O Clube dos Duelos



|Título: Os Gêmeos Potter e a Câmara Secreta


|Sinopse: 2ª temporada da série "Os Gêmeos Potter". Em seu segundo ano em Hogwarts, os gêmeos encontram novos mistérios e aventuras. O que era a voz na parede? Quem estava por trás dos ataques aos alunos? Mais uma vez, Hogwarts trazia a eles muito mais do que aulas de magia.


|Disclaimer: Harry Potter e seus personagens pertencem apenas à Tia Jô. Peguei emprestado apenas, e dei o meu toque pessoal. Espero que gostem! ^^


|Escrita por: Gaby Amorinha


|Betada por: Sem Beta


|Classificação: 14+


|Gêneros: Ação, Amizade, Aventura, Escolar, Fantasia, Ficção, Magia, Mistério, Romance e Novela, Shoujo


|Alertas: Heterossexualidade, Spoilers


|Shipps: Percy/Penélope


|Capítulo 11




Lumus!


Olá leitores.


Acredito que esse capítulo vá ser interessante kkkkkkk Espero principalmente que se divirtam, porque, sério, eu me diverti demais escrevendo ele kkkkkkk E não se esqueçam de deixar comentários, é sério. Vocês não fazem ideia da alegria que é acordar de manhã e ver que tem comentário novo pra ler. Muitas vezes isso faz o meu dia.


Boa leitura,


Gaby Amorinha




Capítulo 11 - O Clube dos Duelos


- ... e eu nem mesmo sei porque ele veste aquela coisa! – Harry reclamou, frustrado, depois de contar sobre Dobby e o balaço enfeitiçado. – Quer dizer, eu não sei nada sobre ele, ele não sabe nada sobre mim, e fica tentando salvar minha vida. E a cada vez que ele tenta, me ferra ainda mais!


Ele, Ash, Rony e Hermione estavam no banheiro da Murta. Depois do ataque a Colin, estavam certos de que Draco descontara sua frustração com Flint e o quadribol no garoto, e decidiram começar a poção o mais rápido possível. Assim, pela manhã, Ash e Hermione tinham recolhido vários ingredientes do armário dos alunos e agora o quarteto estava ali, trabalhando na poção.


- Pelo que ouvi papai dizer, é porque se liberta um elfo doméstico com roupas. – Rony explicou, sentado contra as pias do banheiro. - Se um dono der roupas novas para seu elfo, ele está livre da servidão. Isso já deu muito problema no Ministério por causa da lavanderia. Donos dizendo que não deram roupa nenhuma, só mandaram os elfos lavarem o que estava sujo... Mas não tem muito o que fazer, sabe? O laço é mágico, quebrou está quebrado. Se passarem uma meia sequer... Puff. Fim do encanto.


- Sinceramente, isso é o que menos importa agora. Estou mais ocupada com a outra parte. Dobby disse que a Câmara Secreta já foi aberta? – Ash perguntou, ajudando Hermione com a poção.


- Sim. Mas convenientemente escondeu de mim a parte na qual confessava que, obviamente, foi Lúcio quem abriu antes de Draco. E também não me disse o que tem escondido dentro dela.


- Elfo inútil. – Ash resmungou. – Mal posso esperar para arrancarmos uma confissão de Malfoy. Olhar pra cara dele está começando a me dar mais nos nervos que o normal.


- Então Dobby impediu a gente de pegar o trem e enfeitiçou aquele balaço... – Rony comentou. – Sabe de uma coisa, Harry? Se ele não parar de tentar salvar sua vida, vai acabar matando você.


...


Gina voltou a si completamente sozinha em um corredor, no meio da madrugada. Como tinha ido parar ali? Em um instante tinha deixado a festa da sala comunal e ido para seu dormitório, e agora... Se lembrava apenas de ter pegado o diário para escrever e era só!


A não ser que...


Não, que besteira. Tom não faria isso. Tom era seu amigo.


Ela engoliu em seco e tentou não parecer tão perturbada, mas não adiantou muito. Percy parecia muito preocupado, e por mais que atribuísse o nervosismo dela às tentativas trágicas de Fred e Jorge de animá-la, Gina não se sentia segura. Colin era sua dupla na aula de feitiços. Ela estava extremamente atormentada.


Além disso, tentava ignorar o súbito comércio de amuletos que tomara conta da escola. Neville Longbottom era, sem sombra de dúvida, o campeão de compras. Apesar de seus colegas insistirem frequentemente que ele não corria perigo por ser sangue-puro, o menino estava em pânico frequente.


