gotta be 19 and 20



Capítulo Dezenove: ‘O Segredo é continuar respirando’ 


‘'Alguém uma vez me disse: Toda canção tem um final, mas não há qualquer razão para não aproveitar a música'.


- Peyton Sawyer.




- O quê, Daniel? Fala mais alto! Tente ligar de novo, eu não tô ouvindo nada – rhanna praguejou baixo ao fechar o celular enquanto andava até a entrada do metrô. A manhã de sábado estava fria e chuvosa, deixando a garota mais frustrada por ter de ir à escola no fim de semana para terminar um trabalho de biologia. 
O McFly estava em turnê pela Ásia há exatas quatro semanas; faltavam apenas dois meses para as garotas terminarem o ensino médio; dentro de três meses Cath se mudaria para a casa da mãe, que tinha se casado recentemente, na Itália; Nina estava mais feliz que nunca: tinha sido aceita em Cambridge; Daniel voltaria em cinco dias; e rhanna tinha um grande dilema, ou melhor, uma bomba relógio nas mãos: recebera três cartas de aceitação em universidades... Uma no Brasil, que era da vontade de seus pais. Uma em Londres, que era a opção mais óbvia. E uma nos Estados Unidos, universidade na qual sempre desejou estudar, porém nunca tinha visto como uma real possibilidade. Rhanninha tinha pouco mais de dois meses pra decidir seu futuro...

- Finalmente, mocinha! Já ia começar o trabalho e tirar seu nome dele! – Nick estava sentado na sala de aula vazia, arrumando os materiais que usariam no projeto. – Que bela parceira de laboratório o Profº Stuart foi me arrumar, ainda bem que logo me livro de você.
- Cala a boca, Hoult – rhanna mostrou língua ao tirar o casaco e colocar a bolsa sobre a bancada. – Nem todo mundo mora colado no colégio.
- Se for mal educada comigo, não te dou o que a Ashleigh mandou – ele sorriu maroto, indicando um pacote perto de sua mochila.
- Isso não vale, Nicholas! Ela mandou pra mim, você tem que me dar! – rhanna tentou afastar as mãos do garoto e alcançar o embrulho. – É alguma coisa doce, minhas lombrigas dizem que é. Me dá!
- É uma coisa que vocês comentaram enquanto assistiam ‘O casamento do meu melhor amigo’. – Nick ficou de pé, segurando o pacote no alto, deixando-o totalmente fora do alcance das mãos derhanna.
- É Crème Brûlée ! Ah! Cuidado, você vai destruí-lo! – a voz da garota produzia ecos pela sala de aula – Por favor, me dá meu docinho?
- Eu entendo por que o Neeson nunca nega nada, essa sua carinha é adorável – o garoto riu e entregou o refinado doce à rhanna, que o saboreou como se fosse a coisa mais deliciosa do mundo, enquanto Nick começava o trabalho de biologia.
- Nick, você não pode deixar a Ashleigh escapar de você – ela disse quando terminou de comer e arrumava as coisas do projeto. – Se no primeiro ano da faculdade de gastronomia ela já é assim, imagine quando se formar?
- É como dizem, ela me ganhou pelo estômago – ele riu alto, sendo seguido por rhanna. – E pelo visto te ganhou por alimentar suas lombrigas, né?
- Totalmente!

Horas depois...

- Nicholas, eu vou deixar o Senhor Matthews te trancar ai dentro. Anda logo! – rhanna gritava, rindo ao ver Nick tentando carregar diversas coisas pelo gramado do colégio.
- É fácil falar né, bonequinha, já que você não carrega nada e sobra tudo pra mim – ele resmungou, rolando os lindos olhos azuis. – E pode parar de rir, senão eu nunca mais trago nada que minha namorada fizer pra você comer.
- Não me ameace, Hoult – rhanna cerrou os olhos diante do sorriso vingativo de Nick, em seguida os dois riram. – E sabe, a Ashleigh é muito boazinha pra negar alguma coisa...
- Você é quem pensa – o garoto disse distraído, fazendo Rhanninha gargalhar e lhe dar um tapa no braço. – Ai, que foi, sua doida?
- Eu entendi o que você quis dizer, seu pervertido! – ela ria e batia nele ao chegaram ao carro do garoto. – Me dá a chave, que hoje eu tô boazinha e vou te ajudar a guardar esse monte de tranqueiras.
- Nossa, que amor de pessoa que ela é! – Nick ironizava quando terminou de colocar as coisas no banco traseiro e fechava a porta. – Quase uma irmã de caridade.
- Cala a boca – ela riu ao dar um soco no braço do garoto, que também ria.
rhanna – ela ouviu seu nome, pronunciado por aquela voz tão conhecida; ao olhar para o outro lado da rua, viu Daniel encostado em seu carro, os braços cruzados, usando óculos escuros, mas que não conseguiam esconder a feição séria dele.
- Oi, amor! – a garota abriu um largo sorriso e atravessou a rua correndo, se jogando nos braços de Daniel. – Você não disse que só voltaria daqui a cinco dias?
- Era pra ser uma surpresa – ele disse baixo, os olhos fixos em Nick, que fingia arrumar sua mochila, mas rhanna não pôde ver isso devido aos óculos de sol que o namorado usava.
- Senti sua falta – ela disse baixinho ao abraçar Daniel pela cintura, que a abraçou de volta mecanicamente.
- Também senti a sua – ele disse ainda sério, sem olhá-la. – Vá se despedir do seu amigo, ele está esperando.
- Só vou pegar minhas coisas e já volto – a garota percebera a frieza do namorado, com isso saiu sem dizer mais nada; Nick pegou sua bolsa e a entregou. – Obrigada, Hoult. Agradeça à Ashleigh pelo Crème Brûlée, diga que estava maravilhoso.
- Ela vai adorar saber que acertou a receita – ele disse meio sem graça, coçando a nuca. – Rhanninha , vai logo antes que você arrume briga com o Neeson por minha causa.
- Eu vou demorar o quanto eu quiser, ele não é meu dono – a garota disse magoada, respirando fundo. – Não estamos fazendo nada de errado, ele que se acalme.
- É, mas é melhor você ir, nos falamos na segunda – Nick apenas sorriu fraco e entrou no carro. – Espero tirar pelo menos um B nesse trabalho.
- Eu dou um soco no Profº Stuart se não tirarmos um A – rhanna sorriu desanimada, e acenou quando Nick arrancou com o carro. A garota respirou fundo antes de atravessar a rua mais uma vez; naquela manhã quando acordou, tudo o que queria era Daniel de volta, e agora queria que ele voltasse só daqui a cinco dias como o planejado.
- Quer ir pra casa ou pro meu apartamento? – ele disse quando ela se aproximou, não havia mudança no jeito frio de falar. rhanna suspirou antes de responder.
- Preciso ir pra casa, hoje à noite tem uma festa de uma colega e eu prometi ajudar as meninas com os preparativos. – Sem olhá-lo, ela entrou no carro e esperou que ele fizesse o mesmo.
O caminho até a casa dos Neeson só não foi completamente silencioso devido ao CD do Dashboard Confessional que tocava.

