O Salgueiro Lutador
|Título: Os Gêmeos Potter e a Câmara Secreta
|Sinopse: 2ª temporada da série "Os Gêmeos Potter". Em seu segundo ano em Hogwarts, os gêmeos encontram novos mistérios e aventuras. O que era a voz na parede? Quem estava por trás dos ataques aos alunos? Mais uma vez, Hogwarts trazia a eles muito mais do que aulas de magia.
|Disclaimer: Harry Potter e seus personagens pertencem apenas à Tia Jô. Peguei emprestado apenas, e dei o meu toque pessoal. Espero que gostem! ^^
|Escrita por: Gaby Amorinha
|Betada por: Drica Grint
|Classificação: 14+
|Gêneros: Ação, Amizade, Aventura, Escolar, Fantasia, Ficção, Magia, Mistério, Romance e Novela, Shoujo
|Alertas: Heterossexualidade, Spoilers
|Shipps: Segredo. Por enquanto.
|Capítulo 5
Lumus!
Olá leitores.
Não, vão vou dar nenhuma explicação além de "faculdade". Farei o possível para conciliar fic, faculdade e os livros que estou escrevendo, mas peçam que entendam que entre esses três, fanfic vem em último lugar. Não vou, porém, deixar de escrever.
Boa leitura,
Gaby Amorinha
Capítulo 5 - O Salgueiro Lutador
As férias tiveram seu fim cedo demais para os gêmeos. Molly passara todo o tempo enchendo os dois de quanta comida podia oferecer, tentando ajeitar os cabelos de Harry e correndo atrás de Ash para que ela ajeitasse aquele corte chanel quase nos ombros extremamente repicado de seus cabelos. A garota conseguiu, porém, escapar, e manter o jeito meio desleixado nos cabelos, como gostava.
A euforia era tanta, que apenas uma coisa deprimia os gêmeos, vez ou outra: pensar em como seria quanto voltassem para a casa, uma vez que tinham fugido de um jeito nem um pouco simpático.
- Talvez a gente possa aprender uns truques trouxas para ameaçá-los. - Ash sugeriu, lendo um livro e comendo uma maçã. Harry e Rony jogavam xadrez logo ao seu lado, o ruivo ganhando com uma vantagem exorbitante. Era o último dia das férias.
- Que tipo de truque?
- Não sei… Ah! Vou perguntar o Fred e o Jorge, eles sabem algumas coisas. - e Ash fechou o livro e saltou do sofá, indo atrás dos gêmeos.
Rony deu um comando para sua peça com cara de pouquíssimos amigos.
- Como ela conseguiu ficar tão amiga deles a ponto de entrar no quarto deles?
- Simples. Cavalo na F3. Ela não é irmã deles. Acredite, ela não é tão legal assim comigo até me ver correndo risco de vida.
- Rainha na E6. É, acho que faz sentido. Mas que é chato, é. Eu fico me roendo de curiosidade.
- Peão na E6. - o peão quebrou a peça da rainha preta de Rony. - Eles só confiam mais nela porque ela não tem o mínimo senso de segurança.
- Às vezes acho que ela caiu na casa errada. Não diga a ela que eu falei isso. Torre na F5. Xeque-mate, Harry.
- Ah, droga. - Harry se espreguiçou. - Vem, vamos juntar a Ash e os seus irmãos pra gente jogar uma partida de quadribol.
Pela noite, Molly serviu um verdadeiro banquete. Todos comeram até não conseguirem mais se mover, e depois foram para a sala, assistir uma queima de fogos que Fred e Jorge prepararam. Só lá pela meia-noite, um a um, os Weasley e os Potter foram indo dormir, depois de uma última caneca de chocolate-quente.
Ash, Fred e Jorge foram os últimos, pois ficaram vendo a última estrela dos fogos apagar. Os gêmeos foram para o quarto e Ash subiu as escadas para o quarto de Gina. Estava se acomodando no colchão, quando reparou em uma coisa.
- Não consegue dormir? - ela perguntou, ajoelhada ao pé da cama da ruiva. A menina se virou para Ash, com o rosto meio perdido.
- Estou nervosa…
- Eu sei como é… Eu fiquei muito nervosa também, não fazia ideia do que esperar.
- Todos meus irmãos estão na Grifinória. E se eu for pra Sonserina?
- Se você acha que não vai, então provavelmente não vai. Fique calma, vai dar tudo certo.
