Impondo a força





Capítulo 5 – Impondo à força


Estavam a alguns corredores do salão de banquetes e nenhuma palavra havia sido trocada entre eles. O vento gélido da noite alta lá fora entrava pelas extensas e estreitas janelas, o caminho dos dois era fracamente iluminado por archotes e as únicas coisas que se conseguiam ouvir era um ou outro pio de um pássaro noturno, a respiração cada vez mais acelerada de Rony e o farfalhar do vestido da moça em contato com o chão.


Teria sido um passeio calmo e entediante, a Hermione irritada não realmente mostrava algo ao jovem homem que se disponha ao seu lado, cada vez mais próximo. Proximidade essa a qual ela não deu atenção, até já poder ser considerada perigosa.


Ronald arrastava o corpo mole pela bebedeira cada vez para mais perto dela, e começava a virar-se para encará-la.


- O que está fazendo? – perguntou em baixo e advertido tom, estranhando aquilo.


Rony não a respondeu, apenas deu um mais passo em sua direção e ela se afastou, dando um passo para trás e chocando-se com a parede de pedra.


- O que está fazendo? – tornou Hermione a perguntar, com uma nota de pânico na voz, pois Rony tencionava aproximar dela suas mãos e rosto.


Em um impulso, a pouca distância que separava os corpos foi quebrada pelo jovem, por vontade própria, pelo álcool ou pelos dois, não se sabe. E foi também imerso naquele ímpeto, que, já colado a moça atônica e assustada, ele agarrou fortemente a coxa dela por cima das dezenas de saias, que, infelizmente, em sua opinião, as mulheres eram obrigadas a usar.


- O que... O que está fazendo? – Hermione voltou a indagar a voz trêmula e enraivecida, mesmo que fosse claro o que ele fazia ou pretendia fazer. Ainda mais agora, quando aquela boca lasciva e cheia de dentes dirigia-se a pele alva e macia de seu pescoço. Começava, no intimo do seu ser, a sentir um fio de desejo, como um fio de água que corre entre montanhas e vai engrossando até virar um rio caudal. Estaria perdida se deixasse que aquela vontade a possuísse, seria desonrada, e pior que isso, por aquele bruto nojento!


- Convencendo-a a casar-se comigo. – Ronald sussurrou luxurioso em seu ouvido, e riu, quando a reação daquilo, Hermione arrepiou-se dos pés à cabeça.


- O que!? – a jovem esbravejou retomando consciência do que se sujeitava - Largue-me, seu porco repugnante! – exclamando isso, começou a bater na altura dos ombros em um Rony que ainda segurava-lhe firme, esse, de início, pareceu não importar-se com aquilo e até, em seu estado embriagado, achar engraçado como ela negava suas vontades e sensações. Foi ao Hermione atingir um ponto realmente crítico, em que suas delicadas mãozinhas o machucaram de verdade e ao gritar um pedido de socorro realmente alto, que ele tomou a providência de prendê-la os pulsos com violência.


- Nem mais um pio, Hermione. – Rony murmurou severo, assustando ela que se preparava para xingá-lo de algo decididamente afrontoso. Suas grandes e fortes mãos apertaram ainda mais os frágeis punhos, que se ressentiram e tentaram soltar-se, mas, o arrocho, se possível, aumentou. As íris claras, com pouca lucidez e muito ardor, fitaram as castanhas apavoradas e submissas. Ele a impunha poder, tanto pela desvantagem de tamanho, quanto pela disposição de seus corpos.


No segundo seguinte, Ronald caçava com seus sedentos lábios os doces de Hermione, mas ela parecia realmente repudiá-lo, pois virara o rosto inutilmente, fazendo assim, ele ter espaço a seu pescoço, que era acariciado com ânimo.


- Seu animal repugnante! Solte-me, beberrão estúpido! Calhorda...! - a jovem Granger exclamava raivosa em meio a sons de satisfação.


Apesar de a intenção ser totalmente diferente, Rony era incitado por aquilo, ela queria-o e odiava-o. Era estranho, e ótimo.


Entretanto, o Weasley cansou-se logo daquele maldito joguinho para medir forças e resistências, a surpreenderia de verdade, e depois, Hermione, com todas suas barreiras quebradas e desejosa por mais, entregar-se-ia a ele de bom grato e por seu próprio querer. Segurando-a o queixo com força para que os movimentos da cabeça parassem, finalmente, fitando ligeiro seus olhos amedrontados, cobriu a boca deliciosamente carnuda dela com a sua voraz e embebida em vinho.