Rhanninha , espera – a garota ouviu a voz do namorado quando bateu a porta do carro, quando chegaram e casa; ele deu a volta no carro e parou diante dela, tirando os óculos escuros e olhando meio sem jeito para a garota. – Eu... Desculpa pelo modo que agi. É mais forte que eu.
- O que é mais forte que você, Daniel? – a voz dela ainda soava magoada.
- Esse... Ah, Rhanninha , essa merda de ciúme! Eu não... Quando eu te vi com ele... – o garoto respirava fundo, tentando fazer a namorada entender tudo o que sentia sem ter de colocar isso em palavras. – Eu sabia que você estava com ele, mas não consegui controlar... Rhanninha , esse cara quase te violentou!
- Não jogue a culpa no Nick, não hoje – ela disse séria, os braços cruzados, olhando fixamente para Daniel. – Ele errou, mas se redimiu por isso. Eu o perdoei, e isso já é passado. Agora, não venha com essa historia só pra encobrir a sua infantilidade, essa insegurança boba.
- Amor, não quero brigar, sério – ele disse num tom de derrota, tocando a face de rhanna com as pontas dos dedos. – Me perdoa, ok? 
- Se você prometer nunca mais me tratar assim, me magoa... Ofende – ela disse baixo, se rendendo ao olhar arrependido que o namorado lhe lançava; Daniel acenou de leve, antes de abraçá-la pelos ombros, afundando o rosto nos cabelos de rhanna.
- Eu senti tanto a sua falta – ele sussurrou ao senti-la passar os braços ao redor de sua cintura, e deixar o rosto contra seu pescoço. – O idiota do seu namorado te ama demais, sabia?
- Diz pro meu idiota do meu namorado que eu também senti saudade – ela disse baixinho, sentindo o cheiro maravilhoso que só ele tinha – E que da próxima vez que ele me fizer sofrer sem eu ter feito nada de errado, eu vou...
- Você não vai fazer nada – Daniel a interrompeu, segurando o rosto de rhanna entre as mãos, olhando em seus olhos. – Porque não vai acontecer nada do tipo outra vez...
- Eu amo... – ele nem esperou que ela terminasse a frase, logo pressionou seus lábios contra os dela, tentando mostrar através disso, que a saudade que sentia era muito maior que qualquer outro sentimento momentâneo.

***

Rhanninha , querida, mussarela ou calabresa? 
- Hum, as duas? – rhanna riu ao descer as escadas, respondendo a pergunta da Sra. Neeson.
- Não ajudou muito, não é mocinha? – a senhora sorriu de lado, logo fazendo o pedido da pizza pelo telefone. rhanna mostrou a língua e foi até a cozinha, voltando no momento em que a mais velha finalizou a ligação. – Você devia ter ido à festa com as meninas.
- Não estava muito animada pra todo aquele barulho e pessoas bêbadas – a garota deu de ombros ao sentar-se no sofá da sala dos Neeson. – Eu não tinha planos de ir, ainda mais com essa volta antecipada do Daniel.
- Ele ainda está dormindo? – a Sra. Neeson sorriu para a menina, vendo seus olhos brilharem ao falar do namorado.
- Sim, ele praticamente desmaiou. – As duas riram. – É claro que eu prefiro ficar em casa com o seu filho quase zumbi, do que ir a outra festa da escola.
- O Daniel teve muita sorte em te achar, Rhanninha – a senhora disse de repente, fazendo as bochechas da menina corarem instantaneamente. – Digo isso do fundo do meu coração. Hoje em dia as pessoas não acreditam no casamento, e compromissos duradouros... Mas eu realmente te vejo sendo alguém muito importante no futuro do meu menino.
- Er... Obrigada – rhanna sorriu sem jeito, passando a mão pelos cabelos – As coisas sempre mudam e eu não sei o que o futuro reserva pra mim... Mas se eu pudesse decidir agora, eu escolheria seu filho para ser o meu ‘para sempre’.

rhanna! – a garota ouviu Daniel lhe chamando do andar superior da casa, quando terminava de comer o primeiro pedaço de pizza. – Você pode subir aqui? 
- Já vou! – olhou para a Sra.Neeson e sinalizou com a mão que estaria lá em cima, vendo a senhora que falava ao telefone assentir. Subiu as escadas rapidamente e não encontrou Daniel no quarto da porta azul – Daniel?
- No seu quarto – a voz saiu baixa, vindo de dentro do quarto de porta vermelha; a garota chegou sorrindo de lado, pronta para brincar com o fato de ele estar em seus aposentos; porém nem o ar saiu corretamente dos pulmões de rhanna quando a mesma entrou em seu quarto.
- Acho que eu não preciso perguntar o que é isso, não é? – Daniel estava parado, a postura rígida, o olhar furioso e magoado; ele segurava um medalhão dourado nas mãos. O medalhão. Que Nick dera a rhanna no natal retrasado, aquele que tinha uma foto dos dois e a inscrição ‘eu amo você’ dentro. – E a sua reação só piorou as coisas...
- Não, Daniel! – a garota saiu do estado de choque em que se encontrava, avançando na direção do namorado e tirando o medalhão de suas mãos. – O Nicholas me deu isso há muito tempo. Isso não tem nenhum significado pra mim...
- Então por que você guardou? – Daniel alterou a voz, tentando controlar a raiva que sentia no momento.
- Fala baixo, não se esqueça que sua mãe está lá embaixo – rhanna sibilou ao fechar a porta, não antes de se certificar que a Sra. Neeson não tinha percebido a agitação vinda dali. – Pra começar, você é quem não devia estar mexendo nas minhas coisas.
- É você tem razão... Me desculpe se você tem tantos segredos que eu acabo tropeçando neles por acaso – a voz do garoto estava mais baixa, porém mais acusatória; o casal estava frente a frente, ambos respirando fundo. – Que merda, garota! Parece que você faz de tudo para arruinar essa porra de namoro!
- Eu? Você é paranóico, Daniel! Acabou de dizer que eu mantenho coisas em segredo... Não acha que se eu não te mostrei essa porcaria de medalhão foi justamente pra evitar uma situação como essa? – ela apertou o medalhão entre os dedos, sentindo os olhos marejarem devido à raiva que sentia. – Quem sempre tenta sabotar esse relacionamento é você! Sempre arranjando motivos pra brigar! Esse ciúme idiota vai acabar te matando, Neeson! E eu não vou ficar por perto pra presenciar isso, eu não vou! – a voz de rhanna saiu estrangulada ao fim da frase; ela jogou o medalhão contra a parede, com toda a força que tinha, vendo o objeto se desmontar em vários pedaços antes de atingir o chão; a garota virou as costas, decida a encerrar a discussão e sair do quarto antes que as coisas piorassem entre eles.
- Que esse ciúme desgraçado me mate então – Daniel disse rápido ao segurar firme o braço de rhanna e virá-la de frente para si. – Se for um jeito de mostrar o quão importante você é, que eu morra então – ele disse tudo tão rapidamente, que rhanna mal teve tempo de entender, e já sentiu seu corpo sendo prensado pelo de Daniel contra a tal porta vermelha; o garoto segurava o rosto da namorada firmemente, a fazendo dar livre passagem a sua língua e puxá-lo para mais perto pela cintura. Rapidamente o beijo se transformou em algo lascivo, beirando a agressividade; Daniel puxava os lábios de rhanna com os dentes, sem delicadeza alguma; essa por sua vez, passava as unhas com força pelas costas do namorado, ouvindo-o por vezes gemer de dor; quando o ar foi necessário,Daniel passou a dar fortes mordidas e chupões pelo pescoço e colo da garota, enquanto a empurrava até a escrivaninha, fazendo-a sentar e acomodá-lo entre suas pernas; rhanna jogou a cabeça para trás, puxando os cabelos da nuca de Daniel, sentindo-o descer os agressivos beijos até entre seus seios, por cima da vestido que usava; o garoto deslizou as mãos pelas coxas da namorada, chegando á calcinha, que sem cerimônia alguma puxou entre os dedos e a deixou cair no chão...
Ambos só visualizaram flashes do acontecimento. 
As mãos trêmulas da menina abrindo a calça de Daniel... Ele mesmo abaixando a boxer que já o incomodava... rhanna reprimindo o primeiro suspiro ao senti-lo dentro de si... Daniel abafando os próprios gemidos contra o pescoço da garota... Ela apertando as pernas em torno do namorado, delirando com a sensação... O garoto com uma mão apoiada na escrivaninha e a outra no quadril derhanna... Ele puxando o rosto da menina contra o seu, ouvindo e sentido os gemidos dela contra sua boca... O prazer máximo, atingido quase no mesmo momento...

- Você sabe que nem tudo pode ser resolvido desse jeito, não sabe? – rhanna disse ao terminar de arrumar a bagunça no quarto, quando Daniel saiu do banheiro.
- Vai negar que foi ótimo? – ele sorriu malicioso ao abraçá-la por trás, passando o nariz pelo pescoço da menina. – Rhanninha , não fique brava... Mas acho melhor você passar um pouco de maquiagem pra cobrir uma arte que eu fiz no seu pescoço.
- Por que será que eu não me surpreendo com isso? – ela suspirou sentindo a respiração quente do namorado contra os prováveis hematomas que se formavam em seu pescoço.
Ao chegarem à sala, encontraram a mãe de Daniel dormindo no sofá, ambos sorriram com a sorte que tinham, ela provavelmente não suspeitara nada.

