Campeão de Durmstrang

Campeão de Durmstrang



Não, pensou Gwydion, o Ethan não daria tudo de si para derrotar Lord Voldemort.


A Snape respondera que não sabia, e que o professor deveria fazer a mesma pergunta a Ethan para obter a sua resposta.


Dobrou-o, e, solenemente, colocou o seu papel dentro do Cálice de Fogo. Krum fez o mesmo, imediatamente a seguir a si.


Viu Karkaroff a observá-los atentamente a um canto, e retribuiu o aceno do Director. Os membros dos Júri eram os três directores, Mr. Barty Crouch do Departamento de Relações Internacionais e Mr. Ludo Bagman do Departamento de Jogos e Desportos Mágicos, o que significava que três dos cinco membros eram ingleses, o que dava vantagem a Hogwarts e desvantagem a Durmstrang, uma escola liderada por um homem que havia sido preso em Inglaterra, e cuja reputação se ligava muito às Artes das Trevas do ponto de vista dos ingleses. Karkaroff estava preocupado, e Gwydion sabia-o.


- O Karkaroff não tem de se preocupar. O Dumbledore e o Crouch serão sempre justos. – Draco encolheu os ombros, quando lhe contou – O Bagman torna-se indiferente.


- O Dumbledore só será justo, enquanto Ethan Potter não estiver envolvido. – Gwydion comentou.


- Vai ser a Hermione. – Draco olhou para a melhor amiga de ambos – Toda a gente o sabe, mas a maioria não o quer admitir.


Nessa noite, houve festa no navio de Durmstrang. Cerveja de Manteiga e Whisky de Fogo circulavam pelo convés. Cheirava a tabaco.


Gwydion apresentou Hermione a todos os seus amigos. Viu a jovem de catorze anos a ficar bêbeda e a dançar loucamente ao seu lado. O olhar de Blaise Zabini era sombrio. Com um aceno de Daphne, Draco levou Blaise para fora do navio.  


Viktor não tirava os olhos de Hermione, o que não passou despercebido a ninguém. Valkyrie e Gwydion só tinham olhos um para o outro, os seus corpos roçavam-se em movimentos íntimos e ele desejava que todos os toques dela na sua pele, todos os arrepios que lhe desciam pela espinha durassem para sempre.


Mas Valkyrie acabou por cair no sofá, com a cabeça apoiada no colo de Krum, enquanto Hermione e Gwydion caminhavam e conversavam.


- És um idiota. – Hermione disse-lhe, por entre risos.


- Ai sou? Então, porquê? – Gwydion abraçou-a e rodou-a no ar, acabando os dois por cair no chão.


A relva estava húmida e o ar da noite era fresco. Os seus corpos mantinham-se quentes. As estrelas reflectiam-se nas águas do lago negro numa explosão de luz encantadora. A música distante vinda do navio entrava melodiosa pelos seus ouvidos. E tudo parecia ligeiramente andar à roda. Os seus corpos pareciam leves. Estavam bêbados.


- Vais lutar pelo Ethan, quando a hora chegar? – Hermione perguntou, rebolando para longe dele.


- O Ethan merece que se lute por ele? – Gwydion levantou a sobrancelha. – Eu farei tudo ao meu alcance para parar Lord Voldemort, mas não sei se isso envolve o meu irmão.


- O Harry que eu conheci era um rapaz cheio de compaixão, que lutaria pelo irmão e tinha esperança e fé. Não era um idiota céptico e arrogante. – Hermione disse, com uma ponta de amargura, mas o sorriso não desapareceu dos seus lábios.


- Eu sou melhor do que o Harry, Hermione. – Gwydion sibilou – E sei que tu sabes isso. Só me sentes mais distantes, porque já não sou só tu e eu. Não faças melodramas.


- Eu não sou melodramática. – Hermione fez uma careta.


- Mentirosa. – Gwydion sussurrou ao seu ouvido, fazendo-a rir-se e rebolaram juntos na relva. – E diz-me lá, o Blaise é melhor do que eu, fisicamente?


- Estás mesmo com problemas de ego, não estás? A Valkyrie não te mima o suficiente? – Hermione retribuiu com igual sarcasmo.


- Oh. Não digas mal da minha namorada. – Gwydion fez-se de ofendido.