"Foram atrás de Filch primeiro", ele dizia, "e todo mundo sabe que eu sou praticamente uma aberração."


...


Era noite quando Lúcio Malfoy se ajeitou na cama para dormir. Narcisa estava estranhamente quieta, e não se virou para o marido ao senti-lo ao seu lado.


- Ciça?


- Você brigou com nosso filho de novo?


- Não. Eu nem o vi depois do jogo.


Ela se virou, desconfiada. Lúcio se sentou na cama, escorado à cabeceira, e ela também. Haviam assuntos que deviam conversar, sabiam disso, mas sabiam também que seu elfo vinha ouvindo as conversas atrás da porta.


- Se ordenarmos que ele não ouça, ele não pode ouvir. – Narcisa comentou.


Lúcio concordou. Feitiços não estavam adiantando. A magia dos elfos domésticos era misteriosa e diferente da magia dos bruxos. O homem se levantou e deu a Dobby a ordem de não ouvir a conversa dos dois, já imaginando que, eventualmente, ele iria encontrar uma forma de contornar a ordem, e então teria que mandar o elfo se castigar outra vez. Com tanto elfo obediente no mundo, tinha que ficar com o único que era teimoso?


- Pronto. – ele disse, fechando a porta atrás de si.


- Então. Vai me dizer o que está acontecendo?


Lúcio arregaçou a manga esquerda, mostrando o antebraço para a esposa. Ela engoliu em seco. Fazia um bom tempo que seu marido não a deixava ver, e agora sabia porque.


- Está aparecendo de novo. – ela comentou.


- Desde o ano passado. Desde aquela confusão toda com a Pedra Filosofal. Ciça, se ele voltar... Se ele voltar, estamos perdidos! Não fomos exatamente seguidores fieis em sua morte. Eu não fui. Alegamos Maldição Imperius, lembra? E custou muito ouro limpar nosso nome.


- Querido... Ele não vai voltar.


- E se voltar? E se eu o trouxer de volta?


A primeira expressão que Narcisa fez foi de horror. No segundo seguinte, porém, ela estava mais pensativa.


- Tudo seria perdoado.


- Teria que ser. Eu encontrei o velho diário dele. Aquele que ele escondeu em nossa casa. Está em Hogwarts agora. Seja lá o tipo de magia que existe nesse diário, já está funcionando. Tenho certeza de que é o diário que está abrindo a tal Câmara Secreta.


- Lúcio! Nosso filho está lá!


- Nosso filho está a salvo. Ele é um sangue-puro da tradição dos Malfoy. Não será uma vítima.


Narcisa suspirou. Ultimamente não tinham dado muita atenção ao filho. Quantos natais tinham perdido viajando em busca de rumores e informações sobre a possível volta de Voldemort? Quantas vezes Lúcio não chegara em casa estressado com os acontecimentos e descartara tudo em Draco?


- Essa confusão nem é algo certo ainda, e ele já está sofrendo as consequências. – Narcisa comentou. – Meu coração de mãe está dolorido, Lúcio. Temo que isso acabe atirando para o lado dele de alguma forma.


- Ciça, Draco vai ficar bem. Eu prometo. – Lúcio aconselhou, se aproximando e passando um braço sobre os ombros da mulher. – E nós vamos também. Vai dar tudo certo. Já está dando.


Ela não pareceu acreditar muito. Em verdade, Lúcio também não acreditava, mas não diria isso à sua Ciça. Não quando ela parecia tão transtornada assim.


- É melhor dizermos a ele para passar o natal em Hogwarts. – Narcisa sugeriu.


- Pensei que sentisse falta dele.


- É claro que sinto, Lúcio! Mas... Olhe só para nós! Está tudo uma bagunça... Não podemos jogá-lo no meio disso tudo de novo! É melhor o deixarmos lá por hora e nos recompormos a tempo de recebê-lo para as férias de páscoa.


- É. É, você tem razão.


- Ele já sabe que tem algo acontecendo em Hogwarts. Não precisamos que ele fique sabendo que tem algo acontecendo aqui também.


...


Apesar da total ignorância de seus pais, Draco não era burro, e sabia que tinha algo acontecendo em casa, bem como tinha certeza de que tinha algo a ver com a Câmara Secreta. Não ia mais fazer perguntas, percebera que seu pai não queria responder, mas estava atento. Bem atento.


