Detenção



A ideia de Sirius era realmente brilhante, mas não poderia ser executada até o último dia de aula, portanto, foi deixada de lado e eles só pensaram nela em Junho. Eles já tinham muito com o que se preocupar, já que graças à outra brilhante ideia de Sirius, haviam ganhado detenção.


Os últimos horários da sexta-feira, antes da detenção deles, foram duas aulas seguidas e muito chatas de Adivinhação.


“Alguém me lembra por que cargas d’água nós escolhemos fazer Adivinhação esse ano?” perguntou Emma, se largando numa cadeira entre James e Sirius.


“Porque vovó nos obrigou.” Respondeu James fazendo Emma revirar os olhos. Os dois olharam para Sirius, que deu de ombros e disse:


“Eu achei que poderia passar a aula toda zombando da professora.”


“Boa tarde, meus caros alunos.” Eles ouviram a voz de Trelawney, a velha doida que ensinava Adivinhação. Ela saiu do meio da fumaça e sorriu para eles. “Quero que examinem os orbes. Sei que estamos fazendo isso desde o início do ano letivo, mas é a única coisa que cairá em seus N.I.E.M.s”


“Sabe o que eu estou vendo?” perguntou Emma após 15 minutos fitando a bola.


“Hum?”


“Tem um rachadinho bem aqui.” Disse ela apontando para um minúsculo rachado, quase invisível. Os garotos seguraram o riso.


“Sabe o que eu vi?” perguntou Sirius sorrindo marotamente. “O sutiã vermelho da Caroline Lisagen.”


Emma e James se viraram para olhar. A lufa olhava para a bola concentrada, sem nem perceber que uns três garotos da sala olhavam para o seu sutiã vermelho bem visível através da blusa branca do uniforme.


“Sem noção.” Murmurou Emma revirando os olhos.


“Viram algo? Ou precisam de ajuda?” a professora surgiu do nada, sobressaltando os garotos


“Ah, eu vi.” Disse Emma quando nenhum dos outros dois respondeu. “Tinha um... lobisomem...” mentiu ela dizendo a primeira coisa que lhe veio à cabeça. James e Sirius arregalaram os olhos e ela deu de ombros se desculpando e indicou com a cabeça um calendário na parede que mostrava que a próxima lua cheia estava perto.


“E...?” incentivou Trelawney. Emma correu os olhos pela sala, procurando alguma inspiração.


“Ele estava... correndo.” A professora sorriu.


“Acho que você realmente tem o dom, minha querida.”


O sinal tocou e os três garotos correram para fora da sala. Eles explodiram em risadas quando já estavam longe o suficiente dos ouvidos da professora.


“Você realmente tem o dom Emma,” caçoou James. “O dom de mentir.”


“Caramba!” exclamou Sirius olhando para o relógio de pulso. “Nós temos detenção agora!”


Eles olharam para as escadas atrás deles. Estavam em frente às portas do Grande Salão e teriam que subir correndo tudo de novo para chegar à sala da professora a tempo.


 


James, Sirius e Emma chegaram cinco minutos atrasados na sala de McGonagall, para variar, e encontraram a professora sentada em um círculo com os demais detentos – Remus, Peter, Snape, Mulciber e, por incrível que pareça, Lily.


“Diga-me, existe algum tipo de maldição que impede os Potter de chegarem na hora certa?” perguntou a professora. Os primos deram sorrisos amarelos. “Sentem-se.”


Eles pegaram três carteiras e se juntaram ao círculo.


“Não quero nem ouvir explicações.” Começou a professora severa. “O que vocês fizeram é inadmissível.”


“Vocês vírgula.” disse Emma lançando um olhar fuzilador para Sirius.


 


Os Fogos Filibusteiro voavam explodindo e brilhando pelo corredor quase vazio a não ser pelo maroto. Quando os fogos viraram num canto houve um grito de raiva e então apareceu alguém com os cabelos negros em chamas e parecendo extremamente irritado.


“DETENÇÃO BLACK!” berrou Snape tentando apagar o fogo. Sirius gargalhou gostosamente e entrou no banheiro puxando James para fora para ver a cena. O outro garoto riu alto o que irritou Snape ainda mais.


“DETENÇÃO POTTER!” Snape jogou água em si mesmo para extinguir o fogo. James parou de rir na hora.


“O que? Mas eu não fiz nada, seu...” a frase acabou com um feitiço que atingiu o sonserino em cheio.


