The After-Party



O único som que Lily ouvia era o de seus passos ecoando pelos corredores, mas aparentemente Carly, a monitora da Lufa-Lufa do quinto ano, ouvia mais.


“Que é?” perguntou Lily irritada quando Carly levantou a mão para pará-la pela terceira vez durante a patrulha daquela noite.


“Eu ouvi algo.” Ela sussurrou. Lily revirou os olhos.


“Eu tenho certeza de que não é na-“ ela parou ao ouvir um som também. Carly levantou as sobrancelhas para ela como se dissesse “Te falei.” Lily revirou os olhos de novo, mas andou em direção ao som que vinha de trás de uma armadura.


O que ela viu a fez parar a dois metros da armadura, congelada no lugar, os olhos arregalados e a boca escancarada. Ela deixou sua varinha escorregar de sua mão, caindo no chão com um clique que ecoou no silêncio do corredor.


“Está fora da cama após o toque de recolher, Calvin.” Carly disse atrás de Lily. “Você também Potter. Menos vinte pontos para a Grifinória e Corvinal.”


Janis Calvin correu para sua torre, largando James sorrindo marotamente para o nada até que seu olhar encontrou o de Lily e seu sorriso desapareceu, seu rosto ficando imediatamente pálido.


“Ruivinha...”


Mas Lily já estava correndo para longe, tentando segurar as lágrimas, sem nem se importar se estava indo na direção certa. Ela subiu correndo os degraus para o sétimo andar e acabou tropeçando no meio da escada, sua visão borrada por causa das lágrimas. Ela não achou forças para levantar e enfiou o rosto nas mãos, soluçando entrecortada.


 


“Idiota, idiota, idiota.” James se xingava, correndo pelos corredores procurando por Lily. Ele a achou sentada no meio da escada do sexto para o sétimo andar, chorando com a cara enfiada em suas mãos.


“Lily...”


“Vai embora!” Mas a voz dela falhou.


“Lily, não é como se ela importasse para mim. Eu fiquei entediado e você nem liga para mim. Você não pode me culpar por precisar de algo! Ela estava ali e eu pensei ‘Por que não?’ ”.


“Talvez por que você tenha dito que me ama!” Lily gritou com raiva, mas sua voz tremia.


“E eu amo!”


Lily riu friamente, revirando os olhos.


“Como você espera que eu acredite que você me ama se você continua ficando com qualquer vagabunda por aí?!”


“Eu não e...”


“Eu não terminei!” Lily gritou descendo as escadas até James. “Você anda por aí como se fosse o dono da escola, quando na verdade você é um estúpido-“ ela lhe empurrou para trás “-convencido-“ empurrou ele de novo “-idiota!” Ela já tinha parado de chorar, agora estava só com raiva. Ela terminou empurrando ele com tanta força que o garoto caiu no chão.


Mas James rapidamente se pôs de pé.


“Eu sinto muito.” Ele disse olhando nos olhos de Lily. Parecia verdadeiro, mas Lily não queria confiar nele de novo. “Eu não queria te machucar, ruivinha.”


“Bom para você.” Respondeu ela ignorando o uso de seu apelido. “O que quer que te ajude dormir à noite.”


“Lily, ruivinha, por favor... Foi só dessa vez, mas eu juro que mudei.”


“Parabéns.”


Carly chegou onde eles estavam e ameaçou de retirara mais pontos da Grifinória se James não subisse. O garoto subiu derrotado, Lily indo atrás dele, ignorando as perguntas de Carly.


 


“Bom dia, capitão.” Diziam todos os alunos da Grifinória que passavam por James na mesa durante o café da manhã.


“Bom dia para vocês também!” gritava Emma irritada em resposta.


“Calma, Em. É por que eu sou o capitão, não estão dando bom dia para mais ninguém.” Disse James sorrindo.


“Grande consolo.” Retrucou a garota. “Eu só queria lembrar a todos QUÉM É QUE VAI DEFENDER OS AROS! SOU EU MESMA!” gritou Emma balançando o garfo e derrubando suco de abóbora na mesa.


James limpou o suco com um aceno da varinha, lançando a Emma um olhar que dizia para ela parar de ser exagerada.


