gotta be 15 and 16




Capítulo Quinze: “Ano novo, novo ano”

[N/A: Florzinhas! Decidi escrever em primeira pessoa mais uma vez. Mas logo logo eu volto pra terceira, tudo bem? E ah, coloquem pra carregar: Adele – Hometown Glory]

- Por que branco?
- Porque é ano novo.
- Tudo bem, mas por que branco?
- Cath, pára de me fazer essa pergunta. Vai perguntar pra Rhanninha .
- Mas Nina, se eu perguntar qualquer coisa pra Rhanninha agora, ela vai me responder com a primeira frase que ela ler no Flickr, quer ver?
- Vai lá.
Rhanninha ? – Cath sentou na cadeira ao meu lado, e eu continuei olhando pra tela do meu notebook. É, agora eu tenho um, não uso mais o do Neeson. – Por que a gente usa branco no ano novo?
- Porque o anjo usa Prada – eu respondi ainda olhando pra foto que estava na tela, confesso que segurei a risada.
- Viu, Nina? Não te disse? – Cath comemorou a confirmação da teoria.
- Cath deixa de ser idiota, ela fez de propósito – Nina veio rindo e me deu um tapa da testa. – rhanna, como você é má, fica enrolando a menina.
- Cara, a Cath é muito boba – eu comecei a rir do bico que Catherine fez. – Mas fala sério, a frase que eu li até se encaixou na história: O anjo veste Prada. Anjo, branco, ano novo... Sacaram?
- Mas não é ‘O Diabo Veste Prada’? – Cath fez cara de confusa.
- Catherine eu acho que to começando a concordar com a Nina na teoria de que você só funciona a base de pancada – eu ri e dei um tapa na cabeça dela.
- Cath, antinha do meu coração – Nina fez uma voz terna e calma –, olha pra foto que a Rhanninha tava vendo. Viu? Taí a piada, a menina da foto tá toda de branco, e com uma bolsa Prada. 
- Aaaah, agora eu entendi – Cath sorriu como se tivesse feito uma descoberta científica. – Mas eu volto na pergunta: por que usar branco?
- Ah Cath, é meio que simbolizando os desejos pro ano que vai chegar, sabe? O branco representa a paz, e se tivermos paz, tudo se ajeita depois: amor, esperança, dinheiro... Entendeu? – eu respondi sem emoção.
- Quem é você e o que você fez com a nossa rhanna Penalva? – Nina disse rindo – Você não era inteligente assim.
- Vá à merda, babaca – eu ri e mostrei língua. – Mas então, Cath, no Brasil as pessoas adoram passar a virada de ano na praia, então nem todo mundo fica todo de branco, o povo mistura o tradicional com cores mais praianas sabe? Eu mesma raramente uso branco.
- Ah, aqui na Inglaterra é meio impossível ficar de branco na hora da virada: casacos enormes pra agüentar o frio de dezembro. Mas depois, quando vamos pras festas, a galera meio que respeita a tradição do branco – Nina disse e sentou no meu colo pra mexer no computador.
- Vocês já escolheram o que vão usar? – eu perguntei quando lembrei que a festa aqui no hotel vai ser com o tema ‘Hawaii’, e o salão tem o teto todo de vidro, daí nós vamos conseguir ver todos os fogos e sem sair pros -2ºC que tá lá fora.
- Eu vou usar uma batinha branca e shortinho rosa claro – Cath aprontou pra mala, onde as roupas já estavam separadas.
- Eu decidi por aquela saia branca bem curtinha que eu comprei semana passada e a blusinha vermelha que a Cath ganhou de Natal da tia dela – Nina disse rindo ao ver a cara de indignada de Catherine. – E você Rhanninha ?
- Hum, como eu disse, eu não sou fã se seguir ‘o fluxo’ [n/a: isso me lembra de ‘Fluxo de idiotas’ – piada interna com a Amora] então eu vou de vestidinho floral verde e laranja, e All Star branco – o vestido é bem curto e rodado: a cara do Brasil, minha mãe mandou de Natal – e um top branco, porque o vestido é soltinho, e as alças ficam caindo.
- Uuh, é hoje que o Nick morre do coração – Nina disse rindo.
- Ou de frustração sexual se não conseguir nada – Cath gargalhou ao terminar a frase.
- CATHERINE! – eu senti que corei. – Então ele vai morrer mesmo, porque não vai acontecer nada desse tipo.
- E por que não, Rhanninha ? – eu mato a Nina e essa mania de fazer perguntas idiotas.
- Porque nós estamos ficando de verdade há 3 dias e eu não acho que seja tempo suficiente pra já ‘avançar’ assim – eu respondi tentando fingir indiferença.
- Ou será por que não é com ele que você quer que seja a sua primeira vez? – Cath sorriu de um jeito malicioso, e aquilo me irritou um pouco.
- Cara, eu to começando a me arrepender de ter contado pra vocês sobre o Daniel e eu – ah é, eu contei tudo pra Nina na noite da briga dos garotos. – Vocês sabem que não temos mais nada, mas mesmo assim ficam fazendo esse tipo de piadinha.
- Ah amiga, desculpa, sério. Mas é que é tão óbvio que você gosta dele, não que você não goste do Nick, mas a gente consegue ver que pelo meu irmão você sente algo mais forte – Nina sorriu de um jeito melancólico. – E eu o conheço também, e sei que ele gosta de você.
- Gente, eu não vou falar sobre isso. E outra, ele namora a Sallie, aceita as investidas da Liza e gosta de mim? – eu disse de um jeito irônico. – Esquisito né?
- Ok, não vamos discutir por isso – Cath acabou com o clima estranho que tava pairando no quarto. – Vamos falar mal da Liza, o que acham?
- Boa idéia! – Nina sorriu e deu um pulinho, e foi ai que eu percebi que ela ainda tava no meu colo; aproveitei e dei um beliscão na bunda dela. – Ai rhanna, como você é má!
- Sai daqui, sua gorda – eu ri tentando esquecer o assunto anterior. – Mas então, falando sobre a Liza, eu tenho que admitir uma coisa: ela é direta e firme no que quer. Enquanto a gente faz o tipo ‘venha e me conquiste’, ela é do tipo ‘oi gato, te quero, o que me diz?’ – eu falei de um jeito de mulher fatal e fiz as meninas rirem. 
- Sabe o que eu percebi também? – Nina saiu do meu colo e sentou na cama – Ela não é tão odiosa quando tá perto da minha mãe ou da mãe dela.
- Pois eu digo mais, ela é até legal quando o seu irmão não tá por perto – assim que eu acabei de falar, as duas me olharam assustadas. – Que foi? É sério. Esse tempo que os meninos estão passando no salão de esportes, ela foi até simpática comigo.
- Tá brincando né? – Cath ainda me olhava incrédula. – Ela é legal, ok. Mas simpática com você? Sendo que ela sabe que o que impede que o Daniel fique com ela é você? Porque, gente, vamos lá, a coitada da Sallie não faz diferença nenhuma pro Daniel.
- Tadinha da Sallie, não merece o que meu irmão faz com ela – Nina fez uma careta ao falar. – Mas assim, eu não o culpo totalmente, sabia?
- Ah é? Por que não?
- Porque, Rhanninha , ele viu na Sallie um jeito de te fazer ciúme. E de te mostrar que se você tinha um Nick, ele podia ter uma Sallie.
Nina, eu não consigo levar a sério essa história dele gostar de mim – eu mal terminei de falar e alguém bateu na porta.
- Meninas? Acho melhor vocês começarem a se arrumar – Sra. Neeson disse sorrindo. – Rhanninha e Cath, já ligaram pros seus pais? Porque pode acontecer de vocês não conseguirem ligar na hora da virada.
- Eu falei com eles pela web – eu mostrei o computador.
- E eu já liguei pro meu pai, e vou tentar ligar pra minha mãe de novo. Acho que ela tá em Roma, não sei – Cath agora adorava o fato de a mãe morar na Itália, segundo ela era tão ‘glamour’. 


****


- Wow, arrasaram meninas! – Kristen disse sorrindo quando nos encontramos no corredor. – Estão lindas.
- Brigada amor, mas cara, vocês duas também estão demais, hein? – Cath fez Kristen e Demetria darem uma voltinha, para vermos as roupas delas: Kristen escolheu um vestido branco, soltinho bem leve e sandália roxa alta; já Demetria estava de saia florida rodada em vários tons de azul, e uma blusa bem decotada branca.
- E como sempre, a do contra – Demetria riu e mordeu minha bochecha. – rhanna, é ano novo, você tinha que usar branco!
- Mas eu tô de branco, não viu meu Allstar? – eu disse indignada e levantei a perna mostrando o tênis.
- Belas pernas – Nick disse e eu abaixei a perna no mesmo momento, fazendo as meninas rirem.
- Bom meninas, a rhanna já achou o homem dela, vamos procurar os nossos – Kristen disse e nós rimos. Quando Cath passou por mim, sussurrou:
- Se fosse o Daniel falando das suas pernas, você teria corado na hora, mas com o Nick você nem liga – sorriu e seguiu as meninas, sem me dar chance de responder.
- Então minha linda, preciso confessar que essa sua mania de ser diferente é o máximo – Nick sorriu de um jeito meio tarado e me olhou dos pés á cabeça.
- Ok, você é idiota – eu ri e dei um tapa no braço dele, que segurou minha mão rindo e me encostou na parede.
- E você é perfeita – ele sussurrou bem perto da minha boca. Eu já estava pronta pra fechar os olhos, quando uma porta foi fechada com força me fazendo olhar de onde vinha o barulho.
- Desculpe atrapalhar – Daniel disse sério ao passar na nossa frente.
- Ele gosta de você – Nick disse segurando meu rosto com as duas mãos.
- Não, ele não gosta – eu respondi sem sorrir.
- Ele gosta de você – Nick dava um sorriso sem humor algum e me olhava nos olhos.
- Pra ele isso, ou melhor, eu sou só um jogo – ok, me senti a própria Rory Gilmore, mas isso a gente releva.
- Ele gosta de você, e por mais que eu te ame, eu sei que você ainda sente alguma coisa por ele – eu parei de respirar, sério. Eu fiquei hipnotizada pelos olhos azuis do Nick, e minha respiração parou, e acho que ela levou meus batimentos cardíacos junto com ela.
- Você... Você disse que... Que você me... – e parece que a minha habilidade de formar frases se foi também.
- Eu te assustei, desculpa Rhanninha , eu sei que é cedo pra te falar isso – ah meu Deus, eu desesperei o menino. – Mas cara, é o que eu sinto. E eu não quero que você se sinta obrigada a dizer o mesmo, tá bem?
- Aham – foi tudo o que saiu da minha boca. Ah cara, não me culpem, eu entrei em choque.
Rhanninha , amor não fica assim – Nick riu e beijou minha testa. – Eu não pretendia te dizer assim, eu sei que você se assustou. Eu nunca vou te forçar a fazer nem dizer nada – daí ele me abraçou bem forte, me fazendo relaxar um pouco e aproveitar o conforto e segurança que os braços dele me traziam.


