O noivado



Capítulo 3 – O Noivado


A enorme bola cor de sangue que era o sol se punha no horizonte e o céu lentamente ganhava tons de azul-escuro, quando Hermione começou a banhar-se na grande tina de madeira com ajuda de suas damas de companhia.


-... Não sei, não me contaram. Disseram apenas que eu conhecia-o e que sou ou era sua amiga. Essa parte não entendi, foi confusa. – relatava a jovem morena a Jane, uma menina de cabelos e olhos claros, sua dama mais nova, nada mais que uma mocinha, que lhe esfregava as costas.


- Mas, desconfia de que seja algum moço, senhorita? – indagou Julieta, uma ruiva formosa e bela ela era, e também tinha mais idade.


- Ah, sim! Por ser meu amigo, a qual conheço como a palma de minha mão, poderia ser Harry Potter, mas esse está comprometido a Gina Weasley desde da infância. Porém, pensei também em Vitor Krum. Lembram-se dele? Aquele meu primo distante que passou um inverno aqui, afeiçoei-me muito a ele, adoraria que ele fosse! Enfim, conheço muitos rapazotes, e mesmo que não seja o meu mais ardente desejo, é meu dever aceitar quem for. – finalizou infeliz dando de ombros.


- Também poderia ser um dos rapazes Weasley... – falou Jane em dado momento.


- Todos eles são casados, sua desvairada! – retrucou Virginia, uma loira bonita, mas amargurada, a mais velha das três.


- Todos, menos um. O caçula, que se mal me recorde, chama-se Ronald. – manifestou-se Julieta, ajudando Hermione a sair da tina.


- Deus livre-me dessa tristeza! Ronald Weasley é um bruto! E correm boatos que bebe além da conta e é frequentador assíduo de bordéis! - a Granger declarou seu desgosto e suas damas de companhia assentiram que aquele não era o ideal de bom marido.




Estava a lua no céu e a noite escura como se um grandioso manto negro tivesse sido estendido por cima de suas cabeças, quando o duque e a duquesa de Ginger, seus setes filhos e seis netos encaminharam-se a propriedade do ducado de Otter.


Ronald vinha aborrecido no assento da carruagem e parecia ir em direção à forca. Ao contrário dele, sua mãe e irmã apreciavam o êxtase por ter "a doce e sagaz Hermione" na sua família.


Naquele anoitecer, tudo aparentava chatear o varão ruivo. Para ele, era a temperatura quente e as várias camadas de roupa o faziam transpirar, além do lenço apertado que lhe enforcava o pescoço. A falta sentia da bebida e das devassas mulheres, e só pensar em aturar uma cerimônia chata ao lado de alguém desprezível, dava-lhe fadiga.


Mas, a onda de horrores só a ele atingia, pois seus irmãos divertiam-se com seus filhos e mulheres, felizes em noivar o irresponsável Rony e em ganhar uma forte aliança com o próspero ducado de Otter.


Não demorou muito até a grande família chegar a seu destino, descendo dos coches e sendo saudada por alguns serviçais que os conduziriam castelo adentro.


Rony olhou para a enorme fortaleza que se erguia a sua frente e soltando um muxoxo, pensou: "Bom, se aqui já estou, agora, é só tentar não beber muito vinho!".


Mal sabia ele que aquela promessa era demasiadamente vã, já que não cumpriria e, de sobra, ainda teria de arcar com suas consequências.




No interior do castelo, a situação não era muito diferente. Hermione também suava dentro do pomposo vestido dourado, enquanto andava de um lado a outro do salão, na tentativa de conter a ansiedade. O espartilho lhe dava ânsias, nunca havia apertado tanto ou era impressão? Os cabelos castanhos e soltos começavam a grudar na nuca.


Assistindo a tudo aquilo estavam a Sra. e o Sr. Granger, sentados em um estofado vermelho de fronte a lareira e de costas a mesa ricamente posta.


- Hermione! Acabará fazendo um buraco no assoalho! Venha, sente-se aqui. – sua mãe a chamou risonha.