- Tu és giro, idiota. Muito giro. – Hermione riu-se – A Padma Patil andava a comentar na sala comum que estavas muito mais giro que o teu irmão.


Não soube quanto tempo ficaram ali como se não houvesse amanhã, nem responsabilidades, nem problemas, nem nada. Não se lembrava de voltarem para o navio. Mas quando acordou na manhã seguinte, estava deitado no chão do seu quarto, com Hermione apoiada no seu peito.


Viktor e Tok fariam piadas durante uma data de meses, e Valkyrie revelou a sua faceta mais ciumenta, o que lhe desagradou. Hermione era como se fosse sua irmã.


A noite de Halloween chegou umas semanas depois. O Cálice cuspiu primeiro os papéis dos campeões mais velhos: Fleur Delacour, por Beauxbatons, Cedric Diggory, por Hogwarts, e Viktor Krum, por Durmstrang.


- Sem surpresas. – Tok sussurrou para Gwydion, que concordou com um aceno.


- Jean Elysées. – Dumbledore chamou, ao agarrar o quarto papel que saiu do Cálice.


Um rapaz de cabelos castanhos, mas aloirados, e olhos verdes levantou-se. Tinha dezasseis anos, sendo apenas um ano mais novo do que Fleur. Parecia nervoso e mastigava pastilha elástica, o que era típico dos muggles e raro nos feiticeiros. Usava um par de óculos quadrados e tinha um ar cromo.


- Desajeitado. – Draco sussurrou, quando Elysées tropeçou e chocou com Snape.


- Pode ser, mas deve complementar a Fleur de alguma maneira, ou o Cálice não o teria escolhido. – Valkyrie comentou. Gwydion concordou com um aceno.


Elysées cumprimentou Dumbledore com um aperto de mão e passou pela porta atrás da mesa dos professores, onde os outros campeões já se encontravam.


- Hermione Granger. – Dumbledore chamou, ao ler o quinto papel que saiu do Cálice.


Gwydion e Draco começaram a aplaudir e a assobiar. Hogwarts acompanhou-os, com excepção de alguns Gryffindor, que esperavam que Ethan fosse o seu campeão. E os alunos de Durmstrang que conheciam Hermione juntaram-se-lhes.


Hermione ficou estática por uns momentos, sentada, imóvel e surpresa. Gwydion, sentado ao seu lado, sussurrou-lhe ao ouvido: “És tu, sabias?”.


Os professores de Hogwarts sorriam e pareciam satisfeitos. McGonagall tinha um brilho de orgulho nos olhos.


- Gwydion Black. – Dumbledore chamou, por fim.


Valkyrie abraçou-o, Tok sacudiu-lhe os cabelos e Draco assobiou ao seu lado. Daphne deu-lhe uma palmadinha nas costas, e sussurrou-lhe ao ouvido que a Hermione era capaz de o derrotar. Gwydion riu-se e avançou pelo salão. Durmstrang entoava o seu nome, e aplaudia.


Cumprimentou Dumbledore com um aperto de mão. O director analisava-o, com os olhos, como se ele fosse uma interessante experiência de laboratório. Recebeu um discreto aceno de Snape, e outro de Karkaroff, mesmo antes de passar a porta.


- Previsível. – Krum disse, em alemão, assim que ele passou a porta.


Trocaram um abraço rápido. E Gwydion cumprimentou os restantes concorrentes, abraçando Hermione.


 A porta abriu-se pouco tempo de pois. Ethan Potter entrou com um sorriso triunfante.


- Eu sou o Sétimo Campeão. – Ethan disse. – O meu nome acabou de sair no Cálice de Fogo.


- Porque é que Hogwarts havia de ter três campeões? – Fleur perguntou.


- Não devia. – Krum disse – Mas o favoritismo existe.


- Uma afirmação extremamente perigosa de se fazer, Mr. Krum. – Snape afirmou, num tom cortante.


Snape acabara de abrir a porta, seguido por Moody, McGonagall, Dumbledore, Karkaroff, Bagman, Madam Maxime e Barty Crouch.


- Mas nem por isso menos verdadeira, professor. – Gwydion disse para Snape.


- Ninguém desta escola deseja colocar a vida do Rapaz-Que-Sobreviveu em risco. E só um tolo tomaria este Torneio por fácil, Mr. Black. – Snape retorquiu, mas virou-se para Ethan – Contudo, não duvido que existam estratégias e truques utilizados por aqueles que procuram glória eterna. O que foi que andaste a fazer, Potter? Quem foi que te ajudou?


