O Trem - Rose



Ela saiu da cabine com a cabeça a ponto de explodir, como ele não percebia que aquilo era uma das melhores coisas que poderiam um dia a vir conhecer? Seus pais, seus próprios pais salvadores do mundo bruxo? Isso é uma coisa para se orgulhar! E não para jogar acusações ao vento como se fosse resolver alguma coisa. Como se eles fossem culpados de alguma coisa.


Ela estava tão distraída andando pelo corredor com raiva de Alvo que nem percebeu a menina que estava parada na sua frente e trombou nela.


- Por Merlim! Será que todos nesse trem são cegos? – grita a menina com uma voz extremamente irritante.


- Ah! Desculpe. – responde Rose imediatamente.


- Desculpe? – a menina diz irritada – Pelo o que? Por trombar em mim ou por estragar meu sapato novinho?


Rose avalia bem a garota, cabelos pretos como um corvo, olhos cinzentos e entediados que mostram desprezo por todos que passam, um rosto fino e um nariz tão arrebitado que chega a ser estranho, alta, parece ter idade para ser do terceiro ano ou mais, na hora em que Rose desce os olhos nela já sente a repulsa pela garota crescer, mas ela se força a dizer de novo:


- Desculpe.


- Bom, desculpas não irão fazer com que meus sapatos fiquem limpos dessa marca de tênis nojenta que você deixou, vão?


Rose estava a ponto de responder quando um garoto que estava conversando com ela diz:


- Por Merlim, Dani. Ela já pediu desculpas. Deixe a garota em paz.


- Bom, desculpas não são o suficiente para mim. – ela arrebita o nariz mais um pouco.


- Diga a ela que ela é a mais linda de Hogwarts e ela te deixa ir sem nenhum arranhão – diz o menino tampando a boca, mas não fazendo esforço nenhum de abaixar a voz.


- Ah, Henry querido – diz a menina com escarnio – eu não preciso que essa cenoura ambulante – ela pega uma mecha do cabelo de Rose e solta um suspiro de dó – me diga o quanto sou bonita. Eu já sei disso.


Subitamente a porta da cabine ao lado da garota chamada Dani se abre e a cabeça de uma menina de cabelos castanhos e olhos da mesma cor aparece.


- Sim, sim. Todos nós já sabemos o quanto você é linda e perfeita Dani, porque não vai andar pelo trem escolhendo seu novo namorado do mês? Já cansamos de olhar tamanha beleza.


O menino chamado Henry segura o riso, Rose se esforça para fazer o mesmo, Dani olha ao redor, lança um olhar de desprezo em todos e sai pelo corredor com o nariz tão empinado que muitos poderiam pensar que ela esta olhando para o teto.


- Ela é sempre assim? – pergunta Rose.


- Quase sempre. – responde o menino chamado Henry.


- Ah é? – diz a garota da cabine com sarcasmo – e quando ela não é? Dormindo?


- Exatamente. – responde ele com um sorriso no rosto.


Rose ri junto com eles e então o menino se volta para ela de novo, com cabelos cor de palha bagunçados e olhos azuis como o céu em dia de verão ele encarou ela por alguns segundos até dizer:


- Prazer, Henry Finnegan.


- Rose. – ela responde um pouco sem jeito pelo modo como ele a olhou – Rose Weasley.


- Muito prazer senhorita Weasley. – diz ele de um jeito tão formal que chega a ser engraçado e ela sorri – Agora, se me dão licença, preciso achar uma dupla de gêmeos antes que eles coloquem fogo no trem. – e então ele sai em direção oposta a Rose.


- Bom, Rose Weasley, meu nome é Olivia Lopez, e se você quiser se juntar a mim e minhas amigas será bem vinda.


- Ah... Não obrigada, meu primo esta me esperando. – ela sorri desajeitadamente para a garota agradecendo o convite e começa seu caminho de volta a cabine onde deixou Alvo, agora com a cabeça mais fria.


Ela devia estar muito distraída com tudo ou havia um excesso de pessoas no trem, pois no meio do caminho ela tropeçou em alguma coisa muito branca, caiu com força no chão do corredor e a ultima coisa que viu foi o chão vindo em sua direção.

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