- Ah, mamãe! Não está demorando muito? Quero saber logo quem é o ser despiciendo com quem irei casar-me! - falava a menina ansiosa, remexendo as mãos macias e molhadas de suor no colo ao sentar-se.


- Não, querida, não está demorando tanto assim. Despreocupe-se e... – Anna começou, porém foi interrompida por uma batida na grandiosa porta de madeira, que logo após abriu-se, dando espaço à figura de um soldado que guardava o salão de banquetes.


- O duque e a duquesa Weasley do ducado de Ginger, seus filhos e netos. – anunciou.


A boca da jovem Hermione abriu-se em incomparável surpresa e seus olhos esbugalhados por susto causado pela menção das palavras "Weasley" e "Ginger" focaram na imagem do robusto homem ruivo que entrava elegantemente vestido e com ar despreocupado, seguindo pela sua enorme família.


- Ele. – murmurou Hermione como um cão raivoso, no seu olhar, ardiam as chamas do ódio. Apertou fortemente a mão de sua mãe que antes tentava lhe aplacar a apreensão, controlando-se para não gritar e rosnar seu desagrado, para não dizer que nunca se casaria com aquele verme, mas a boa educação lhe dada e a vergonha que causaria a seus pais foram grandes empecilhos para não efetuar sua vontade.


Enquanto ela lutava para controlar a raiva, Ronald devorou-a com os olhos tão ardentemente que a fez senti-se despida, mesmo com todas suas dezenas de peças de roupas, e corada. Era inegável que Hermione melhorara desde a última vez que a vira. Os cabelos estavam cheios, mas não em demasia e o corpo tinha aperfeiçoado as roliças e belas formas femininas. Apesar de todo desejo aparente e do calor que assolara seu corpo, havia também traços de desdém e irritação nele.


A jovem, por mais desprezível que achasse a personalidade do rapaz, não poderia dizer que ele não era bem apanhado. Pouco lembrava agora o menino com quem havia tido incontáveis brigas, essas que o pobre Harry em vão tentava apartar. Rony era grande, de tamanho quase assustador para alguém tão pequenina quanto ela, tinha braços fortes (esses nos quais ela demorou-se um pouco mais, fazendo sua boca abrir-se constrangida) e carregava no rosto uma expressão dura e, ao mesmo tempo, zombeteira.


No entanto, as análises foram interrompidas por Gina, uma bela moça obviamente ruiva, velha conhecida de Hermione, que a abraçou tampando por completo sua visão e roubando sua atenção.


- Ah, Mione, quantas saudades senti eu de você! – disse ela que não via a futura cunhada desde do casamento de Neville Longbottom de Toad com Ana Abbot, que acontecera à alguns meses – Nem estou conseguindo acreditar que vamos virar parentes! – falou sorrindo contente.


- Nem eu! – respondeu-a Hermione desanimada, não partilhando da alegria daquele fato.


Os cumprimentos de todos seguiram, e os olhares furtivos e raivosos entre os noivos também. Aquilo era tão nostálgico!


A única coisa que estava agradando Ronald até o momento era a existência de vinho e à Hermione, o pequeno Louis, gorducho e infantil. Entretanto, os rápidos instantes de alegria tiveram fim quando a modéstia banda começou a tocar.




N/A: Oi, gente! Capítulo novo! Não veio no sábado, mas veio no domingo :P


A primeira vez que eles se viram, seguido de suas (não muito boas) reações, juntamente com a apresentação de Gina!


Próxima semana eu posto "A dança", as coisas vão pegar fogo quando eles forem forçados a ficarem um pouco mais próximos fisicamente...


Espero tantas leituras quanto as que estou tendo!

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Comentários (3)

  • Lana Silva

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Cara...Vão se matar, com toda certeza. Eles estão muito irritados com as escolhas dos pais...Eu acho que vai acontecer algo no próximo capitulo...Beijoos! 

    2013-06-10
  • Louisy

    kkkkkkk Ela n é tão agressiva assim! Sim, os próximos capítulos prometem!

    2012-12-24
  • lumos weasley

    Estava vendo a hora que a Hermione ia voar em cima do Rony. O próximo capítulo promete.

    2012-12-23
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