“James?” chamou uma voz bem baixinho. Ele levantou os olhos de sua comida e viu Lily parada em frente à mesa, brincando com a ponta do cabelo.


“Ei.” Disse o garoto lhe dando um pequeno sorriso, mas ela não retribuiu.


“Só queria lhe desejar boa sorte.” Disse ela sem o olhar nos olhos.


“Ah, obrigado.”


Emma limpou a garganta o que fez James revirar os olhos e Lily se corrigiu. “Boa sorte Emma.”


“Obrigada, Lily.” Disse Emma um pouco alto demais.


Lily rapidamente se distanciou, saindo do Salão para descer para as arquibancadas.


“Ok, o que foi isso?” perguntou Emma encarando James.


“Do que você está falando?” perguntou ele inocente.


“Pontas, a tensão entre vocês dois ainda está aqui no ar.” Disse a garota balançando as mãos no ar. “Dá para cortar, quer ver?” disse ela levantando a faca.


“Não.” Disse James firmemente, tirando a faca da mão da prima antes que ela machucasse alguém. “Não tem tensão, cala a boca.” Completou ele, corando um pouco.


Emma enfiou um pão na boca para conter o riso enquanto Sirius e Remus concordavam baixinho “Tem tensão.”


 


O céu estava azul apenas com algumas nuvens, o que, Lily tinha ouvido Emma dizer, era bom.


“Terra chamando Lily Potter.” Brincou Alice, o que lhe ganhou um tapa de Lily.


“Tudo bem, Lil?” perguntou Mary.


“Tudo, é só que eu não sou uma Potter, tá? Não me ofenda.” Respondeu ela fazendo as garotas rirem.


“Mary, você é uma traidora!” elas ouviram Emma gritar e se viraram para ver ela e o resto do time da Grifinória descendo para os vestiários.


Lily se virou para reparar no que Mary estava usando: uma calça preta, uma blusa amarela e o cachecol da Lufa-Lufa.


“É, Mary, seu namorado pode ser lufo, mas você é uma leoa, tire essa roupa agora!” Gritou Sirius.


Mary revirou os olhos sorrindo e ignorou os comentários de que ela era uma traidora pelo resto do caminho.


Ao chegar às arquibancadas, Lily estava sozinha com Mary.


“Aonde vocês vão?” gritou ela para Alice, Remus e Marlene, que estavam descendo para os vestiários.


“Remus vai dar boa sorte para Emma e Alice e Marlene para seus namorados.” Respondeu Mary. “E eu acho que vou atrás do Amos.” Disse ela descendo para o vestiário da Lufa-Lufa.


Lily revirou os olhos e se sentou do lado de Peter, que não tinha nenhum talento para Quadribol, por mais que tentasse todo ano.


 


“Ei.” Disse Remus abraçando Emma pela cintura. A garota se sobressaltou, mas depois sorriu e se virou para beijar seu namorado.


“O que você está fazendo aqui?” perguntou ela.


“Te desejando boa sorte.” Respondeu o maroto lhe dando um beijo na bochecha.


James retirou os olhos da cena de sua prima atracada com um de seus melhores amigos para ver um de seus melhores amigos atracado com uma das melhores amigas de sua prima.


Irritado, ele bateu a porta de sua armário com força, assustando todos.


“Tchau, Remusie.” Disse ele acenando para o amigo. Sirius gargalhou alto ao se lembrar do apelido que eles tinham dado para Remus no primeiro ano.


“Vocês juraram.” Acusou Remus olhando para eles com raiva.


“Tá tá.” Disse James. “Agora sai. Vocês também meninas.” Ele acrescentou apontando para Marlene e Alice, agarradas com Sirius e Frank Longbottom.


“Defenda os aros.” Ordenou James quando saíam dos vestiários apontando para Emma, que era goleira.


“Pegue o pomo.” Respondeu a garota no mesmo tom autoritário.


Eles se encararam por um segundo e começaram a rir, continuando até o meio do campo, onde já estava Amos Diggory e o resto do time da Lufa-Lufa com Madame Hooch.


“Capitães apertem as mãos.” Disse ela.


“Boa sorte.” Desejou Amos sorrindo, com seu bom humor de sempre.