***

Uma semana depois...

- Eu vou sentir tanta falta de momentos assim – Nina comentou ao olhar para Cath, que tentava escolher entre milhares de roupas que estavam jogadas pelo quarto, e rhanna, que estava no computador mandando fotos recentes para o Brasil. – Por mim, ficaria mais uns três anos no colégio. 
- Você prometeu não começar com as lamúrias antes da hora – Cath resmungou ao segurar dois vestidos e esperando a opinião de rhanna, que veio em forma de uma careta para o vestido preto e um assovio para o vermelho.
- É, Nina, dessa vez eu tenho de concordar com a Cath... A situação já é bem complicada, então não sofra por antecipação – Rhanninha virou a cadeira, ficando de frente para a bagunça que o quarto de Nina havia se transformado. – Você acha que pra mim ta sendo fácil? Saber que a Cath estará na Itália, você aqui e eu provavelmente no Brasil?
- Você disse que não tinha decidido – a voz de Cath saiu aguda, sinal de acusação. – Rhanninha ! Você prometeu ficar aqui, eu não mais vou te ver se você voltar pro Brasil!
- Tá feliz, Nina? A culpa é sua, você sabe que a Catherine se desespera facilmente – rhanna suspirou ao tirar os óculos e abraçar Cath pelos ombros. – Relaxa, cretina, eu ainda não resolvi nada. 
- Eu ainda acho que a Cath deveria aceitar a proposta do pai dela, e deixá-lo pagar Cambridge... E você, dona rhanna, ainda não entendo o porquê da demora em decidir entre o amor da sua vida, as amigas e uma ótima universidade ou quatro anos no meio de caipiras – Nina fingia indiferença enquanto olhava algumas sapatilhas.
- Você esqueceu que eu também tenho a opção: ótima faculdade no Brasil, família e um emprego legal na empresa do meu tio – rhanna apontou para uma sapatilha verde musgo, indicando que aquela era a escolha perfeita para Nina usar à noite. – E que eu saiba, as pessoas no Texas não têm nada de caipira.
- Eles escutam country e usam xadrez! – Nina disse levantando as mãos pro alto, logo Cath jogou um cinto na amiga.
- Hei! Algo contra xadrez? – ela disse rindo, e rhanna deu um tapa em Nina, já que ela própria estava de meias com estampa xadrez.
- Certo, certo. Erro meu... Acho melhor mudarmos de assunto...
- Concordo – Cath agora escolhia um All Star que combinasse com o vestido. – Já mudando o assunto... Rhanninha , cadê Daniel? Quase não vi vocês juntos desde que ele voltou do Japão.
- Ele e os meninos estão com algumas idéias pro novo CD... Estão trabalhando nisso – a garota respondeu tentando sorrir, porém as amigas notaram a expressão dela.
- Você tá triste! O que foi, meu bem? – Nina sentou ao lado de rhanna na cama, e a abraçou de lado. – O que o idiota do meu irmão fez dessa vez?
- Não, é só que... Ah, meninas, eu fico tão magoada com algumas coisas que ele diz e faz – Cath sentou na cadeira do computador, ficando de frente para as outras duas, e fez sinal para que rhanna continuasse. – O ciúme que ele tem de mim com o Nick tá passando dos limites. E ultimamente ele tem falado umas coisas...
- O Neeson sempre foi possessivo – Cath comentou. – Mas o que ele tem te falado? Pra conseguir te abalar assim?
- Como eu contei pra vocês, sábado passado, ele deu seu típico ataque de ciúme quando foi me buscar no colégio... Quando chegamos em casa, ele achou o medalhão que o Nick me deu e bom, vocês sabem o que fizemos depois disso.
- Sem detalhes, por favor, sou muito jovem pra ouvir sobre os atos sexuais do meu irmão – Nina tampou os ouvidos, fazendo rhanna e Cath rirem. – Desculpe a interrupção. Continue.
- Então ele foi embora no domingo, e não atendeu o celular durante o dia todo... Me encontrou na saída do metrô da Avenida Warwick na terça-feira! Como se nada tivesse acontecido, apenas disse que estava com os meninos e o celular estava sem bateria... Sendo que a Demetria me ligou na segunda, e disse que Tom, Rupert e Emma estavam na casa dela, e o Robert tinha levado a Kristen para uma viagem romântica na Irlanda! - Rhanninha falava rápido, desabafando. – Eu deixei pra lá, afinal, ficamos dois meses juntos e o que menos precisávamos eram mais motivos para brigar. 
- Mas, Rhanninha ! Você deveria ter feito alguma coisa! Falado pra ele que a Demetria desmentiu a história dele! – Cath disse, exasperada.
- Eu senti que não ia gostar da verdade... Ele ficou dois dias sem ao menos me ligar, e se ele mentiu... Ah, eu não sei explicar, só sei que não quis descobrir a verdade – rhanna suspirou. – Daí na quinta feira tínhamos marcado uma saída de casais... Ele me ligou dizendo pra eu ir e que ele me encontraria lá... Meninas, ele chegou duas horas depois, e não disse nada! Quando eu perguntei o que tinha acontecido, ele disse que tinha pegado trânsito... Ele parecia nervoso, então eu continuei conversando com a Emma e a Demetria, e o deixei pra lá com os meninos.
E bom... Vocês presenciaram a maior parte da briga de ontem... Eu agi por impulso, sei que errei, mas não consegui evitar... – as meninas assentiram ao lembrar do acontecido na noite anterior em um restaurante tailandês, onde elas e Daniel foram jantar.

Flashback On

- As comidas são bem temperadas – comentou Nina ao tomar um pouco de água, seu rosto começava a ficar avermelhado.
- Eles gostam de tempero, os tailandeses – disse Cath, que não estava muito diferente da amiga.
- Vocês pareciam duas esfomeadas, agora ficam ai morrendo – rhanna e Daniel riam das meninas quando uma garota por volta dos seus dezenove anos, longos cabelos negros, usando um vestido curto que valorizava os seios bem avantajados que tinha, chegou à mesa, parando ao lado de Daniel.
- Ai, que vergonha... Mas eu não pude evitar vir... Daniel, eu sou sua maior fã – ela nem ao menos se desculpou por interromper o jantar. Daniel logo levantou para cumprimentá-la. – Você pode ir ali à minha mesa tirar uma foto com as minhas amigas?
- É claro – ele sorriu e a garota piscou para ele. Daniel olhou para rhanna e moveu os lábios em um ‘É rápido, volto já’, e ela apenas assentiu. Rhanninha sempre agia da forma mais natural e calma possível perto das fãs de Daniel, vendo que a maioria delas suspeitava do relacionamento dos dois. Porém quinze minutos se passaram; Cath, Nina e rhanna terminaram de comer, e Daniel ainda estava na mesa das fãs; não eram meninas como a que havia vindo até a mesa, eram mulheres, por volta de vinte e cinco anos; Daniel ria abertamente de algo que uma delas falava, fazendo todas rirem junto. A calma e discrição de rhanna sumiram no momento em que a ruiva tocou a coxa de Daniel e deu um leve apertão; ela cansou de fingir que não estava prestando atenção a eles, levantou da mesa e anunciou às amigas que estava indo embora.
- Nós vamos com você – Nina disse séria, pronta para levantar, assim como Cath, mas foram impedidas por rhanna.
- Não. Vocês vão esperar a sobremesa que pediram e vão sair pra dançar, como estava combinado. Não admito que estraguem a noite de vocês por minha causa – a garota tinha a feição séria, um pouco irritada. – Eu pego um táxi.
- Mas, Rhanninha ... O que a gente diz pro Daniel? – Cath perguntou baixinho, evitando olhar para a mesa em que ele estava com as tais mulheres.
- Vocês não dizem nada – rhanna respondeu simplesmente, antes de jogar um beijo no ar para as amigas. Saiu andando decidida, olhando para frente, os passos rápidos e firmes; chegou à rua e viu que não tinha nenhum táxi por ali no momento. De repente seu braço foi puxado, ela se virou para encarar Daniel.
- Posso saber o que foi isso? Esse showzinho que você acabou de dar? – ele disse baixo e sério, sem soltar o braço da namorada.
- Primeiro você vai me soltar, tá me machucando – ela sibilou e ele obedeceu – E segundo, quem tá dando showzinho é você. Eu simplesmente quis ir embora.
- Ir embora sozinha? Assim, do nada? – Daniel se aproximou de rhanna, fazendo-a dar um passo para trás, ficando encostada no bonito muro que cercava o estacionamento do restaurante.
- Algo de errado nisso? Eu não tenho direito de querer ir embora sozinha? – a garota afastou o namorado com uma mão, quando ele fez menção de se aproximar mais.
- Você veio comigo e você vai voltar comigo – a voz dele era autoritária, cerrando os olhos para a menina séria que estava em sua frente.
- Vai me obrigar? – rhanna disse sarcasticamente. – Quer saber, Neeson? Eu não quero discutir com você no meio da rua.
- Nem eu. Quem esta causando cena é você – ele colocou as duas mãos na parede atrás de Rhanninha , deixando a encurralada. – Quer deixar de ser nervosinha e voltar lá pra dentro?
- Eu não vou – ela disse pausadamente. – Volte para as suas fãs e me deixe ir embora em paz.
- Ah, é isso? – Daniel riu de um jeito convencido. – É ciúme? Ah, por favor, rhanna, você não era infantil assim.
- Então, por gentileza, dê licença para que eu e minha infantilidade possamos ir embora – ela disse sem olhá-lo, tirando Daniel de perto com as duas mãos.
Rhanninha ... – ele segurou seu braço mais uma vez, quando ela saía. – Eu não quis dizer isso... Vem cá – o garoto tentou beijá-la, mas ela deu um passo para trás, Daniel a soltou como se tivesse sido queimado, ficara irritado por rhanna ter negado o beijo. – Quer saber? Vá pra casa, e pense nas suas atitudes.
- Como sempre, você sai como a vítima – ela sussurrou antes de olhá-lo nos olhos. – Boa noite, Neeson.
- Pode ter certeza que será uma noite incrível – Daniel sorriu de um jeito vingativo e voltou para o restaurante.