****


- Cara, é esquisito tomar um porre perto da minha mãe – Daniel disse e nós rimos. – É sério. Ela ficar sabendo que eu saí bêbado de uma festa através das revistas, é uma coisa, mas ela estar aqui me vendo beber... é estranho.
- Mas você já foi a festas com ela antes – uma Cath já bem alegrinha disse.
- Eu sei, mas vocês não estão entendendo! É ano novo, eu queria encher a cara mesmo – ele fez cara de desespero e nós rimos de novo.
Já eram 23:00h, a festa estava lotada, a musica era agradável. Demetria e Tom estavam dançando, Nina e Billy estavam se agarrando em algum corredor, Sra. Neeson e Margarite estavam sentadas à mesa com mais algumas senhoras, e o resto de nós [Kristen, Robert, eu, Nick, Cath, Liza e Daniel] estávamos perto do bar conversando. Até que estávamos nos saindo bem, digo Nick, Daniel e eu.
- Se eu bem conheço a sua mãe, assim que passar a virada do ano, ela já vai dormir – eu disse pro Daniel, ele pareceu surpreso com isso, e eu sorri.
- Tomara que você esteja certa – ele sorriu pra mim. – Eu tô me sentindo um alcoólatra.
- Você tá parecendo um – Kristen comentou rindo, nos fazendo rir também. 
- Hey, que foi? – eu disse só pro Nick ouvir, me aproximando dele. – Tá tão quietinho.
- Não é nada – ele sorriu de lado. – Linda, é sério.
- Nicholas Hoult, me fala agora o seu problema – me fingi de brava e consegui um sorrisinho dele.
- Seu sorriso.
- Meu sorriso é seu problema?
- O seu sorriso pro Daniel é meu problema.
- Quê?
- O jeito que você sorri pra ele é encantador, você consegue ficar mais bonita ainda.
- Você é um paranóico, sabia disso?
- Eu sou realista, só isso.
- Eu não entendo por que você ainda quer ficar comigo sendo que você mesmo coloca esse tipo de idéia na minha cabeça.
- Eu tenho esperanças, só isso.
- Esperanças?
- De que um dia você goste mais de mim do que dele.
- Nick...
Rhanninha , relaxa – ele me deu um selinho e tomou um longo gole da bebida esquisita que tinha em seu copo. Resolvi deixar pra lá, afinal, ele já estava ‘alto’. Assim que virei pra conversar com a galera, percebi que o Daniel estava olhando pra mim, ele não desviou o olhar, somente sorriu sem mostrar os dentes e virou o rosto pra prestar atenção ao que a Liza falava.


Cinqüenta minutos depois... 

rhanna? – nossa, meu coração até disparou quando ouvir o Neeson me chamar pelo primeiro nome; olhei pra ele em sinal de que estava ouvindo. - Posso falar com você? 
- Faltam uns 5 minutos pra contagem regressiva – não era desculpa, era verdade.
- Eu juro que é rápido – ele olhou pra onde o Nick estava com Billy. – Vem comigo.
- Pronto, pode falar – eu disse assim que paramos num corredor afastado do salão, estava até silencioso. Preciso comentar que parece que tá rolando um desfile de escola de samba dentro da minha barriga?
- Eu só queria que começássemos esse novo ano de um jeito diferente – ok rhanna, não seja mente poluída, lembra do Nick e da Sallie. – Eu demorei pra sacar, mas finalmente eu entendi que nós não fomos feitos um pro outro – Daniel fez aspas com os dedos ao falar isso –; eu também sei que eu estraguei tudo inúmeras vezes por coisas bobas e fúteis; e, de verdade, eu queria que você me desculpasse por isso, porque você é uma garota incrível, inteligente, engraçada – ele parou um pouco, e sorriu sem vontade, por ver que eu estava sem fala. - Ok, isso tá parecendo uma declaração de amor. O que eu quero dizer é que eu percebi, ou melhor, aceitei o fato de que você é boa demais pra mim – eu arregalei os olhos, e Daniel acenou com a cabeça. – É sim, você é boa demais pra qualquer cara. Mas principalmente pra mim, eu não te mereço. E parece que o Hoult tá fazendo por onde ser o cara certo pra você. Eu não quero atrapalhar, eu juro.
- Olha, Daniel... – de onde eu tirei forças pra falar eu não sei, mas ele me interrompeu.
- Não, hoje eu falo e você escuta. Porque se você disser qualquer coisa, eu tenho medo de desistir de falar e estragar tudo de novo – ele respirou fundo. – O que eu tô tentando dizer é que... eu quero ser seu amigo. Chega de brigas e sofrimentos depois de uma sessão de agarramento – ele deu um meio sorriso e eu não pude evitar sorrir também, mesmo sendo um sorriso melancólico. – E queria te informar que eu decidi ser um bom namorado pra Sallie, sem mais puladas de cerca.
- Eu... Eu fico feliz em ouvir isso Daniel – engole o choro rhanna, engole. – E, bom, esses dias eu tava pensando, e percebi que nós nem nos conhecemos direito, sabe? Essa coisa de sermos amigos pode dar certo... Eu acho.
- Podemos pelo menos tentar, certo?
- Certo – minha voz saiu meio tremida, e minha respiração falhou quando ele deu um passo á frente e me deu um abraço bem rápido, sussurrando ‘amigos então’.



****


[N/A: coloquem a música pra tocar, mas não liguem pra letra, o que interessa é a melodia ok?]

Cara minha cabeça tá doendo. Ah, não tem um centímetro do meu corpo que não esteja doendo. Não quero nem abrir os olhos. Por sinal, onde é que eu tô? Vamos lá, rhanna, abra os olhos. Ah merda. Merda. Merda. Merda.
Daniel? – eu disse baixinho quando olhei pro lado e o vi saindo da cama, usando só boxer e camiseta.
- Te acordei? Desculpa – ele me olhou de um jeito preocupado passando a mão nos cabelos bagunçados.
Jesus do céu, por favor, me diz que eu to vestida. Olhei pros lençóis e vi que estava com meu vestido verde e laranja. Ufa. Fala alguma coisa garota, ele tá olhando – Erm, Daniel o que eu tô fazendo no seu quarto?
- Tá se sentindo bem? – ele disse me olhando nos olhos. – Você bebeu um pouco ontem e a Catherine não sabia onde tava a chave do quarto de vocês, então eu te trouxe pra cá. Não fiz nada com você inconsciente – a voz dele falhou ao dizer isso, eu não entendi por quê. - E somente a título de curiosidade, eu dormi no sofá, ok? – então ele apontou pro sofá, que estava desarrumado indicando que ele realmente dormira lá.
- Ah tá, tudo bem – ah não me culpem por ainda estar abobalhada. Por que ele tá tão cauteloso assim comigo? – Hum, eu vou pro meu quarto. Preciso arrumar minhas coisas.
- Yeah! Calor, praia e sol nos aguardam! – Daniel levantou os braços em comemoração – É, se quiser conversar, pode me procurar, ok? – não entendi o motivo disso, mas concordei com a cabeça.
- Ok.

- Bom diiiiia. Feliz primeiro dia do ano!
Rhanninha , fala baixo – Cath resmungou escondendo a cabeça debaixo do travesseiro quando entrei no quarto. – AH MEU DEUS! rhanna!
- Que foi? – do nada a menina pula da cama e começa a gritar, que maluca.
- Você tá bem? O que aconteceu? Tô me sentindo tão culpada por não saber onde a chave estava.
- Catherine, do que você tá falando?
- Você não lembra? O Daniel não falou nada?
- Lembrar do que? Daniel? Falando nisso, por que eu dormi no quarto dele?
- Não sou que tenho que te responder isso, florzinha – ela me beijou na testa demonstrando compaixão - Qual a última coisa que você se lembra de ontem?
- Hum... – forcei a memória, mas tá difícil recordar alguma coisa. – Bom eu lembro da virada do ano, a gente se abraçando, eu batendo no Tom, o Robert dormiu sentado, nós bebemos uns drinques esquisitos e a última coisa que me vem à cabeça foi quando o Nick me tirou da pista de dança.
- Só isso? Tem certeza?
- Tenho Cath. O que foi?
Rhanninha , acho melhor você ir falar com o Nick.
- Mas...
- Eu arrumo nossas coisas, vai lá falar com ele.