- Não vai, eu vou passar vergonha.
Nisso Gina se levantou, acendeu as luzes do quarto e foi até seu malão. Abriu e retirou lá de dentro as vestes de segunda mão que tinha ganhado de sua mãe.
- Ela comprou a mais bonita que pode com o dinheiro, mas… Eu sou uma menina. E… Está grande, e…
Ash se levantou e foi até a menina, pegando as vestes.
- Podemos dar um jeito. Eu visto roupas doadas da igreja desde que me entendo por gente. Quase sempre elas são grandes ou pequenas demais. Eu seleciono as blusas mais legais, as calças menos largas, mas… Não é sempre que dá. Aí, nesses casos, eu acabo tendo que dar uns reparos.
- Você sabe fazer isso? - a menina perguntou, com um brilho maravilhado de esperança nos olhos. - E sem magia?
- Mas claro! Eu também corto meu cabelo, e gosto mais dele bem despontado desse jeito. Sou eu quem cuido das minhas unhas e todo o resto… Eu não tinha mãe pra ensinar, sabe?
- Ah. Desculpe…
- Imagina! Veste ela aí que eu vou dar um jeito nisso.
Ash correu até seu malão e pegou o pequeno kit de costura que tinha. Ela se lembrava de economizar cada centavo mirrado de lanche que tinha para comprar linhas e agulhas, e vez ou outra, um cinto para usar nas calças. Ela foi até Gina e começou a cortar tecido onde sobrava, prender alguns alfinetes, costurar… A ruiva observava, curiosa, um pouco com dúvida mas muito ansiosa.
Quando Ash acabou, a veste parecia ter sido feita para Gina.
- E então? - Potter perguntou, abrindo um espelho para Gina se olhar.
- Eu… Obrigada Ash! Muito obrigada!
- Se precisar de qualquer coisa… Deve ser difícil ter tantos irmãos homens, né?
- Um pouco, sim… Mas também é legal, quando eles não estão implicando comigo.
Gina tirou as vestes e deixou por cima do malão, extremamente feliz com o que Ash tinha feito por ela.
- Sabe, você é mais legal ainda depois que te conhece. - Gina disse, se assentando na cama. Ash se assentou ao lado dela.
- Você é uma graça Gina! Mas agora vamos dormir, está bem tarde e temos que levantar cedo amanhã.
No dia seguinte, o que acordou as garotas foi a gritaria do lado de fora do quarto. Molly tentava organizar todo mundo para a partida, distribuindo sanduíches de carne enlatada, servindo o café na mesa, lembrando os filhos de recolher alguns pertences que poderiam ficar pra trás… No meio de todo o caos instaurado, Harry e Ash resolveram ajudar o Sr. Weasley a colocar a bagagem no carro. Eles estavam se perguntando como o bruxo ia fazer para caber tudo lá dentro, mas a resposta ficou clara logo que ele abriu o porta-malas: tinha sido magicamente aumentado.
- Não digam a Molly, por favor. Ela não gosta muito da ideia… - ele comentou, colocando malão atrás de malão dentro do porta-malas.
Quando o grupo conseguiu finalmente entrar no carro, foi surpreendente que Molly realmente não notasse a alteração no carro.
- Incrível, esses trouxas… Quem diria que por dentro é tão espaçoso.
- É né, quem diria… - Ash respondeu com uma ironia disfarçada. Sentiu um cutucão nas costelas, dado por Harry, mas não disse mais nada.
Harry já estava se perguntando quando veria a casa de novo, quando Jorge disse ter esquecido a caixa de fogos de artifício, e eles se viram obrigados a voltar. Foi um daqueles momentos em que Ash se perguntou se não seria mais fácil mandar por correio depois, mas Jorge as queria no trem, e pensar em Errol carregando uma encomenda daquelas não era muito tranquilizante. Pelo mesmo motivo, voltaram para buscar a vassoura de Fred, e depois, pela terceira vez, para o diário de Gina. Nessa terceira vez já estavam perto demais da rodovia, mas Gina parecia à beira de um ataque de pânico. Ash, que sabia como a menina estava nervosa, intercedeu para que voltassem para buscar o diário dela.
Assim, quando finalmente chegaram em King‘s Cross, estavam em cima da hora.
- Vamos rápido, não podemos perder tempo! - Molly instruiu, trazendo Gina pela mão. - Percy, você primeiro querido!
