Natal



O clima em Hogwarts estava esfriando muuuuito, já estavamos em Dezembro e eu nem percebi o tempo passar. Carlinhos gostou da ideia do time do primeiro ano e sempre nos deixava opinar durante os treinos, além de ter conseguido autorização para jogarmos um sábado por mês antes dos exames começarem.


Na segunda semana de Dezembro papai me mandou um berrador de novo, dessa vez pra brigar mesmo. Vamos dizer que nesse último mês deixei os gêmeos, as meninas e as marotices (o motivo do berrador) de lado e fiquei mais próximo do Cedrico, além de passar bastante tempo com minha mãe e tio Sev estudando.


— No que tá pensando Vi? Estava nos jardins com Cedrico.


— Elle estava diferente.


— Como assim? Virei para encarar os olhos verde escuro dele, que aparentavam estar calmos.


— Ela estava mais "alegre". Fiz aspas com os dedos quando falei a última palavra.


— E isso não é bom? A calma mudou pra confusão e eu senti vontade de rir.


— Dizer que Adhara Helena Black está mais "alegre", fiz aspas novamente, tem o mesmo impacto que dizer que eu estou mais "alegre". Parece que a confusão aumentou pra ele.


— Ainda não entendi.


— Minha mãe vive brigando comigo porque na opnião dela, eu meio que sou sombria demais pra minha idade. Só uso roupas pretas ou roxas, o mais feminino é o lilás ou vermelho, se estiver muito feliz e odeio rosa. A Elle é do mesmo jeito, mas a tia Lene apoia e briga com a mamãe dizendo que ela não podia reclamar porque era do mesmo jeito. Só que ela tava,como posso dizer? Hm, feminina demais entende? Ele ficou pensativo e depois deu um sorrisinho.


— Vou repetir minha perguntar, e isso não é bom?


— É aí onde tá o problema, eu não sei. Parece que perdi alguma coisa e que daqui a pouco vou ter que ficar assim também.


— Você não precisa mudar se não quiser, mas se te incomoda tenta misturar seu estilo com esse. Mas por que você se incomoda tanto com isso?


— Não gosto de chamar atenção, mesmo sabendo que é difícil por ser ruiva e ser diferente do normal. Disse a última palavra com uma careta.


— Não esqueça a parte de ser bonita e ser uma Potter. Ele disse sorrindo.


— Verdade esqueci isso. Ri junto com ele. Esse era um dos motivos pra não querermos vir pra cá, sabe eu e a Elle, não é fácil ser filha de pessoas meio que famosas aqui em Hogwarts. Queríamos fazer a NOSSA história, não algo que esperam de nós por causa deles. Tinha decidido que não iria jogar Quadribol, nem ser a melhor da turma se viesse pra cá por isso. Se fosse boa jogando, era o que se esperava por ser filha filha de James e neta de Charlus Potter; se fosse boa nas matérias era o mínimo que a filha de Lily Evans poderia fazer. A hayley é bem fofinha e já ouvi muito que era porque ela era filha de pessoas tão importantes como nossos pais. Eu gosto do meu jeito por ir contra os padrões, mas parece que só chamo mais atenção assim. Quando terminei de falar estava segurando as lágrimas, ai Cedrico me abraçou e começou a afagar minhas costas. Não resisti e soltei as lágrimas que tanto segurava.


— Shii, calma. Vamos fazer assim, você tenta ser uma menina normal por um mês, se não gostar do resultado tenta o meio termo. Se não gostar desse resultado também, volta a ser o que você é nesse momento. Talvez você só criou uma imagem ruim por causa de idiotas que ligam pra nomes, e você vê seus parentes como ídolos, não vem dizer que não porque todo mundo já percebeu que você é a primeira fã deles, e acha que não vai conseguir estar à altura deles. Portanto vamos mudar isso sim? O sorriso dele me acalmou muito, conversar com ele principalmente.


— Certo, mas vou me afastar um pouco de você então.


— Por que? Falei algo errado? Cedrico ficou triste numa velocidade assustadora.


— Porque, vamos ser sinceros Ced, mais marotos que os gêmeos só mesmo meu pai, meus tios, eu, meus irmãos e primos né? Rimos por um tempo disso. Mas não vou abandonar você, vou tirar um tempinho pra conversarmos, gosto da sua companhia. Corei levemente ao dizer isso.


— Também gosto de sua companhia ruiva. Dessa vez corei MUITO.