- Nick?
Rhanninha ? – ele me olhou de um jeito estranho quando abriu a porta do quarto. – O que você tá fazendo aqui?
- A Cath me disse que eu precisava vir te ver, e agora eu vejo que a coisa é mais séria do que eu imaginei.
- Você me odeia, né?
- Por que eu deveria?
- Ah meu Deus, você não lembra – ele passou a mão nos cabelos, os deixando arrepiados –, vai ser pior ainda, eu vou ter que te contar.
- Que droga, eu to começando a ficar nervosa. O que aconteceu, Nick? – eu sentei ao lado dele na cama. – Você ficou com outra garota? Ou algo do tipo, foi?
- Não... Eu...
- Você...?
- Olha Rhanninha , antes de qualquer coisa eu quero esclarecer que eu tava bêbado, tá bem? Eu nunca faria nada daquilo se eu estivesse normal. Você sabe que eu te amo e não faria nada pra te machucar intencionalmente.
- Você tá me assustando – ele tava mesmo, ainda mais quando tampou o rosto com as mãos e respirou fundo.
- Você tava dançando com a Demetria e a Kristen, daí o resto da galera resolveu ir dançar, só o Robert ficou na mesa dormindo, eu estava no bar te olhando – ele respirou fundo e me olhou nos olhos, e pude ver que estavam vermelhos, cara! Ele ia chorar? Eu estava realmente com medo de saber o que aconteceu. – Eu já tinha bebido o suficiente, mas quando eu vi o Neeson se aproximando e bagunçando seu cabelo, eu esperava que você brigasse com ele, mas você deu um tapa no braço dele e riu. Você riu, rhanna! Foi aí que eu comecei a beber mais ainda. Vocês estavam bebendo e dançando, se divertindo juntos, sem nem sentir minha falta. Daí a Nina pegou a câmera, e vocês estavam lá tirando fotos, o Neeson abraçou você e a Cath pela cintura, e você... Você... – os olhos do Nick começaram a encher de água.
- Eu fiz o quê, Nick? – minha voz agora não passava de um sussurro.
- Você abraçou o Neeson com tanta vontade, e o beijou...
- Eu beijei o Daniel? – agora sim minha voz saiu mais alta, tamanho o susto.
- Na bochecha, você o beijou na bochecha – suspirei aliviada e o Nick continuou. – Eu sei que é idiotice minha, mas isso foi demais; então eu levantei e te tirei da pista. Você já tava ‘alegrinha’, então não percebeu que eu te segurei com força demais; mas o Neeson percebeu. Eu te levei até um corredor e... – foi aí que as lágrimas caíram dos olhos dele; Nick abaixou a cabeça apertando os olhos com força, fazendo as lágrimas saltarem dos olhos extremamente azuis. – E... eu quase, eu quase te forcei a... – a voz dele sumiu, ele estava com os cotovelos apoiados nos joelhos, e escondeu o rosto nas mãos. – Eu te prensei contra uma parede e você ficou meio mole, e eu não parei.
- Você... – agora os meus olhos estavam marejados, minha respiração ficou falha – Eu não acredito... Nicholas!
- Eu tava com tanto ódio de você e do Neeson, mas principalmente de mim mesmo por gostar de uma garota que deixa claro que não gosta de mim – Nick se levantou e passou a mão com força nos olhos limpando as lágrimas. – Eu sei que isso não é justificativa pelo o que eu...
- Por favor... – meu choro já tinha ganhado o quarto, e estava tão descontrolado que eu até estava balançando a cada soluço. – Me diz que você não fez isso...
- Não fiz... Foi por muito pouco... – Nick se ajoelhou na minha frente e tentou segurar minhas mãos, mas eu as afastei. – rhanna, por favor, acredita em mim, eu amo você... Eu...
- ME AMA? COMO VOCÊ PODE ME AMAR E FAZER UMA COISA DESSAS? – eu gritei na cara dele e levantei da cama. – MAS AGORA EU QUERO SABER O QUE TE FEZ PARAR? UM FIO DE CONSCIÊNCIA? OU FOI TODO ESSE AMOR QUE VOCÊ DIZ TER QUE TE DEVOLVEU A SANIDADE? AHN? ME DIZ! 
- Eu não ia parar, eu tava fora de mim – ele disse baixo ficando de pé e de frente pra mim. – O Neeson chegou... Ele chegou e te tirou de lá.
- Quê? – eu ouvi errado, só pode ser.
- Ele apareceu do nada, e te arrancou dos meus braços – ele mal terminou a frase e o som do tapa que dei no rosto dele ecoou no quarto.
- Eu não quero mais te ver... – minha voz saiu fraca por causa do choro e da descrença no que tinha acabado de ouvir.
- Eu não mereço, mas me perdoa, Rhanninha . Eu amo você. Não era eu – Nick me abraçou com força e chorou com o rosto escondido no meu pescoço, sussurrando. – Me perdoa. Eu te amo.
- Eu não posso mais ficar perto de você – eu disse firme quando minhas lágrimas cessaram o afastando de mim. – Não por agora.
- Eu... Eu entendo – ele passou a mão no rosto e respirou fundo. – Quando sua raiva e desprezo passarem me dá mais uma chance de pelo menos conversar com você?
- Eu não prometo nada Nicholas – e com isso eu saí do quarto.


****


rhanna?
- Eu... Você disse que eu poderia vir se... – disse assim que ele abriu a porta, enquanto terminava de vestir um moletom vermelho.
- Você tá chorando? 
- O Nick... Ele...
- Você lembrou ou alguém te contou? 
- Ele me contou – recomecei a chorar e ele me puxou pra um abraço. – Ah Daniel...
- Vem cá – eu passei meus braços por sua cintura e fiquei com o rosto em seu peito, enquanto ele colocou uma mão entre meus cabelos e a outra nas minhas costas. – Shiu, vai ficar tudo bem. Se acalma, Rhanninha , shiiu.
Ele foi me conduzindo de costas até sentarmos no sofá que tinha no quarto, mas em nenhum momento ele me soltou. Ainda chorando, eu deitei a cabeça no colo do Daniel, enquanto ele mexia no meu cabelo e cantarolava alguma coisa. 
O cheiro dele, a voz dele, o toque, sua presença no geral, nada pode descrever a sensação, o conforto, paz e bem estar que me traziam.
Ficamos assim durante muito tempo, não sei dizer quanto. Só sei que não queria sair dali e encarar a realidade de que meu namorado quase me... Nem sei que palavra usar.
Parei de chorar, mas não me mexi. Comecei a fazer desenhos abstratos com a unha na calça jeans do Daniel; e então eu percebi o que ele estava cantarolando.
- Leona Lewis? – eu virei o rosto pra olhá-lo, e ele riu. – Nunca imaginei você cantarolando Leona Lewis.
- Eu escutei essa música não sei onde, e fiquei com a melodia na cabeça – Daniel continuou enrolando meu cabelo entre os dedos. – Ela é até legalzinha.
- É eu sei, porque provavelmente você me ouviu cantando ontem. Eu tava escutando o CD dela enquanto me arrumava – lembrei da altura que o volume do som estava no quarto, nem sei como a gerencia do hotel não reclamou.
- Ah. então foi você que me deixou viciado nessa música! – ele apertou meu nariz de leve e eu sorri. – Canta aí o refrão pra eu aprender.
- Ah não, não quero cantar não – escondi meu rosto com as mãos –, minha voz tá rouca por causa do choro.
- Ah canta, eu odeio ficar com a melodia sem letra na cabeça – Daniel começou a me fazer cócegas.
- PÁRA, PÁRA QUE EU CANTO – eu gritei rindo, ele parou e eu sentei no sofá – é assim, escuta...

So take a bow 'cause you've taken everything else
Então agradeça, pois você tomou tudo
You played the part, like a star you played it so well
Você fez o papel, como uma estrela você interpretou muito bem
Take a bow 'cause the scene is coming to an end
Agradeça, pois a cena está chegando ao fim 
I gave you love, all you gave me was pretense, so now take a bow
Eu te dei amor, tudo o que você me deu foi fingimento, então, agora agradeça.

- Ok, essa letra não me trouxe boas lembranças – eu disse e, por incrível que pareça, consegui rir.
- Não vamos falar sobre isso, não agora que você parou de chorar – Daniel sorriu e bagunçou meu cabelo. – Já ta na hora de irmos embora, rhanna Lewis.
rhanna Lewis?
- É, você cantou diretinho, até aprendi a letra.
- Ok, você é muito besta.
- Essa coisa de ser amigo tá dando certo, né?
- Até agora tá. Daniel? Brigada.
- Pelo quê?
- Por ontem... E por agora.
- Amigos servem pra isso, Rhanninha – ele forçou o apelido e nós rimos.


****


- Bom, eu preciso ir ao meu apartamento pegar roupas de calor – Daniel disse assim que saímos dos carros em frente à casa dos Neeson.
- Meu Deus, ele ainda lembra que tem um apartamento – Cath brincou, Nina e eu rimos e Daniel lhe deu um ‘pedala’. – Pensei que você tinha voltado pra casa da sua mãe.
- E a sua casa Cath? Há quanto tempo você não vai lá? – ele disse irônico e Cath só riu.
- Cara! É verdade, falando em minha casa eu lembrei de uma coisa pra contar – ela disse animada. – Meu pai ta namorando! Acreditam? Por isso que eu não vou mais tanto assim em casa, pra dar privacidade.
- Aham sei. Sua aproveitadora de casas alheias – Daniel brincou e nós rimos. – É sério, tenho que ir lá buscar roupas.
Daniel, carro, carro, Daniel, e aquela ali é a rua, segue em frente que você acha um prédio e lá é onde você mora, quer que eu desenhe? – Nina fez gestos com as mãos indicando o carro dele e a rua.
- Senhoras e senhores, minha irmã Nina, a comediante – Daniel disse de um jeito teatral, e até a mãe deles que tinha voltado pra pegar mais coisas no carro acabou rindo também. – Ô palhaça, eu quero saber se nenhuma de vocês tá a fim de ir lá comigo.
- Posso fazer uma pergunta? – Cath levantou a mão, do jeito que nós deveríamos fazer no colégio, nós assentimos com a cabeça. – Por que você fala ‘alguma de vocês’, sendo que você tá convidando a rhanna, no fim das contas?
- Eu... Erm... Eu não... – Daniel começou a gaguejar e nós rimos.
- Vamos logo antes que eu desista, Neeson gago – eu o puxei pelo casaco e mandei beijo pras meninas.


