serviço sacerdotal ou se aconteceu algo de mais grave - disse Evangeline preocupada ao telefone.


  - Mas ele disse-me que viajaria hoje de tarde e chegaria por ai as 18:00 - disse Dom Samuel espantado, em um sotaque alemão altêntico.


  - Sim exelência só que ele não apareceu, perdão, mas estou muito preocupada, o senhor sabe onde ele está? - indagou Evangeline.


  Dom Samuel sentiu um aperto em seu velho coração, durante os 3 anos que Otton rezidia em Londres e Chelmsford eles criaram uma bela amizade, "meu melhor amigo" - pensou Dom Samuel, sim Otton e Samuel era muito amigos, sempre que podiam, quando suas obrigações os permitiam, eles se encontravam e passeavam nos parques de Londres, "tá pra nascer alguém que goste mais de natueza do que ele" - pensou Dom Samuel, todas as vezes que Otton tinha a oportunidade de viajar para rever a mãe ele o contactava alguns dias antes e no dia da viagem passava em seu gabinete para dar-lhe uma abraço e só então partia para a Holanda, no entanto naquele ano, isso não havia acontecido.


  - Bem irei sondar, e ligarei para a senhora caso alguma informação apareça, certo? - disse Dom Samuel e desligou o telefone ao se despedir de Evangeline - Meu Deus, onde está o Oto? - se perguntou ao lembrar que naquela semana não havia recebido nenhuma carta de Otton, o que era algo estranho, já que todas as semanhas Otton lhe enviava uma carta e o mais estranho, todo dia 19 de cada mês, ele comparecia para rezar uma missa em sua capela privativa, algo que não aconteceu naquele mês - vou ao ministerio agora - disse Dom Samuel levantando-se de sua escrivaninha e indo em direção a porta de seu gabinete - Padre Orlando o senhor está dispensado por hoje - disse apresadamente ao ultrapassar a porta de seu gabinete e adentrar na recepção, logo em seguida colocou sua greca e seu prelaticio que estavam pendurados em um cabide preso a parede e encaminhou-se para a porta da recepção, chegando nesta parou e virou-se para Orlando - Orlando, não esqueça de trancar as portas quando sair, sim?Pois ontem vocês esqueceu. - disse carinhosamente com um sorriso paterno.


  - Claro exelência - disse Orlando - até amanhã, fique com Deus.


  - Você também Orlando, até amanhã - e dizendo isso Dom Samuel retirou-se do recinto, "nossa que frio aqui fora" - pensou ao chegar na rua, e seguiu em direção ao Ministerio da Mágia, "ainda bem que a entrada de visitantes não é tão longe daqui" - pensou, e andou por 20 minutos até chegar a velha cabine vermelha de telefone, adentrou-a e digitou o codigo para entrar no Ministerio, chegado a este dirigiu-se ao gabinete do Ministro da Mágia Arthur Weasley, "Dumbledore me disse que ele trabalha até as 21:00" - pensou dando uma olhada no relógio de pulso "são 21:15, tomara que ele ainda estaja aqui" - pensou.


  Ao chegar a recepção do gabinete do Ministro viu a recepcionista arrumando as coisas para partir, "será que dei sorte" - pensou Samuel.


  - Boa Noite senhorita, será que o Ministro ainda se encontra? - perguntou educadamente.


  - Bem ele está se preparando para retornar para casa - disse a recepcionista.


  - Por favor querida, se não for muito encomodo, você poderia dizer-lhe que Dom Samuel necessita falar-lhe, assuntos de Dumbledore, sim? - disse carinhosamente a jovem moça.


  - Dumbledore... só um instante - disse apresadamente a "rapariga" e adentrou rapidamente o gabinete do Ministro.


  "Esse Dumbledore deve ter realmente influencia neste universo" - pensou Dom Samuel.


  - Pode entrar senhor, o Ministro Arthur Weasley o espera - disse a menina, alguns momentos depois voltando ao seu lugar na recepção.


  - Obrigado pequena - disse paternalmente Dom Samuel ao adentrar o Gabinete - Senhor Weasley boa noite - disse Samuel a Arthur que estava sentado em sua cadeira.


  - Boa noite Dom Samuel, Dumbledore avisou-me que possivelmente poderia receber uma visita sua durante este ano letivo, sente-se por favor - disse Arthur levantando-se para apetar a mão do visitante com um grande sorriso no rosto.


  - Obrigado, senhor Weasley, mas prefiro ficar de pé, já que minha adrenalina esta a mil - disse Samuel rapidamente, em um sotaque alemão forticimo -  necessito urgentemente falar com o Prof.Dumbledore, o mais rápido possível.