Flashback Off


Rhanninha , se o Daniel passar aqui ou ligar, o que eu digo? – Mag, a empregada dos Neeson, perguntou quando as garotas desceram as escadas prontas para sair.
- Mag, meu amor, que saudade – Cath, que ainda não a tinha visto desde que fora levar Liza para a casa do pai na Escócia, abraçou a mulher. – Essa casa não é a mesma sem você.
- Ah, Catherine, carinhosa como sempre – a mulher retribui ao abraço, beijando a testa de Cath antes de voltar-se para rhanna. – E então? O que eu falo pro Daniel?
- Ele sabe que vamos pra festa na casa do Nick – a garota disse sem emoção. – Mas não se preocupe, ele não vai me procurar.
- Ainda brigados? – a Sra. Neeson perguntou ao se unir ao grupo aos pés da escada.
- É... Mas logo a gente se acerta – rhanna sorriu fraco.

***

PENALVA! Você veio! – Nick encontrou as garotas assim que essas entraram em sua casa – Cath e Nina! Que bom que vieram!
- Você acha que eu não estaria aqui comemorando com você? – rhanna o abraçou, sorrindo. – Nicholas! Você é oficialmente um astro Hollywoodiano!
- Não é bem assim, é só um filme – o garoto sorriu sem graça antes de Cath abraçá-lo.
- Ah, fica quieto, Hoult. É um super filme, você vai morar em Los Angeles! – Cath disse alegremente. Nina apenas deu um rápido abraço em Nick, murmurando um ‘parabéns’.
Nina, ele percebeu a sua cara emburrada – Catherine ralhou com a amiga assim que Nick foi receber mais convidados.
- Foi mal, mas eu não consigo evitar... É coisa de irmãos... Querendo ou não, eu tomo as ‘dores’ do Daniel – Nina deu de ombros, em forma de desculpas.
- Tá tudo bem amiga, sério – rhanna a abraçou pelos ombros. – Agora eu quero ver um sorriso lindo.
- Lindo é meio complicado né, Rhanninha ? – Cath brincou, Nina lhe deu um tapa, logo as três riram.


Rhanninha ?
- Aqui, querida.
- Oi, florzinha – Nina sentou ao lado da amiga num belo sofá vermelho, que ficava num dos únicos lugares vazios da enorme casa dos Hoult. – Você sumiu da pista de dança. O que foi?
- Eu sou uma idiota – rhanna suspirou – Eu não consigo me divertir sem me sentir culpada... 
rhanna Penalva, eu defendo meu irmão, mas ele não é nenhum santo! E você não tá fazendo nada de errado, apenas dançando com as suas amigas lindas e maravilhosas!
- E muito modestas – rhanna sorriu de lado. – Eu sei, Nina, mas enquanto eu não acertar as coisas com o Daniel, nada vai ter a mesma graça pra mim.
- Então por que ainda não acertaram? – a garota não suportava ver como a amiga e o irmão se gostavam e conseguiam criar situações ridículas entre eles.
- Porque eu já dei o primeiro passo em ligar pra ele e avisar sobre a festa, em nenhum momento eu disse que ele não poderia vir... Mas ele não respondeu nada, e não me ligou mais – Rhanninha indicou o celular em seu colo.
- Eu vim aqui exatamente por isso – Nina sorriu pegando o próprio celular e entregando-o à amiga. – Ele mandou uma mensagem de texto. Leia.

‘Oi, maninha. Minha namorada está por perto? Tentei ligar no celular dela, mas parece estar fora de área. Me liguem! xx Daniel’.

- Agora desamarra essa tromba e vá achar um lugar com boa recepção de sinal do seu celular – Nina puxou rhanna pelas mãos, fazendo-a se levantar.
- Cunhadinha, você é a melhor! – rhanna deu-lhe um beijo na testa, antes de sair em direção à sacada no quarto de Nick.


- Hei quem tá no meu quar... Ah, oi, Rhanninha ! – Nick pareceu surpreso ao vê-la debruçada no parapeito da sacada – O que tá fazendo sozinha aqui em cima?
- Tentando achar área pro meu adorável celular – ela fez uma careta balançando o objeto nas mãos. – Desculpe entrar sem permissão.
- Imagina, você pode – ele sorriu fraco ao encostar a porta e sentar na cama.
- Hei, o que foi? – rhanna sentou ao seu lado, constatando o olhar triste do garoto. – Que carinha desanimada é essa? Você tem de estar feliz! Vai fazer um filme importante em Hollywood!
- Parece meio difícil ficar feliz pro isso quando se é chutado – ele respondeu baixinho sem olhar para a garota ao seu lado.
- O que? Nicholas como assim? A Ashleigh... 
- Terminou comigo – Nick olhou de lado para rhanna, dando de ombros. – Ela disse que era melhor assim, do que tentarmos uma relação à distância que não teria futuro.
- Mas... Mas, Nick! Ela não tem como ter certeza disso – a garota levantou da cama e começou a andar pelo quarto. – Os cursos de gastronomia são ótimos em L.A. Ela é talentosa, conseguiria um ótimo emprego em algum restaurante famoso...
- Eu disse tudo isso a ela – o garoto respirou fundo ao se jogar de costas na cama – Mas ela preferiu me ligar dez minutos atrás e dizer que achava melhor terminarmos tudo.
- E você vai deixar por isso mesmo? – rhanna perguntou um pouco mais alto. – Você não vai lutar?
- Pra que lutar quando ela já desistiu? – Nick disse de olhos fechados. Alguns minutos se passaram até ele levantar e andar até onde rhanna estava parada. – Obrigada por ter vindo... Eu vou descer e curtir a minha festa.
- É o melhor que você faz – rhanna sorriu fraco – Você merece celebrar.
- Obrigado princesinha – o garoto deu um beijo na testa de Rhanninha . – Quando sair tranque a porta, não quero ninguém... Fazendo coisas na minha cama.
- Pode deixar – ela acenou enquanto Nick saía do quarto. Voltou para a sacada, vendo que ali a recepção de sinal do celular era ótima; discou os números e esperou, até que no sexto toque, uma voz atendeu em meio a ruídos.
Alô? – a tal voz era feminina. E rhanna tinha uma leve impressão de conhecê-la.
- Esse é o celular do Daniel? – disse um pouco mais alto, devido à musica e conversas misturadas que ouvia do outro lado da linha.
Daniel...? Toma! É a sua namorada... A ligação ta horrível – rhanna ouviu tudo quieta, apenas sentindo as pernas ficarem cada vez mais bambas. Ela reconhecera a voz. Era de Sallie. A ex-namorada de Daniel. Até que ela ouviu a voz do próprio dizendo: – Pode desligar.
A respiração de rhanna se tornou mais pesada e profunda. A visão ficou embaçada, devido às lágrimas que rapidamente se acumularam em seus olhos. A garota quase não conseguia se manter de pé, tamanha a fraqueza que sentia nas pernas. 
Porém, antes de se deixar levar por suspeitas, Rhanninha tentou ligar para Daniel mais uma vez... Porém a ligação foi direto para a caixa de mensagens.
Ela ficou sentada no chão da sacada do quarto de Nick por mais de uma hora. Não se permitiu chorar... Mas a cada momento flashes das discussões e brigas com Daniel vinham-lhe a mente. Por vezes sussurrou para si mesma: ‘Deixe de ser doida. rhanna, é só coincidência. Ele... Ele não faria isso... Não... ’.