****


- Me lembra de fazer alguma coisa que contenha chocolate quando voltarmos pra casa? – eu disse assim que entramos no carro.
- Tá, mas por quê? – Daniel me olhava de canto de olho, enquanto dirigia com cuidado pelas ruas congeladas de Londres.
- Porque as meninas merecem um ‘agrado’, por terem sido tão fofas durante a viajem de volta – Mag e Liza foram com a Sra. Neeson; Demetria, Tom e Kristen no carro do Robert; Cath, Billy, Nina e eu no carro do Daniel. Durante a curta viagem, as meninas falaram o tempo todo, não me dando ‘tempo’ pra pensar no que aconteceu com Nick. – Então decidi que elas merecem alguma coisa com chocolate.
- Ok, mas eu também quero – Daniel concordou sorrindo.
- Tudo bem, você também merece – eu sorri e apertei a bochecha dele. – Sabe Daniel...
- Hum?
- Tudo isso é tão estranho.
- Isso o quê?
- A gente, de ódio e agarramento passando a ser amigos...
- É estranho e repentino... Mas eu prefiro assim do que você não falando comigo – ah que fofo, ele ficou vermelho, esse sorrisinho de lado ainda me mata.
- Mudando de assunto – é melhor mudar antes que eu perca a cabeça. – O que aconteceu com a Liza? Ela tá quieta e sumida.
- Ela tá brava comigo – Daniel me olhou de um jeito sapeca.
- O que você fez?
- Primeiro eu dei um fora nela, e quando eu tava te levando pro quarto – ele parou de falar vendo que minha respiração falhou –, quando aquilo aconteceu, ela me viu com você, e disse que eu era idiota por defender quem não me merecia, e eu fui estúpido com ela.
- Como eu queria ter visto isso – eu dei uma risada maldosa e Daniel parou o carro num farol. – O que você disse á ela?
- Eu disse, não é pra rir, viu rhanna? – ele sorriu envergonhado. – Que preferia defender alguém que eu não mereço, desacordada e ainda assim linda, do que aturar uma garota fútil e vulgar como ela.
Daniel, tá maluco? – eu dei um tapa na testa dele.
- Peguei pesado com ela?
- Não idiota, porque eu nunca daria risada, foi tão fofo – não vou comentar a parte em que meu coração bateu descompassado.
- Foi? – ele disse baixinho, se aproximando de mim e colocando uma mão no meu rosto.
- Aham – volta respiração, eu que mando, volta!
- Sabe rhanna? – ele sussurrou bem perto – Você não acha que eu faria isso depois de tudo que eu te disse, acha? – ele riu e mordeu minha bochecha, voltando a dirigir.
Daniel, você é mesmo muito besta – eu ri também pela situação cômica que ele criou, descontei a mordida no braço dele. – Você não deveria brincar assim comigo, estou emocionalmente fragilizada, sabe? – fiz um bico bem de criança mimada.
- Ah to vendo, já tá até fazendo graça sobre isso.
- Melhor rir do que chorar, certo?
- Certo – ele riu já estacionando o carro. – Sua tarada, você queria me beijar.
- Eca, nem brinca com isso, eu morreria intoxicada – fingi ânsia de vomito e ele gargalhou. 
Sabe, o Nick é perfeito, mas às vezes não é perfeição que a gente procura, é uma vida com momentos tristes e momentos lindos, para que estes últimos sempre fiquem na nossa memória. Já pensou se só tivéssemos momentos bons? Não daríamos o devido valor a eles. E aqui nesse carro com o Daniel, eu vejo que posso ter tudo isso, com as minhas amigas e, bom, com meu novo amigo, DanielNeeson.


Capítulo Dezesseis: ‘A garota da porta vermelha finalmente se revela’.

Quatro meses depois...

Eram cinco da manhã quando Daniel acordou na casa da mãe com sede. Ao chegar à sala, viu a TV ligada, e ao se aproximar do sofá, pode ver rhanna cochilando numa posição nada confortável. Sorriu ao lembrar da ansiedade da garota na noite anterior devido à viagem para o Hawaii. Ele se abaixou ao lado dela e tirou uns fios de cabelo que estavam no rosto de rhanna.
- Hey – ela disse baixinho.
- Hey bonitinha, dormindo no sofá? – ele sussurrou e sorriu. – Vem, eu te levo pro seu quarto – fez menção em pegá-la no colo, mas a garota se encolheu mais no sofá.
- Não, ta gostoso aqui – ela fazia caretas fofas (na opinião de Daniel) ao falar. – Eu fiquei horas tentando achar uma posição confortável na minha cama, daí resolvi vir pra cá.
- Mas você ta toda torta nesse sofá – ele riu – não acredito que esteja bem. 
- Pois eu to – rhanna deu um tapa bem fraco na testa de Daniel, visto que ele ainda estava agachado ao lado dela. – Vai dormir, nosso vôo sai cedo.
- Eu to preocupado com você dormindo desse jeito, você vai estar quebrada pela manhã – ele disse enquanto arrumava o edredom em rhanna.
- Eu já disse pra você deixar esse negócio de ser bonzinho pros filmes, Neeson! [n/a: frase tirada de um momento ‘revolta’ da Bih. Te amo sua gorda] – rhanna disse sonolenta e fez Daniel rir – Vai dormir, vai, amigo.
- Ok, amiga. Boa noite – ele não se conteve e beijou a testa da garota. – rhanna, você ta muito quente.
- Eu to? – ela pergunta de olhos fechados sentindo a mão de Daniel percorrer seu rosto pra checar a temperatura.
- Você ta com febre – ele parecia preocupado.
- Não to nada, deve ser ansiedade pra viagem. Eu to bem, pode dormir.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Ta bem então. Boa noite pode me chamar se precisar.
- Se precisar eu chamo, porque se sua mãe sonhar que eu to ficando doente, é capaz dela me proibir de viajar.
- Eu não duvido que ela faça isso – ele riu fraco, levantou e viu que rhanna estava pegando no sono. – Tchau Penalva.
- Tchau Neeson.



****



Quatro meses se passaram. 
Quatro meses de muitos risos, gritos e brigas entre Nina, Cath, rhanna e Daniel; e algumas vezes até Sallie.
Quatro meses, e dezenas de shows lotados do McFly.
Quatro meses desde a decisão de serem somente amigos, feita por Daniel e rhanna. Quatro meses de ligações feitas por Nick, e algumas sendo atendidas por rhanna. 
Quatro meses sem traições.
Quatro meses de sentimentos escondidos, e sorrisos cheios de saudade.
Quatro meses dolorosos pra alguns, feliz pra outros e suportáveis para a maioria.



****



Férias de primavera, uma semana no Hawaii. Um sonho pra qualquer um. E para Nina, Cath e rhanna se tornaria realidade em algumas horas. Essa era a viagem em família dos Neeson, porém por causa de inúmeros imprevistos, somente as meninas e Daniel viajariam.



****



“Nenhum dano você pode fazer agora, Eu estou imune a você agora Você não pode partir o que já se rompeu Não há nada que você possa fazer a mim ainda”

Um trecho de alguma música da Kate Voegele, foi o que Nina e Cath encontraram no mural da cozinha logo pela manhã.
- Cara, que horas você acordou? – uma Nina ainda sonolenta pergunta pra rhanna após lha dar um beijo na testa – Você tá quente.
- Cala a boca, se sua mãe ouvir, eu to ferrada – rhanna diz baixo, e as amigas percebem que a voz da garota está analasada. – Acho que eu tô com gripe, e eu sei que sua mãe vai pirar se eu viajar assim.
- Mas você ta bem o suficiente pra ficar horas dentro de um avião? – Cath também parecia preocupada.
- Gente, relaxa! Ficar gripada é tão normal – rhanna sorriu de um jeito meio fraco, adoentado. – Eu to bem, é sério. 
- Bom dia meus amores – a Sra. Neeson chega sorridente á cozinha – Animadas com a viagem?
- Muito. Não vejo a hora de tomar sol. 
- Concordo Cath, eu to doida pra cair no mar. A última vez que vimos o sol pra valer foi no começo do ano.
- E eu to doida pra ver a Nina cair de boca no mar.
- Deixa de ser ruim rhanna! – Cath riu e deu um tapa na amiga, que fechou os olhos com força pra não reclamar de dor no corpo. Cath se desculpou com os olhos. – Agora só falta o...
- Falta quem? – Daniel entra na cozinha e todas as mulheres param para olhá-lo – Que foi?
- Coitada da Sallie, se você andar por aí lindo assim, ela não vai achar nem seus restos pra contar história – Nina diz rindo.
Ao olhá-lo rhanna chegou a pensar que a frase ‘perfeição em pessoa’ foi criada pra Daniel. A calça larga, o tênis ‘estiloso’ branco, o pedacinho da camisa pólo verde que aparecia por baixo do grosso moletom azul marinho, e pra completar, os cabelos úmidos bem bagunçados. E o sorriso? Ah, o sorriso...
- Vocês tão me deixam sem graça, suas pervertidas – Daniel se escondeu atrás da bancada, e as garotas riram. – E acho que a Sallie não ligaria se eu saísse por ai assim.
- Bom eu já ia começar a fazer minhas recomendações, mas agora com o Senhor Beleza desfilando por aí – Sra. Neeson beija a bochecha do filho –, o primeiro pedido é: cuidem dele! Não quero que nenhuma havaiana roube meu bebê.
- Pode deixar mãe, se alguém tentar roubar seu bebê, a brasileira ali o salva – Nina ria ao falar, e logo recebe um beliscão de rhanna.
- Idiota – a menina diz baixo, e sente o rosto corar.
- Que bonitinhos, os dois coraram – Cath aperta a bochecha de Daniel, fazendo Nina e a Sra. Neeson rirem.
- Erm, então, vamos? – rhanna diz pra mudar o rumo da conversa.
- Vamos. Honolulu vai ser pequena pra gente!