  - Já até imagino o que seja... - disse Arthur lembrando-se dos fatos recentes ocorridos em Hogwarts - bem, estou saindo agora, posso leva-lo até Hogwarts, se assim desejar claro.


  - Muito obrigado, aceitarei vossa oferta - disse Samuel.


  - Então vamos - disse Arthur levantando-se e indo em direção a recepção - está dispensada por hoje, Srt.Finnigan - fechou a porta do escritorio e retornou até Samuel - vamos aparatar sugiro que o senhor segure com firmeza no meu braço e não pense em nada - disse colocando seu casaco e seu chapéu - vamos segure meu braço senhor Samuel - Samuel o fez e em um segundo estavam no meio do que parecia ser uma sala de um castelo bem antigo.


  - Alvo desculpe mas o Sr. Samuel deseja falar-lhe - disse Arthur.


  - Sejam bem vindos - disse Dumbledore meio desanimado - se quiser Arthur pode ir para casa, sei que esta cansado depois de um dia inteiro de trabalho.


  - Bem então boa noite a todos - e disendo isso sumiu.


  - O que o trás aqui Dom Samuel? - perguntou Dumbledore.


  - Otton - disse curto.


  - Oh sim, Otton, sente-se por favor - disse Dumbledore indicando a cadeira a frente de sua mesa ao bispo que sentou-se nesta.


  - Onde está Dom Otton senhor? - perguntou Samuel.


  - Bem receio que ele não esteja aqui.


  - E onde ele está? - Samuel perguntou quase pulando da cadeira, com o rosto todo vermelho.


  - No hospital, exelência.


  - Hospital, o que ele tem? - perguntou Samuel exasperado.


  - Bem, aconteceu no dia 15 deste mês exelência - e Dumbledore explicou o que havia acontecido a Dom Samuel, ao termino da história, o velho arcebispo ficou cabisbaixo colocando as ideias no lugar e tentando acimilar tudo quilo, "isso é loucura Meu Deus, como alguém pode ter feito isso com o meu amigo" - pensou.


  - Bem se não for muito incomodo - disse Dom Samuel com a voz um pouco falha - o senhor poderia levar-me até ele?


  - Claro  - disse Dumbledore levantando-se e parando ao lado do ansião - segure no meu braço - Samuel levantou-se e ficou meio arredio, "não estou gostando nada de ter que ficar segurando o braço dos outros" - pensou, mas fez o que foi pedido, no segundo seguinte os dois estavam em um lugar muito iluminado - senhorita, será que este senhor poderia visitar o paciente Otton Schnnayder's? - dizia Dumbledore enquanto encaminhava-se para a recepção.


  - Bem o horário de visitas já acabou faz tempo senhor Dumbledore - disse a recepcionista.


  - Por favor, eu sou um amigo muito próximo a ele - quem falou foi Samuel.


  - Só um momento, vou ver com o médico responsável por ele - logo em seguida apareceu o médico alto e loiro, que agora todos sabiam que se chamava Ernest.


  - Sim Sonia - disse seco, parecendo não ver Samuel e Dumbledore.


  - Doutor este senhor deseja ver o paciente Schnnayder's - disse indicando Samuel.


  - É pai? - perguntou Dr.Ernest virando-se para Samuel.


  - Não - respondeu  Samuel - sou amigo.


  - Sinto, o horário de visitas se findou faz exatamente 5:02 - disse o médico com voz de ferro.


  - Por favor senhor, eu preciso dizer a mãe dele como ele está, mas para isso preciso vê-lo - suplicou Samuel.


  Dr.Ernest pensou por um intante e decidiu-se.


  - Muito bem, siga-me senhor - disse Dr.Ernest andando, no caminho Samuel e Dumbledore passaram por inumeros corredores extremamente iluminados até ultrapassarem uma porta bem larga onde estava escrito "CASOS GRAVES", essa porta dava para apenas mais um corredor, porém este era longo com varias portas numeradas.


  - Aqui - disse muito baixo Dr.Ernest parando subitamente em frente a uma porta de número 82 - o senhor entrará acompanhado por mim, procure não falar e se tal ato acontecer fale baixo - disse Ernest a Samuel em tom de advertência -  só o senhor irá entrar - disse agora olhando para Dumbledore - vamos - dizendo isso abriu a porta e entrou seguido de Samuel.


