Preocupaçao

- HERMIONEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!

               A casa inteira acordou com aquele grito. As crianças sentaram em suas camas assustadas. Allan acordou na cama dos pais e olhou em volta. Hermione e Angela correram para o segundo andar, parando na porta do escritório de Rony, de onde tinha vindo o grito.

- O QUE FOI? – Hermione perguntou preocupada.

- OLHA ISSO! OLHA O QUE A SUA FILHA FEZ! – Ele jogou a carta na mesa, mais vermelho que os seus cabelos.

               Hermione se aproximou da mesa e pegou a carta, passando os olhos por ela.

- Ah não Ron...

- EU DISSE! EU DISSE QUE ESSA MENINA NÃO REGULAVA DIREITO.

- Calma Rony... Não vai ser assim que você vai resolver as coisas...

- Aconteceu alguma coisa? – Angela perguntou.

- Ele esta irritado porque Mia foi escolhida para participar do torneio tribruxo. – Hermione colocou a carta em cima da mesa. – Isso é...

- UM ABSURDO! – Ele andava de um lado para o outro. – Eu vou até lá!

- Não Rony! – Hermione correu e o segurou. – Você não pode! Ela vai te odiar para sempre se fizer isso.

- E eu estou importando com isso? Ela não vai participar desse torneio! Nem que eu tenha que trazê de volta para casa!
- Hermione tem razão... – Angela disse. – Desculpe a intromissão... Mas Mia é uma adolescente, e o pouco que conheço dela, sei que ela ficará muito brava se você for lá.

- Exatamente. Ron, não podemos deixar ela ficar com raiva da gente... E também... Se ela foi escolhida... É por que...

- É porque é uma desmiolada que não liga para nada! Uma mal agradecida! Fazemos tudo para protegê-la, e a primeira oportunidade que ela tem de se matar, ela aproveita.

- Rony não fala assim! – Hermione tentava acalmá-lo. – Olha só... Vamos respondê-la EDUCADAMENTE, e depois tentamos convencê-la do contrário... Se não der certo... Paciência.

- Então é assim? Vamos deixar que ela participe desse torneio e arrisque a vida dela assim?

- Não podemos fazer mais nada Rony! E além do mais, Mia é uma ótima bruxa... Pode muito bem conseguir vencer esse torneio.

               Rony suspirou e virou-se para a janela.

- Acho que sou o único pensando direito aqui.

               Hermione olhou para Angela, e as duas ergueram as sobrancelhas.

- Bem... Pense nisso. Podemos ficar ao lado dela e apoia-la, ou atrapalhar e fazer com que ela fique com raiva da gente para o resto da vida. – Hermione disse se virando e saindo do escritório.

- Pode isso? – Rony perguntou para Angela. – Acho que só eu tenho juízo nessa casa.

- Eu concordo com você Rony... É realmente muito perigoso para ela. Mas também concordo com Hermione. Você não pode simplesmente chegar até lá. Mas pode ter outro jeito.

               Rony parou um tempo para pensar, e então sorriu.

- Isso me deu uma ótima ideia. Obrigado Angela. – Ele saiu animado do escritório.

               Angela sorriu e suspirou.

- Você não está fazendo o seu trabalho direito. – Disse a voz em sua cabeça.

- O que quer que eu faça?

- Eles fizeram as pazes. Você precisa partir para o segundo plano.

- Não temos um segundo plano.

- Então invente um.

- Olha eu estou achando isso uma grande idiotice. Fazer tudo isso apenas por vingança. Você não esta vendo que essa família é muito unida? Eu não vou conseguir simplesmente tirar Hermione dela. Parece que... Rony a ama muito. – Ela disse triste.

- Então faça ele te amar do mesmo jeito que a ama.

- Como vou fazer isso?

- Você é uma bruxa ou não é?

 

 

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               Rony andou apressado pelo corredor do Ministério. Parou em frente a sala do Ministro, e bateu duas vezes.

- Entre.

               Rony abriu a porta e olhou para o Ministro sentado no fundo da sala.

- Senhor, com licença.

- Ah... Rony! – Ele se levantou sorrindo. – Posso ajudar?