****


Rhanninha , acorda.
- Ô garota do Brasil, acorda minha filha!
- Parem de cutucar a menina. Que belas amigas vocês são.
- Cala a boca Daniel, esse seu papel de ‘amiguinho número um’ já ta enjoando; sinto falta dos tempos vocês se pegavam às escondidas.
- As caras que vocês faziam pra disfarçar eram hilárias.
- Fiquem quietinhas, sim? E sentem direito, já vamos pousar.
- Acorda a Rhanninha , mané! Ela tomou o antigripal, e apagou.
- Ela só ta cansada, não dormiu bem noite passada.
- Uh, ele sabe até se ela dormiu bem ou não.
Nina, fica quieta, ok? Se for pra começar com essas gracinhas desde já, nós teremos uma semana muuuito longa, então pára com isso ta?
- Ok, irmãzinho. Agora a acorda a Penalva, por favor?
rhanna? – Daniel disse baixinho ao passar a mão pelos cabelos da garota – Hey acorda.
- Mas eu acabei de cochilar – ela resmungou de olhos fechados.
- Linda você dormiu por quase sete horas – Daniel disse rindo. – Já estamos chegando, não quer comer alguma coisa?
- Não, eu to enjoada e meu corpo ta dolorido.
- Você acha que foi uma boa idéia vir doente?
- Você não queria que eu viesse?
- Eu não disse isso.
- Mas pareceu. 
rhanna, dá um tempo ta? Você ta doente, mas eu não sou obrigado a aturar seu mau humor.
- Relaxa, eu posso te irritar à vontade, já que de todo jeito o seu humor vai melhorar daqui seis dias.
- Ahn?
- A Sallie. Seis dias e ela ta aqui.
- Ah é.
- Poxa Daniel, se você ficar com essas respostas monossilábicas não tem como a gente brigar!
- Engraçadinha, minha época de brigar com você já era!
- Droga! Era tão divertido.
- Palhacinha – ele riu de lado, tirou o cobertor de rhanna e checou a temperatura – Sua febre diminui.
- Oláááá enfermeira – rhanna imitou os Animaniacs, e até as meninas [que estavam em poltronas na frente] riram.



****



- Eu ainda acho que deveríamos ter ido pra um hotel.
- Deixa de ser preguiçosa Cath! Essa casa é na praia, tipo, na areia.
- Eu vi Nina, mas cara, nós quatro numa casa por uma semana, não vai dar certo.
- Ah se eles ainda brigassem o tempo todo, se agarrassem depois e por fim ficassem emburrados, daí não daria mesmo certo. Mas eles estão tentando, eu ainda vejo os olhares apaixonados, mas se eles estão bem com essa história de amizade...
- Mas amiga você acha que isso dura? – as duas estavam arrumando suas coisas no guarda-roupa da casa de veraneio que alugaram Waikiki. – Eles ficam disfarçando que são melhores pessoas ficando separados, mas todo mundo sabe que eles têm é medo de ficarem juntos e do que pode acontecer.
- Como assim? Você acha que eles não dariam certo namorando? – Cath mal terminou a frase e rhanna entrou no quarto.
- Namorando? Quem ta namorando? – a garota deitou em uma das três camas, e se cobriu até o pescoço.
- Ninguém ta namorando – Nina disse rápido. – Você vai cozinhar aí, menina! Larga esse cobertor.
- Cara, de onde você tirou esse cobertor, afinal? – Cath tentava tirá-lo de rhanna. – Alô? Estamos no Hawaii!
- Eu trouxe ok? – rhanna puxava de Cath – Pára Catherine! Eu to com frio.
rhanna, pára você. Cara, você vai piorar se ficar toda tampada nesse calor.
Daniel, me ajuda – rhanna fez biquinho assim que viu o garoto no corredor. – Elas estão me maltratando.
- Deixa ela, Cath – Daniel sorriu e tirou o cobertor das mãos de Catherine. – Pronto pequena.
- Brigada tio – rhanna disse rindo ao se cobrir.
- Ah não sei como vocês conseguem ser mais irritantes: nesse mel todo ou brigando – Nina disse impaciente.
- Eu preferia brigando, além de ser mais engraçado, eu sempre ganhava as apostas – Cath riu ao ver a cara de rhanna. – Vai me dizer que vocês nunca desconfiaram que apostávamos?
- Agora eu entendi porque o Rupert ficava incentivando que eu beijasse a rhanna – Daniel disse de um jeito engraçado e as meninas riram.
- Bom meus amores, nós vamos dar uma volta, conhecer a região e aproveitar o restinho da tarde – Nina terminou de arrumar as coisas e se preparou pra sair com Cath. – Vamos?
- Eu quero dormir – rhanna se aconchegou mais na cama.
- E eu... Vou arrumar minhas coisas – Daniel disse meio incerto. – Juízo e não voltem tarde.
- Arrumar as coisas, sei. E nós sempre temos juízo – Cath disse rindo, e saíram de casa, deixando rhanna e Daniel sozinhos.
- Eu vou ver televisão – ele disse levantando o que Nina escolhera.
- Isso, joga na cara que no seu quarto tem TV, DVD, cama de casal... – rhanna disse rindo.
- O que eu posso fazer se vocês são três meninas, e na casa tem um quarto com exatas três camas? Sobrando o quarto de casal pra mim? Que culpa eu tenho? – Daniel riu ao ver a cara de indignada da garota, e logo recebeu um travesseiro bem no rosto. – Outch! Tudo bem Penalva, eu te convido pra ir assistir comigo, mas só porque você ta doente. Não acostuma.
- Ah como você é bonzinho Neeson – rhanna deu língua e ele riu. – E como você disse, eu to doente, então eu posso escolher o que vamos assistir.
- Pode é? Quem disse? – Daniel sorriu de lado quando a garota passou por ele levando o travesseiro, celular e com o cobertor enrolado no corpo, tampando a cabeça. – rhanna você vai acabar tropeçando nis... – antes mesmo de concluir a frase ele viu garota desequilibrar no corredor. Ele conseguiu segurá-la pelos ombros, e pegou as coisas das mãos dela – Tudo bem?
- Eu levantei rápido, fiquei tonta. Valeu pelo socorro – ela sorriu e deitou na cama. – Vai lá enfermeiro, ajeita meu travesseiro, me cobre direito e me dá o controle.
- Tem certeza que enfermeiro é a palavra certa? Isso ta mais pra escravo – Daniel ria ao fazer tudo o que rhanna disse.
- Se prefere assim, ta bom servo – ela riu ligando a TV, enquanto o garoto deitava ao seu lado. – Hum, vejamos o que se passa no Caribe.
- Cara, é sério. Ta me dando agonia te olhar com esse cobertor – Daniel fez uma careta e rhanna riu.
- Então não me olha, simples.
- É meio impossível – ele sussurrou fazendo rhanna até esquecer da dor no corpo que estava sentindo.
- Garoto, eu vou te espancar se você ficar falando esse tipo de coisa, assim do nada – ela disse séria dando um tapa na barriga de Daniel.
- Ah então se eu avisar que vou falar daí pode? – ele riu, quando viu que rhanna ia dar mais um tapa, ele segurou a mão da garota no ar, num movimento rápido tirou o cobertor e jogou no chão. – Tenta ficar sem, vai te fazer mal ficar com isso nesse forno que é esse país.
- Mas Neeson, eu to com frio – ela fez manha e ele sorriu.
rhanna, já é esquisito você estar de calça de moletom na praia! Cobertor é demais, vamos ver televisão que você esquece do frio – Daniel olhou pra garota de baby look, calça de moletom e meias; enquanto ele estava de bermuda, e já queria tirar a camiseta de tão quente que era aquele lugar. Então pegou o controle da mão dela e começou a mudar de canal.
- Meu frio não é psicológico. Não! Tira daí, não quero ver Prison Break, chega a ser pecado alguém ser tão bonito que nem esse Wentworth Miller.
- Lá vamos nós de novo. Que tal... Greek?
- Não, eu não assisti alguns episódios e to meio perdida.
- Smallville?
- Não, o Clark me irrita – rhanna fez careta e Daniel suspirou. E assim mais de 15 minutos se foram, com Daniel mudando de canal e rhanna arranjando algum defeito.
- Linda, por favor... – ele fez bico – Vamos assistir pra valer alguma coisa? Sim?
- Ok, muda de canal, e o que estiver passando a gente assiste – rhanna bufou e Daniel sorriu mudando de canal. – Ah não. Não, não e não.
- Por que não? rhanna você já ta me irritando – Daniel sentou na cama passando a mão no cabelo. – Você nem sabe o que ta passando e já critica?
- Eu sei o que é – ela disse baixo. – É Skins.
- Que... Ah! – Daniel ficou sem graça e colocou num canal de filmes, onde passava Vanity Fair [n/a: eu adoro filmes assim. E no bônus tem cenas cortadas em que o Robert Pattinson aparece *dica*]. – Desculpa.
- Relaxa... É só esquisito – rhanna deu um sorriso sem vida. – Eu tenho evitado ver coisas sobre o Nick.
- Você não consegue esquecer, né? – o garoto abaixou o volume da televisão quando percebeu que rhanna não fugiu do assunto. – Mas você ta bem, certo?
- Eu to... Tipo, já faz algum tempo. E ah, ele não chegou a fazer nada... Pode parecer loucura da minha parte falar isso, mas eu fiquei chocada nos primeiros dias. Agora eu não sinto nada – ela também se sentou na cama e encolheu as pernas abraçando os joelhos.
- Como assim nada? Tudo bem, sua cabeça e corpo não sentem nada devido ao tempo, mas seu coração ainda deve estar aos pedaços – a luz da recém nascida lua de Waikiki entrava pela janela do quarto, e aos olhos de Daniel, mesmo rhanna estando super gripada, ela não poderia estar mais encantadora.
- É como a música diz ‘You Can’t Break a Broken Heart’ [você não pode quebrar um coração quebrado], certo? – ela sorriu triste – Tudo com o Nick aconteceu muito rápido, eu nem tive tempo de sentir nada muito forte por ele... 
- Quem quebrou seu coração? – Daniel perguntou de repente.
- Sobre isso, eu não quero falar – rhanna cortou o assunto assim que sentiu as bochechas esquentarem. – Eu cansei de ficar aqui, vamos dar uma volta?
- Eu to com preguiça – Daniel fez uma careta e deitou de novo.
- Ah Neeson! Vamos, eu prometo que não conto pra Sallie que você tava olhando as surfistas bonitonas – rhanna riu cutucando a barriga do garoto.
- Não acho que ela se importaria – ele disse baixo se esquivando das mãos de rhanna.
- Como não? Ela é sua namorada! 
- Eu não teria tanta certeza disso – Daniel disse sério ao levantar da cama.
- Como assim? – rhanna parecia chocada.
- Sobre isso, eu não quero falar – Daniel a imitou, recendo um tapa de rhanna. – Vamos logo garota agressiva, antes que eu mude de idéia.