- Seria preciso um encantamento Confundus extremamente poderoso. – Moody cortou – Isto foi trabalho de um feiticeiro das Trevas.


- Um feiticeiro das Trevas em Hogwarts? – McGonagall levantou a sobrancelha céptica – As nossas medidas de segurança…


- Vejo dois só nesta sala. – Moody cortou. – Não entendo o espanto, Minerva.


Snape e Karkaroff agarraram os seus respectivos braços esquerdos num movimento quase involuntário, com expressões enraivecidas.


Gwydion fintou Olho-Louco com atenção. O alucinante olho azul rodava em todas as direcções, mas parecia pousar em Gwydion, repetidamente. Tinha um sorriso de esguelha, tornando óbvio o seu gosto de se divertir à custa de Snape e de Karkaroff. A perna de pau ecoava sempre que andava, e apoiava-se num enorme bastão, que usava como varinha.


- Chega. Eu confio em toda a gente que se encontra dentro desta sala. – Dumbledore abriu os braços – Barty, Ludo, vocês são os nossos juízes auxiliares. O Ethan participa neste torneio?


- Uma vez que o nome saia do Cálice não há retorno. – Crouch disse num tom áspero, com óbvio desagrado.


- Isso não é justo. – Reclamou Madam Maxime.


Pelo canto do olho, Gwydion observou Moody a dar um golo no seu cantil. A pele tremia e o conteúdo devia saber horrivelmente mal. Ainda há menos de uma hora observara o mesmo efeito no Salão Nobre, durante a cerimónia.


- O Ethan é que devia estar a queixar-se. Foi, claramente, tramado com toda esta história. – Moody encolheu os ombros. – Temos sete campeões, mais vale aceitarmos isso, que estas discussões não nos levam a lado nenhum.


- Vão todos para a cama. – Dumbledore virou-se, gentilmente, para os campeões.


- Polisuco. Moody. – Gwydion sussurrou no ouvido de Hermione – Diz ao Snape para confirmar.


Hermione pestanejou, e acenou-lhe discretamente. Viktor e Gwydion saíram atrás de Karkaroff, que lhes começou a dizer que estava muito orgulhoso de ambos.


- Professor Snape. – Hermione deixou-se ficar para trás, acenando a Diggory e a Potter – Desculpe incomodá-lo, senhor, mas…eu deixei a minha faca de prata hoje em cima da bancada. Será possível que a tenha encontrado?  


Snape pestanejou, fintou Hermione e demorou meio segundo a perceber que não havia nenhuma faca, mas ficou impressionado com a actuação da sua jovem aluna. Elaborou a sua expressão de óbvio desprezo.


- Então, foi a sua faca que ficou abandonada no meio da minha sala de aula? – Snape sibilou – E não se lembrou de perguntar por ela mais cedo? Menos cinco pontos para os Gryffindor pelo seu esquecimento, e outros cinco pelo tempo que demorou a tentar recuperar o material. Venha comigo, Miss Granger. A faca está no meu gabinete.


Dumbledore e McGonagall não pareceram surpreendidos. Hermione saiu atrás de Snape, tentando manter a expressão cabisbaixa de menina repreendida. Serpentearam por entre as paredes de pedra até um corredor deserto.


- O que se passa, Miss Granger? – Snape sussurrou.


- Gwydion Black desconfia que é Polisuco que se encontra no Cantil do Professor Moody. – Hermione disse – Se for verdade, senhor, é bem provável que tenha sido ele a fazer do Ethan Potter um campeão.


- Ingredientes de Polisuco foram roubados do meu Gabinete. – Snape suspirou – E numa das noites apanhei-o a rondar por perto. Encaixa, mas precisamos de o confirmar.


- Como? 

N/A: Pessoal, quero saber o que acham que vai acontecer a seguir? Estão a gostar?

ROC e Victoria: Obrigada pelos comentários, vocês motivam-me a continuar :D 

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Comentários (3)

  • vitoria67

     

    2014-02-07
  • ROC

    concordo com DACB e a acrescento que essa fic é otima...  

    2013-10-06
  • DACB

    Estou a adorar, vê s não demora tanto tempo para postar

    2013-10-05
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