Quando os lábios chocaram-se e as respirações misturam-se de forma densa, os corpos dos dois jovens eclodiram em sensações. Os pelos enrijeceram, as mãos perderam-se entre os cabelos do outro, os batimentos do coração aumentaram consideravelmente.


Era maravilhoso, louco, mágico. Se não fosse o orgulho e a animosidade, poderiam ter embarcado a um lugar extraordionário, cercado dos melhores sentimentos existentes e dos prazeres mais vívidos e gostosos, mas, foi exatamente esse orgulho e essa persistente aversão que os impediram.


Rony, mergulhado no esplendor da vitória por ter conseguido o que queria, tentava dar profundidade aquele beijo casto, porque ainda ele queimava em calores. Porém, sua noiva estava irredutível, e para ser ainda mais resistente a força bruta masculina e o desejo mordaz, trincou o maxilar com força, impedindo qualquer aprofundamento e esperando que ele logo desistisse daquilo. Mas, o ruivo estava tão resoluto quanto ela em sua decisão, e parecia gostar de brigar com um inimigo fraco demais para vencê-lo e brioso demais para retirar-se do campo de batalha.


Aproveitando-se dos risos bêbados dele contra seu rosto e da sua pouca sanidade, Hermione, dominada por um impulso de coragem e de certeza, abocanhou o lábio inferior e avermelhado do jovem, esse, que a principio, soltou mais um dos risinhos e gostou daquilo. Estava ela por fim cedendo? Se sim, saía-se melhor que a encomenda!


Mas, foi na sua profunda tolice, que não percebeu a real finalidade daquele ato, que, nem no seu ultimo resquício procurava causar-lhe prazer.


A mordida ficou mais forte e Hermione puxou um pouco de pele com os dentes, sentindo um desconhecido gosto e vendo-o afastar-se bruscamente dela, com a boca repleta de sangue.


- SOCORRO! – gritou ela a plenos pulmões, entretanto não pôde fazer maior manifesto que esse, nem fugir ou correr, porque aquelas violentas mãos voltaram a agarrá-la, com fúria, a machucando.


- Ah, agora você vai ver, Hermione! – esbravejou Rony, enraivecido de modo quase desumano. Os olhos miravam-na bravos, hiperventilava mais que rapidamente, a boca pingava grossas gotas de sangue escuro no decote do belo vestido dela.


- SOCORRO! – Hermione tornou a berrar, reprimindo o medo que todo aquele porte e raiva lhe causavam. A resposta daquilo teve a boca tampada pela enorme mão, que a impedia de emitir qualquer ruído e quase lhe rompia a respiração, mais uma vez, apelou para sua arcada dentária, que mordiscou com vigor a mão de Rony.


- Qual seu problema com dentes, mu...!? – Ronald começou, afastando dela qualquer parte que pudesse ser atacada, mas foi interrompido por uma autoritária e conhecida voz.


-RONALD! O que está fazendo, seu moleque? – Percy, um homem de cabelos ruivos bem aparados e menor que outro do qual era irmão, a quem pertencia a voz que vinha ecoando pelo corredor, indagou furioso ao inconsequente Rony, esse afastou-se rápido de Hermione, que vendo-se livre das mãos, braços e todo resto dos membros superiores dele, se pôs a andar com rapidez pelo corredor a fora.


O irmão do ruivo aproximou-se dele, junto a dois rapazotes inexperientes metidos a guarda, puxando-o pelo colarinho e colocando em marcha na base dos empurrões.


- Agarrando sua noiva! E pior, sem o consentimento desta! – reclamava aos gritos enquanto eles voltavam ao salão.




N/A: Pegando um pouquinho mais pesado, mas Rony estava bêbado, reconsiderem... E Hermione muito exaltada!



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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Merlin. Que cachorro. Eu ri da mordida que ela deu nele...Foi muito bem feito...Espero que ele não tente isso de novo. E sorte da Mione que o Percy apareceu...Vamos ver o que acontece agora com esses dois, porque Hermione vai ficar mais de guarda do que antes...Bem amei o capitulo.Beijoos! 

    2013-06-10
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