- Sim... Quero dizer... Se for possível. – Rony se aproximou. – É que... Sei que o Senhor vai mandar três aurores para Hogwarts, por causa do torneio... Eu queria saber se... Posso ir também.

- Claro.

               Rony se assustou. Não pensou que seria tão fácil assim.

- Mesmo?

- Eu sabia que você ia me pedir isso. – Ele sorriu. – Ainda mais quando soube que sua filha é uma das campeãs.

- Ér...

- Deve estar tão orgulhoso não é?

               Rony apenas sorriu.

- De qualquer maneira eu ia pedir para que você e Harry fossem. Para organizar os outros aurores.

- Sim Senhor... Muito obrigado.

- E Rony... McGonagall deixou claro que não quer que os aurores interfiram no torneio, apenas se for necessário.

- Sim Senhor.

 

 

 

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- Seu pai respondeu? – Victória perguntou.

- Ainda não. – Mia suspirou. – Estou com medo. E se ele aparecer aqui e me fazer passar a maior vergonha?

- Acho que ele não faria isso. Ele não é tão maluco. – Victória sorriu. – Ou é... Não sei ainda.

- Obrigada Vicky, você está me ajudando muito. – Mia suspirou olhando para o prato. – Onde está o Teddy? Não o vi o dia inteiro.

- Também não vi. A ultima vez que eu o vi ele estava conversando com o professor Squitch.

- Com o professor? Por quê?

- Também não sei.

               Mia olhou para os lados procurando por Teddy.

- Ele não pode me abandonar um dia antes da primeira prova.

- Mia, relaxa. É só um labirinto. O que eles podem colocar no labirinto?

- É isso que me dá medo. Parece fácil demais.

- Claro que é fácil, é a primeira prova.

               Mia continuou desanimada olhando para o seu prato. Estava começando a ficar tensa.

 

 

 

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- Hogwarts? Você vai para Hogwarts? – Hermione perguntou levantando de sua cadeira. – Rony... Nós combinamos...

- Hermione, é a trabalho. Não vou para vigiá-la.

- Sei...

- Além do mais, Kingsley disse que queria mesmo que eu e Harry fossemos.

- Não sei não Rony... Mia não vai gostar nada de te ver lá.

- Ela não tem que gostar. Vou ficar melhor se estiver ali para ajudar no que for.

               Peter abriu a porta da sala apressado.

- Hermione... Eu... Eu preciso conversar com você.

               Ele parecia abatido.

- Por Mérlin Peter, o que aconteceu? – Hermione perguntou preocupada.

- Acho que... A poção não está fazendo mais efeito como antes.

- Poção, que poção? – Rony perguntou.

               Peter olhou para Hermione.

- Temos que contar Peter, ele pode nos ajudar. – Hermione disse.

- Eu não sei Hermione... Meu emprego pode estar em jogo.

- Oi, eu estou aqui. – Rony disse ficando vermelho. – Vão me dizer o que é?

- Ele não vai dedurá-lo Peter.

- Podem me dizer logo o que está acontecendo aqui? – Rony perguntou nervoso.

- Tudo bem... Pode contar então... – Peter disse tenso.

- Rony... Melhor se sentar. – Hermione disse.

 

 

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               Angela terminou de arrumar os livros na prateleira. Só restava esperar. A mesa estava arrumada para o almoço, e ela tinha preparado lasanha, o prato preferido de Rony. Sentou-se no sofá satisfeita, e pronta para colocar o seu plano em ação, quando Rony saiu da lareira, junto com Hermione.

- Sério mesmo Hermione? Você não sabe o perigo que está correndo? – Ele perguntou nervoso.

               Angela se levantou olhando para os dois.

- Rony, eu pensei que você entenderia!

- Eu não entendo! E nunca vou entender! Você é maluca?

- Ele precisa de ajuda Ron!

- Claro que precisa, por isso não pode ficar trabalhando lá com você.

- Você não pode falar com Kingsley Rony! Ele tem uma filha pequena, e uma esposa para cuidar! E você sabe muito bem que já conhecemos alguém assim como ele.