- Olá! – rhanna chegou sorrindo de um jeito estranho ao pegar o copo de Nina e bebê-lo num único gole – Por que estão aqui sentadas? Vamos dançar!
Rhanninha ? Você tá legal? – Cath estranhou a atitude da amiga desde o momento em que a viu descendo as escadas da sala da casa dos Hoult.
- E por que não estaria? – rhanna sorriu antes de pegar uma dose de tequila numa bandeja.
- Além do fato de que você não bebe? – Nina indicou o copo que já estava vazio nas mãos da garota. – rhanna, o que deu em você?
- Nada! Eu só estou sendo normal, e curtindo uma festa como todo mundo faz! – ela falou alto e puxou as duas amigas para a pista de dança. 
Enquanto dançavam, rhanna continuou bebendo como todos, mas aquilo já era muito pra ela. Nina sabia que o irmão tinha alguma coisa haver com a brusca mudança de comportamento de rhanna; por estarem no meio da pista de dança, a garota optou por mandar uma mensagem de texto para Daniel: O que você fez? A Rhanninha ta agindo de uma forma muito estranha. Dê sinal de vida! 
Após algumas musicas e algumas doses de marguerita, Nina e Cath pararam de se preocupar com rhanna, esquecendo o acontecido, e começaram a se divertir.

Rhanninha ? Hei, linda – a garota ouvia uma voz distante, mas não tinha vontade de responder, a preguiça falava mais alto. – rhanna!
- Que é? – ela resmungou ao abrir os olhos. Deparou-se com a festa que ainda estava animada e cheia. Então viu Nick sentado na ponta do sofá no qual estava deitada.
- Acho que você bebeu demais – ele disse ao tirar alguns fios de cabelo do rosto da menina. – Vem, pode dormir no meu quarto – ao dizer isso, puxou a garota fazendo-a ficar de pé, para logo cambalear. – Você não deveria ter bebido tanto.
- Aposto que você bebeu muito mais que eu – a voz de rhanna saia falha e um pouco embolada, enquanto Nick a pegava no colo e desviava das pessoas, levando-a para o andar superior.
- Eu bebi mesmo, mas eu não sou fraco para bebidas como a senhorita é – ele respondeu ao colocá-la em sua cama, sentando na beira; tirou os scarpins vermelho dos pés de rhanna, depois arrumou sua franja, tirando-a dos olhos da menina – Agora fica quietinha aí, ok?
- Escuro. Não gosto de escuro - a garota resmungou, fazendo Nick rir de sua carinha de medo.
- Você é tão incrível – ele sussurrou ao afastar a franja da garota para o lado.
- O Daniel não acha... O Daniel não... Ele e a Sallie... A perfeita – de olhos fechados, rhanna falava coisas sem sentido. – Ashleigh é uma idiota por não te querer...
Nick já estava bem próximo da garota, respirou fundo e tocou seus lábios nos dela. O contato não durou mais que segundos. Quando ele fez menção de se afastar, rhanna lentamente separou os próprios lábios, deixando Nick sem condições de conter o impulso de aprofundar o beijo...


‘Trata-se de mim? Sou eu a razão que faz as pessoas irem embora? Eu sou o motivo todas essas coisas acontecem para mim? Talvez eu esteja apenas destinada a ficar sozinha’.


- Peyton Sawyer.




Capítulo Vinte: ‘Com olhos, corpos e mentes cansadas: nós dormimos’.



"Às vezes as pessoas fazem jogo duro, porque precisam saber se o sentimento da outra pessoa é real."
- Brooke Davis.




Daniel?! - a voz de rhanna saía esganiçada ao tocar a maçaneta da porta com as pontas dos dedos. – Por favor, me responde... Daniel! – a porta foi então aberta bruscamente, assustando a garota.
- Eu pensei que tivesse deixado bem claro – Daniel disse sem olhá-la, a voz baixa e fria. – Mandei você ficar longe de mim. 
- A gente precisa conversar... – Rhanninha disse falhamente ao esticar a mão em direção ao garoto. – Você precisa...
- EU NÃO PRECISO FAZER NADA – os olhos de Daniel focalizaram os da menina, e ela então viu... O ódio e rancor que ali dentro agora existia. – Você é quem precisa entender que eu não quero mais te ver, não quero falar com você, não quero nem ouvir seu nome.
- Não faz isso comigo – ela suplicou aos sussurros, Daniel apenas balançou a cabeça em negação e saiu do apartamento, batendo a porta com força.

[N/A: Coloquem para carregar: Wait. Escutem a música quando for pedido, faz toda a diferença, acreditem.]

Flashback

Podia culpar a bebida. Podia culpar o ressentimento. Poda culpar a raiva.
Mas quando rhanna abriu os olhos e focalizou os de Daniel, arregalados de pura surpresa, horror e ódio, ela soube que nada justificava o fato de estar nua. Nua na cama de Nick. Nua na cama de Nick e com o próprio adormecido, também nu, ao seu lado.
Sua primeira reação foi puxar o lençol contra seu corpo; sentindo os olhos lacrimejarem ao olhar Daniel balançar a cabeça em negação e virar as costas para a porta aberta do enorme quarto de Nick.
Daniel... – ela ouviu a própria voz sussurrar em desespero.
Cala a boca – o garoto virou rapidamente falando baixo, o olhar congelado. – Não se atreva a falar comigo... 
- Eu... Eu não lembro o que aconteceu... Eu estava bêbada – rhanna disse desconexamente ao levantar da cama, enrolada ao lençol azul petróleo.
- Bela desculpa... Mas eu não quero saber... Eu não quero ouvir – Daniel disse, olhando Nick dormindo na enorme cama. – Fica aí com o seu... Com ele.
- Ele não é nada meu... Eu só vou me vestir e... – a garota gaguejava ao se aproximar do namorado.
- Nem mais um passo – ele disse esticando a mão, na intenção de impedi-la de chegar mais perto. – Fica longe de mim... Pra sempre. – Daniel finalmente olhou rhanna nos olhos, fazendo as lágrimas, que a garota lutava bravamente para não derramar, caírem instantaneamente. rhanna viu uma mistura de sentimentos passarem pelos olhos do garoto quando ele viu suas lágrimas: pena e rancor. Ele simplesmente virou as costas, descendo as escadas; deixando rhanna naquela casa silenciosa, enrolada em um lençol, naquela manhã chuvosa, chorando compulsivamente sozinha num corredor.