Talvez por essa falta de informação, Draco estivesse pegando mais pesado em irritar Harry e seus amigos nos dias seguintes. Em uma notável aula de poção, ele se ocupou de ficar mostrando olhos de baiacu aos quatro, que nem podiam revidar ou receberiam uma detenção antes mesmo de dizerem "injustiça".


- Só um feiticinho. Ninguém vai saber de onde veio... – Ash implorou.


- Ash, não! – Hermione murmurou. – Já vamos fazer confusão demais na aula de hoje sem um problema desses.


A garota suspirou, conformada. Tinham decidido causar um problema qualquer para distrair Snape enquanto Hermione, que tinha a ficha limpa, entraria no armário de Snape para roubar os ingredientes. Dos males seria o menor, pensaram, uma vez que ela não tinha delitos anteriores.


E assim aconteceu. Esperando Snape se virar para elogiar a gororoba de Goyle que devia ser uma poção para inchar, Harry pegou um dos Fogos Filibusteiros de Fred e o acendeu com a varinha, o mirando na poção de Goyle.


Foi o caos. O caldeirão explodiu acertando quase que a turma inteira, e alunos começaram a correr de um lado ao outro, desesperados, com partes do corpo inchando sem parar. Snape tentava se sobrepor à gritaria, tentando ordenar uma fila com os alunos para que bebessem uma solução para desinchar. No meio da confusão, Hermione se esgueirou ao armário de Snape, pegando um bocado de coisas, e Ash conseguiu resgatar os restos do Fogo Filibusteiro atirado. Não era segredo que aquilo vinha de Fred, e ela não queria que Rony fosse responsabilizado, o que provavelmente aconteceria se Snape visse uma traquinagem Weasley na sala.


Aos poucos, a algazarra passou. Snape bradava que iria providenciar para que o responsável fosse expulso, e cancelou o restante da aula. Assim que foi socialmente aceitável sem levantar suspeitas, o quarteto deixou a sala, rumando até o banheiro da Murta.


- Ele estava olhando para mim. – Harry resmungou. – Snape sabe que fui eu!


- Pode até saber, mas ele não pode fazer nada se não conseguir provar. – Ash comentou, pegando os restos do Fogo de seu bolso e mostrando ao irmão.


- Genial! – Rony comentou. – Por que, sabe, é do Fred. Provavelmente ia ser culpa minha.


- Ok, ótimo, não importa. – Hermione comentou, entrando no banheiro e fechando a porta atrás de si. – Isso aqui vai ficar pronto em duas semanas.


- Isso se Snape não desmascarar a gente antes.


- Já disse, ele não tem como provar. – Ash insistiu. – O que ele poderia fazer?


- Conhecendo o Snape? – Harry comentou. – Uma maldade.


...


Uma semana depois, os alunos foram surpreendidos com um aviso no quadro da escola de que o Clube dos Duelos seria reaberto. Alguns alunos como Dino e Simas estavam particularmente empolgados, mas Neville já começava a listar milhões de motivos para se esconder no quarto quando as lições começassem.


- Parece interessante. Parece uma boa desculpa pra azarar a galera da Sonserina. – Ash comentou.


- Será que o monstro da Câmara sabe duelar? – perguntou Rony.


- Vai saber. Pode ser útil, não pode? – Dino comentou. – Vamos?


E assim aconteceu. Às oito horas uma horda de alunos se dirigiu ao Salão Principal. As mesas tinham desaparecido e no lugar havia uma enorme passarela púrpura, sobre a qual estava, para desespero dos alunos, Gilderoy Lockhart.


- Ah, não... – Rony reclamou.


- Aproximem-se, aproximem-se! – ele chamou, balançando a varinha animadamente. – Todos estão me vendo? Todos estão me ouvindo? Ótimo! O professor Dumbledore me deu permissão para iniciar um Clube de Duelos caso vocês necessitem, sendo eu mesmo muito mestrado em duelos. Mais detalhes vocês encontrarão em minha obra completa.


Algumas garotas suspiraram.


- Deixe-me lhes apresentar o meu assistente, o Prof. Snape! – ele disse, acenando. Snape subiu na passarela com uma expressão que deixava bem claro que queria matar Gilderoy se fosse possível. – Não se preocupem, terão seu professor inteiro de volta depois que eu derrota-lo!


- Não seria ótimo – Rony murmurou. – se eles se matassem?


