O Menino Que Sobreviveu



O menino que sobreviveu


O Sr. e a Sra. Dursley, da Rua dos Alfeneiros, nº. 4, se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais, muito bem, obrigado. Eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em alguma coisa estranha ou misteriosa, porque simplesmente não compactuavam com esse tipo de bobagem.


– Dursley, hmm, isso me lembra alguma coisa -Lily disse


– O quê meu Lírio? - James perguntou.


– EU NÃO SOU SEU LIRIO POTTER, E É EVANS PRA VOCÊ. Continua Sirius.


O Sr. Dursley era Diretor de uma firma chamada Grunnings, fazia perfurações. Era um homem alto e corpulento quase sem pescoço, embora tivesse enormes bigodes. A Sra. Dursley era loura e tinha um pescoço quase duas vezes mais comprido que o normal o que era muito útil porque ela passava grande parte do tempo espichando-o por cima da cerca do jardim para espiar os vizinhos. Os Dursley tinham um filhinho chamado Dudley, o Duda, e em sua opinião não havia garoto melhor em nenhum lugar do mundo.


–Eles são lindos não? - Alice ironizou.


– Até imagino o que tem por vir - Lene riu.


– Esse tal de Duda deve ser um garoto que Merlin que me livre -Remo concordou.


Os Dursley tinham tudo que queriam, mas tinham também um segredo, e seu maior receio era que alguém o descobrisse. Achavam que não iriam aguentar se alguém descobrisse a existência dos Potter.


– Como assim a existência dos Potter? - Um James com raiva perguntou


– Tuney - Lily disse baixinho


– Quem essa aí pensa que é pra falar isso aí dos meus amigos? - Sirius entra na conversa


– É, Lily, isso tá me cheirando sua irmã trouxa, aquela Petúnia. - Alice disse


–Também acho Lice.


A Sra. Potter era irmã da Sra. Dursley, mas não se viam há muitos anos, na realidade a Sra. Dursley fingia que não tinha irmã, porque esta e o marido imprestável eram o que havia de menos parecido possível com os Dursley.


– EU NÃO SOU IMPRESTÁVEL - James falou com raiva.


– Hey Lily, parece que você casou com o Jay - Lene falou toda animada.


–A Lily vai casar comigo. Aha uhu, a Lily vai casar comigo, aha uhu - James fala isso fazendo uma dançinha, já esquecendo o seu acesso de raiva.


–Lily, você vai dar uma chance para o Jay -Sirius falou.


–É, parece que sim... - Lily falou pensativa.


Eles estremeciam só de pensar o que os vizinhos iriam dizer se os Potter aparecessem na rua. Os Dursley sabiam que os Potter tinham um filhinho também, mas nunca o tinham visto. O garoto era mais uma razão para manter os Potter à distância, eles não queriam que Duda se misturasse com uma criança daquelas.


–Como assim “uma criança daquelas”? -Frank perguntou.


–Sei lá, mas pelo tom não é uma coisa muito boa de se dizer né? -Lice continuou


_Lilian, nós vamos ter um filho _ Jay disse todo animado.


– É, parece que sim - Lilian disse.


–Eu vou ter um filho, eu vou ter um filho/eu vou ser padrinho, eu vou ser padrinho - James e Sirius dançavam e cantavam isso.


–CALEM A BOCA!! Desculpe professor. - Frank falou.


– Okay Frank. - Dumby falou


Quando o Sr. e a Sra. Dursley acordaram na terça-feira monótona e cinzenta em que a nossa história começa não havia nada no céu nublado lá fora sugerindo as coisas estranhas e misteriosas que não tardariam a acontecer por todo o país. O Sr. Dursley cantarolava ao escolher a gravata mais sem graça do mundo para ir trabalhar e a Sra. Dursley fofocava alegremente enquanto lutava para encaixar um Duda aos berros na cadeirinha alta.


– Por que ele tem que por a gravata mais sem graça para ir trabalhar meu Merlin? -Peter falou


– Conhecendo o Valter. Ele é a pessoa mais sem graça da face da Terra. - Lilian disse


Nenhum deles reparou em uma coruja parda que passou, batendo as asas, pela janela.


–Isso ta muito estranho... Corujas de manhã no mundo trouxa? - Alice perguntou


–Esquisito, muito esquisito -Seu namorado Frank concordou


Às oito e meia, o Sr. Dursley apanhou a pasta, deu um beijinho no rosto da Sra. Dursley e tentou dar um beijo de despedida em Duda, mas não conseguiu, porque na hora Duda estava tendo um acesso de raiva e atirava o cereal nas paredes.


— Pestinha — disse rindo contrafeito o Sr. Dursley ao sair de casa. Entrou no carro e deu marcha à ré para sair do estacionamento do número quatro.


–Lily, esse cara é doido???? - Remo e James perguntaram.


–Um pouco - Lilian respondeu rindo.


– MEU MERLIN, LILIAN NÃO BRIGOU COMIGO POR EU TELA CHAMADO DE LILY - James exagerado falou.


–Você ganhou o dia Pontas. - Sirius disse


–Cala a boca Pulguento - James revidou.


– Cala a boca você veado. - Sirius disse.


–É CERVO. C-E-R-V-O!! -James respondeu.