***



Rhanninha ? – Nick disse sonolento quando acordou e se deparou com a garota sentada no chão, devidamente vestida, e segurando um único pé do scarpim vermelho que usava na noite anterior. – Você... Você tá chorando? Rhanninha ?
- Eu só quero... Quero o meu sapato! – a garota disse entre soluços, quando Nick levantou e andou em sua direção, usando somente uma cueca preta; rhanna fechou os olhos e balançou a cabeça. – Nicholas, não... Eu só preciso do meu sapato... 
Rhanninha , escuta... Nós precisamos conversar sobre noite passada – o garoto ajoelhou na frente de rhanna, limpando algumas lágrimas que caíam dos olhos da menina.
- Noite passada foi... Foi um erro – ela afastou a mão dele de seu rosto. – Eu bebi... Eu senti raiva da Ashleigh por te fazer sofrer... Eu só queria esquecer que o Daniel estava com a Sallie... Eu só queria me distrair da dor... Eu sinto muito... Me desculpe...
- Eu não tenho o que desculpar – Nick a ajudou a levantar, sua voz não transmitia emoção alguma. – Não precisa se preocupar comigo, não é a primeira vez que você me usa pra afetar o Neeson.
- Nicholas...
- Aqui o seu sapato – Nick a interrompeu ao achar o scarpim vermelho debaixo da cama. – E é sério, não se preocupe comigo, afinal estou indo pra L.A. daqui dois dias... 
- Eu realmente... Sinto muito – rhanna sussurrou quando mais lágrimas desceram por seu rosto; calçou o sapato e foi em direção à porta. – Eu sei que estraguei tudo... Mas eu quero que saiba que você é uma ótima pessoa... E quem sabe algum dia, possamos ser amigos de verdade.
- Algum dia... Quem sabe.

rhanna saiu da casa sem olhar para os lados, sem procurar por Cath e Jazzie. Pegou somente sua bolsa e parou o primeiro táxi que viu. Ligou para o apartamento de Daniel – aparentemente, ele não estava lá, pois o telefone tocou incontáveis vezes. 

Você ligou para o Daniel... Dãr, você deve saber que ligou pra mim... É isso aí, deixe um recado e... Ah você sabe o que fazer, certo?

O taxista perguntou pela terceira vez se rhanna precisava de alguma coisa, claramente preocupado com a jovem que chorava copiosamente no banco de trás de seu táxi: – A senhorita quer que eu pare e compre água? Quer que eu ligue para alguém?
- Não, obrigada – ela respondeu entre soluços. – A única pessoa que eu preciso, não quer falar comigo... Obrigada pela gentileza.

Chegando ao prédio onde Daniel morava, o porteiro sorriu ao ver a garota, mas quando percebeu o estado em que ela se encontrava, perguntou se estava tudo bem.
- Tá tudo... Hum, o senhor sabe se o Daniel está? – havia parado de chorar quando saiu do táxi agradecendo o motorista.
- Ele está sim, chegou há meia hora – informou o simpático senhor. – Quer que eu o avise que está aqui?
- Não! Er... O senhor pode me deixar subir sem avisá-lo? – rhanna implorou com os olhos.
- Eu não tenho permissão para deixar visitantes entrarem sem serem anunciados – o porteiro disse, visivelmente sensibilizado pelo estado da garota.
- Por favor... Eu preciso subir e... – os olhos de rhanna começaram a marejar novamente.
- Senhorita Penalva – o senhor a interrompeu falando mais baixo. – Eu vi o senhor Neeson quando chegou, e agora olhando para a senhorita, posso dizer que aconteceu alguma coisa... Por isso, vou deixá-la subir. 
- Oh, muito obrigada... – a garota tentou sorrir, mas isso só fez com que uma lágrima caísse por sua bochecha.
- Não precisa agradecer, contanto que isso não me traga problemas – o porteiro sorriu fraco quando rhanna murmurou “obrigada”.

Quando as portas do elevador privativo foram abertas, a garota se deparou com a sala do apartamento de Daniel completamente fora de ordem. Os controles de videogame tinham sido atirados contra a parede, as almofadas estavam jogadas em diferentes locais, os porta-retratos estavam totalmente estilhaçados pelo chão e várias fotos do casal haviam sido rasgadas ao meio.
rhanna então ouviu algo de vidro caindo no chão, quando levantou os olhos, encontrou Daniel a olhando; seus cabelos estavam desalinhados, como se tivessem sido puxados com muita força; a garota viu algumas gotas de sangue pingando da mão dele, devido ao ferimento causado pelo porta-retrato que ele acabara de quebrar; ela tentou não focalizar os olhos de Daniel, mas quando o fez, sentiu suas pernas ficarem moles por ver o quão vermelhos e marejados os lindos olhos dele estavam.
- Me desculpe por ter entrado sem... – timidamente rhanna deu um passo à frente e então se assustou com a voz transtornada de Daniel.
- VOCÊ TEM MILHÕES DE COISAS PELO QUE SE DESCULPAR, ENTRAR NA PORRA DO MEU APARTAMENTO SEM SER CHAMADA É O QUE MENOS IMPORTA – ele respirou fundo, vendo que a garota não esperava sua reação explosiva. Daniel desistiu de se controlar, gritando mais uma vez: – VOCÊ PODERIA SE DESCULPAR POR ENTRAR NA MINHA VIDA... VOCÊ DEVERIA SE DESCULPAR POR EXISTIR!
- Fala baixo, por favor – rhanna pediu sussurrando. – Gritar não vai resolver nossos problemas.
- NOSSOS PROBLEMAS? SEUS PROBLEMAS! VOCÊ FOI QUEM FERROU COM TUDO! – a voz de Daniel chegava a falhar, de tão alto que ele gritava ao se aproximar da garota.
- Nossos problemas, sim! E não fui eu quem começou a ferrar com tudo! – Todo o arrependimento e vergonha que Rhanninha sentia estava se transformando em raiva. – Não jogue toda a culpa nos outros! Como você sempre faz!
- NÃO VIRE A SITUAÇÃO CONTRA MIM, SUA CÍNICA! – Daniel estava a apenas três passos de distancia de rhanna, mesmo assim, não parara de gritar a plenos pulmões. – COMO VOCÊ SE ATREVE A ME CULPAR DE ALGUMA COISA, SENDO QUE EU ACABEI DE TE VER NA CAMA COM OUTRO? VOCÊ É UMA VADIA!
- CALA A BOCA! – rhanna acabou por perder o controle, gritando tão alto quanto Daniel. – CALA ESSA BOCA AGORA! PARA DE GRITAR COMIGO, SEU INFELIZ! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA ME CHAMAR DE VADIA?
- EU ERA A PORRA DO SEU NAMORADO! QUEM VOCÊ ACHA QUE É PRA SEQUER OLHAR PRA MIM DEPOIS DO QUE VOCÊ FEZ? – os dois perceberam como Daniel se referiu a relação deles, no passado.
- EU SEI QUE ERREI, CARAMBA! – rhanna já chorava, passando as mãos nervosamente pelos cabelos. – EU NÃO TO DIZENDO O CONTRÁRIO, MAS VOCÊ PRECISA ADMITIR QUE TEM CULPA NISSO TAMBÉM!
- EU? QUE CULPA POSSO TER EM VOCÊ TER DORMIDO COM OUTRO CARA? – ele se aproximou mais, ficando a um passo de distância.
- VOCÊ ESTAVA COM A SALLIE! – rhanna berrou ao bater com os dois punhos contra o peito de Daniel. – VOCÊ MUDOU! VOCÊ ESTAVA SEMPRE SUMINDO, NÃO ATENDIA O CELULAR... E ENTÃO ONTEM A SALLIE ATENDEU!
- VOCÊ ACHA QUE ISSO JUSTIFICA ALGUMA COISA? – o garoto respirou fundo ao segurar firmemente os pulsos de rhanna, e pela primeira vez, disse baixo. – Só porque a Sallie atendeu meu celular... Você me traiu por isso?
- Eu não te traí... – a garota murmurou, deixando algumas lágrimas caírem por seu rosto.
- Não? Você estava nua na cama dele... Justo do Hoult, rhanna! – Daniel apertou mais as mãos em torno dos pulsos da garota. – Você transou com ele só porque outra mulher atendeu meu celular! Como você pode ser tão infantil?
- Eu não sou infantil! Você tem me evitado por semanas! Sempre arrumando motivos para brigas... Quando a sua ex-namorada atendeu o celular, eu pensei coisas ruins, mas não foi isso que me fez perder a cabeça! – Rhanninha tentou se livrar das mãos de Daniel, que já a machucavam. – Eu pedi pra você ir à festa comigo, eu te liguei, eu mandei mensagens... E quando finalmente alguém atende ao telefone, esse alguém é a perfeita da Sallie... E VOCÊ A MANDOU DESLIGAR NA MINHA CARA!
- E você me traiu por isso? – Daniel soltou os braços da garota com força, fazendo-a bater as costas na parede da sala. – VOCÊ ME TRAIU POR ISSO?
- VOCÊ ACHA POUCO? ESSA FOI A PEÇA QUE FALTAVA NO QUEBRA-CABEÇA! – ela respirava profundamente, tentando não chorar e parar de gritar. – Tudo indicava o que você queria fazer, mas não tinha coragem... E quando eu te ouvi dizendo “pode desligar”, tudo fez sentido... Doeu tanto, Daniel...
- Do que você ta falando? – o garoto franziu a testa, confuso ao se afastar de rhanna. – Você entendeu o que eu estava fazendo e me traiu? Que tipo de monstro você é, garota?
- Agora eu sou o monstro? – rhanna disse exasperada. – Você não foi homem o suficiente pra terminar comigo, me fazendo sofrer a ponto de perder o controle e dormir com outro, e eu sou o monstro?
- O quê? rhanna... – Daniel respirou fundo algumas vezes antes de virar as costas para a menina e dizer: – Vai embora daqui... Agora.
- Não, eu não vou embora! Nós não terminamos de conversar – ela o seguiu pelo apartamento. – Neeson! Volta aqui, isso não pode ficar assim!
- Mas vai ficar assim – Daniel virou bruscamente no corredor, encarando rhanna bem de perto. – Eu não consigo digerir... Suportar o que você fez... 
- Para de colocar toda a culpa em um erro meu! Pela primeira vez o erro veio da minha parte e você quer me crucificar!
- Mas eu nunca te traí, nunca!
- Você realmente acha que eu acredito nisso? 