  O quarto era totalmente pintado com um verde tão claro que quase parecia branco, estava com uma luz bem tenue, muito diferente de todo o resto do hospital, a um canto havia uma poltrona e um cabide onde estavam as roupas de Otton ao lado deste tinha uma mezinha onde encontravam-se seus pertences, ao centro do quarto estava a  cama onde se encontrava Otton deitado, respirando com a ajuda de aparelhos.


  - Meu Deus - disse Dom Samuel em um susurro quase inaldivel adentrando o quarto, retirou seu prelaticio e aproximou-se de seu amigo, olhando-o ternamente - posso pegar na mão dele?


  - Pode - disse o medico fechando a porta atrás de si.


  E assim Samuel fez, ali ele ficou por um espaço de tempo incontável, e quando percebeu lágrimas brotavão de seus pequenos olhos azuis, "por que fizeram isto com você meu amigo, por que?" - pensava enquanto via-o ali deitado em uma maca , tão vulnerável que nem parecia o homem tão ativo que sempre fora.


  Otton estava muito palido, com os labios totalmente sem cor, estava vestido com a tradicional "camisola de hospital", com um lençol azul cobrindo seu corpo até a altura da cintura, tinha um respiradouro encaixado em seu nariz para ajuda-lo na ardua tarefa de respirar.


   - Você ficará bem meu irmão, a Santissíma Virgem sempre está conosco, principalmente nas horas mais difíceis - susurrou Dom Samuel com a voz embargada para um Otton completamente inconciente - rezarei a São João Paulo II para que ele interceda por você junto a Jesus meu amigo. 


  E segurando a mão do amigo com muita intensidade, desejou tansmitir a este toda a paz e conforto, mas acima de tudo FORÇA, que era o que Otton mais necessitava naquele momento, FORÇA para fazer com que seu corpo reagisse as intervenções medicas e se recuperasse o mais perfeitamente possível.


  - Doutor - susurrou Dom Samuel - eu preciso ir agora - disse com a voz embargada pelo choro incotrolavel que teimava em escorrer de seus pequenos olhos.


  - Vamos - disse Dr. Ernest.


  E com uma última olhada para o amigo enfermo, Dom Samuel retirou-se do quarto onde Otton estava voltando novamente ao corredor estremamente iluminado do hospital e dando de cara com um Dumbledore ansioso.


  - E então, como ele está, Sr.Brachmann? - indagou Alvo.


  - Muito mal Sr. Dumbledore, minha razão humana diz que ele não conseguira... - sua voz falhou, então continuou - mas minha fé diz que Meu Deus é o Deus do impossivél, e que ele pode realizar infinitos prodigios.Ha senhor...? - perguntou Samuel para Ernest.


  -Hoyer - respondeu o médico.


  - Dr. Hoyer, qual é o real estado de saúde de meu amigo? - indagou Samuel retirando um lenço branquissimo do bolso de sua greca e secando suas lagrimas.


  - Bem melhor do que quado o paciente adentrou este hospital, todos os orgão internos já se reconstruiram estão em perfeito funcionemento eu aceguro, o problema é o pulmão - Dr. Hoyer deu uma pausa na fala - veja a poção com a qual ele foi invenenado danifica gravemente as vias respiratorias e o pulmão se enche de um liquido corrozivo que acaba por asfixiar a vitima, em casos normais com o tratamento o paciente já haveria se recuperado.


  - Como assim em casos normais Dr. Hoyer? - perguntou Dumbledore.


  - O paciente só tem um pulmão, e pelos exames tem deficiências respiratorias graves, este é o problema, em um paciente normal, com dois pulmões e sem problemas respiratorios o orgão já estaria em perfeitas condições, mas o senhor Schnnayder's só tem um orgão respiratório, danificado por doenças já existentes e mais ainda por um veneno letal, ou seja, o pulmão dele não quer se regenerar de forma alguma, o caso dele é grave, estamos fazendo todo o possível.


  - Por Merlim! - exclamou Dumbledore.


  - Dr.Hoyer, por um acaso ha algum tipo de equipamento por aqui com o qual eu possa me comunicar com o meu mundo? - indagou Samuel o mais educado possível.


  - Se o senhor esta falando de um telefone, nos temos um na recepção se desejar, creio que vocês já conheçam o caminho de volta, tenho muito trabalho a fazer - e disendo isso Dr.Ernest retirou-se e seguiu com seus afazeres abituais.


  Dom Samuel virou-se para Dumbledore parecendo aflito.


  - Como eu vou falar para a mãe dele que o filho dela esta morrendo - "meu amigo esta morrendo" - completou seu pensamento.

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