Foi na esquina da rua que ele notou o primeiro indício de que algo estranho ocorria um gato lia um mapa. Por um instante o Sr. Dursley não percebeu o que vira — em seguida virou rapidamente a cabeça para dar uma segunda olhada. Havia um gato de listras amarela, sentado na esquina da Rua dos Alfeneiros, mas não havia nenhum mapa à vista. Em que estaria pensando naquela hora? Devia ter sido um efeito da luz. Ele piscou e arregalou os olhos para o gato.


– Tia Mimi - James e Sirius exclamaram


O gato o encarou. Enquanto virava a esquina e subia a rua, espiou o gato pelo espelho retrovisor. Ele agora estava lendo a placa que dizia Rua dos Alfeneiros — não, não estava olhando a placa: gatos não podiam ler mapas nem placas.


–Concerteza é a Tia Mimi - De novo, James e Sirius falaram


O Dr. Dursley sacudiu a cabeça e tirou o gato do pensamento. Durante o caminho para a cidade ele não pensou em mais nada exceto no grande pedido de brocas que tinha esperanças de receber naquele dia, mas ao sair da cidade, as brocas foram varridas de sua cabeça por outra coisa. Ao parar no costumeiro engarrafamento matinal, não pode deixar de notar que havia uma quantidade de gente estranhamente vestida andando pelas ruas. Gente com capas largas. O Sr. Dursley não tolerava gente que andava com roupas ridículas — os trapos que se viam nos jovens! Imaginou que aquilo fosse uma nova moda idiota. Tamborilou os dedos no volante e seu olhar recaiu em um grupinho de excêntricos parados bem perto dele. Cochichavam excitados. O Sr. Dursley se irritou ao ver que alguns deles nem eram jovens, ora, aquele homem devia ser mais velho do que ele, e usava uma capa verde-esmeralda! Que petulância! Mas então ocorreu ao Sr. Dursley que se tratava prova de alguma promoção boba — essas pessoas estavam obviamente arrecadando alguma coisa... É, devia ser isto! O tráfego avançou e alguns minutos depois o Sr. Dursley chegou ao estacionamento da Grunnings, o pensamento de volta às brocas.


–Que cara mais chato - Frank reclamou


–Põe chato nisso. -Lilian concordou - Olha que eu passo as férias inteiras com ele.


–Que pena de você Lily, se você quiser pode passar as férias lá em casa - James disse.


–Eu nunca vou passar as férias com você Potter. Sirius volte a ler. - Lily disse.


O Sr. Dursley sempre sentava de costas para a parede em seu escritório no nono andar. Se não o fizesse, talvez tivesse achado mais difícil se concentrar em brocas aquela manhã. Ele não viu as corujas que voavam velozes em plena luz do dia, embora as pessoas na rua as vissem, elas apontavam e se espantavam enquanto um bando de coruja passava no alto. A maioria jamais vira uma mesmo à noite. O Sr. Dursley, porém, teve uma manhã normal sem corujas. Gritou com cinco pessoas diferentes. Deu vários telefonemas importantes e gritou mais um pouco. Estava de excelente humor até a hora do almoço, quando pensou em esticar as pernas e atravessar a rua para comprar um pãozinho doce na padaria defronte.


Um pãozinho? Duvido que vá ser só um -Snape, que estava calado até agora, se pronunciou.


–Nisso eu tenho que concordar com você Ranhoso. - James disse.


Esquecera completamente as pessoas de capas até passar por um grupo delas próximo à padaria. Olhou-as com raiva ao passar. Não sabia o porquê, mas elas o deixavam nervoso. Essas cochichavam também, mas ele não viu nenhuma latinha de coleta. Foi ao passar por elas na volta, levando uma grande rosca açucarada que entreouviu algumas palavras do que diziam.


–Ele nem é curioso não né - Lene disse


–Vamos ver o que eles estão falando! Sirius, leia, por favor. -Prof. Dumbledore disse.


–... Os Potter, é verdade, foi o que ouvi...


—... É, o filho deles, Harry...


O Sr. Dursley parou de repente. O medo invadiu-o. Virou a cabeça para olhar as pessoas que cochichavam como se quisesse dizer alguma coisa, mas pensou melhor.


–Lírio, nosso filho vai chamar Harry! Mas o que será que aconteceu?? - James disse


–Pois é Potter, o que será que aconteceu? -Lilian disse. Ela estava parando de implicar com Potter, já que iam se casar, ele poderia chamá-la pelo nome.


O Sr. Dursley parou de repente. O medo invadiu-o. Virou a cabeça para olhar as pessoas que cochichavam como se quisesse dizer alguma coisa, mas pensou melhor.


Atravessou a rua depressa, correu para o escritório, disse rispidamente à secretária que não o incomodasse, agarrou o telefone e quase terminara de discar o número de casa quando mudou de ideia. Pôs o fone no gancho e alisou os bigodes pensando... Não, estava agindo como um idiota. Potter não era um nome tão fora do comum assim. Tinha certeza de que havia muita gente chamada Potter com um filho chamado Harry. Pensando bem nem sequer tinha certeza de que o sobrinho tivesse o nome de Harry. Jamais viu o menino. Talvez fosse Ernesto. Ou Eduardo.


–Nossa, que preocupação com seu filho em Lily?? _ Lice falou


–Túnia me odeia Lice, então eu não estou nem aí pra isso - Lily disse.


–Porque a sua irmã te odeia Lily? -James perguntou.