- Definitivamente sim. – Harry e Ash comentaram.


Harry não conseguia entender porque Lockhart estava sorrindo. Se Snape estivesse olhando para ele com aquele crispar de lábios, Harry já teria corrido o mais longe que pudesse. Eles ergueram as varinhas como se empunhassem espadas, e então Lockhart começou a contar até três. Snape arreganhou os dentes. Claramente queria matar Lockhart no processo.


- ...três!


Expelliarmus! – um jorro vermelho saiu da varinha de Snape, e Lockhart foi atirado para trás.


- Acham que ele está bem? – Mione perguntou, ficando na ponta dos pés para tentar ver melhor.


- Quem se importa? – Rony, Harry e Ash responderam.


Lockhart demorou um pouco para levantar. Os gêmeos e Rony esperavam que nunca levantasse.


- Muito bem! – ele disse, ainda tentando se recompor. Lilá Brown entregou a varinha ao professor, que agradeceu com uma mesura e logo colocou o sorriso nojento no rosto de novo. – É claro, seria muito fácil repelir o ataque, mas achei que seria didático deixar que vocês vissem o efeito do feitiço.


Rony, Harry e Ash levantaram a sobrancelha em uma típica expressão de "até parece".


- Ok, ok, chega de demonstrações. – Lockhart disse. – Vamos praticar desarmes em duplas, sim?


Foi quase instantâneo que o quarteto quisesse se arranjar em duas duplas, mas a alegria não durou muito. Snape apareceu com argumentos pouco convincentes mas suficientemente incisivos para que Harry praticasse com Draco, Ash com Parkinson, Rony com Zabini (sob insistentes alegações de que a varinha de Rony causaria mais destruição que qualquer aluno, e que Potter seria mandado para a Ala Hospitalar em uma caixa de fósforos se fizessem dupla) e Hermione com Emília Bulstrode. Ash já estava com sangue nos olhos quando viu os lábios de Hermione se movendo para formar a palavra "cabelo". Ela engoliu em seco. Como ia arrancar um cabelo de Parkinson com um feitiço?


- Todos de frente às duplas! – Lockhart ordenou. Havia talvez um pouco de ódio demais nos olhos de Draco, e uma quantidade próxima nos de Harry. Ash e Parkinson se encaravam como se só estivessem esperando um sinal para voarem no pescoço uma da outra, e não era muito diferente para Mione e Emília ou Rony e Blás. – Façam uma reverência...


Nenhuma das quatro duplas fez uma reverência propriamente dita.


- ...e quando eu contar até três, vocês atacarão para desarmar, e desarmar APENAS, fui claro? Ótimo! Um, dois...


Draco Malfoy não esperou o três. Estava furioso com seus pais por não dizerem nada, furioso com si mesmo por não conseguir descobrir nada sobre a Câmara e, acima de tudo furioso com Harry. Sempre estava com raiva de Harry. O odiava.


Rictusempra! – ele atacou, atingindo o grifino no peito com um jorro prateado. Era o feitiço de cócegas, e logo Harry estava deitado no chão, tentando recuperar o ar de tanto rir.


E não parou por aí. Harry foi suficientemente inocente para considerar uma trégua enquanto estava no chão, mas poucas coisas davam tanto prazer a Draco quanto ver Harry se dando mal, então, com o rapaz ainda no chão, ele gritou "Tarantallegra!" e as pernas de Harry começaram a sacudir descontroladamente.


Instaurou-se o caos. A varinha de Rony refletiu seu feitiço e fez alguma coisa a Simas, e Blás rolava no chão de rir. Hermione e Ash, aproveitando a distração, caíram no braço com suas duplas. As quatro rolavam no chão trocando socos e muitos, MUITOS puxões de cabelo, de forma que seria impossível que elas saíssem dali sem um fio de cada.


- "Finite Incantatem!" – Harry esbravejou, acertando as si mesmo e sentindo o efeito das azarações passar.


Gilderoy andava de um lado a outro, tentando reduzir a confusão, mas não adiantou de nada, e Harry só percebeu o quão ruim aquilo era quando viu Snape sussurrar alguma coisa no ouvido de Draco.


Draco receber uma sugestão de Snape e abrir um sorriso daquele tamanho não podia ser boa coisa.


O loiro ergueu a varinha.


- Serpensortia!


