Jorge e Angelina



Jorge fechava a loja de Hogsmead. Rony havia ido mais cedo era aniversario da mãe de Hermione e o irmão fora jantar na casa da namorada. Apesar de não admitir ele ficava feliz por seu irmão estar com uma garota tão legal. Fred sempre dizia que eram feitos um para o outro e um dia descobririam isso. Fred. Fazia agora quatro anos desde daquela noite fatídica. Ainda doía mais agora já podia falar do irmão mais naturalmente. Gina sempre dizia que eles não deviam pensar na tragédia, mas nos momentos alegres. Na casa dela com Harry havia muitas fotos de família, mas havia uma especial: ela com uns 6 ou 7 anos no colo dos gêmeos e os três rindo de alguma travessura.


- Oi Jorge.


Ele se virou e viu Angelina Johnson. A bela menina negra que tinha sido namorada de Fred. Depois do fim da guerra ela tinha ido para a Itália jogar quadribol e nunca mais tinham tido muito contato. Ela era da mesma altura dele e com lindas formas conquistadas no esporte.


- Angelina.


Os dois estavam perdidos entre olhares. Angelina antes de ir embora falou para Jorge que não queria mais ficar perto das lembranças e Jorge naquela época não conseguia falar naturalmente do irmão.


- Desculpe ter vindo sem avisar, mas eu voltei para Inglaterra e queria te ver.


- Não tem problema. É bom ver você.


Os dois se adiantaram e se abraçaram: foi um momento em que cada um sentiu – se completo. Demoraram vários minutos para se soltar.


- Então você voltou é? Ainda vai jogar quadribol?


- Vou sim, acabo de ser contratada pelas Harpias de Holeyd. Vou jogar com sua irmã.


- Já imaginou minha irmãzinha, futura senhora Potter seria essa maravilhosa jogadora.


- Pois é ela sempre teve potencial, quando eu a vi sorrindo no campo de quadribol em Hogwarts me lembrei de você e Fred, ela tinha a mesma alegria que vocês.


- Ainda tem. Mas o que você acha de em vez de ficarmos conversando aqui no meio da rua ir para meu apertamento? (N/A de proposito)


- Claro. Vamos então.


- Segure minha mão.


Ele aparatou direto no apartamento. Ainda morava em cima da loja no Beco Diagonal, apesar da mãe achar que ele tinha de voltar para Toca, mas ele achava melhor ficar em seu canto, Rony ainda estava com os pais e Percy voltará para lá depois da Guerra. Ele acabou morando sozinho, apesar da mãe sempre vir dar uma arrumada. Hoje não era um desses dias; havia vestes usadas no sofá, papeis da loja na mesinha de jantar, resto de um sanduíche na mesinha de centro.


- Er... Desculpe essa bagunça, peraí, Evanesco. Pronto está melhor.


- Sabe eu sempre achei que você ia voltar para Toca.


- Mamãe ia adorar, mas gosto de ter meu canto. E ainda mais eu vou lá pelo menos uma vez durante a semana e todos domingos.


- Sua mãe faz almoços de família?


- Faz. A única que falta mais é Gina, mas Harry sempre está ou minha mãe o mata e isso serve para nós também.


Eles sentaram- se lado a lado no sofá de frente para lareira. Durante algum tempo ficaram em silêncio. Angelina olhava para o quadro de Fred em cima da lareira. Era um quadro bruxo, então o rapaz aparecia de olhos fechados encostado na moldura. Mesmo assim tinha um sorrisinho de lado, como se sonhasse com uma piada.


- Você ainda sente falta dele não é? Jorge a tirou dos seus devaneios.


- Sinto, mas não mais com aquela dor. Quando eu fui embora eu estava fugindo de ficar pensando no que teria sido sabe? Mas depois eu vi meu egoísmo. Você precisava de mim e eu não pensei em você, só em mim e na minha dor. Eu quero te pedir desculpas, eu devia te apoiado, ter ajudado, nós tínhamos de nos apoiar, mas eu fui embora e...


- Shhii... Você não me deve nada Angelina. Duvido que com você aqui eu tenha falado e sofrido. Por um tempo eu fingia que estava tudo bem, mas não estava. Foi mamãe que me ajudou. No dia que Victorie nasceu eu não fiquei feliz, e eu não entendia que todos estavam felizes. Era o dia que meu irmão morreu. Mas minha mãe não brigou comigo, ela conversou me apoiou. Foi depois disso que eu entendi que não era uma dor minha, era de um monte de gente. Ai que eu falei dele, de como sentia falta dele, mas eu voltei a viver e isso é o que ele ia querer.


Angelina estava as lágrimas. Jorge abraçou a moça emocionado também. Sabia que apesar das piadas o irmão gostava mesmo da menina, e se tivesse tido chance ele teria casado com ela. Quando sentiu um movimento pensou em soltá – la e quando ele virou ela fez o mesmo. O primeiro contato foi só um roçar de lábios. Eles separaram – se assustados, mas menos de um segundo ela colou os lábios no dele. Jorge ficou surpreso por um minuto.


E correspondeu. Fazia algum tempo que não sentia – se assim. Que não tinha vontade de beijar alguém. Os beijos foram se sobrepondo , mas quando Jorge e Angelina escorregaram para o tapete a realidade voltou.


- Angie me desculpe, eu não sei o que deu em mim.


- Não foi só em você. Você deve achar que eu sou doida.


- Não. Por que eu iria pensar isso?


- Fui namorada do seu irmão. E você pode achar que estou aqui para, para ...


- Eu acho que você está aqui porque você é minha amiga também. Fred morreu Angelina e infelizmente ele não pode voltar, mas nós estamos vivos, e eu quis beijar você não porque você namorou meu irmão, mas porque você é uma menina legal e tem um beijo espetacular.


- Eu sei... Mas não quero confundir nada, é melhor pensar... Tchau.


De repente Jorge sentiu o vazio onde antes estava a menina. Ela tinha aparatado.


- Você devia ir atrás dela.


O Fred do quadro sorria. Jorge sentou no sofá. Depois de um gemido de frustração ele perguntou:


- E onde acharia ela?


- Quando ela está nervosa ela vai ao Caldeirão Furado.


- Valeu maninho.


Jorge aparatou também, e na silenciosa sala o rapaz no quadro com um sorriso maior retratado sentenciou:


- Já não era sem tempo. Até que enfim vão serem felizes.

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