Percy atravessou a barreira, sendo seguido de perto pelo Sr. Weasley. Depois foram Fred, Jorge e Ash, que pareciam realmente entretidos em olhar alguma coisa em uma caixinha pequena. Logo em seguida, a Sra. Weasley levou Gina, e então sobraram Harry e Rony.
- Vamos logo Rony, falta um minuto.
Os dois se posicionaram de frente para a barreira e começaram a correr, empurrando os carrinhos. E então…
CABUM.
Eles bateram na barreira. Os malões caíram, Edwiges piou e Rony quase pulou em cima da gaiola para impedir Perebas de fugir.
- Nossa, o que aconteceu? - Rony perguntou, batendo na barreira com a mão, enquanto Harry recolhia as coisas. Vários trouxas olharam para eles, incluindo um dos guardas da plataforma.
- Desculpe. - Harry disse. - Perdemos o controle do carrinho. - então ele foi até Rony, e se juntou a ele, tentando fazer a barreira ceder. - O que aconteceu? Por que não podemos atravessar?
- Eu não sei, ainda falta um minuto… Não faz sentido nenhum!
Os dois continuaram tentando, mas não teve saída. Dez segundos… Nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois…
- Eita… Já era. - Rony murmurou.
- Essa não… Será que seus pais conseguem voltar?
- Eles podem aparatar, Harry. Desaparecer aqui e aparecer em casa.
- Tipo um teletransporte?
- Tipo um o quê? - Rony e Harry se olharam mas logo deixaram o assunto pra lá.
- Bem, e o que nós vamos fazer? - Harry perguntou. - Será que devemos esperar do lado do carro?
- Não, eu acho que… - então ele parou. Olhou para Harry, com cara de quem tinha tido uma ideia muito genial, e abriu um sorriso triunfante. - O carro! Ele voa, Harry!
- Ele vo… Nossa, é mesmo! Mas… Você sabe dirigir?
- Sei sim, vem! Temos que pegar o trem no caminho!
E falando em trem, Arthur e Molly, pensando que Rony e Harry tinham entrado no trem sem que fossem vistos, foram para o lado de fora, já não encontrando o carro lá.
- Meu carro! Meu carro foi roubado Molly!
- Ah, imagine só! Um trouxa pega seu carro e começa a brincar com as… adições, que você fez!
Arthur engoliu em seco, nervoso. Eles não sabiam, e Ash e os outros também não, que Harry e Rony estavam no carro. E isso, obviamente, estava levando a Potter à loucura.
- Me. Deixa. Voltar! - ela resmungava e se contorcia, querendo pegar a vassoura e sair do trem pra procurar por Harry. Estava sendo segurada por Olívio Wood, a quem ela chutava desesperadamente.
- Ash, calma! Ele está bem, só perdeu a barreira! Ele com certeza vai escrever pra Dumbledore e mandarão uma Chave de Portal pra ele.
- Uma o quê?
- Ah Merlin… Olha, calma, vai dar tudo certo.
Como ela ainda insistia muito, Olivio foi a levando pelos braços para a cabine onde estava com Fred, Jorge, Lino Jordan, Katie Bell, Angelina Johnson e Alicia Spinnet.
- Nossa! O que deu nela?
- Harry perdeu a barreira.
- EU QUERO MEU IRMÃO, ME SOLTA WOOD, OU EU JURO QUE QUEBRO SUA CARA!
Olivio revirou os olhos e soltou a menina.
- Agora não dá. Se acalme.
- Hmpf. Você viu a Mione?
- Estava algumas cabines pra trás, acho.
Sem dizer nada, Ash simplesmente saiu atrás de Hermione.
- De nada! - Olívio gritou para o nada, se assentando no seu lugar na poltrona.
- Gênio difícil… - Katie comentou.
- Você não faz ideia. - Wood respondeu.
- Falando nisso, Olívio. - Jorge comentou, trocando um olhar com Fred. - Você escreveu pra ela no verão, né?
- Ah, é…
- Boa sorte. É mesmo um gênio difícil, mas ela tem um bom coração. Até convenceu a gente a mostrar uns brinquedos novos pra ela. Nada que vocês ainda não tenham visto mas… Enfim. - Fred completou, se levantando. - Jorge, Lino. Temos fogos pra estourar.
Então os três deixaram a cabine.
Quando Ash encontrou Hermione, ela estava dividindo a cabine com Neville e Gina.