****



- Esse povo não dorme?
rhanna, são oito da noite.
- Ah é mesmo, o fuso horário me confunde – rhanna riu ao chegarem a um quiosque na beira da praia. O lugar estava cheio grande parte das pessoas obviamente eram turistas, a música era animada, o clima estava ótimo [até para rhanna, que estava de mini saia jeans e blusinha de alças. Daniel a impediu de levar um casaco], e tinha algo na atmosfera que proporcionava a sensação de estarem num filme. – Vamos pro bar, eu quero tomar algum drink com nome engraçado.
- Eu não vou carregar ninguém de volta, viu mocinha? – Daniel disse alto ao ser puxado por rhanna pro meio das pessoas.
- Não vou beber nada alcoólico, bobinho. Eu to tomando remédio pra gripe, lembra? – rhanna não pode deixar de reparar como as garotas olham pra Daniel ao passarem. – Garoto, que saco! Precisa chamar tanta atenção assim?
- Eu? To chamando atenção? Como? – ele ria da cara de brava da garota.
- Você chama sim! Seu branquelo! – rhanna deu um tapa nele, que riu e a abraçou pelos ombros voltando a andar em direção ao bar.

Algum tempo depois, Daniel disse que precisava ir ao banheiro, deixando rhanna sentada num dos bancos perto do bar, tomando um drink super colorido e se balançando no ritmo da música. Quando o garoto estava voltando, viu um cara musculoso, sem camisa e bronzeado, sentado no único banco vazio no bar: o mais próximo de rhanna. Ele falava muito perto da garota, que se afastava a cada palavra proferida pelo brutamonte. Daniel apenas sorriu, acostumado com a situação; então andou rapidamente em direção a eles, como rhanna estava sentada no banco, ficou da mesma altura deDaniel, não oferecendo nenhum obstáculo quando ele chegou colocando as mãos em sua cintura, e depositando um beijinho no ombro nu da garota.
- Oi amor, desculpa a demora – ele diz sorrindo na maior cara de pau, fazendo rhanna prender o riso.
- Oi lindo, ah tudo bem, o... Como é seu nome mesmo? – ela faz questão de mostrar a falta de atenção ao grandalhão.
- Erm, é Noah – ele estende a mão e cumprimenta Daniel. – Eu estava contando pra sua garota, os significados dos nomes de cada praia aqui de Honolulu.
- Ah legal, nós vamos visitar todas, pode deixar. Apesar de que eu acho que a minha garota nem vai se preocupar com o nome do lugar, enquanto estivermos fazendo coisas muito mais interessantes – ele sorriu malicioso para rhanna, que riu alto. O surfista brutamonte, finalmente se tocou, e com um aceno de cabeça saiu de perto dos dois.
- Como você é mau, Neeson! Toda vez você faz isso! – rhanna ria da situação e da cara de convencido que Daniel fazia. – Ele só tava me falando uns nomes esquisitos, não precisava fazer isso com o coitado!
- Agora ele é coitado né? – ele sorriu de lado ao pegar uma cerveja no balcão. – Queria ver se eu não tivesse feito isso, ele teria te agarrado, que nem aquele cara na after party mês passado.
- Ah nem me lembre. Sem falar, que ele quase vomitou em mim – rhanna fala de um jeito engraçado, e vira pra ver as pessoas dançando, ficando assim, sentada de costas pro bar.
- Você não acha que a sua saia é muito curta, pra você ficar sentada nesse banco? – Daniel diz sem conseguir disfarçar seu olhar de cobiça, pras pernas da garota.
Neeson! Você tem namorada, seu pervertido – ela tenta falar sério, mas acaba rindo de lado. Daniel sorri se desencostando do balcão e fica na frente de rhanna, que o olha confusa; ele simplesmente vira de costa, e se apóia no banco dela, isso significa: fica entre as pernas da garota. – Garoto, que abuso é esse?
- Não é abuso lindinha, é apenas um amigo preocupado com a integridade da amiga – Daniel vira um pouco o rosto para olhá-la, ficando com o rosto a centímetros de distância do da garota. – Além do mais, o pé grande ali [leia: surfista grandalhão] acha que você é minha garota.
- Aham, sei – rhanna diz simplesmente ao apoiar o queixo no ombro de Daniel, que agora olhava pra ‘pista de dança’. 
Algum tempo depois, o garoto colocou uma mão no joelho de rhanna, a outra mão segurava a cerveja; os dois se movimentavam ao som de alguma música parecida com Rihanna. Daniel mexia a mão num singelo carinho pela perna de rhanna; essa por sua vez passou os dois braços pelo corpo de Daniel, mantendo a cabeça apoiada no ombro dele. 
Naquele momento, quem olhasse os dois, certamente diria que era o casal mais apaixonado do lugar. O jeito que se tocavam sem vulgaridade, o visível carinho em cada toque, a cara de bobo queDaniel fazia a cada trecho da música que rhanna cantarolava, ou até mesmo o jeito que rhanna olhava torto pras garotas que olhavam descaradamente pro garoto. Mas uma coisa que não era visível eram as constantes borboletas no estômago de rhanna, e a luta interna que se instalara em si: o cheiro de Daniel, o jeito que ele se movimentava no ritmo da música, a risada quando via alguma cena bizarra, a maneira de levar a garrafa de cerveja até a boca, o sorriso doce quando olhava de canto de olho pra ela... Tudo isso só fazia com que rhanna quisesse agarrá-lo ali mesmo. Mas Sallie sempre lhe vinha à mente. ‘rhanna, você já superou essa fase. Você não gosta mais dele... Ah mas cara, precisa ser tão lindo assim?!’ 

