Final de Férias



Capítulo um – Final das Férias



 



Era fim de janeiro e as aulas daquele ano em breve começariam. O tempo estava claro, úmido e quente, típico de um dia de verão. Adam Perone, um garoto de estatura baixa, cabelos e olhos castanhos e, pela visão de muitos, bonito, brincava sozinho em seu quarto, pois as crianças de seu bairro o temiam. Não só Adam, mas toda sua família por seus atos excêntricos. Porém nenhum dos membros da casa era tão isolado feito o menino e agradecia quase todos os dias, porque a partir daquele ano, iria estudar em uma escola que não era qualquer um que poderia entrar. Eram apenas poucos, somente aqueles com um dom: o dom da magia.



           A nova escola, denominada de Escola de Feitiçaria Strambo, é localizada em algum lugar da região sul do Brasil nas suas áreas mais altas. Ela é nova comparada com o maior colégio de magia da América do Sul, localizado no coração da Amazônia, cujo já existia antes mesmo de Colombo chegar às novas terras desconhecidas pelos trouxas daquela época. Strambo é uma espécie de subdivisão da maior escola da Grã-Bretanha, Hogwarts, seguindo seus mesmos ideais e métodos. A escola foi construída pelo ex-diretor Fineus Nigellus Black, que buscava disseminar a cultura inglesa bruxa pelo mundo. Dessa forma, um dos locais escolhidos por ele para uma nova escola de bruxaria foi em território brasileiro.



           Adam ainda continuava a brincar sozinho com seus bonecos. Seu irmão mais velho entrara em seu quarto a procura de algo. Augusto era seu nome, tinha acabado de ter completado 14 anos e já estava indo para seu quarto ano em Strambo. Era um garoto alto, com olhos verdes cintilantes e com cabelos bem negros. Ele era muito charmoso, deixando-o mais belo. Adam não gostava de seu irmão o achava metido e extremamente arrogante, ele adorava quando Augusto ia para escola e ficava meses sem ver o adolescente, mas agora provavelmente o veria todos os dias nas refeições do colégio. Augusto ao perceber que não encontraria o objeto que procurava, saiu do quarto derrubando todos os brinquedos com um chute disfarçado. Adam xingaria o irmão, porém pensou que talvez ele não tinha feito por mal, que foi somente um acidente. Assim, ele levantou todos os seus bonecos e continuou a se divertir solitariamente. Após alguns minutos sua porta se abriu mais uma vez e a voz da sua mãe Julieta ecoou no seu quarto:



           - Filho, hoje nós iremos comprar o seu material. Arrume-se agora que daqui a pouco iremos.



           Ele se levantou do chão em um pulo, empolgando-se rapidamente. Guardou seus bonecos em uma caixa de madeira velha e vestiu uma roupa meio escura, combinações de roxo com cinza. Cinco minutos depois já estava na sala onde seus pais o esperavam. Seu pai Felipe berrou:



           - Augusto, só falta você! – Não tinha muita paciência com o filho que se arrumava impecavelmente para sair, nem se ele fosse à esquina.



           Augusto chegou à sala, pedindo desculpa aos pais. A família bruxa usou o pó de Flu e todos desapareceram em chamas verde-esmeralda dentro da lareira de casa. Apareceram logo depois em um corredor largo e comprido, no qual havia várias lojinhas. Adam tinha apenas ido lá para comprar novos brinquedos e jogos, estavam agora na Travessa Sir Black. O pai, Felipe, e seu irmão pegaram a lista dos livros e foram comprá-los, já Julieta e Adam foram comprar o uniforme do filho caçula. Cerca de uma hora depois, a família se encontrou em uma espécie de bar, que era especialista em Hidromel. Augusto aparecerá com uma coruja grande e forte que acabara de ganhar de aniversário, Adam sentiu uma ligeira inveja do irmão. Após terminarem o lanche, compraram alguns matérias que continham na lista, como penas, tinteiros, balanças, telescópios... Deixaram por último à varinha. Adam estava muito nervoso, porém bastante excitado, pois aquela seria uma parte dele a partir de agora. Augusto encontrou com alguns conhecidos e se distanciou da família. Sem ele, entraram na loja estreita, mas bem movimentada.



           Ao entrar na loja que chama Dunveto’s, um senhor velho o atendeu, dizendo gentilmente:



           - Bem-vindos ao Dunveto’s! Especialistas em varinhas. Parece que temos um bruxo iniciante. – Na vinda da família Perone, o senhor parou e pegou uma caixinha retangular de cor verde-musgo. – Salgueiro, 33.4cm, espinho de ouriço, muito flexível. Tome. – Entregando a Adam que recebeu meio assustado. Ele olhou para os pais, depois para o vendedor, testou-a. A varinha fez um som de “Clak” e nada aconteceu. – Acho que essa não.



           “Hum, vamos ver... Ah quem sabe essa aqui. – Entregou ao garoto uma varinha pequena e muito bela. – Pau-Brasil, 23.9cm, escama de sereia, dura. Teste.



           Adam levantou a varinha e chacoalhou o graveto de madeira e vários livros foram arremessados para vários lugares. Ele largou a varinha na mesa com o susto que levou. Seus pais riram e o menino sorriu um pouco sem graça. O vendedor do Dunveto’s disse:



           - É, essa com certeza não. – Pegou a caixa e a guardou, foi até o fundo da loja e buscou uma caixinha de tom vinho, abriu-a e entregou ao jovem novamente outra varinha. – Freixo, 30.5cm, pena de hipogrifo, inflexível.



           Pegando a varinha, Adam sentiu uma vibração diferente e se sentiu mais seguro com esta. Olhou fixamente para um objeto, que ele notou que era uma miniatura de dragão igual a uma em sua velha caixa de brinquedos. Sacudiu a varinha pensando na magia em que sua mãe sempre usava, Accio,a qaul era uma das poucas magias que sabia de sua existência. O pequeno dragão voou até ele e o garoto segurou com firmeza. Adam olhou para os pais, eles estavam sorrindo, seu irmão só chegara agora na loja:



           - O que eu perdi?! – perguntou meio ofegante



           - A varinha escolhendo seu irmão. Sabia que seria rápido mesmo assim decidiu não vir conosco. – respondeu Julieta com a voz firme – Devia pensar na sua família depois naqueles seus amigos que são péssima companhia. – Virou se para o vendedor e ele tratou de dizer rapidamente.



           - Parabéns, meu jovem! Esta é sua nova amiga. Uma varinha de freixo, 30.5cm, pena de hipogrifo, inflexível. – Pegou a caixa cor de vinho e a entregou ao garoto. – Use-a bem! – E deu um sorriso para Adam. Os pais agradeceram e saíram da lojinha.



           Adam estava muito eufórico e contente, não parava de comentar sobre os ocorridos dentro da Dunvento's e Julieta rendia ainda mais os assuntos somente para ver a alegria de seu filho. Por fim, eles caminharam para a lareira mais próxima, jogaram o pó de Flu e, entre chamas verde-esmeralda, voltaram para a sala de casa.



 


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