- E então? - Gina perguntou. Já usava as vestes e parecia bem feliz com elas.
- Nem sinal. E o Olívio não me deixou sair pra procurar.
- Você queria… - Hermione começou a protestar, mas logo parou. - Ainda bem que pelo menos o Olívio tem algo na cabeça.
Ash apenas pegou uma maçã de seu lanche, e um livro, e foi ler.
Enquanto isso, Harry e Rony se divertiam como nunca. Embora o botão de invisibilidade tivesse dado um defeito breve, eles se abrigaram sobre a nuvem, e agora só tinham que se preocupar de descer das nuvens de meia e meia hora para conferir a direção que estavam tomando.
- Sinceramente. - Rony comentou, comendo um caramelo. - Agora só temos que nos preocupar com passarinhos e aviões.
Os dois caíram na gargalhada. Pelas próximas três horas, porém, as coisas começaram a mudar. Eles sentiam frio, fome, sede, e estavam desconfortáveis.
- Falta muito? - Harry perguntou, se espreguiçando e olhando pela janela do carro. Fazer isso foi um enorme erro. Seu cotovelo empurrou a tranca da porta, que se abriu, e o garoto caiu pra fora do carro.
- HARRY! - Rony berrou. Tentava não tirar os olhos da frente, e ao olhar para o lado, viu o amigo se segurando à porta do carro com apenas uma das mãos.
- RON! SOCORRO!
- SUBA DE VOLTA! HARRY, SE TE ACONTECER ALGUMA COISA, SUA IRMÃ ME MATA! EU QUERO TER UMA MORTE RÁPIDA E INDOLOR, NÃO POSSO MORRER NAS MÃOS DELA!
- ENTÃO ME AJUDA!
E Rony tentava ajudar. Tentava mesmo. Mas o volante do carro era muito pesado, e soltá-lo fazia o carro se inclinar para o lado.
- Ok. Ok, tá certo. Harry, tem que ser rápido, ok? Um, dois… Três!
Rony soltou o volante e o carro começou a se inclinar perigosamente na direção do Expresso de Hogwarts. O ruivo esticou a mão para o amigo.
- Segura minha mão!
- Não dá! Ela tá suada…
Rony, por fim, perdeu a paciência e puxou Harry pra cima pela camiseta, bem a tempo de fechar a porta do carro e levantar o nariz do carro, que quase batera no trem.
- Ufa. Nossa… Essa foi por pouco. - Rony comentou. Parecia meio verde. Ao seu lado, Harry tinha ficado bem pálido.
- Só… Só vamos logo…
- Tudo bem, não se preocupe, estamos quase. Já dá pra ver o castelo.
E como Harry queria aquele castelo. A chegada triunfal com ele e Rony pousando gloriosamente no gramado da frente parecia algo impossível de tão distante. Tudo que ele queria era ir para sua cama, dormir.
E quando os dois pensaram que daria certo e que logo estariam no conforto de suas camas de dossel, o carro começou a falhar e perder altitude…
- Não! Não carrinho, não, não por favor, não…
… e bater em uma árvore.
O barulho de madeira se partindo foi absurdo, vários galhos e folhas voaram para todos os lados, e Harry pode ouvir um choramingo ao seu lado.
- Minha varinha… Minha varinha… - Rony murmurava, segurando um pedaço de madeira partido. Apenas uma farpa unia as duas partes da varinha, agora, visivelmente fora de uso. - O que eu vou fazer? Minha mãe vai me matar!
- Rony… Acho que temos um problema maior agora… - Harry comentou, olhando para fora pela janela.
- O que foi? - ele perguntou, completamente em choque.
Quem respondeu foi a árvore.
Um ramo grande e pesado da árvore bateu com o nó no capô do carro, de onde começou a sair uma fumaça extremamente forte.
- A árvore tá viva… A ÁRVORE TÁ VIVA! - Rony gritou, girando desesperadamente a chave do carro. - Vamos carrinho, vamos sair daqui, vamos, vamos, por favor… Por favor…
Um galho fino acertou a janela, quebrando o vidro e entrando carro adentro. Harry o bateu com o pacote de caramelos algumas vezes, antes de usar fagulhas para espantá-lo para fora.
- RONY, FAZ O CARRO PEGAR!
- ESTOU TENTANDO! Carrinho lindo, carrinho lindo, por favor…
Um galho bem pesado bateu no teto do carro, afundando o metal até obrigar os dois a se abaixarem para não baterem as cabeças.