–Aaah, ela tem inveja dos bruxos.


Não tinha sentido preocupar a Sra. Dursley, ela sempre ficava tão perturbada à simples menção da irmã. Não a culpava — se ele tivesse uma irmã como aquela... Mas mesmo assim aquelas pessoas de capas.


_Como assim “uma irmã como aquela”? -James perguntou?


–Aah, deixa quieto James - Lilian disse.


_É SÉRIO ISSO? Ela me chamou de James? _ James histérico perguntou


–É, ela te chamou de James, que legal há há há - Snape Ironizou.


–Cala a boca Ranhoso - Sirius disse.


Achou bem mais difícil se concentrar nas brocas aquela tarde e quando deixou o edifício às cinco horas, continuava tão preocupado que deu um encontrão em alguém parado ali à porta.


–Deve ser umas dessas pessoas de capas, que estavam nas ruas -Remo lembrou.


– Concerteza - Pedro disse.


Desculpe — murmurou, quando o velhinho cambaleou e quase caiu. Levou alguns segundos até o Sr. Dursley perceber que o homem estava usando uma capa roxa. Não parecia nada aborrecido por ter sido quase jogado ao chão. Ao contrario, seu rosto se abriu em um largo sorriso e ele disse numa voz esganiçada que fez os passantes olharem:


–Quem é o doido que gosta de ser quase jogado no chão? -Snape disse Ele estava triste pela Lily, ele iria se casar com o arrogante do Potter.


— Não precisa pedir desculpas, caro senhor, porque nada poderia me aborrecer hoje! Alegre-se! Porque Você-Sabe-Quem finalmente foi-se embora! Até trouxas como o senhor deviam estar comemorando um dia tão feliz!


E o velho abraçou o Sr. Dursley pela cintura e se afastou.


–Você-Sabe-Quem?? Se foi?? Para sempre?? - Sirius perguntou incrédulo


– Graças a Merlin. Tom Riddle finalmente foi embora. Mas acredito que não tenha sido para sempre Sirius -Dumbledore disse, triste.


O Sr. Dursley ficou pregado no chão. Fora abraçado por um completo estranho. E também achava que fora chamado de trouxa, o que quer que isso quisesse dizer. Estava abalado. Correu para o carro e partiu para casa, esperando que estivesse imaginando coisas, o que nunca esperara que fizesse, porque não aprovava a imaginação.


–Aiai, esses trouxas não acreditam em nada hein ?? - Frank disse


– Acho que é só esse aí Frank - Alice falou com o namorado


– Eu não duvido nada que seja só ele, Túnia e Valter não gostam de magia - Lilian disse.


Quando entrou no estacionamento do numero quatro, a primeira coisa que viu — e isso não melhorou o seu estado de espírito, — foi o gato listrado que notara aquela manhã. Agora ele estava sentado no muro do jardim. Tinha certeza de que era o mesmo, as marcas em volta dos olhos eram as mesmas.


–É a tia Mimi concerteza. Tem até as marcas dos óculos. - Sirius disse


–Tia Mimi, Tia Mim, Tia Mimi - James começou a cantar e fazer uma dançinha.


– Ah, fiquem quietos - Lilian e Remo disseram, enquanto os outros riam.


— Chispa! — disse o Sr. Dursley em voz alta.


O gato não se mexeu. Apenas lançou-lhe um olhar severo. Será que isto era um comportamento normal para um gato, pensou o Sr. Dursley. Continuava decidido a então não comentar nada com a esposa.


 


– O olhar da Prof.ª Minerva - Dumbledore riu


A Sra. Dursley tivera um dia normal e agradável. Contou-lhe durante o jantar os problemas da senhora do lado com a filha e ainda que Duda aprendera uma palavra nova (Nunca). O Sr. Dursley tentou agir normalmente. Depois que Duda foi se deitar, ele chegou à sala em tempo de ouvir o último noticiário noturno.


– Isso que é palavra legal. - James ironizou


– Ela é fofoqueira hein? - Pedro disse


– Você não tem ideia Pedro- Lilian falou com ele


"E, por último, os observadores de pássaros em toda parte registraram que as corujas do país se comportaram de forma muito estranha hoje. Embora elas normalmente cacem a noite e raramente apareçam à luz do dia, centenas desses pássaros foram visto hoje voando em todas as direções desde o alvorecer. Os especialistas não sabem explicar por que as corujas de repente mudaram o seu padrão de sono.”


 


O locutor se permitiu um sorriso.


 


Muito misterioso. E agora, com Jorge Mendes, o nosso boletim meteorológico. “Vai haver mais tempestades de corujas hoje à noite, Jorge”?


"Bom, Eduardo", disse o meteorologista, não sei lhe dizer, mas não foram só as corujas que se comportaram de modo estranho hoje, ouvintes de todo o pais têm telefonado para reclamar que em vez do aguaceiro que prometi para ontem, eles tem tido chuvas de estrelas!


Talvez alguém ande festejando a noite das fogueiras uma semana mais cedo este ano! Mas posso prometer para hoje uma noite chuvosa".


– Por que diabos corujas e estrelas cadentes estariam se comportando assim ? -Sirius perguntou


– Sirius, você não presta atenção não? Você-Sabe-Quem se foi idiota - Lene disse


–Ah, é verdade -Sirius concordou e voltou a ler


 


O Sr. Dursley ficou paralisado na poltrona. Estrelas cadentes em todo o país? Corujas voando durante o dia? Gente misteriosa capas por todo lado? E um cochicho, um cochicho a respeito dos Potter...