Snape caiu para trás, mas rapidamente se levantou, lançando um feitiço que foi bloqueado por Sirius. Naquele instante, Emma, Peter, Remus e Lily apareceram e os dois primeiros sacaram as varinhas, se juntando aos amigos enquanto os dois últimos tentavam apartar a briga. Momentaneamente distraído, James foi atingido por um feitiço, não de Snape e sim de um de seus amiguinhos comensais, Mulciber, que se juntara à briga.


“ESTUPEFAÇA!” Mulciber caiu no chão desacordado, graças aos três feitiços estuporadores que o atingiram ao mesmo tempo. Emma, Peter e Sirius sorriram orgulhosos, mas ainda havia Snape.


“Diffindo!” o sonserino mirou em James, mas Lily entrou na frente bem na hora e o feitiço atingiu a garota, abrindo um corte que ia de seu cotovelo ao pulso. Ela fez um feitiço para fechar o corte e se virou para Snape com O Olhar.


“Detenção.” Ela não gritou. Sua voz era baixa e suave, mas cruel. “Para todos aqui. Já estou farta de suas briguinhas estúpidas.”


Naquele momento, Mulciber recobrou os sentidos e se pôs de pé num pulo, erguendo a varinha.


“Detenção, Mulciber.” Avisou Lily.


“Sangue-ruim.” Retrucou o garoto. Todos os olhares direcionados a ele eram furiosos, mas quem agiu primeiro foi Lily. Ela não agüentou e berrou um feitiço, lançando o sonserino metros para trás no exato momento em que McGonagall virava o corredor.


“Mas o que é que estão fazendo dessa vez?” Remus abriu a boca para falar, mas ela o calou com olhar. “Não me diga, não importa. Detenção. Para todos! Quero vocês na minha sala amanhã as oito em ponto. Sem discussão.” Acrescentou ao ver que Remus estava se preparando para argumentar. Ela se virou e saiu largando os alunos com ainda mais raiva.


 


“Não foi apenas Black quem lançou feitiços, foi Srta. Potter?”


“Mas...”


“Não tem mas nem meio mas. Estou pensando na detenção de vocês.”


 


“Poderia ter sido pior.” Remus tentou consolar os amigos.


“Cale a boca antes que fique pior.”


Eram seis e meia da manhã de domingo. O sol nem havia nascido ainda e lá estavam eles, em frente à Estufa Seis, que havia sido inundada pela chuva da noite anterior e agora estava cheia da lama que eles teriam que limpar sem magia.


“Como eles esperam que nós limpemos isso?” perguntou Emma, fazendo Lily revirar os olhos.


“Do jeito que os trouxas fazem.” Respondeu a ruiva apontando para um canto onde havia panos de chão, baldes, esfregões e esponjas.


“Ao trabalho!” ouviram Filch gritar atrás deles. Eles se viraram para ver o homenzinho do mal fechar e trancar a porta com um imenso sorriso no rosto. “Quero ver essa estufa brilhando!”


“Então me dê purpurina ao invés de baldes.” Disse Emma emburrada, fazendo os outros rirem.


Dentro da estufa estava um calor dos infernos, o que obrigou eles a tirarem seus casacos, o que foi um problema para Lily que estava usando uma blusa um pouco decotada. Já Emma, preguiçosa como era, nem se deu o trabalho de trocar de roupa e usava as calças brancas do pijama, que tinham leõezinhos desenhados e a blusa vermelha, também do pijama, que tinha o leão da Grifinória estampado no meio.


“Vocês não tem vergonha na cara não?” perguntou Lily ao perceber que só ela havia se dado o trabalho de trocar de roupa. Os Marotos usavam o pijama vermelho da Grifinória e os sonserinos usavam o pijama verde, que tinha uma serpente estampada.


“Não.” Responderam todos juntos.


Eles começaram a limpar, mas mal conseguiram chegar aos 60 segundos e a guerra começou. Uma pelota de lama atingiu Lily nas costas, fazendo Lily praguejar e os outros rirem.


“Caramba Evans, me desculpe, eu juro que foi sem...” James foi interrompido por uma pelota de lama que o atingiu bem no meio da cara. Mas Lily não estava brava, ela estava rindo.


Reinou o caos. Lama voava para tudo o que era lado, sujando ainda mais a estufa. Snape e Mulciber riam e atiravam lama nos outros seis, que estavam ocupados demais brigando entre si para notarem que os sonserinos estavam de fora.