Harry não entendeu, a princípio, qual era o objetivo do feitiço, até ver uma cobra deslizando pelo salão. Aos poucos a algazarra começou a diminuir, alunos gritando e correndo desesperados para longe do animal, que começara a se aproximar perigosamente de Justino. Harry ainda estava tendo problemas para respirar, mas, instintivamente, reuniu forças e começou a gritar para que a cobra parasse.


E, surpreendentemente, ela parou, o que fez todos olharem para Harry como se ele fosse louco. A cobra sibilava e encarava Justino, mexendo a língua ameaçadoramente.


O garoto se sentiu ficar vermelho. Lembrava de ter falado com uma cobra no zoológico, mas não tivera audiência daquela vez. Agora estavam todos, todos olhando para ele.


- Harry... – era a voz de Ash, e ele viu Rony do seu lado, o ajudando a se levantar. – Vamos. Só vamos.


- O que houve?


Ninguém respondeu. Apenas foram arrastando Harry até a sala vazia mais próxima e fecharam a porta atrás deles.


- O que foi? – ele perguntou de novo, sendo jogado em uma cadeira pelo amigo.


- Como pode não contar pra gente? Devia ter contado! – Rony resmungou.


- Contar o quê?


- Ele já fez isso antes. – Ash comentou. – Achei que era brincadeira pra zoar com o Duda. Mas agora tá muito, muito estranho...


- CONTAR O QUÊ? – ele gritou, começando a ficar visivelmente desesperado.


- Que você é ofidioglota! – Hermione respondeu.


- Sou o quê?


- Ofidioglota. – Hermione completou. – Quem pode falar com cobras.


- É, posso. E daí? Um monte de gente pode, não é?


- Não, Harry. Não pode não. – Mione se sentou ao lado dele, olhando preocupada para Rony e Ash. – Sabe, tem um motivo pra Sonserina ter uma cobra como símbolo. Salazar era ofidioglota. É um talento muito, muito raro. E depois de aparecer em tantos cenários onde alguém foi petrificado...


- ...todo mundo vai achar que eu sou o tataratataratataraneto dele. Mas... Eu não sou. – ele olhou, olhando para Ash como se procurasse confirmação. – Não posso ser!


- Ele viveu há muitos, muitos anos. – Mione respondeu. – Pelo que sabemos, poderia muito bem ser.


...


Harry ficou a noite inteira se revirando na cama, com pensamentos sobre ser herdeiro de Sonserina na cabeça, e com Ash não foi diferente, afinal, se Harry fosse... Então ela seria também.


Pela manhã, ele não se sentia muito melhor do que quando fora deitar. Passou a tarde inteira se perguntando se devia ou não ir falar com Justino, afinal, agora todos estavam comentando como ele atiçara a cobra pra cima do lufano.


- Eu não estava atiçando. – Harry comentou, cabisbaixo. – Vocês me ouviram!


- Ouvimos você falar estranho, Harry. Língua de cobra.


- Mas como eu posso ter falado uma língua se nem sei que posso falar?


Para piorar, estavam distorcendo coisas como "Harry não gostar dos Dursley" para "Harry não gostar dos trouxas" e "Harry ter sobrevivido a um assassinato a sangue frio" para "Voldemort tentar matar Harry no berço porque não queria concorrência, e ter perdido porque o bebê já tinha talento para bruxo das trevas". Juntando isso tudo, o quarteto se viu ainda mais ansioso para o natal, quando poderiam fazer suas perguntas a Draco e acabar com a bagunça de uma vez.


Já era quase noite quando Rony e Hermione se viram presos em uma conversa com Hagrid sobre os galos dele que estavam sendo misteriosamente mortos. Harry e Ash foram pegos no corredor por um Olívio preocupado, e o Potter viu Justino passando ao fundo.


- Hm... Eu preciso ir.


- Espera Harry, estou quase acabando. Como eu ia dizendo, o time da Lufa-Lufa...


Harry engoliu em seco. Ia perder Justino de vista, e queria, de verdade, se desculpar. Ash pareceu perceber como o garoto estava aflito, e decidiu intervir.


- Na verdade, Olívio, tem uma técnica que eu estava pensando em falar com você.


- Certo. O que foi?


Com Ash o distraindo, Harry logo se pôs a ir atrás de Justino. Ela teve assunto até mais ou menos o irmão virar o corredor, e então percebeu que não tinha mais.


- E... Hm...


- E você estava arrumando uma desculpa pra ficar sozinha comigo.