A Sra. Dursley entrou na sala trazendo duas xícaras de chá.


Não adiantava. Teria que lhe dizer alguma coisa. Pigarreou nervoso.


– Qualquer um fica nervoso perto de Petúnia - Lilian afirmou


– Ela é uma chata hein Lilian?- Lene perguntou


– Chata é apelido Lene - Lily concordou


— Hum, hum, Petúnia, querida, você não tem tido notícias de sua irmã ultimamente?


Conforme esperava, a Sra. Dursley pareceu chocada e aborrecida. Afinal, normalmente fingiam que ela não tinha irmã.


— Não. — respondeu ela, seca. — Por quê?


— Uma notícia engraçada — murmurou o Sr. Dursley — Corujas... Estrelas cadentes e vi uma porção de gente de aparência estranha na cidade hoje...


— E dai? — cortou a Sra. Dursley.


 


— Bem, pensei, talvez, tivesse alguma ligação com... Sabe... O pessoal dela.


–COMO ASSIM O PESSOAL DELA? - James disse isso com raiva


–James, senta, não tem importância - Então Lily levantou e pegou a mão dele e forçou-o a sentar.


A Sra. Dursley bebericou o chá com os lábios contraídos. O Sr. Dursley ficou em dúvida se teria coragem de lhe contar que ouvira o nome "Potter". Decidiu que não. Em vez disso, falou com a voz mais displicente que pode:


— O filho deles, teria mais ou menos a idade do Duda agora, não?


— Suponho que sim — respondeu a Sra. Dursley ainda seca.


— Como é mesmo o nome dele? Ernesto, não é?


— Harry. Um nome feio e vulgar se quer saber minha opinião.


— Ah, é — disse o Sr. Dursley, sentindo um aperto horrível no coração. — E, concordo com você.


–HARRY NÃO É UM NOME VULGAR SUA FDP -Lilian e James disseram isso juntos.


–Olha o amor - Lene e Sirius reviraram os olhos.


Não disse mais nenhuma palavra sobre o assunto a caminho do quarto onde foram se deitar. Enquanto a Sra. Dursley estava no banheiro, o Sr. Dursley foi devagarinho até a janela e espiou o jardim da casa. O gato continuava lá. Observava o começo da Rua dos Alfeneiros como se esperasse alguma coisa.


Estaria imaginando coisas. Será que tudo isto teria ligação com os Potter? Tinha-se... Se transpirasse que eram aparentados como um casal de... Bem ele achava que não agüentaria.


Os Dursley se deitaram. A Sra. Dursley, adormeceu logo, mas o Sr. Dursley continuou acordado pensando no que acontecera. Seu último consolo antes de adormecer foi pensar que mesmo que os Potter estivessem envolvidos, não havia razão para se aproximarem dele e da Sra. Dursley. Os Potter sabiam muito bem o que pensavam deles e de gente de sua laia... Não via como ele e Petúnia poderiam se envolver com nada que estivesse acontecendo. O Sr. Dursley bocejou e se virou. Isso não poderia afetá-los...


–Cara, eu vou matar esse infeliz que fala assim dos meus amigos - Sirius e Frank disseram - Desculpe Prof. Dumbledore.


–Sem problemas - o Professor disse.


Como estava enganado.


O Sr. Dursley talvez estivesse mergulhando em um sono inquieto, mas o gato no muro lá fora não mostrava sinais de sono.


Continuava sentado imóvel como uma estátua, os olhos fixos na esquina mais distante da Rua dos Alfeneiros. E nem sequer estremeceu quando uma porta de carro bateu na rua seguinte, nem mesmo quando duas corujas mergulharam do alto. Na verdade, era quase meia-noite quando o gato se mexeu.


– Thanãnãnããããã - Sirius fez suspense


–Lê logo Sirius, odeio suspense - Pedro disse


– É, cala a boca e lê ! -Lene disse.


Um homem apareceu na esquina que o gato estivera vigiando.


Apareceu tão súbita e silenciosamente que se poderia pensar que tivesse saído do chão. O rabo do gato mexeu ligeiramente e seus olhos se estreitaram.


Ninguém jamais vislumbrara nada parecido com este homem na Rua dos Alfeneiros. Era alto, magro e muito velho a julgar pelo prateado dos seus cabelos e de sua barba, suficientemente longos para prender no cinto. Usava vestes longas, uma capa púrpura que arrastava pelo chão e botas com saltos altos e fivelas. Seus olhos azuis eram claros, luminosos e cintilantes por trás dos óculos em meia-lua e o nariz, muito comprido e torto, como se o tivesse quebrado pelo menos duas vezes. O nome dele era Alvo Dumbledore.


– Professor? O que o senhor está fazendo lá? - Lily curiosa perguntou


– Vamos descobrir agora, Lilian - O professor respondeu.


Alvo Dumbledore não parecia ter consciência de que acabara numa rua onde tudo desde o seu nome às suas botas era malvisto.