- Rony…
Então o motor roncou. Rony puxou a marcha para ré e acelerou com toda vontade que tinha, fazendo o carro arrancar para trás de uma vez.
O veículo caiu no chão com um barulho surdo e acelerou para frente, à toda velocidade. Rony nem sequer estava dirigindo. O carro se movia com vontade própria, e foi desviando dos golpes dos galhos até chegar na orla da floresta. As portas se abriram e os bancos se jogaram para os lados, expulsando Harry e Rony do veículo. Então o porta-malas se abriu e o carro cuspiu toda a bagagem para fora, arrancando em seguida em direção à floresta.
- Bem. - Rony comentou, pegando o malão e a gaiola de perebas. - Ao menos chegamos em Hogwarts. Ainda dá tempo de comer o banquete, acho.
Os dois arrastaram suas coisas para a janela, bem a tempo de ver a seleção, que tinha acabado de começar, mas não tiveram muito tempo para se divertir.
- Não vejo o Snape. - Rony comentou, olhando para a mesa dos professores. - Talvez ele tenha se demitido por não conseguir o cargo de professor que queria.
- Talvez ele tenha sido demitido por ser um panaca.
- Talvez ele tenha sofrido um acidente.
- Talvez ele tenha morrido.
- Ou talvez - uma voz grave e arrastada soou atrás dos garotos, fazendo o sangue deles gelar. - Ele esteja do lado de fora do salão, esperando para saber porque a celebridade e o fiel escudeiro dele não chegaram no trem de Hogwarts. Larguem suas coisas e venham comigo.
Snape. Os dois tiveram que se conter muito para não soltar um muxoxo de desagrado, mas não tiveram escolha.
No momento em que a dupla foi seguindo Snape castelo adentro, Creevey, Colin foi selecionado para a Grifinória. Ash estava na mesa ao lado de Hermione, esperando para ver Gina ser selecionada, enquanto tentava ouvir as conversas ao seu redor. Um rumor, não tão rumor mais, de que Harry e Rony teriam viajado para Hogwarts em um carro voador circulava para todos os lados.
A menina estava quase em pânico. Não sabia se devia rir ou chorar com a situação, e só a ideia de acontecer algo a Harry a deixava desesperada. Ele ia levar uns bons tapas por deixá-la preocupada daquele jeito.
- Weasley, Ginevra. - McGonagall chamou. Uma cabecinha ruiva, a única restante, avançou para o banquinho. O chapéu seletor foi baixado sobre a cabeça dela, e em menos de dez segundos, deu seu veredicto.
- GRIFINÓRIA!
Gina saiu do banquinho visivelmente aliviada e foi correndo até onde Ash e Mione estavam, se assentando perto delas e de seus irmãos.
- Eu não disse que ia dar tudo certo? - Ash perguntou.
- É, obrigada.
Elas trocaram um abraço rápido, mas logo a salva de palmas foi interrompida pelo som de metal batendo em cristal.
- Mais um ano letivo que começa. - Dumbledore anunciou, a voz ecoando pelo salão. - Gostaria, antes de mais nada, de dar as boas vindas aos nossos novos alunos. - ele começou a bater palmas, sendo seguido pelo salão. Logo elas cessaram. - Que seus anos em Hogwarts sejam ricos e proveitosos. Igualmente, gostaria de dar as boas vindas a Gilderoy Lockhart, que humildemente aceitou cobrir o posto de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas! - mais palmas, às quais Lockhart se levantou para agradecer com mesuras extremamente floreadas.
- Obrigado, obrigado… - ele agradeceu, se assentando em seguida.
- E agora, vamos aos avisos. Primeiramente, o Sr. Filch, zelador dessa escola, me pede para relembrar os veteranos - seus olhos faiscaram em direção a Fred e Jorge - e avisar aos novatos que a Floresta Proibida, que circula o castelo, não se chama "Proibida" à toa, e deve ser evitada por qualquer um que não queira ter uma morte lenta, precoce e dolorosa. - Hermione notou os lábios de Filch se movendo junto aos de Dumbledore, provavelmente pelo próprio zelador ter escrito as palavras. - O Professor Flitwick me pediu para avisar que os monitres-chefes das casas anexarão no mural de sua Sala Comunal os locais e horários para os testes do coral da escola. Qualquer aluno interessado pode comparecer. E por fim, os capitães dos times de quadribol me pedem para informar que os testes ocorrerão de terça a sexta, sendo cada dia reservado a uma casa. O dia de sua casa será afixado no mural de sua sala comunal. Eles pedem também que todos os alunos do time do ano anterior que não se formaram compareçam aos testes.