Somente quando, após uma hora, Emma foi atingida por uma lesma que eles pararam.


“AAAH!”


“Que foi?” os grifinórios perguntaram preocupados com a morena que havia caído no chão.


“Quem foi o desgraçado que jogou uma lesma em mim?” perguntou a garota com raiva, apontando para o bicho verde e mole que se arrastava lentamente em direção à porta.


Ninguém respondeu. Ninguém queria escrito em sua lápide ‘Jogou uma lesma em Emma Potter’. Eles observaram o trajeto da lesma por mais alguns minutos até ela começar a subir pela parede e Emma gritou novamente.


“Ah, meu Merlin, ela vai para o teto e aí vai cair!” a garota correu para a porta e começou a bater violentamente, berrando para alguém tirar ela dali.


“Qual o problema dela?” perguntou Snape.


“Ela tem moluscofobia.” Respondeu James rindo.


“Isso existe?” perguntou Peter.


“Existe. É o medo de moluscos, como lesmas e caracóis.”


“Medo não!” corrigiu Emma ainda batendo na porta. “É fobia. Quando é fobia a porra ficou séria! Tirem-me daqui!”


Mas ninguém apareceu. Emma pulou para cima de uma mesa e, depois de verificar cada vaso de planta e se certificar de que não havia mais nenhuma lesma ali, se sentou no meio da mesa abraçando os joelhos.


“Levante-se.” Ordenou Lily “Você vai nos ajudar, querendo ou não.”


“Não se tiver mais alguma lesma por aqui.”


“Tem. Eu acho que vi umas cinco naquele canto ali.” Disse Sirius com um sorriso malicioso, mas Emma acreditou. Ela ficou imediatamente pálida e começou a ofegar.


“Eu acho que vou ter um ataque cardíaco. Ou desmaiar.”


A porta foi aberta violentamente, esmagando a lesma que subia por ela. Lá estava a professora McGonagall, vestindo um robe de tecido escocês, com os cabelos desarrumados e ofegando como se tivesse corrido até ali.


“O que... está... acontecendo?” ofegou ela. “Potter, podemos ouvir seus gritos lá do castelo! Francamente, achei que você estava morrendo.”


“Quase isso.” Disse Emma séria.


“Ela só teve um ataque por que viu uma lesma.” Explicou Lily.


“O QUE?” berrou McGonagall “São sete e quarenta da manhã, Potter, isso é hora de dar chiliques?! Por que não estão limpando? Por que estão sujos assim?”


Ninguém queria contar da guerra de lama que tiveram. A professora suspirou.


“Vão tomar banho. Cumprirão outra detenção no próximo domingo. Vocês não têm jeito mesmo.”


Eles saíram da estufa, satisfeitos com eles mesmos. O que quer que os aguardava no próximo domingo não poderia ser tão ruim.


Mas estavam enganados. Domingo chegou e oito horas da noite estavam todos na sala de McGonagall.


“Pois bem, vocês pediram isso. Sua detenção será apresentar um trabalho sobre a Revolução dos Duendes. Amanhã. Em frente à escola toda.”


“Mas tia Mimi, nós nem prestamos atenção às aulas!” protestou Sirius.


“Sei disso, Sr. Black. Vão apresentar o trabalho mesmo assim.”


“Lily e Remus tem anotações.” Falou Emma. Todos se viraram para os grifinórios.


“Não é o suficiente, vamos ter que pesquisar.”


“Na biblioteca?” James falou ‘biblioteca’ como falaria ‘caixão’.


“Não, na Câmara Secreta.” Retrucou Lily irônica.


“Você acha que existe mesmo essa câmara?” perguntou James tentando distrair Lily.


“Não é hora de falar disso, Potter. Temos que fazer um trabalho.”


“À biblioteca.” Disse Remus e eles desceram, achando que conseguiriam terminar o trabalho em menos de uma hora.
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N/A: Oi meus lindos, eu sei que não tem muita gente lendo, mas obrigada à todos que estão lendo. Moluscofobia existe e (por mais idiota que pareça) eu tenho.
COMENTEM POR FAVOR
Beijos,
Sophie 

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Comentários (2)

  • Sophie Prongs

    Que bom que está gostando! Obrigada pelo comentário :)

    2013-06-02
  • Victórie Weasley Lupin

    Muito emgraçado, quase morri de rir, estou emfartando de tanto rir!!!!!!! Está muito bom comtinue escrevendo estou adorando. :D Bjss

    2013-05-31
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