Estava ocupado apalpando a capa, procurando alguma coisa. Mas parecia ter consciência de que estava sendo vigiado, porque ergueu a cabeça de repente para o gato, que continuava a fitá-lo da outra ponta da rua. Por algum motivo, a visão do gato pareceu diverti-lo. Deu uma risadinha e murmurou:


– Eu deveria ter imaginado.


– É, imaginei que seria a Minerva - Prof.º Dumbledore disse


– Tia Mimiiiii , Tia Mimiii , TIA MIMIII !!! -James e Sirius cantaram.


Encontrou o que procurava no bolso interior da capa, parecia um isqueiro de prata. Abriu-o, ergueu-o no ar e ascendeu. O lampião de rua mais próximo apagou-se com um estalido seco. Ele fez de novo — o lampião seguinte piscou e apagou, doze vezes ele acionou o "apagueiro", até que as únicas luzes acesas na rua eram dois pontinhos minúsculos ao longe, os olhos do gato que os vigiava. Se alguém espiasse pela janela agora, até a Sra. Dursley, de olhos de contas, não conseguira ver nada que estava acontecendo na calçada.


– A intenção do desiluminador é exatamente essa. _ O professor disse.


–Que legal Professor, onde o senhor comprou isso ? - James perguntou, com a intenção de fazer mais marotagens.


– Eu mesmo criei senhor Potter, mas se o senhor quiser posso fazer um para o senhor também _ O diretor respondeu com simplicidade.


–Talvez eu queira -James disse pensativo.


– JAMES - todos da sala gritaram.


Dumbledore tornou a guardar o "apagueiro" na capa e saiu caminhando pela rua em direção ao número quatro, onde se sentou no muro ao lado do gato. Não para olhar para o bicho, mas, passado algum tempo, dirigiu-se a ele.


– O que será que o professor vai falar com a professora Minerva? - Lice perguntou.


– Imaginava encontrar a senhora aqui, Professora Minerva McGonagall.


E virou-se para sorrir para o gato, mas este desaparecera. Ao invés dele, viu-se sorrindo para uma mulher de aspecto severo que usava óculos de lentes quadradas exatamente do formato das marcas que o gato tinha em volta dos olhos. Ela, também, usava uma capa esmeralda. Trazia os cabelos negros presos num coque apertado. E parecia decididamente irritada.


--A Prof.ª Minerva sempre parece severa, isso não muda nunca. - Lene exclamou


– Concordo Lene - Alice e Frank disseram


— Como soube que era eu? — perguntou.


— Minha cara professora nunca vi um gato se sentar tão duro.


— O senhor estaria duro se tivesse passado o dia todo sentado em um muro de pedra — respondeu a Professora Minerva.


— O dia todo? Quando podia estar comemorando? Devo ter passado por mais de dez festas e banquetes a caminho daqui.


A professora fungou aborrecida.


–Por que ela está aborrecida? Você-Sabe-Quem se foi !!! -Lilian e James disseram, e depois sorriram


– Sei lá,ela é meio doida mesmo -Sirius disse


– SIRIUS !!!!!- Marlene exclamou.


– Que foi? Ela é uma genia, mas é meio doidinha. Enquanto ele falava Lene revirava os olhos.


— Ah sim, vi que todos estão comemorando — disse impaciente. — Era de esperar que fossem um pouco mais cautelosos, mas não, até os trouxas notaram que alguma coisa estava acontecendo. Deu no telejornal. — Ela indicou com a cabeça a sala às escuras dos Dursley. — Eu ouvi... Bandos de corujas... Estrelas cadentes... Ora, eles não são completamente idiotas. Não podiam deixar de notar alguma coisa.


— Estrelas cadentes em Kent, aposto que foi coisa de Dédalo Diggle. Ele nunca teve muito juízo. — Você não pode culpá-los — ponderou Dumbledore educadamente. — Temos tido muito pouco o que comemorar nos últimos onze anos.


– 11 ANOS ?? - Todos perguntam junto.


– Sim gente, 11 anos. Voldemort esteve no poder tempo demais, aterrorizando todo mundo. - Dumbledore respondeu.


— Sei disso — retrucou a professora mal-humorada. — Mas não é razão para perdermos a cabeça. As pessoas estão sendo completamente descuidadas, saem as ruas em plena luz do dia, sem nem ao menos vestir roupa de trouxa, e espalham boatos.


– E pessoas como esses trouxas ficam assuntados - Snape falou


– Não que você se preocupe com eles, não é Ranhoso? - Remo disse.


– Cale a boca Lupin - Snape ainda estava aborrecido por James casar com a Lily.


De esguelha, lançou um olhar atento a Dumbledore, como se esperasse que ele dissesse alguma coisa, mas ele continuou calado, por isso ela recomeçou:


— Ia ser uma graça se, no próprio dia em que Você-Sabe-Quem parece ter finalmente ido embora, os trouxas descobrissem a nossa existência. Suponho que ele realmente tenha ido embora, não é, Dumbledore?


– Acho que não, Riddle sempre soube se esconder muito bem. Mas vamos ver o que o eu do livro diz - o Diretor diz.


Parece que não há dúvida. Temos muito o que agradecer. Aceita um sorvete de limão?


— Um o quê?


— Um sorvete de limão. E uma espécie de doce dos trouxas de que sempre gostei muito.


— Não, obrigada — disse a Professora Minerva com frieza, como se não achasse que o momento pedia sorveres de limão. — Mesmo que Você-Sabe-Quem tenha ido embora.