Ash sentiu alguma coisa acertar sua cabeça, e ao pegar viu que era uma bolinha de papel. Abriu e reconheceu a caligrafia de Olivio.
"Sexta, provavelmente. Ainda vou confirmar."
Ela mandou um sorriso de compreensão para ele e Dumbledore voltou a falar.
- Por fim, Filch me pede também para dizer, especialmente aos alunos mais velhos, que, palavras dele: "Quando estiverem em suas demonstrações de afeto demasiado exageradas para um ambiente escolar, torçam para eu não estar por perto." Acho que isso é tudo. Então, ao banquete! - ele bateu palmas e as travessas se encheram de comida.
- Ah, isso sim é vida! - Ash comentou, começando a encher o prato. - A melhor parte de vir pra Hogwarts é a comida, sem dúvidas.
Mione riu baixinho e se serviu também, começando a comer.
- Mione, acho que vou fazer testes para o coral. - Ash comentou, com a boca meio cheia de frango e batatas.
- Vai? Coral, quadribol e mais as aulas, você dá conta?
- Claro que dou. É só pagar a pessoa certa pra fazer meu dever.
- Ash!
- Calma, brincadeira! - Ash comentou rindo. - Dou sim, relaxa. Eu não faço questão de tirar notas absurdamente boas em tudo, eu só quero aprender. Não preciso ficar estudando até a mão cair.
Hermione ainda parecia meio desconfiada, mas achou melhor não insistir.
- E o que você vai cantar?
- Tentei aprender umas coisas na rádio que a Molly escuta, mas não rolou. Espero que me deixem cantar música de trouxa. Ouvi uma tocando na rádio da Tia Petúnia as férias inteiras. É até legal, eu gosto da banda, mas não sei se o povo daqui vai gostar.
- Qual música? Eu sou trouxa também, lembra?
- Ah! Você é tão inteligente que eu esqueço. - Ash respondeu, rindo, arrancando um leve rubor do rosto da amiga. - Bohemian Rhpasody. A banda chama Queen.
- Nossa! Você e meu pai se dariam bem. Ele gosta muito dessa banda.
- Mesmo? Ei, acha que posso passar as férias na sua casa um dia?
- Claro que pode! Podemos falar sobre isso depois.
Ash abriu um enorme sorriso e comeu mais uma garfada de jantar.
- Mione, posso te perguntar uma coisa?
- Uhum.
- Você acha que eu devia cortar o cabelo? - ela perguntou, desviando o olhar quase que inconscientemente na direção de Olívio, na mesa.
- Só porque ele está repicado? Não. Ficou legal em você.
- Ah, obrigada. Eu gosto do seu cabelo também, sabe?
- Ha! Ash… Não precisa…
- É sério. Uma hidratação, creme depois do banho… Dá um pouco de trabalho, mas ia ficar com uns cachos maravilhosos.
Hermione corou ainda mais e deu o assunto por encerrado.
Um tempo antes de tudo isso, quando Snape encontrou os dois garotos, eles foram conduzidos para uma saleta adjacente ao saguão principal. Ele se assentou em uma poltrona e sustentou o olhar para os alunos a ponto de deixá-los desconfortáveis. Então falou.
- Sentem-se. - a dupla obedeceu sem contestar. - Vocês devem se achar muito inteligentes, não é? O trem não é o bastante para o famoso Harry Potter, não… Vocês tinham que chegar acontecendo, não é?
- Não foi nossa culpa! - Rony retrucou. - A barreira…
- Calem-se. - Snape interrompeu. Então ele puxou um jornal de uma mesinha próxima. Uma edição do Profeta Vespertino, caderno especial do Profeta Diário publicado apenas em casos emergenciais. Sem dar maiores explicações, Snape começou a ler trechos da notícia de capa:
"Dois trouxas em Londres, convencidos de terem visto um velho carro sobrevoar a torre dos Correios... Ao meio-dia em Norfolk, a Sra. Hetty Bayliss, quando pendurava roupa para secar... O Sr. Angus Fleet, de Peebles, comunicou à policia..."