[N/A: Coloquem a música para tocar!]

- Só sendo muito burra pra não acreditar... Só sendo mais burra ainda pra achar que eu queria terminar com você... Só sendo completamente estúpida pra achar que eu estava com a Sallie... rhanna, você não faz mesmo ideia de por que eu estava te evitando? – Daniel disse baixo, olhando fixamente nos olhos da garota.

You and I made mistakes (Você e eu erramos)
We've been in and out of arguments (Nós temos estado dentro e fora de argumentos)
And said some things we didn’t mean to say (E dizemos algumas coisas que nós não queríamos dizer)
This time you're not the one to blame (Desta vez você não é o único para se culpar)
Sometimes I get a little too afraid (Às vezes eu fico um pouco com medo)
I didn’t mean to cause you any pain (Eu não quis te causar nenhuma dor)

- Para de falar assim comigo, Neeson! – Rhanninha disse séria e então completou: - Eu... Eu não sei de mais nada… Está tudo tão confuso.
- Ah, é claro que você não sabe... – ele sorriu ironicamente. – Eu achei que estivesse fazendo a coisa certa... Sendo um bom namorado...
- Do que você tá falando?! – rhanna disse um pouco mais alto. – Bom namorado? Nem de longe você tem sido um bom namorado, Neeson!
- Não fala o que você não sabe, Penalva! – ele falou baixo mais uma vez, o olhar cortante. – Eu estava te dando opções! Eu não quis que você decidisse seu futuro baseada num namoro... Eu me afastei para te deixar livre para pensar direito e escolher... Escolher por si mesma, e não por nós dois.

So wait (wait) (Então espere (espere))
Ahh wait darlin (Ahh, espere, querido)
Before you go and throw our love away (Antes que você se vá e jogue nosso amor fora)
Can I get a minute to explain? (Eu posso ter um minuto para explicar?)
Now wait (wait) (Agora espere (espere))
Ah think about it (Ah, pense nisso)
Before you turn around and walk away (Antes que você vire e se afaste)
Baby how can I get you to stay now? Wait (Amor, como eu posso conseguir que você fique agora? Espere)

- Você... – os olhos de rhanna se encheram de novas lágrimas – Não! Você não fez isso... Você não...
- O quê? Surpresa por achar alguém que pensa nos outros e não só em si próprio? – ele riu sem emoção. – Sim, eu te dei espaço, rhanna, espaço pra você escolher uma universidade, um futuro... Mesmo que fosse um futuro sem mim!
Daniel... Eu não fazia ideia... Eu pensei... – a garota gaguejava entre lágrimas, sentindo o peito doer tamanha culpa que sentia.
- Eu sei o que você pensou! Como sempre você pensou o pior de mim. Porra, rhanna! Eu te amo – ele quase gritou a ultima parte, respirou fundo e disse mais calmo. – Não faz essa cara de espanto, tenha dó! Você sabe que eu te amo... Ou amava.

Now I've been caught with my heart on (Agora eu tenho sido pega com meu coração)
Time and time again (Em tempo em tempo novamente)
Holdin on, why (Esperando; por quê?)
Boy you know I'm so alone I (Garoto, você sabe que eu estou tão sozinha)
I just need a friend (Eu apenas preciso de um amigo)
And you've been so good to me (E você tem sido tão bom pra mim)
I don't wanna miss a real good thing (Eu não quero perder uma coisa realmente boa)

- Não fala isso – ela deu um passo vacilante em direção a ele, que se afastou automaticamente. – Não fala no passado... Isso não pode ter mudado tão rápido.
- Tem razão, não mudou – ele se afastou mais e disse friamente. – Mas eu vou fazer mudar, a partir de agora. 
- Não! Para com isso... Daniel... – rhanna andou até ele, limpando as lágrimas com as costas das mãos. – Eu errei... Mas... Mas...
- Mas nada, rhanna – ele disse virando de costas. – Feche a porta quando sair.
- Por favor... – ela começou a dizer, mas Daniel a interrompeu.
- Acabou, rhanna. Vai embora. – Com isso, ele entrou no quarto, trancando a porta.

A garota ficou alguns minutos paralisada no meio da sala de estar, havia parado de tentar cessar a lágrimas e os soluços... Acordou de seu transe quando ouviu um doloroso “ai, porra” vindo do quarto de Daniel. Ela olhou para o chão, sua visão estava embaçada pelas lágrimas, mas ela pode ver claramente o rastro de sangue que ia até a porta do quarto do garoto. Com passos vacilantes, andou pelo curto caminho e bateu de leve na porta, não havendo nenhuma reação do lado de dentro.

Wait (Espere)
So wait (wait) (Então espere (espere))
Ahh wait darlin (Ahh, espere, querido)
Before you go and throw our love away (Antes que você se vá e jogue nosso amor fora)
Can I get a minute to explain? (Eu posso ter um minuto para explicar?)
Now wait (wait) (Agora espere (espere))
Ah think about it (Ah, pense nisso)
Before you turn around and walk away (Antes que você vire e se afaste)
Baby how can I get you to stay now? Wait (Amor, como eu posso conseguir que você fique agora? Espere)

– Só abre a porta pra eu ver como sua mão está – ela disse baixinho, e então esperou, segurando o choro, por alguns minutos, porém nada aconteceu. Ela suspirou falhamente, sentando no chão com o ombro apoiado na porta; encostou a bochecha na madeira fria e ouviu Daniel murmurando um sofrido “caralho”. – Você está sentindo dor... – ela sussurrou, tendo certeza de que ele ouvia - Daniel, me deixa ver esse corte, pode ser grave – tocando de leve a porta com a palma da mão, completou: – Por favor...
- A merda da minha mão é o que menos dói – rhanna ouviu a voz dele vindo de bem perto, com a vista um pouco turva conseguiu ver a sombra de Daniel pelo vão da porta. – Eu queria... Que ela me distraísse da pior dor que eu já senti... Mas não distrai... E a culpa é toda sua... – ela viu quando a sombra de Daniel se afastou da porta, não antes de completar: – Me deixa em paz... Sozinho com os machucados que você causou.
Daniel... – foi a única coisa que rhanna conseguiu pronunciar quando seu choro ganhou o apartamento. 