– Prof.º Dumbledore e seus doces de trouxas.- James riu


– Sempre gostei desses sorvetes - Dumbledore disse isso dando uma risadinha.


 


— Minha cara professora, com certeza uma pessoa sensata como a senhora pode chamá-lo pelo nome. Toda essa bobagem de Você-Sabe-Quem há onze anos venho tentando convencer as pessoas a chamá-lo pelo nome que recebeu: Voldemort — A professora franziu a cara, mas Dumbledore, que estava separando dois sorvetes de limão, pareceu não reparar — Tudo fica tão confuso quando todos não param de dizer "Você-Sabe-Quem". Nunca vi nenhuma razão para ter medo de dizer o nome de Voldemort.


— Sei que não vê — disse a professora parecendo meio exasperada, meio admirada. Mas você é diferente.. Todo o mundo sabe é o único de quem Você-Sabe... Ah está bem, de quem Voldemort tem medo.


– Que elogio - Dumbledore disse


– Mas, professor, os seus poderes são ótimos - As meninas disseram.


– Obrigado garotas - o Professor responde.


— Isto é um elogio — disse Dumbledore calmamente. — Voldemort tinha poderes que nunca tive.


— Só porque você é muito... Bem... Nobre para usá-los.


— É uma sorte estar escuro. Nunca mais corei assim desde que Madame Gonfrei me disse que gostava dos meus abafadores de orelhas novos.


Todos riram na sala, até Severo Snape.


A Professora Minerva lançou um olhar severo a Dumbledore e disse:


— As corujas não são nada comparadas aos boatos que correm que todos estão dizendo? Por que ele foi embora? Que foi que finalmente o deteve?


Aparentemente a Professora Minerva chegara ao ponto que estava ansiosa para discutir, a verdadeira razão pela qual estivera esperando o dia todo em cima de um muro frio e duro, porque nem como gato nem como mulher ela fixara antes um olhar tão penetrante em Dumbledore como agora. Era óbvio que seja o que fosse que "todos" estavam dizendo, ela não iria acreditar até que Dumbledore confirmasse ser verdade. Dumbledore, porém, estava escolhendo mais um sorvete de limão e não respondeu.


– Por que a professora quer tanto assim chegar a essa parte ? Que será que aconteceu de tão importante? _ Lene perguntou


–Deve ser muito importante - Lily disse


– Pulguento continua - James disse


– Aah, cala a boca, veado - Six disse


– É CERVO, C-E-R-V-O!!! -James disse


— O que estão dizendo — continuou ela — é que a noite passada Voldemort apareceu em Godric's Hollow. Foi procurar os Potter. O boato é que Lílian e Tiago Potter estão... Estão mortos.


Dumbledore fez que sim com a cabeça. A Professora Minerva perdeu o fôlego.


— Lílian e Tiago... Não posso acreditar... Não quero acreditar... Ah, Alvo.


Lilian estava chorando, como assim ter morrido ?? James estava triste por ver sua amada chorando, mas o que ele ia fazer?


–Shhhhhjh, shhhhh, não chore Lils - James tentou consola-la, mas ele mesmo estava triste. Ira casa com sua amada e logo depois eles iriam morrer ?


– Lily, não fique assim - Lene disse


– É Lily, agora sabemos que você vai morrer no futuro. Podemos fazer alguma coisa pra impedir - Lice disse


– Verdade Lily, vamos dar um jeito - Frank consolou.


– Nossa monitora chefa não pode morrer. Nem você veado - Sirius Pulguento Black disse.


– É CERVO PULGUENTO. - James disse


–Senhorita Evans, nós vamos dar um jeito - Dumbledore deu a palavra final.


Dumbledore estendeu a mão e deu-lhe um tapinha no ombro.


— Eu sei... Eu sei... — disse deprimido.


A voz da Professora Minerva tremeu ao prosseguir:


— E não é só isso estão dizendo que ele tentou matar o filho dos Potter, Harry. Mas... Não conseguiu. Não conseguiu matar o garotinho. Ninguém sabe o porquê nem como, mas estão dizendo que na hora que não pôde matar Harry Potter, por alguma razão, o poder de Voldemort desapareceu e é por isso que ele foi embora.


–Lírio, nosso filho não vai morrer! Olha pelo lado bom. Ele terá uma ótima vida. Dumbledore cuidará dele quando ele estiver aqui em Hogwarts. Não cuidará professor?- James indagou.


–Claro James - o Professor afirmou.


Dumbledore concordou com a cabeça, sério.


— É verdade? — gaguejou a professora. — Depois de tudo o que ele fez... Todas as pessoas que matou... Não conseguiu matar um garotinho? É simplesmente espantoso... De tudo que poderia detê-lo... Mas, por Deus, como foi que Harry sobreviveu?


— Só podemos imaginar — disse Dumbledore. — Talvez nunca cheguemos à saber.


– Há, eu, o melhor padrinho do mundo, irei cuidar de Harry Potter. - Sirius disse


– Larga disso Sírius, ele não vai ter você como padrinho, o coitado vai ficar traumatizado - Lilian disse


– Minha cara Lily, claro que não. Eu sou a pessoa mais linda desse mundo- Sirius disse.