- É exatamente por isso! Conhecendo eu sei que você está em perigo, e não vou permitir isso.

- Ai Rony você é tão complicado. – Hermione suspirou.

               Os dois se viraram e olharam para Angela.

- Desculpe Angela, tivemos um pequeno problema. – Hermione disse. – Vou subir e tomar um banho antes do almoço.

               Ela subiu as escadas, desanimada.

- Aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou para Rony.

- É que Hermione não aceita eu querer protegê-la. Ela quer ajudar todo mundo, mas não percebe o risco que corre fazendo isso.

- Eu admiro muito você se preocupar tanto assim com sua família.

- Parece que você é a única então.

- Eu queria ter alguém que quisesse me proteger também. – Ela abaixou a cabeça triste. – Desculpe.

- Não se preocupe, a partir do momento que você mora nessa casa, você também está protegida. – Ele sorriu.

- Mesmo?

- Claro.

               Ela abriu um largo sorriso.

- Eu preparei o almoço... Fiz lasanha. As meninas disseram que é seu prato preferido. Não sei se cozinho tão bem quanto Tiffy, mas na ausência dela, eu apenas tento.

- Uau! Parece uma delicia. – Ele sorriu olhando para a mesa. – Onde estão as crianças?

- Estão no jardim brincando com o Bichento.

- Acho melhor eu ir chamá-las então...

               Ele saiu de casa indo para o jardim. Angela comemorou. Estava funcionando.

 

 

 

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               Mia andou pelo corredor de Hogwarts, até que avistou Teddy vindo em sua direção.

- Teddy! Por onde você andou? – Ela perguntou.

- Ah... Mia... Não posso conversar agora. – Ele disse passando por ela.

- TEDDY! – Ela o chamou, mas ele não se virou. Continuou andando. – Meu Deus o que deu nesse menino?

- Senhorita Weasley! – Squitch se aproximou. – Não deveria estar na aula?

- Eu já estou indo professor... – Ela disse um pouco desconcentrada.

- Aconteceu alguma coisa?

- Bem... É que o Teddy está um pouco estranho comigo.

- Não tem que se preocupar com isso. Tem que focar na prova de amanhã.

- Eu sei professor... Por falar nisso... Recebi um bilhete ontem, mas não sei de quem é.

- Mia eu gostaria muito de ajudá-la, mas estou atrasado para a aula. E você também. Melhor se apressar. – Ele saiu andando, deixando-a falando sozinha.

- Mas será possível? Todo mundo resolveu me ignorar hoje? – Ela perguntou irritada. – Não sei pra que colocam professores pra ajudar a gente, ele não está me ajudando em nada. Francamente! – Ela saiu andando com raiva pelo corredor, indo em direção a sala.

 

 

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- Essa lasanha está deliciosa! – Anny disse durante o almoço.

- Realmente! – Rony concordou.

- Parece a sua mamãe! – Rose disse.

               Hermione forçou um sorriso.

- Não gostou Hermione? – Angela perguntou. – Sei que não vai chegar aos pés da sua, mas...

- Não Angela, está deliciosa! – Hermione sorriu.

- Não vai chegar aos pés? Está tão gostosa quanto a da mamãe! – Anny disse.

- Que bom que gostaram! – Angela disse animada.

               Hermione olhou para Anny e para Rose.

- Hoje vou estar de folga a tarde. Que tal se a gente fosse para o beco diagonal comprar algumas penas para você? – Ela olhou para Anny.

- Eu e Angela tínhamos combinado de pintar o meu quarto. – Ela respondeu sem olhar para Hermione.

- Pintar o seu quarto? Por quê? – Rony perguntou.

- Ah... Queria mudar ele um pouco. Rose também. Então Angela vai nos ajudar.

               Hermione olhou para Rony e suspirou.

- Acho que devia aproveitar que sua mãe está em casa e sair com ela. – Rony disse.

- Ah pai... Mas a gente já tinha combinado.

- Anny... – Rony insistiu.

- Argh! Tudo bem. – Ela colocou o garfo na mesa e cruzou os braços. – Eu vou.

- Isso é jeito de falar com sua mãe Anita? – Rony perguntou nervoso.