- Vocês foram vistos por cerca de seis a sete trouxas. Imaginam o trabalho que o Ministério vai ter para limpar as memórias deles? Isso sem falar no dano que causaram a uma árvore histórica de valor imensurável…
- Senhor - Harry começou. - A árvore causou mais danos a nós do que nos a e…
- Calem-se, já disse. Infelizmente, o poder de expulsar os dois da escola não cabe a mim, então vou buscar a pessoa que detém essa admirável… capacidade.
E nisso Snape se levantou e deixou a sala.
Rony ficou branco.
- Estamos fritos Harry. Fritos! - o coração dele batia como se quisesse sair pela boca. - Minha mãe vai me matar duas vezes! Duas, Harry!
Harry não respondeu. Estava pensando em seu retorno à Rua dos Alfeneiros, enquanto Ash estaria ali, aprendendo um monte de coisas legais. Talvez os Weasley deixassem ele morar com eles…
- Pelas barbas de Merlin! O que tinham na cabeça? - a voz de McGonagall se fez ouvir atrás dele, e o estômago de Rony despencou. McGonagall era extremamente justa, mas igualmente rígida. O futuro deles era completamente incerto.
Snape retomou seu lugar, e McGonagall se assentou em outra poltrona, ao lado dele.
- Expliquem-se. - ela pediu. Então Harry começou a falar. Ele tomou o cuidado de omitir o dono do carro, o que não passou despercebido pela professora, mas ela nada falou. Ao fim do relato, o rosto dela estava lívido e visivelmente decepcionado.
- E vocês não pensaram em mandar uma carta? - a professora perguntou. - Acredito que você tenha uma coruja, Potter.
- E-eu… Me desculpe.
- Desculpas não vão resolver, Potter. - Snape respondeu. Parecia prestes a dizer um pouco mais quando Dumbledore entrou na sala. Dumbledore em pessoa.
Os alunos se sentiram ainda piores.
- O que raios aconteceu?
Harry repetiu a história mais uma vez, omitindo de novo o dono do carro, ao que Dumbledore também não fez comentários.
- É, é isso. - Rony comentou, ao final do relato. - Vamos buscar as nossas coisas. - ele disse.
- Do que está falando, Weasley? - McGonagall questionou.
- Os senhores vão nos expulsar, não vão? - ele questionou.
- Hoje não, Sr. Weasley. - ela respondeu, ao que se seguiu um sorriso enorme no rosto dos alunos. - Mas escreveremos para suas famílias.
- E McGonagall escolherá uma punição adequada para vocês. - Dumbledore comentou. A cara de decepção de Snape foi tão histórica que Harry olhou bem, pois queria se lembrar para sempre daquela feição.
- Mas senhor… - ele argumentou. - O que eles fizeram…
- Sim, eu sei, mas são apenas crianças, uma delas sem o menor conhecimento do Estatuto de Leis da Magia. Eu devo dizer, porém, que esperava mais esperteza do Sr. Weasley, uma vez que seu próprio pai trabalha no Ministério. - Rony corou a ponto de ficar da cor de seus cabelos. Dumbledore se levantou. - Então acabamos por aqui, Snape e eu. Vou indo, talvez ainda haja tempo para a sobremesa.
E nisso, os dois professores deixaram a sala.
- Vocês vão comer aqui. - McGonagall informou. - Já chamaram atenção demais.
- Mas… Mas Professora, a seleção, e minha irmã…
- Se eu estou aqui, Sr. Weasley, é imaginável que a seleção já tenha acabado, não acha? Sua irmã foi para a Grifinória. - ela conjurou uma bandeja, dois copos e um jarro com a varinha. O jarro se encheu de suco e a bandeja de sanduíches. Ela os deixou sobre a mesinha de centro.
- Ah, que bom…
- Vocês receberão detenções. Os informarei sobre a data e o horário quando os decidir. Mais alguma pergunta?
- Ah, eu tenho! - Harry disse, pegando um sanduíche. - Grifinória não vai perder nenhum ponto, vai? Quer dizer… O ano letivo ainda não começou direito…
Ele pode jurar ter visto os lábios da professora se crisparem em um levíssimo e quase imperceptível sorriso.
- Não Potter, não vai. Bom apetite. - e ela saiu.
Por um bom tempo eles apenas comeram em silêncio. Foi realmente ótimo que a bandeja e o jarro se enchessem sozinhos, pois a única coisa que era maior que a fome deles era a sede. A sede era imensa.