“Boa sorte.” James respondeu, mas sem sorrir.


 


O apito soou começando a partida e a Grifinória já estava com a Goles. Frank Longbottom fez dez pontos no primeiro minuto, o que fez Alice pular feito uma doida ao lado de Remus. Ele nunca tinha tido muito interesse em Quadribol, não importa quantas vezes James e Sirius insistissem que ele seria um ótimo artilheiro, mas ele tinha começado a prestar atenção nos jogos quando Emma se juntou ao time no quarto ano.


Um artilheiro da Lufa-Lufa voou em direção à Emma e jogou a Goles no aro da esquerda, mas ela facilmente defendeu o aro, agarrando a bola e a jogando para uma da artilheiras da Grifinória. A plateia comemorou a defesa e Remus se juntou à loucura gritando “Emma! Emma!”.


Enquanto isso, James circulava o campo, metros acima procurando a bolinha dourada.


“O que aconteceu?” perguntou Lily quando a plateia começou a gritar mais do que nunca, tirando a atenção da garota de seu livro.


“Pontas viu o pomo.” Respondeu Remus, sem tirar os olhos do amigo que voava rapidamente em direção ao chão, Amos Diggory em seu encalço.


“Ele vai se matar!” gritou Lily aflita ficando de pé e agarrando a mão de Remus.


Mas James conseguiu frear no último segundo, agarrando algo no ar e depois fazendo círculos em volta do estádio segurando o pomo de ouro firmemente em sua mão esquerda. O placar havia ficado duzentos e quarenta a sessenta para a Grifinória, o que significava...


“Grifinória ganha a Copa!” Eles ouviram McGonagall gritar animadamente no microfone.


Emma voou para as arquibancadas e parou no ar, ficando em pé na vassoura e agarrando Remus pelo pescoço para lhe dar um beijo longo e apaixonado. O resto do time achou seus namorados e suas namoradas, menos James que tinha voltado para os vestiários sozinho.


“Parabéns, capitão.” Disse Emma entrando no vestiário puxando Remus pela mão.


“O que ele está fazendo aqui?” perguntou James desconfiado.


“Eu tenho que tomar banho.” Respondeu Emma com um sorriso malicioso, enfiando Remus num box e entrando atrás dele, trancando a porta. James ouviu ela lançar o feitiço Muffiato, o feitiço que haviam descoberto fuçando nas coisas de Snape, e depois não ouviu mais nada.


Ele revirou os olhos, já sabendo o que eles estavam fazendo lá dentro, mas sentiu uma pontada de inveja, pois Remus, o nerd, iria perder a virgindade antes de James.


Ele saiu dos vestiários enquanto os outros entravam e chamou Sirius.


“Almofadinhas?”


“Oi.”


“Adivinha onde estão Emma e Aluado.”


Sirius deu de ombros. James o encarou, levantando as sobrancelhas. Levaram uns cinco minutos, mas Sirius entendeu.


“Não!”


“Sim.”


“Ela está tirando toda a inocência do nosso coelhinho!” Exclamou Sirius indignado.


Sirius entrou para trocar de roupa e quando ele voltou eles esperaram por Emma e Remus.


“Precisamos falar com você.” Eles disseram juntos no segundo que Emma apareceu.


“Nunca é algo bom quando eles falam juntos.” Comentou Remus.


“Remusie, nos dê licença.” Pediu Sirius seriamente.


Emma segurou o riso, pois ficou com medo de Remus virar um lobisomem à sua própria vontade e matar os três. Remus revirou os olhos e se retirou acenando para Emma.


“Que foi?” perguntou a garota.


“Emma, como você provavelmente já sabe...” começou Sirius.


“Remusie é nosso coelhinho.” Completou James.


Emma não sabia se o mais engraçado da situação era o que eles estavam falando ou o fato de estarem falando seriamente.


“E nós não queremos que nosso coelhinho...”


“Se machuque.”


“Não se preocupem. Não vou magoar ele.” Afirmou Emma revirando os olhos.


“Nosso coelhinho é inocente.” Informou Sirius.


“E você pode ser minha prima, mas é perversa.”


“Remusie é o coelhinho e você é a...”