- Eu to cansado – Daniel a despertou dos pensamentos, virando pra a olhá-la com um sorriso meigo nos lábios. – Vamos?
- Ah vamos sim – rhanna sorriu, e se afastou um pouco do corpo do garoto, quando ia descer do banco, Daniel a surpreende segurando suas pernas em torno de si, e sai andando com a garota em suas costas. – Neeson! ME COLOCA NO CHÃO! VOCÊ SABE QUE EU NÃO GOSTO DISSO!
- Pára de gritar no meu ouvido menina! – Daniel ri, e sente rhanna se agarrando a ele pra não cair.
- Garoto, eu to de saia! Minha calcinha deve estar toda a mostra – ela briga quando chegam à rua mal iluminada, tentando abaixar a saia e se segurar em mesmo tempo.
- Relaxa! Estamos na praia, ninguém vai ligar de ver sua calcinha – Daniel ainda ri do desespero dela; não consegue evitar, porém, o sorriso malicioso ao senti-la colada em si, e involuntariamente aperta as mãos em torno das pernas da garota.
- Mas a questão é que eu não gosto de ficar mostrando minha bunda pra quem quiser ver – rhanna nem sabia o que estava falando, aquela situação a estava deixando desconfortavelmente confortável (?).
O quiosque em que estavam era relativamente perto da casa, então em alguns minutos de gritos de rhanna, e risos de Daniel, eles chegaram à varanda da casa.
- Acho que meus ouvidos vão zunir até amanhã – ele diz de um jeito engraçado, e senta rhanna no pequeno sofá que ficava do lado de fora da casa, sentando ao seu lado. – Como você grita, meu Deus!
- Você que pediu por isso, seu bobo – a garota mostra língua, e sorri.
- Sabe... Enquanto estávamos lá no bar, eu fiquei pesando... Quem olhasse pra nós dois, nunca falaria que nós temos toda essa história de ódio e pegação, e agora nos damos bem assim – ele pegou uma almofada e deitou no colo de rhanna, demonstrando o que queria dizer.
- Pois é... Nós nunca tivemos oportunidade de nos conhecermos pra valer. Logo de cara a gente já começou a brigar, depois a se agarrar escondido, e com isso a parte de um conhecer o outro, foi ficando pra depois e depois – a garota falava calmamente enquanto passava os dedos pelos cabelos de Daniel. – Apesar de estarmos nos saindo bem durante esse tempo, não nego que ainda acho estranho os momentos como esse: você com a cabeça no meu colo...
- ...e você me fazendo carinho – Daniel terminou a frase rindo, e rhanna riu balançando a cabeça – Às vezes eu até fico preparado pra receber um tapa.
- Não seja por isso – ela bateu na testa do garoto, o fazendo rir mais. – Eu to gostando dessa nova fase.
- Mas ainda tem tanta coisa pra gente aprender sobre o outro. Tipo, nós sabemos o básico. Mas às vezes eu tenho vontade de te perguntar algumas coisas, mas acabo desistindo – ele sorriu sem jeito coçando a nuca. - Vamos fazer um jogo?
- Que tipo de jogo?
- Eu posso te fazer quantas perguntas eu quiser, e você é obrigada a responder, depois você me pergunta.
- Quantas você quiser? Não, muito vago. Que tal... cinco?
- Tudo bem, então temos que escolher com cuidado.
- E somos obrigados a responder a verdade sobre qualquer que seja a pergunta, certo?
- Isso. Quer começar?
- Quero, já sei o que perguntar.
- Vai lá, pergunte.
- Eu percebi que você tem evitado falar sobre a Sallie, e a minha primeira pergunta é: por quê?
- Sabia que você ia perguntar isso! Você não deixa nada passar né? – ele sorriu e sentou direito no sofá. – Bom, ontem quando cheguei ao meu apartamento, eu liguei pra ela pra combinar sobre a viagem, e ela tava estranha... No fim das contas, ela, bem... terminou comigo.
- AHN? – rhanna não conseguiu segurar a cara e o grito de espanto. – Como assim? Você nem parece abalado!
- Essa é sua segunda pergunta? – Daniel sorriu arqueando as sobrancelhas.
- Não, não é. Ok, você não precisa explicar – rhanna se apressou em dizer.
- Até porque não tem o que explicar, ela foi bem vaga quando terminou – ele falou simplesmente. – Ta, agora é minha vez de perguntar.
- Vá em frente... Ah que medo – rhanna brincou, cruzando as pernas encima do sofá, com uma almofada no colo.
- Qual é todo esse lance daquela pulseira que quase me assassinou ano passado, e tipo, eu sei que tem a ver com a sua opção de cor pra porta do seu quarto e o motivo de você ficar tão triste assim, do nada – Daniel falou tudo de uma vez, e rhanna só pôde arregalar os olhos.
- Como você sabe disso? – ela disse ainda chocada.
- Por mais que eu tente disfarçar, eu presto muita atenção em tudo relacionado é você, rhanna Penalva – ele fala de um jeito envergonhado, fazendo rhanna ter vontade de mordê-lo!
- Erm... Essa resposta é muito longa, podemos deixar pro final?
- Ta, eu pergunto outra coisa agora, mas no fim você responde sem rodeios, combinado? – Daniel estende a mão para selar a promessa, e rhanna ri, mas aperta a mão dele. – Bom, vejamos... Já sei! São duas perguntas, mas valem por uma só, pode ser?
- Hoje eu to boazinha, então pode.
- Você tem mais ciúme da Sallie ou da Liza? E por quê?
- Ah... Hei! Isso não vale! – rhanna sentiu seu rosto esquentar.
- Você concordou – Daniel riu vitorioso. – Responde.
- Você é um idiota, sabia? – ela diz séria e bate no garoto sorridente ao seu lado. – Ok... Preciso ser sincera né? Da Sallie. Por motivos óbvios.
- O que seriam motivos óbvios? Isso não é uma resposta satisfatória – ele mantinha o sorriso de pretensioso no rosto.
- Ela é tão simpática, e bonita, e... Legal! – rhanna falava como se sentisse dor física – Ela é perfeita.
- Que nem o Hoult – Daniel disse baixo, mas a garota escutou.
- O que me leva à minha segunda pergunta: por que você provocou o Nick no rinque de patinação, lembra? – agora era a vez de rhanna sorrir vitoriosa.
- Lembro... Aquela música, ah como eu adoro lembrar daquela música e da cara de bosta do Hoult quando eu disse que ele não era nada pra você – Daniel sorri maldoso com as lembranças. – E respondendo à pergunta: ciúme, e quem sabe também, inveja.
- Inveja? – ao ver a cara do garoto: – Não, não! Não é minha próxima pergunta! É sua vez. Mas antes, eu posso fazer uma pergunta fora do jogo? – rhanna faz bico, e ele concorda sorrindo. – Você já ficou com a Liza, certo? Pra ter perguntado do ciume.
- Erm, já. Só um beijo, mas ela tava bêbada e me agarrou; a Sallie até riu quando eu contei – ao ver a cara de espanto de rhanna, ele logo fez a próxima pergunta. - Qual de nós do McFly, é seu favorito? – ao vê-la abrir a boca ele completou – E não adianta dizer que não tem favorito, porque eu sei que você é ou era fã da banda, e toda garota tem um preferido.
- Primeiro: agora eu sou um tipo diferente de fã, mas ainda sou – rhanna respirou fundo. – Eu vou me arrepender disso, eu sei que vou... Você! Você era meu favorito. Feliz?
- Nem imagina quanto – o garoto sorria divertido. – Vai, me pergunta mais uma.
- Cadê o João Alfredo? – quando Daniel fez cara de ‘você é doida?’, ela completou – Meu jacaré de pelúcia. Lembra? Por que você o deu pra camareira?
- Ah não. Não gosto mais dessa brincadeira – ele fez bico e suspirou. – Ele ta comigo.
- O QUÊ? Pode explicar! – rhanna deu um belo tapa na perna do garoto, o fazendo sorrir tímido.
- Se quiser mesmo saber, tem que contar como mais uma pergunta – ao vê-la dar de ombros ele prosseguiu. – Quando eu viajo, eu levo coisas que me fazem sentir em casa... E eu não tinha nada seu. E o seu jacaré tem o seu perfume. Eis a sua resposta.
- Own que fofo! – rhanna brincou, pra disfarçar o seu próprio embaraço. – Se quisesse alguma coisa, era só pedir. Eu te dava uma meia furada [n/a: essa história da meia furada aconteceu comigo. Minha amiga se mudando pra Itália e ofereci uma meia furada como lembrança xD].
- Ah que amor você é – Daniel apertou as bochechas da menina e sentiu que já estava ficando com febre outra vez. – Não ta na hora de tomar remédio? Quer entrar?
- Relaxa aí! – rhanna riu e segurou a mão de Daniel em seu rosto – Nem to tão quente assim, quase a mesma temperatura que você. Sentiu?
- Senti, mas não deixa passar o horário do remédio ta? – ela assentiu com a cabeça e ele continuou. – Minha quarta pergunta... Hum... Você voltaria com o Hoult? Agora que vocês tem se falado pelo telefone... Mudou alguma coisa?
- Ah, eu sinceramente não sei. A raiva e o ciúme misturados com álcool podem levar uma pessoa ao extremo. Ele estava fora de si, eu não o culpo totalmente. Tudo bem, chegar aquele ponto foi culpa dele, mas ele só deixou a paixão falar mais alto quando nos viu juntos.
- Tudo aquilo foi por ciúme de mim? – Daniel tinha os olhos arregalados.
- Foi. Ele sempre teve muito ciúme de você, desde quando nos conhecemos e as meninas brincavam que os opostos se atraem; ele sempre ficava sério quando elas falavam coisas do tipo – rhanna disse olhando pra escuridão à sua frente, ouvindo as ondas quebrarem bem perto deles. – Agora a minha última pergunta.
- Escolhe bem, hein?
- Já sei. Por que você implicou comigo logo que cheguei? Sem nem me conhecer! – a garota deixou transparecer na voz, o ressentimento que tinha nas lembranças.
- Eu li uma coisa no seu computador. Você dizendo que me odiava – Daniel também não gostava de pensar sobre o assunto. – E eu fiquei tão irritado, por ter me sentido atraído por você, e ler que você me odiava sem ao menos me conhecer!
- Eu... Eu não... – rhanna ficara assustada com a reação do garoto.
- Você não tem que se explicar – ele tentou sorrir pra amenizar as palavras de segundos atrás.
- Mas eu quero! – ela se ajeitou no sofá, ficando praticamente de frente pra Daniel – Eu lembro exatamente do que você ta falando! E naquele dia, eu tava falando com uma amiga do Brasil, e ela me zoou que eu não parava de falar de você, daí ela me ‘desafiou’ a dizer que te odiava... Alegando que pelo jeito que eu já tava no primeiro dia em que te vi, eu nunca conseguiria não gostar de você de verdade – rhanna sentiu as tonturas por causa da gripe, voltarem aos poucos enquanto falava – Eu nunca te odiei de verdade.
- Eu sei disso, agora eu sei – foi só o que Daniel disse, mas ela pôde ver nos olhos dele que agora estava tudo bem, de verdade... Finalmente. – Agora me responde a primeira pergunta que fiz.