You dont know what you do to me (Você não sabe o que faz comigo)
Baby won't you sit and talk to me (Amor, você não vai se sentar e conversar comigo?)
No it doesn't have to be this way (Não, não precisa ser desse jeito)
Darlin I'm just wantin you to stay (Querido, eu apenas estou querendo que você fique)
You don't know what you do to me (Você não sabe o que faz comigo)
Baby won't you sit and talk to me (Amor, você não vai se sentar e conversar comigo?)
No it doesn't have to be this way (Não, não precisa ser desse jeito)
Darlin I'm just wantin you to stay (stay) (Querido, eu apenas estou querendo que você fique (fique))

Inúmeros minutos se passaram, e os únicos sons ouvidos no apartamento eram as fracas batidas que rhanna dava contra a porta, murmurando entre soluços pedidos de desculpas. Em certo ponto a garota não tinha mais fôlego, nem lágrimas, seus olhos estavam pesados e o corpo dolorido, por estar sentada no frio corredor por tanto tempo... Dentro do quarto, nem a respiração de Daniel era ouvida, deixando todo o apartamento mergulhado num profundo silencio. Fazendo o sussurro exausto de rhanna parecer ter sido gritado a plenos pulmões: Eu te amo tanto...
Então algo atingiu a porta fortemente, fazendo um alto barulho de algo se despedaçando. Rhanninha levantou imediatamente, ainda assustada quando a ouviu a chave sendo virada na fechadura. 

So wait (Então espere)
Think about it everyday (Pense sobre isso todos os dias)
Before you turn around and walk away (Antes de se virar e caminhar pra longe)
Baby how can I get you to stay now, wait (Amor, como eu posso conseguir que você fique agora, espere)
Now wait (Agora espere)

Daniel?! - a voz de rhanna saáa esganiçada ao tocar a maçaneta da porta com as pontas dos dedos. – Por favor, me responde... Daniel! – a porta foi então aberta bruscamente, assustando (ainda mais) a garota.
- Eu pensei que tivesse deixado bem claro – Daniel disse sem olhá-la, a voz baixa e fria – Mandei você ficar longe de mim. 
- A gente precisa conversar... – Rhanninha disse falhamente ao esticar a mão em direção ao garoto – Você precisa...
- EU NÃO PRECISO FAZER NADA – os olhos de Daniel focalizaram os da menina, e ela então viu... O ódio e rancor que ali dentro agora existia. – Você é quem precisa entender que eu não quero mais te ver, não quero falar com você, não quero nem ouvir seu nome.
- Não faz isso comigo – ela suplicou aos sussurros, Daniel apenas balançou a cabeça em negação e saiu do apartamento, batendo a porta com força.

Hmmmmm, ohh (wait) (Hmmmm, ohh (espere))
Gotta wait (Você precisa esperar)
Gotta wait (Você precisa esperar)
Yeeeaahh, oooh (Yeeeaahh, oooh)
I'm just askin you to wait on me (Eu apenas estou te pedindo para esperar em mim)
Please wait (Por favor espere)
Oooh, please wait baby (Oooh, por favor, espere baby)

Fim do Flashback


***



Rhanninha ? – a voz de Cath estava vacilante quando rhanna tendeu o celular.
- Oi – respondeu baixinho.
Você tá bem? Onde você tá? O que aconteceu? – a garota soltou de uma vez, e rhanna então ouviu Jazzie gritando ‘deixa de ser pirado!’
- Estou indo pra casa – Rhanninha disse sem emoção, olhando fixamente a cabeça da miniatura de Elvis Presley balançando no painel do táxi.
Ok... – ela ouviu Cath sussurrando, provavelmente para Jazzie: “Ela está vindo... Não sei... Ah, merda, Neeson!” Então falou com a voz trêmula: – Docinho, estamos te esperando. Vai ficar tudo bem, eu prometo.
- Tchau, Cathie.


***



- Eu não sei o que fazer, Catherine! Não dá pra arrumar isso antes de ela chegar!
- Jazzie, se ela chegar e vir isso... – Cath interrompeu a frase quando o ouviu a porta da sala sendo fechada. As duas se olharam espantadas e desceram correndo as escadas, se deparando comrhanna encostada na parede e respirando fundo.
- Acabou, meninas... Ele terminou comigo – ela sussurrou antes das amigas a abraçarem fortemente.
- Calma, Rhanninha , vai ficar tudo bem – Cath disse baixinho ao acariciar os cabelos da amiga.
- Shh, depois vocês conversam direito... Agora você precisa descansar – Jazzie tentou evitar que suas próprias lágrimas caíssem ao ver as de rhanna prestes a transbordar.
- Obrigada, meninas – rhanna tentou sorrir ao sair do abraço. – Vou tomar um banho e ficar quietinha na minha cama... Tentar dormir um pouco.
- Você não prefere dormir no quarto da minha mãe? – Jazzie disse rapidamente. – A cama é maior e sei lá, vai te deixar mais tranquila...
- Hum, não... Acho que meu quarto vai me fazer bem – rhanna estranhou a maneira que a amiga estava se portando, mas ignorou.
- Olha, Rhanninha ... A gente precisa te contar uma coisa – Cath disse calmamente, como se sua voz pudesse assustar rhanna. – Pouco antes de você chegar... 
- Meu irmão esteve aqui – Jazzie completou, falando no mesmo tom – E Rhanninha , eu não vou mentir, eu nunca o vi daquele jeito.
- Nós não queremos te deixar pior, afinal nós nem sabemos direito o que aconteceu, mas é sério, o estado do Neeson nos assustou – Cath também tinha lágrimas nos olhos e parecia abalada ao se lembrar do jeito de Daniel minutos atrás. – E nós não queremos que você veja o que ele fez...
- Como... Como assim, “o que ele fez”? – rhanna deu alguns passos em direção à escada, mas logo foi impedida pela mão de Jazzie.
- Amiga, você não vai gostar... 
- Eu quero ver, Jazzie! – ela disse decidida e subiu as escadas. No andar superior, viu algumas gotas pretas no chão, formando uma trilha até seu quarto...
- Nós tentamos impedir… - Cath parou ao lado de rhanna, falando baixinho.
- Mas ele parecia outra pessoa, estava fora de si – Jazzie completou.
- E eu achando que ele não prestava atenção nas bobagens que eu falava... – Rhanninha disse mais para si mesma, olhando a sua nova porta. Preta. 
- Amiga, você pode explicar... Contar o que tá acontecendo? Saímos da festa e você já não estava lá e...
- Agora não, Jazzie, a Rhanninha precisa descansar – Cath interrompeu enquanto conduzia rhanna até sua cama. – Deita aí, florzinha, tenta dormir, ok?
- Ok – ela respondeu depois de tirar os sapatos e se acomodar debaixo do cobertor. As duas saíram do quarto, deixando rhanna sozinha, fitando a porta recém pintada. Imaginando o quão feridoDaniel estava, a ponto de ter feito algo tão infantil e tão cruel. 

Flashback

- Calma, calma – o décimo sétimo episódio da segunda temporada tinha acabado há alguns minuto,s e Daniel ainda fazia rhanna lhe explicar as histórias da série. – A Brooke ia embora, daí o Lucas pintou a porta do quarto dele de vermelho, pra ela morar lá e se sentir em casa. Certo? - Certo! –rhanna sorriu fraco; o garoto conseguiu fazer com que ela assiste à série que significava tanto em sua vida, e sem chorar. Foi bom. – Daí, depois de uma mega briga, ele a pinta de preto, pra mostrar o quão magoado ele estava com a Brooke, entendeu? - Entendi. Agora faz sentido toda essa adoração que você tem pela tal porta vermelha... – deu um selinho demorado na garota que estava sentada ao seu lado. – Obrigado por confiar em mim. - Obrigada por me ajudar a vencer meus medos – rhanna sussurrou, passando as pernas ao redor da cintura de Daniel. – Eu amo você, Daniel Neeson, seu idiota.

Fim do Flashback


Daniel atingiu o ponto fraco de rhanna. E ele sabia disso.


***




"Há um certo momento que toda sua vida sai de seu curso. Nesse momento de desespero, quem você será? Você baixará a guarda? E achará conforto em alguém em que não esperava? Você esticará os braços? Você enfrentará seus maiores medos corajosamente? E seguir em frente com fé? Ou você vai sucumbir à escuridão da sua alma?"
- OTH Cast.



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