“Raposa.” Completou James.


“Mas eu sou uma raposa.” Disse Emma se referindo à sua forma animaga e seu patrono.


“Você entendeu.”


“Não tire a inocência dele.” Pediu Sirius.


“Você pode falar muito né Almofadinhas.” Ironizou Emma.


“Exatamente. Eu não sou inocente, mas ele é.”


“Eu não... transei com ele, tá bom?” disse ela baixinho.


Sirius e James levaram as mãos ao peito e suspiraram aliviados. Emma revirou os olhos e murmurou “Dramáticos.”, seguindo sozinha para o castelo.


 


Faltando quinze minutos para a meia noite, Lily decidiu descer para acabar com a festa que estava acontecendo à mais de cinco horas.


“Não acredito que McGonagall ainda não acabou com esta droga.” Resmungou ela, chegando perto da multidão que dançava e conversava animadamente na praia em frente ao lago. Mas ao chegar perto do aparelho mágico de som, ela percebeu que McGonagall estava na festa.


“Professora, a senhora está bêbada?” perguntou Lily desesperada à professora que pulava e cantava com os alunos, segurando uma garrafa quase vazia de Uísque de Fogo.


“A noite é uma criança, senhorita Evans.” Respondeu a professora. Definitivamente, ela estava bêbada.


Lily imaginou, já que até a vice-diretora estava bêbada, não havia problema em beber algumas cervejas amanteigadas.


 


“Lily o que você está fazendo aqui?” perguntou James alarmado ao ver a garota cambaleando em sua direção.


“James!” exclamou Lily feliz. “Olhe!” ela levantou sua garrafa vazia de cerveja amanteigada para o garoto ver.


“Lily, quantas você já bebeu?” perguntou James segurando o braço da garota para ela não cair.


“Sete?” perguntou ela ao garoto.


“Você é que me responde Lily. Foram sete?”


“Talvez mais.” Respondeu ela pensativa.


“Você está bêbada.” Afirmou ele. “Venha, vou te levar para o dormitório.”


“Tudo bem.” Concordou ela segurando a mão do maroto e subindo a colina com ele, às vezes tropeçando.


Ao chegarem dentro do castelo, Lily já mal aguentava manter os olhos abertos e estava cansada. James passou o braço em volta do pescoço da garota e o outro na parte de trás dos joelhos dela e carregou ela até a torre, entrando no dormitório das garotas para colocar Lily na cama.


Ele depositou ela na cama, mas quando se virou para sair, Lily agarrou seu braço e o puxou para a cama, caindo em cima da garota.


“Lily!” exclamou ele rindo, tentando se levantar.


“Posso te contar uma coisa?” perguntou ela seriamente, se deitando de lado na cama, a cabeça apoiada na mão para poder ver James.


“Claro.” Respondeu ele, se deitando igual a ela.


“Mas você tem que jurar que não vai contar para o James.”


“Eu juro.” Ele respondeu rindo.


“Eu amo ele.”


O coração de James parou e no segundo seguinte estava batendo mais rápido do que nunca, sua respiração ficando rasa.


“Sério?”


“Sério.” Respondeu ela brincando com o lençol. “Eu acho que sempre o amei, mas eu achava que ele só queria me colocar na lista dele.”


“Achava?”


“Agora eu sei que ele me ama de verdade. Quer dizer, ontem eu peguei ele beijando aquela vagabunda da Janis Calvin, aí eu duvidei, mas eu quero muito acreditar nele.”


“Você pode acreditar. É verdade e ele nunca vai te magoar, eu prometo.” Afirmou James.


“E se ele me magoar?” perguntou ela, insegura.


“Eu mato ele.” Respondeu James fazendo Lily rir. “Agora, vá dormir.” Ordenou ele, se levantando da cama e puxando as cobertas sobre ela.


“Sim senhor!” concordou Lily rindo e rápido ela caiu no sono.


“Também te amo.” Disse James baixinho ao sair do quarto.
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N/A: olá, meus amores! espero que estejam gostando e desculpe a demora.
After-party é como eles chamam nos EUA uma festa que acontece depois de um evento ou até mesmo de uma festa.
Beijos,
Sophie. 

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Comentários (1)

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