- Ah é uma longa história. Tem certeza?
- Tenho – Daniel viu rhanna suspirar, prender o cabelo e dar uma leve mordida no lábio.
- Deve fazer uns dois meses, quando nós fomos assistir filme no seu apartamento, e a Cath ligou a televisão e tava One Tree Hill, lembra disso? – Daniel concordou com a cabeça e ela prosseguiu. – E eu saí rapidinho da sala, mentindo que ia fazer a pipoca; mas você me viu chorando na cozinha, que eu sei – rhanna sorriu grata a ele.
- Se você não queria contar, eu não ia te forçar; mas eu vi mesmo e por isso fiquei te enchendo o saco durante o resto do dia – Daniel olhava intensamente pra garota, e os dois lembraram das cosquinhas que ele fizera nela, querendo ver um mísero sorriso no rosto dela. – Continua.
- Então... One Tree Hill. Todas as respostas estão em One Tree Hill. Você não assiste, então vou ter que contar todos os detalhes – a garota suspirou mais uma vez, e Daniel pegou sua mão e atrelaçou seus dedos nos dela. – Desde pequena, eu tinha uma amiga no Brasil que era tipo, minha alma gêmea; nós vivíamos juntas e nós adorávamos seriados, mas o preferido era One Tree Hill; meninas costumam ter essa mania de se imaginar sendo o personagem, namorando o galã, enfim, nós dividíamos tudo, mas como boas crianças que éramos, costumávamos brigar pelas coisas mais bobas, e nesse caso era a porta da Brooke, a famosa porta vermelha – Daniel levantou as sobrancelhas em sinal de compreensão. – E o ‘combinado’ era que a primeira que casasse com um ator lindo, e fosse morar na Inglaterra, poderia pintar a porta da casa de vermelho. Ah, e nosso maior sonho era morar na Inglaterra; tanto que nós tínhamos tudo planejado pra fazer o colegial juntas em Londres – os olhos de rhanna foram acumulando lágrimas, fazendo Daniel apertar sua mão em sinal de carinho e segurança. – Ela sempre dizia que tinha mais direitos em relação à porta vermelha, já que o nome da atriz que interpreta a Brooke, é Sophia Bush, e o nome dela era – nesse momento rhanna não conseguiu conter o soluço e as lágrimas que o seguiram – Sophie, o nome dela era Sophie.
- Era? – Daniel perguntou baixinho, vendo que rhanna estava se entregando ao choro.
- Ela... Ela... Um dia, nós fomos numa festinha da escola, e Daniel, nós éramos duas crianças! Crianças! – as lágrimas corriam livremente pelo rosto de rhanna, que tinha raiva e dor nos olhos. – Ela quis pegar carona com garotos mais velhos, ela tinha bebido, o primeiro porre da vida dela; ela não queria ir, mas pra não deixá-la sozinha acabei entrando no maldito carro. O garoto que dirigia o carro, também tinha bebido, e eu... Eu não lembro direito o que aconteceu, minha mãe me contou depois, que ele passou num farol vermelho e outro carro atingiu o lado o direito do nosso caro; o lado que a Sophie estava... – as lembranças vinham à mente de rhanna como facas que dilaceravam seu coração; Daniel a abraçou até que ela se acalmasse um pouco.
- Chega linda, não precisa continuar – ele disse contra os cabelos dela, ouvindo seus soluços e as lágrimas molharem seu camiseta. Até ela se afastar, passando a mão pelo rosto.
- Eu nunca contei isso pra ninguém, eu quero... Eu quero contar pra você – ela olhou nos olhos de Daniel ao dizer isso, e o garoto sentiu um calor pro dentro; e beijou docemente a bochecha derhanna. - Eu só cortei a testa, e as outras pessoas se machucarem pouco também... Mas o garoto que estava no banco do passageiro morreu na hora. E a Sophie, ela foi pro hospital porque bateu a cabeça muito forte e tinha diversos machucados internos. Dois dias depois, eles me deixaram vê-la, e ah Daniel, foi a coisa mais triste da minha vida. Ela tava meio dopada, mas me reconheceu; ela chorou me pedindo desculpa por ter pegado carona com os meninos. Ela me fez prometer que iria pra Inglaterra no ano seguinte como havíamos combinado; que pintaria a minha porta de vermelho; que iria ao show da banda preferida dela – rhanna sorriu melancolicamente indicando Daniel com a cabeça – que nunca iria chorar por quem não me merecia; que ia lembrar dela todas as vezes que olhasse pra nossa pulseira da amizade... – Daniel acenou a cabeça entendendo a história. – Ela tava morrendo Daniel, morrendo! De hemorragia cerebral. Ela quase não conseguia falar direito; os pais dela estavam no quarto, e a última coisa que conseguiu dizer foi que nos amava e pra que não sofrêssemos, já que ela estaria bem – ao ver rhanna recomeçar a chorar compulsivamente, Daniel a puxou para seu colo, fazendo com que a menina ficasse com o rosto em seu pescoço.
- Pode chorar Rhanninha , você guardou isso por muito tempo, chora tudo que tiver pra chorar – ele acariciava a cabeça dela, e abraçava forte transmitindo toda a segurança, conforto e carinho que ela precisava naquele momento. Minutos ou horas poderiam ter passado, mas nenhum dos dois se mexeu. Até que a respiração de rhanna voltou ao normal, e com os olhos vermelhos olhou Daniel durante alguns segundos, quando ele se inclinou passando seu nariz pelo da menina, num carinho infantil e doce.
- Sabe, ela morreu há quase três anos. Mas pareceu que foi ontem, falam que o tempo cura tudo... Então por que toda a raiva que eu tenho de mim mesma ainda tá aqui dentro? E essa dor? Nunca vai embora! Durante um ano, eu só saía de casa pra ir à escola e visitar os pais da Sophie; e a mãe dela me dizendo que eu era a melhor amiga que qualquer garota poderia ter. Mas se eu fosse tão boa assim, eu não teria deixado que ela entrasse naquele carro... Ela estaria viva!
rhanna, não foi sua culpa...
- Todo mundo me dizia isso! Tudo o que eu quis durante um ano foi morrer, de um jeito muito ruim pra pagar minha dívida com o mundo. Mas então, um dia a mãe da Sophie foi até a minha casa me entregar um papel que ela tinha achado nas coisas dela; eu levei dias até ter coragem de abrir...
- O que tinha escrito lá? – Daniel falou baixinho segurando levemente o rosto de rhanna com as mãos.
- Coisas bobas que a Sophie e eu escrevíamos... E tinha uma parte do papel que era só com a letra dela, falando que se a vida dela viesse a ser uma merda e tudo desse errado, mas ela soubesse que eu tinha conseguido tudo com o que sonhamos, ela estaria feliz onde quer que estivesse, porque eu estaria feliz – rhanna fechou os olhos respirando fundo, e Daniel passou o nariz por sua bochecha sussurrando ‘e aí?’ – E aí, naquele mesmo dia eu resolvi que iria pra Londres; no dia do meu embarque, os pais da Sophie foram até o aeroporto e me pediram pra fazer uma espécie de diário da minha vida na Inglaterra, já que era isso que a filha deles sempre disse que faria. E a partir daí, você conhece a história – a garota disse baixinho ao abraçar Daniel, sentindo seu coração bater forte e aliviado contra o peito. – Brigada.
- Pelo quê? – a voz de Daniel saiu abafada, devido ao seu rosto estar contra o pescoço de rhanna.
- Por me fazer sentir segura em contar pra alguém – ela disse baixinho, sentindo o perfume do garoto.
- Eu que agradeço por você confiar em mim linda; saiba que pode confiar e contar comigo sempre – ele beija o pescoço de rhanna, e sente que a garota se arrepiou com tal ato.
- Digo o mesmo – ela se afasta passando as mãos no rosto, e respirando fundo. – Acho que você ainda pode me fazer mais uma pergunta né?
- Eu tinha até esqueci do jogo – Daniel diz sorrindo fraco, ao perceber que a garota ainda estava em seu colo. – Deixe-me ver... Minha última pergunta...
- Caraca, eu to no seu colo – rhanna disse de repente, a voz ainda rouca pelo choro, tomando impulso pra sentar direito no sofá; porém Daniel a impede, segurando sua cintura com uma mão, e o rosto com a outra. – Daniel o que...
- Quem quebrou seu coração? – ele diz rápido e rhanna arregala os olhos [inchados e ainda vermelhos] ao ouvir a pergunta.
- Quê? Ah... – seu coração ainda batia rápido devido as emoções anteriores, e o rosto de Daniel tão perto do seu não estava ajudando.
- Responde – ele sussurrou fazendo a garota fechar os olhos.
- Você. Você quebrou meu coração – rhanna fala da mesma maneira, abrindo os olhos para encarar Daniel.
- Eu nunca quis fazer isso, nunca. Eu meio que já imaginava essa resposta... – o garoto disse baixinho, passando o rosto pelo pescoço de rhanna – me perdoa? Se existe uma pessoa no mundo que não merece ter o coração partido, esse alguém é você. Diz que me perdoa...
- Não tem o que perdoar. Depois dessa brincadeira, eu até posso sentir meu coração bater normalmente depois de três anos, graças a você – Daniel levantou a cabeça e a olhou nos olhos. – Mesmo que a brincadeira tenha acabado eu posso perguntar mais uma coisa? 
- Pode.
- Alguém já quebrou o seu coração?
- Não – Daniel trouxe a garota pra mais perto, posicionando uma mão entre seus cabelos e a outra firmemente na cintura. – Você cuida muito bem dele – sussurrou contra os lábios de rhanna, e sorriu ao vê-la fechar os olhos, e finalmente selou seus lábios aos dela. A garota suspirou ao sentir Daniel tão perto, tão doce; manteve as mãos espalmadas no peito do garoto, inclinou a cabeça quando sentiu a língua dele desenhar o contorno de seus lábios, abrindo a boca lentamente, gravando cada detalhe do momento; Daniel tinha total controle, seus dedos entrelaçados aos cabelos da garota, a trazendo sempre pra mais perto, sentindo cada centímetro de seu corpo contra o dela. 
Nem todo o calor do Hawaii, poderia superar o calor que os dois sentiam no momento. Após vários minutos se beijando, Daniel finda o contato com vários selinhos, e encosta sua testa na de rhanna.
- Oi – ela diz sorrindo, quando Daniel segura seu rosto com as duas mãos.
- Olá – ele sorri convencido – Finalmente.
- Finalmente o quê, seu metido? – rhanna faz carinho no garoto com o nariz, tendo um selinho roubado por ele.
- Finalmente eu posso falar que você, dona rhanna Penalva, é a minha garota da porta vermelha.

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