–Lê logo - Lene disse


A Professora Minerva pegou um lenço de renda e secou com delicadeza os olhos por baixo das lentes dos óculos. Dumbledore deu uma grande fungada ao mesmo tempo em que tirava o relógio de ouro do bolso e o examinava. Era um relógio muito estranho.


Tinha doze ponteiros, mas nenhum número, em vez deles pequenos planetas giravam à volta. Mas, devia fazer sentido para Dumbledore, porque ele o repôs no bolso e disse:


— Hagrid está atrasado. A propósito, foi ele que lhe disse que eu estaria aqui, suponho.


— Foi. E suponho que você não vá me dizer por que está aqui e não em outro lugar.


– Hagrid sempre está atrasado. - Os Marotos riram.


— Vim trazer Harry para tio e a tia. Eles são a única família que lhe resta.


— Você não quer dizer, você não pode estar se referindo às pessoas que moram aqui? — exclamou a Professora Minerva, pulando de pé e apontando para o número quatro — Dumbledore você não pode. Estive observando a família o dia todo. Você não poderia encontrar duas pessoas menos parecidas conosco. E têm um filho, vi-o dando chutes na mãe até a rua, berrando porque queria balas. Harry Potter não pode vir morar aqui!


– Meu filho vai morar com Petúnia? Não -Lily exclamou.


– Por que ele não pode morar com um de nós? - Remo perguntou


– Creio que iremos saber agora Sr. Lupin - Dumbledore disse


É o melhor lugar para ele — disse Dumbledore com firmeza. — os tios poderão lhe explicar tudo quando ele for mais velho, escrevi-lhes uma carta.


— Uma carta? — repetiu a professora com a voz fraca, sentando-se novamente no muro. — Francamente Dumbledore, você acha que pode explicar tudo isso em uma carta? Essas pessoas jamais vão entendê-lo! Ele vai ser famoso, uma lenda. Eu não me surpreenderia se o dia de hoje ficasse conhecido no futuro como o dia de Harry Potter. Vão escrever livros sobre Harry. Todas as crianças no nosso mundo vão conhecer o nome dele!


–Meu filho vai ser famoso, meu filho vai ser famoso, meu filho vai ser famoso - James levantou e fez uma dançinha. Todos riram.


– JAMES, SENTA AGORA ! - Lilian disse.


– Ta bom. - Ele sentou e ficou calado, quando Lilian sentou ele pegou a mão dela.


— Exatamente — disse Dumbledore, olhando muito sério por cima dos óculos de meia-lua. — Isto seria o bastante para virar a cabeça de qualquer menino. Famoso antes mesmo de saber andar. Famoso por alguma coisa que ele nem vai se lembrar! Veja que ele estará muito melhor se crescer longe de tudo isso e tenha capacidade de compreender?


A professora abriu a boca, mudou de ideia, engoliu em seco e então disse:


— É, é, você está certo é claro. Mas como é que o garoto vai chegar aqui, Dumbledore? — Ela olhou para a capa dele de repente como se lhe ocorresse que talvez escondesse Harry ali.


 


–Acho que não vou esconder Harry na minha capa - o professor disse.


– É bom mesmo diretor - James disse.


— Hagrid vai trazê-lo.


— Você acha que é sensato confiar a Hagrid uma tarefa importante como essa?


— Eu confiaria a Hagrid minha vida — respondeu Dumbledore.


— Não estou dizendo que ele não tenha o coração no lugar — concedeu a professora de má vontade — mas você não pode fingir que ele é cuidadoso. Que tem uma tendência a... Que foi isso?


Um ronco discreto quebrara o silêncio da rua. Foi aumentando cada vez mais enquanto eles olhavam para cima e para baixo da rua à procura de um sinal de farol de carro, o ronco se transformou num trovão quando os dois olharam para o céu — e uma enorme motocicleta caiu do ar e parou na rua diante deles.


 


–UAL, EU QUERO ESSA MOTO - Sirius disse


Todos os presentes riram, menos Snape.


Se a motocicleta era enorme, não era nada comparada ao homem que a montava de lado. Ele era quase duas vezes mais alto do que um homem normal e pelo menos cinco vezes mais largo. Parecia simplesmente grande demais para existir e tão selvagem — emaranhados de barba e cabelos negros longos e grossos escondiam a maior parte do seu rosto, as mãos tinham o tamanho de uma lata de lixo e os pés calçados com botas de couro pareciam filhotes de golfinhos. Em seus braços imensos e musculosos ele segurava um embrulho de cobertores.


 


–Hagrid -Todos falaram juntos. Hagrid era o Guarda-Caça de Hogwarts.





— Hagrid — exclamou Dumbledore, parecendo aliviado — Finalmente. E onde foi que arranjou a moto?


— Pedi emprestada, Professor Dumbledore — respondeu o gigante, desmontando cuidadosamente da moto ao falar — O jovem Sirius me emprestou. Trouxe-o, professor.


–Há, a moto é minha - Sirius disse.


– Tá booooom Sirius, volte a ler - Frank disse.


— Não teve nenhum problema?


— Não, senhor. A casa ficou quase destruída, mas consegui tirá-lo inteiro antes que os trouxas invadissem o lugar. Ele dormiu quando estivemos sobrevoando Bristol.


Dumbledore e a Professora Minerva curvaram-se para o embrulho de cobertores. Dentro, apenas visível, havia um menino, que dormia a sono solto. Sob uma mecha de cabelos muito negros caída sobre a testa eles viram um corte curioso, tinha a forma de um raio.