- Sim. – ela respondeu, sem pensar, afinal era isso que queria. Ficar sozinha com ele para que Harry pudesse ir atrás de Justino. Então ela piscou os olhos, atordoada, e percebeu como tinha soado. – Não. Não mesmo.


Olívio suspirou. Ele puxou Ashley pelo ombro para a sala vazia mais próxima e a sentou em uma cadeira, se sentando de frente para ela. Ash sentiu a respiração parar. Estava nervosa e nem sabia porque.


Ela não conseguiu o olhar nos olhos e começou a encarar os próprios joelhos. Olívio se sentia um pouco nervoso, mas sabia o que tinha que fazer, antes que fosse sério demais.


- Ash. Eu posso ter... Posso ter tido a impressão, talvez conversando com os gêmeos, de que você gosta de mim. Eu pedi a eles para que ficassem um pouco de olho em você nas férias, já que estava na casa deles, e... Bom.


Ela tentou não deixar o queixo cair. Toda a coisa com os gêmeos nas férias, então, tinha sido isso? Ela sentiu os olhos começarem a lacrimejar.


- Não! Não é pra você chorar...


- Eu não estou chorando! Eu não sei do que está falando! – ela resmungou, sendo traída por uma lágrima que caiu. Por que estava chorando? Nem sabia por que estava chorando!


- Ash, ouça. Ouça.


Foi um pouco custoso para ele fazê-la ouvir. Mas ele conseguiu.


- Estou honrado. De verdade. Garotas da sua idade quase sempre se apaixonam pela primeira vez, e na maioria das vezes por meninos mais velhos. Você ter escolhido a mim... Eu, Olívio Wood, que sei que sou particularmente chato e difícil de lidar, e que não tenho nenhuma característica que me torne especial, eu fiquei muito surpreso. De um jeito bom. Mas...


Ele enxugou as lágrimas da garota, erguendo o rosto dela para que o olhasse.


- Mas – ele continuou. – eu tenho dezesseis anos, e você é uma criança. Além de isso não poder acontecer, eu... – ele engoliu em seco. Não tinha jeito menos dolorido de falar, e ele começou a se perguntar se não devia ter deixado a paixonite dela passar sozinha. – Eu não gosto assim de você. Você é como minha irmã. Minha irmãzinha. Ok?


Ela ainda parecia um pouco irritada, mas parara de chorar.


- Ok. Me desculpe.


- Por que está se desculpando? Eu já não disse que estou honrado de ser seu modelo pra alguma coisa? De verdade. Eu realmente fico feliz que você me tenha como inspiração pra qualquer coisa, e espero que eu possa ser seu amigo. Que eu possa ser um exemplo para você. Tudo bem?


Ela apenas fez que sim com a cabeça. Olívio deu um longo abraço nela, deixando que ela gastasse o tempo que fosse necessário para se acalmar.


Então Ash se levantou. Enxugou o rosto, orgulhosa como era, e saiu da sala com Olívio atrás.


- Estou com cara de choro? – ela perguntou, em um sussurro.


- Nem um pouco. – ele respondeu.


Olívio sabia que paixonite não era algo que ia passar de uma hora pra outra, e que provavelmente ela ainda ficaria um bom tempo circulando o nome dele com coraçõezinhos. Mas ele era o tipo de pessoa que gostava de coisas esclarecidas, e que detestava a mera ideia de enganar uma pessoa. Deixá-la ter alguma esperança era, certamente, uma forma de enganação, e só de pedir a Fred e Jorge para ficarem de olho nela nas férias, ele já se sentira como a pior das criaturas.


- Eu devia ir encontrar o Harry. – ela disse. – Não é bom ele ficar andando sozinho. As pessoas acham que ele é mau.


- Isso é estúpido. Ele é tão mau quanto eu sou um diabrete da cornualha.


- Você não me parece muito azul. – Ash comentou, com um sorriso maldoso no rosto.


- Não. – ele respondeu, rindo. – Eu acho que não.


...


Harry não planejava fazer nada demais. Ele só queria se desculpar com Justino, embora ainda não achasse que tinha culpa de alguma coisa. Exatamente por isso, sentiu seu estômago afundar ao finalmente encontra-lo em um corredor, caído no chão. Petrificado.


- Ah não... Ah não...


Nick Quase-Sem-Cabeça também estava lá, flutuando no ar, a cabeça pendurada e fumaça saindo do pescoço exposto. Harry sabia que não tinha culpa de nada tanto quanto sabia que não podia ficar ali, mas sempre dava para piorar.