- Eu quero sair com a mamãe! – Rose disse animada.

- Que bom meu bem. – Hermione respirou aliviada. Pelo menos uma de suas filhas ainda gostava da companhia dela. Olhou para Anny, magoada. – Se não quiser... Não precisa ir. Não quero que vá obrigada.

- Eu prefiro arrumar o meu quarto com a Angela. – Ela disse ainda de braços cruzados.

- Então fique. – Hermione disse calmamente se levantando. – Com licença... – Ela saiu da sala.

- Você sabe que vai ficar de castigo por isso não é? – Rony perguntou.

- Sei... – Ela voltou a comer. – Pelo menos posso ficar de castigo em um quarto novo, não é Angela? – Ela sorriu.

               Angela apenas sorriu de volta. Não estava se sentindo tão satisfeita por aquilo. Percebeu que estava destruindo uma família unida... Mas quando ela olhou para Rony e seu coração disparou, percebeu que talvez tudo aquilo valesse a pena.

- Eu vou ver como ela está. – Rony se levantou. – A comida estava ótima Angela. – Ele sorriu.

- Obrigada.

- E você... – Ele olhou para Anny. – Depois desse almoço vai direto para o seu quarto. – Dizendo isso, ele saiu.

               Angela se levantou, tirando as vasilhas da mesa e indo para a cozinha.

- Você é maluca ou o que? – Allan perguntou. – Por falou daquele jeito com a mamãe?

- Porque eu estou cansada de ser sempre segunda opção.

- Do que está falando sua doida?

- Estou falando que quando Mia não está aqui, mamãe gosta de sair com a gente. Mas quando a Mia está ela nem liga pra mim.

- Não seja tonta Anny! Mamãe gosta de todos nós do mesmo jeito.

- Ah tá... Disse a pessoa que ontem mesmo preferia Angela como mãe.

- Eu já pedi desculpas.

- E dormiu na cama com a mamãe e o papai... Que bebezinho!

- Da um tempo Anny, deixa de ser criança. Até Rose sabe que o que você está fazendo é errado.

- Não me importo!

- Então é melhor se importar, antes que o pai te deixe de castigo pro resto da sua vida!

               Ele se levantou bravo saindo da mesa.

- Você tem certeza que não quer ficar para arrumarmos o quarto? – Anny perguntou para a irmã.

- Eu quero sair com a mamãe... Estou com saudade dela.

- Hunf, ótimo. Eu e a Angela vamos nos divertir.

 

 

 

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               Depois de passar a tarde inteira sem conversar com Teddy, Mia foi para a sala comunal. Teddy não olhou para ela durante todas as aulas, e muito menos durante o almoço. Ela não entendia o que estava acontecido. Tinha pensado se falou alguma coisa que não devia, ou se o tratou de maneira diferente para ele ficar com raiva, mas não conseguiu se lembrar de nada. Justo um dia antes da primeira prova, seu melhor amigo estava estranho com ela.

               Teddy entrou na sala e parou quando viu Mia sentada no sofá.

- Não sabia que estava aqui. – Ele disse.

- Queria que eu estivesse na sala da Sonserina? – Ela perguntou irritada.

- Quanta grosseria...

- Ah então quer falar de grosseria? Não falou comigo o dia inteiro.

- Só não estava a fim de conversar.

- Por quê?

- Não tenho motivos.

- Eu fiz alguma coisa?

- Não.

- Então o que foi?

- Só não quero conversar Mia.

- Você é muito estranho sabia?

- Você não é um exemplo de pessoa normal.

               Ela se levantou e colocou as mãos na cintura.

- Vou para o meu quarto. – Ele disse andando.

- Eu estou muito brava com você, só pra saber!

- Não me importo.

- Não se importa?

- Não.

- Então acho melhor não sermos mais amigos.

- Ótimo, é um favor que você faz para mim.

               Mia ficou vermelha da cor dos seus cabelos. Virou-se e subiu as escadas batendo os pés. Teddy sentou-se chateado no sofá, estava odiando fazer aquilo. Provavelmente Mia nunca mais ia falar com ele.

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