Consequências




Um ar estava pesado de se respirar. O seu corpo estava fraco, a sua visão entropecida, mas sabia que era de noite e que Pettigrew havia fugido. 
Snape já não estava por perto. Alguém o levara para o castelo. Daphne e Hermione estavam desmaiadas perto de si, e Harry compreendeu que o haviam seguido até à massa de Dementors. 

Havia pegadas de cão, mas nunca conseguiria distinguir as de rato. Levantou-se. A relva estava húmida. Estava tonto e sentia suores frios.
Respirou fundo. Deixou-se vomitar ali no meio do chão. Depois, começou a correr para o meio da floresta.

Ele havia de encontrar Pettigrew. Afinal, todas as serpentes caçam ratos e Harry era um serpentês. 

Nunca soube quantas horas serpenteou pela floresta, sussurrando com as cobras, sentido que se aproximava, correndo em momentos de entusiasmo. O dia tornara-se quente. O sol brilhava alto no céu, quando finalmente desmaiou, de novo, cedendo ao cansaço. 

Demoraram mais um dia a encontrá-lo,e passou dois dias desmaiado. Harry soube por Malfoy, quando acordou na Ala Hospitalar, que Dumbledore proibira Snape de utilizar as suas memórias para inocentar Sirius, que continuava em fuga. Dumbledore dissera a Snape que era crucial que Harry continuasse a viver com os tios, e Malfoy estava a passar no corredor, quando ouviu vozes exaltadas. 
Aparentemente, a palavra de 5 adolescentes nada significava, e Black deixara-os a todos com o efeito de um Encantamento Confundus. Lupin era um lobisomem e ninguém queria saber do que ele dizia. E Snape fora gravemente ferido, e estava em choque ou, também, exposto a um Confundus. 

- Chamou-me, Professor? - Harry bateu à porta do Gabinete de Snape. 

- Entra, Potter. - Snape acenou. Reparou que o aluno vestira o seu melhor uniforme e estava com um aspecto impecável, tentando causar boa impressão. 

Harry não se atreveu a sentar. Snape curvou ligeiramente os lábios. O rapaz simplesmente já o conhecia demasiado bem. Snape levantou-se. 

- Preciso de enumerar todas as regras que quebraste este ano ou sabes as razões pelas quais te chamei? - Snape sibilou, friamente. 

- Sei os erros que cometi, senhor. - Harry acenou. A quebra das regras levara a que descobrisse a inocência de Sirius, o que não era mau. Mas do ponto de vista de Snape, quebrar as regras era sempre um erro. 

- Muito bem. E assumes a responsabilidade pelas outras 5 pessoas que foram expostas a perigo desnecessário e acabaram na Ala Hospitalar? - Snape continuou. 

- Sim, senhor. 

- Agora diz-me, Potter, que tipo de castigo é que achas que mereces? - Snape lançou-lhe um olhar de desafio. 

- Não sei, senhor. Não me cabe a mim decidir. - Harry sibilou. Não queria jogos psicológicos. 

- Os Slytherin vão perder 50 pontos, e tu vais passar as tuas noites a polir caldeirões, enquanto pensas sobre como as coisas podiam ter acabado mal na noite em que foste atrás de Sirius Black. - Snape sentenciou com um brilho gelado no olhar. 

- Eu tenho uma pergunta, senhor. - Harry atreveu-se - Porque é que não inocentou Sirius Black? 

- Não acreditariam na minha palavra. Sem Pettigrew havia muito pouco que alguém pudesse fazer. Eu sei que a Greengrass te contou que ele era o teu padrinho, e que queria que fosses viver com ele. Lamento, Potter. 

Harry percebeu que Dumbledore manipulara a situação de forma a que parecesse que a culpa era do Ministério, quando Dumbledore nem sequer deixara Snape tentar. Dumbledore sabia muito bem como jogar as suas cartas. 

Harry estava magoado com Snape, mas já no comboio de regresso lembrou-se que o Professor entrara num covil onde estava um potencial assassino, com um lobisomem para defender 6 adolescentes. 

Recebeu uma carta de Sirius que falava da relação dele com James e como se tornara seu padrinho, como retirara dinheiro da sua conta para lhe comprar a Firebolt, e como gostava de ter tido oportunidade de passar mais tempo com ele. Harry ficou com uma linda coruja branca, juntamente com a qual veio a carta chamada Hedwig. 


 

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