De repente, ele ouviu um grito. Pirraça. Berrando aos quatro ventos que Harry tinha atacado novamente.


- POTTER PIRADO ATACA NOVAMENTE! NINGUÉM ESTÁ A SALVO! CORRAM, SE ESCONDAM DO POTTER PIRADO!


O ruído de passos irrompeu pelos corredores. Alunos começaram a surgir de todas as partes, professores também, e Harry teve a infelicidade de ouvir Ernie Macmillan dizer, com um orgulho que não lhe cabia: "apanhado na cena do crime!".


Como se não pudesse piorar, Harry viu McGonagall aparecer e o olhar nos olhos dela era indecifrável.


- Macmillan, chega!


Pirraça ainda cantarolava:


Ah, Potter, podre, veja o que você fez,


Matar alunos não é nada cortês...


- Pirraça, calado! CHEGA!


Houve silêncio. Flitwick e Sinistra pegaram Justino, começando a carrega-lo para a Ala Hospitalar. Minerva conjurou um leque e o entregou a Ernie para que ele abanasse Nick até o andar de cima.


- E você, Potter, comigo. Os outros, o que estão olhando? Vão estudar, andem! JÁ!


Harry tinha certeza. Dessa vez seria expulso. Expulso. Não tinha como escapar. Mas ainda assim...


- Professora – algo o incomodava na ideia dela acreditando que ele realmente fosse o culpado. – eu juro, juro que não fiz nada. Eu...


- Isso não está mais em minhas mãos, Potter.


Ela o levou por corredores até uma gárgula afundada em uma parede.


- Gota de limão! – ela disse, e a gárgula começou a girar, subindo e revelando uma escada circular. Enquanto ele e a professora subiam as escadas, ele entendeu, por fim. Ali devia ser o escritório de Dumbledore.




Então, notas finais.


Primeiramente sobre Lúcio e Narcisa. Apesar dos pesares, eu realmente acredito que os Malfoy são uma família que se amam muito, e sendo o segundo ano sobre a tentativa de Lúcio de trazer Voldemort de volta, achei que seria importante pelo menos uma cena sobre isso. Eu sempre acreditei que a Marca Negra começaria a dar seus primeiros sinais débeis de vida quando Voldemort se instalasse na mente de Quirrel, o que aconteceu no ano anterior, então já quis colocar um pouco disso aí. Espero que tenham gostado.


Segundamente, sobre Olívio e Ash. Fiquei surpresa por ter tanta torcida pro shipp, o que me fez notar que eu fiz meu trabalho até bem demais. Mas uma ou outra pessoa pareceu notar que era algo bastante platônico e nem um pouco real. Essa cena da conversa dos dois eu planejei com bastante cuidado porque os sentimentos de uma garota de doze anos podem ser bem frágeis, mas Olivio, ao menos na minha fic, não é o tipo de pessoa que assiste algo assim acontecendo sem fazer nada. Tentei deixar a cena leve e agradável à leitura e espero que tenha conseguido o que queria ^^


No mais, não se esqueçam de comentar, faz diferença mesmo, é sério :v E um grande beijo a todos ^^


Beijos e abraços


Gaby Amorinha


Nox!

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Comentários (2)

  • Gaby Amorinha

    Muito obrigada por comentar, de verdade!Eu tive que fazer essa mudança porque na verdade eu mudei bastante coisa na personagem e como consequência dessas outras coisas ela não pode ser ofidioglota mais. Muito dessa história está planejada na minha cabeça desde que eu tenho uns 11 anos de idade, e hoje em dia olhando pra trás eu vejo que literariamente não faz sentido. Mudei para ter uma história que faça mais sentido e seja mais agradável para vocês lerem. Eu daria mais detalhes mas não quero dar spoiler kkkkkFico feliz de saber que você é meu fã, de verdade <3 

    2016-08-13
  • Gabriel Lovegood Longbottom

    Ola Gaby Amorinha!! Sou leitor assíduo das tuas Fic e teu fã numero 1!!! Incrível como vc consegue deixar as historias do HP ainda mais interessantes e fascinantes do q já são. Mal posso esperar para ler o desfecho dessa fic e as outras da serie q certamente virão. Só uma pergunta pq mudou o fato da Ash ser Ofidioglota?? Parabens mais uma vez e não pare de escrever!!!

    2016-08-09
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