–Deve ter sido aí que Voldemort lançou a maldição no menino - Snape disse


–Deve mesmo, e você já lançou muito delas né Ranhoso? - Remo perguntou


— Foi aí que? — sussurrou a professora.


— Foi — confirmou Dumbledore. — Ficará com a cicatriz para sempre.


— Será que você não poderia dar um jeito, Dumbledore?


— Mesmo que pudesse, eu não o faria. As cicatrizes podem vir a ser úteis. Tenho uma acima do joelho esquerdo que é um mapa perfeito do metrô de Londres. Bem, me dê ele aqui, Hagrid, é melhor acabarmos logo com isso.


Dumbledore recebeu Harry nos braços e virou-se para a casa dos Dursley.


— Será que eu podia... Podia me despedir dele, professor? — perguntou Hagrid.


Ele curvou a enorme cabeça descabelada para Harry e lhe deu o que deve ter sido um beijo muito áspero e peludo. Depois, sem aviso, Hagrid soltou um uivo como o de um cachorro ferido.


–Que horror! - Alice exclamou.


–Concordo Lice, Hagrid é legal e tal, mas isso é nojento! - Lene disse


— Psiu! — sibilou a Professora Minerva — Você vai acordar os trouxas!


— Desculpe — soluçou Hagrid, puxando um enorme lenço sujo e escondendo a cara nele. — Mas na... Nã... Não consigo suportar, Lílian e Tiago mortos, e o coitadinho do Harry ter de viver com os trouxas...


– Tadinho do meu filho - Lily e James disseram


–Tadinho do Harry gente - Frank e Pedro disseram.


— É, é muito triste, mas controle-se, Hagrid, ou vão nos descobrir — sussurrou a professora, dando uma palmadinha desajeita no braço de Hagrid enquanto Dumbledore saltava a mureta de pedra e se dirigia à porta da frente. Depositou Harry devagarzinho no batente, tirou uma carta da capa, meteu-a entre os cobertores do menino e em seguida, voltou para a companhia dos dois. Durante um minuto inteiro os três ficaram parados olhando para o embrulhinho, os ombros de Hagrid sacudiram, os olhos da Professora Minerva piscaram loucamente e a luz cintilante que sempre brilhava nos olhos de Dumbledore parecia ter-se extinguido.


–Que pena - Eles exclamaram.


— Bem — disse Dumbledore finalmente — acabou-se. Não temos mais nada a fazer aqui já podemos nos reunir aos outros para comemorar.


— É — disse Hagrid com a voz muito abafada. — Vou devolver a moto de Sirius. Boa noite, Professora Minerva, Professor Dumbledore...


Enxugando os olhos na manga da jaqueta, Hagrid montou na moto e acionou o motor com um pontapé, com um rugido ela levantou voo e desapareceu na noite.


— Nos veremos em breve, espero, Professora Minerva — falou Dumbledore, com um aceno da cabeça. A Professora Minerva assou o nariz em resposta.


– Nossa, ela deve gostar muito de vocês dois,para ficar tão abalada assim - Lice falou


– Todo mundo me adora (cara de felicidade)- James disse


– Cala a boca veado - Six disse


– É CERVO, CER-VO! -James falou


Dumbledore se virou e desceu a rua. Na esquina parou e puxou o "apagueiro". Deu um clique e doze esferas de luz voltaram aos lampiões de modo que a Rua dos Alfeneiros de repente iluminou-se com uma claridade laranja e ele divisou o gato listrado se esquivando pela outra ponta da rua. Mal dava para enxergar o embrulhinho de cobertores no batente do número quatro.


— Boa sorte, Harry — murmurou ele. Girou nos calcanhares e, com um movimento da capa, desapareceu.


– Você vai precisar Harry - Lilian disse, James apertou sua mão.


Uma brisa arrepiou as cercas bem cuidadas da Rua dos Alfeneiros, silenciosas e quietas sob o negror do céu, o último lugar do mundo em que alguém esperaria que acontecessem coisas espantosas. Harry Potter virou-se dentro dos cobertores sem acordar. Sua mãozinha agarrou a carta ao lado, mas ele continuou a dormir, sem saber que era especial, sem saber que era famoso, sem saber que iria acordar dentro de poucas horas com o grito da Sra. Dursley ao abrir a porta da frente para pôr as garrafas de leite do lado de fora, nem que passaria as próximas semanas levando cutucadas e beliscões do primo Duda. Ele não podia saber que neste mesmo instante, havia pessoas se reunindo em segredo em todo o país que erguiam os copos e diziam com vozes abafadas.


— À Harry Potter, o menino que sobreviveu.


– À Harry Potter - Eles disseram.


–Vamos jantar e dormir, amanha continuaremos depois do café. - Dumbledore disse


– E as aulas professor? - Remo e Lilian perguntaram


– Vocês serão liberados das aulas até acabarmos de ler esses livros.


– YES! - Eles exclamaram e saíram.


 

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Comentários (2)

  • Rosie Bolger

    Tá linda, só tô imaginando quando descobrirem sobre a traição do pedro...

    2012-12-28
  • B.Evans

    Ja to amando a Fic,continua vai,to super curiosa *-*Ri mt com as palhaçadas do James e do Sirius u.uBjs 

    2012-12-21
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