— Vou entrar, tá esfriando muito e meu maior desejo agora é a lareira do Salão Comunal. Ele só acentiu e entrou junto comigo


Antes de ir pro Salão Comunal, fui até a sala da minha mãe e pedi a coruja dela. Tinha que mandar uma coruja pro papai pedindo desculpas e avisando que voltaria a aprontar. Já estava saindo quando me lembrei de algo.


— Mamãe, pode comprar umas roupas pra mim?


— Claro filha, mas houve algum problema com as suas? Dona Lily já estava toda preocupada.


— Não, nenhum. É que eu decidi que deixo a senhora comprar algumas roupas pra mim do jeito que quiser. Modelo, cor, estampas, tamanho, essas coisas. Tinha medo disso, mas como dizem os trouxas, se está na chuva é pra se molhar.


— Merlin!!! Minha mãe deu pulinhos e veio me abraçar. Certo querida, hoje é domingo e não dá mais pra ir comprar, mas amnha eu não tenho aulas durante a tarde então vou aproveitar esse tempo pra fazer as compras. Nunca tinha reparado em como os olhos da mamãe ficavam bonitos quando brilhavam.


— Obrigada. Eu confesso que estava meio sem jeito. Ahn, preciso ir. Vou mandar uma carta pro papai me desculpando e avisando que vou ficar aqui no Natal.


— Não vai passar o Natal conosco? O brilho dos olhos dela diminuiu, quase desapareceu.


— Não, algumas pessoas da Grifinória combinaram de passar o Natal aqui. Pra ser mais exata foram alguns alunos do sétimo e quinto anos que vão aproveitar o tempo aqui estudando para os exames e alguns alunos do primeiro, quase todos, pra ficarmos mais próximos. Algo sobre nos conhecermos e conseguirmos mais pontos para a Grifinória explorando cada talento.


— Querida, vocês esão parecendo corvinos desse jeito. Mamãe estava mais risonha.


— Tanto faz, mas acho legal a ideia de nos conhecermos melhor, afinal vamos passar sete nos juntos. Mamãe já vou, depois conversamos mais. Dei um abraço nela e um beijo em sua bochecha.


Cheguei no dormitório e escrevi a carta rapidamente. Voltei ao Salão Comunal, onde passei muito rápido e não vi quem estava lá, e encontrei os gêmeos concentrados escrevendo em um bloquinho cada. Quando dei as boas novas a eles sobre nossas marotices, eles começaram uma dancinha esquisita e uma música estranha. Me arrenpendi de ter me distanciado deles, não havia como ficar triste com essas bizarrices.


Natal chegou muito rápido, acho que a magia que existe em Hogwarts faz com que não percebamos a passagem do tempo, e devo dizer que o tempo estava tão frio que mal quis sair da cama. Mas como ninguém gosta da minha alegria, Katie ficou pra me convencer a sair da cama, tive que levantar pra tomar banho, abrir meus presentes e ler meus cartões, não necessariamente nessa ordem. Recebi muitos presentes legais, mas o que mais me agradou foi o suéter que ganhei do tio Sirius. Depois que fiz tudo que havia mencionado, desci ao Salão Comunal onde encontrei Fred sozinho.


— O que faz aqui? Perguntei estranhando, afinal todos jádeviam estar tomando café.


— Estava te esperando pra ir pro Salão Principal.


— Obrigada. Ah e diga a Sra. Weasley que adorei o suéter. Eu havia ganhado o tão famoso suéter Weasley que os gêmeos esperavam.


— E por que não está usando? ele havia finalmente levantado a cabeça pra me olhar, parecia concentrado demais no mesmo bloquinho.


— Bom é que apesar de ter adorado o suéter da sua mãe, o do tio Almofadinhas superou todos os presentes que ganhei. Estava bem básica e quentinha, usando as roupas que mamãe comprou e o suéter que ganhei.


— Não entendi porque esse desenho.


— Um dia te explico, mas não hoje nem agora. Vamos?


— Vamos.


O dia foi perfeito. Fizemos guerra de bola de neve e passamos a maior parte do tempo no Salão Comunal conversando, como havíamos combinado. Durante todo o feriado misturamos os grupinhos, somente no Natal fiquei com Fred e Jorge, e dois dias depois com as meninas. Nos outros dias passei com diferentes pessoas. Os gêmeos protestaram porque foram separados, mas depois aceitaram como novas formas de fazer marotos. Com mais gente, pregar peças, estudar e brincar ficou mais divertido.

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