Depois de muito comer, Rony se permitiu falar, com a voz agarrada pelo patê de frango.
- Que falta de sorte. Tanta árvore, e tínhamos que bater em uma que revida?
- Não reclame. Temos sorte por ainda estarmos aqui.- Harry respondeu, comendo mais um sanduíche.
Depois de comerem bastante, e conversarem sobre outros assuntos quaisquer, os dois deixaram a salinha. Foram caminhando lentamente, exaustos, até o retrato da Mulher Gorda, quando se deram conta de um pequeno problema.
- Senha? - ela pediu.
- Aaaaahm… É…
- Eu sei a senha. - uma voz reconhecida, anunciou atrás deles. Era de Hermione. Ela e Ash estavam esperando que os dois voltassem.
- Ah, Mione! Ótimo, pode abrir pra nós? - Rony pediu.
- Que história é essa de carro voador? Os boatos mais ridículos, devo dizer, mas aí eu vi no Profeta Vespertino e…
- Mione, a barreira fechou, não tivemos escolha!
- Como assim, fechou?
- Fechou, faltando um minuto. - Harry respondeu.
- Porque não escreveram pra Dumbledore? - Ash perguntou, mas sua expressão era de quem estava se segurando pra não rir.
- Ah.. Eu…
- Genial! - ela comentou, aos pulos. - Nem acredito que fiquei de fora dessa…
- ASH! - Mione repreendeu. A Potter fingiu não ouvir e ditou a senha "maçarico" para o quadro que se abriu.
Uma horda de palmas tomou o lugar, e Rony e Harry se sentiram ser cumprimentados por dezenas de alunos diferentes. À exceção de Percy, que tentava conduzir os calouros, os calouros em si, que estavam meio fora de lugar, e Hermione, que se emburrara e fora ler um livro num canto, todos pareceram querer falar com a dupla.
- Simplesmente incrível! - Fred exclamou.
- Podiam ter nos chamado. - Jorge seguiu.
- Como vocês me chamam pra ver as coisas que aprontam? - Rony soltou. - Não, obrigado. Fiquem com a Ash mesmo.
Fred e Jorge se olharam e quase começaram a rir.
- O Rony está com ciúmes, Fred?
- Acho que está Jorge!
- Aaaah, calem a boca! - o menino resmungou, indo se acomodar do outro lado da sala. Harry o seguiu.
Embora a sala comunal estivesse, sob certo ângulo, em festa, não demorou muito para que Harry e Rony fossem dormir. Estavam exaustos.
- Impressionante! - Dino, Neville e Simas disseram, ao ver os outros dois segundanistas entrarem.
- Obrigado, mas Harry e eu estamos caindo de sono agora…
- Entendemos, claro. Isso sim é jeito de começar o ano… - Simas comentou, pendurando uns pôsteres atrás da cama. - Durmam bem, vocês merecem!
Ainda rindo, a dupla foi se deitar. Muitas horas depois, tudo o que sobrou foram Fred, Jorge, Lino, Olívio e Ash, vendo os gêmeos acenderem alguns fogos de artifício.
Por fim, mesmo os três amigos foram se deitar, deixando Ash e Olívio pra trás.
- Então… - ela disse, se levantando. Era esquisito ficar sozinha com Olívio em algum lugar. Ela se sentia estranha. - Boa noite.
- Boa noite. - ele disse, dando um breve abraço nela e indo para seu dormitório. Ash ficou olhando um tempo para a porta por onde Olívio sumira, antes de ir, ela também, dormir.
Espero que tenham gostado, mesmo que tanto tempo tenha se passado. Muito obrigada a todos que ainda permanecem comigo.
Detalhe que eu fui pesquisar as mais tocadas nas rádios de 1992 só pra escolher a música da Ash SKAPSKASK Amo Queen, e mesmo a música sendo de 1972, vinte anos depois ainda fazia muito sucesso. Aí escolhi 3
Beijos e abraços
Gaby Amorinha
Nox!
N/B: Emoção define o que eu estou sentindo agora. Depois de tanto tempo essa fic maravilhosa voltou PARA NOSSA ALEGRIAAAA! Como sempre um capitulo cheio de surpresas. Ash ajudando a Gina *-* E esse Olívio marmiteiro hein?! Saudades Draco ... Vamos aguardar ao próximo capitulo com muita ansiedade e ver no que da Queremos Ash cantando Queen Beijokas da beta
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