DAS TREVAS E DA LUZ



Troy Adams lutava para manter de pé o corpo de Draco, que estava magro como um esqueleto, ele temia que a qualquer momento ele não agüentasse e morresse, mas o rapaz seguia dando as instruções:
A próxima escada, à direita, eu posso sentir, está perto... não pare.
Ele sabia que a única alternativa para o rapaz era destruir a pedra de Limoges, e rezava para que a encontrassem antes que ela o destruísse... enquanto o Camaleão não a usasse novamente, eles ainda tinham alguma chance.

 Sheeba e Willy chegaram à ruina dos corvos, cercadas de tantos luons na escuridão que pareciam envoltas em fogo branco. A ruína estava isolada, mas elas ouviam a luta lá dentro, ruídos ferozes de luta sangrenta, o bater de espadas uma na outra, e pelo pouco que podiam ver do que escapava pelas fendas da ruína isolada, havia um embate sinistro entre a luz e as trevas, o bem e o mal, onde não podia se saber quem seria o vencedor...
 ‒ Willy – disse Sheeba – segure com firmeza a jóia de alarme e pense em Alvo Dumbledore.

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 Harry encarava aquele que fora Lord Voldemort quando ouviu uma porta abrir atrás de si... por ela entrou um homem com sua exata aparência, o Camaleão, seguido de Neville e Gina, que ele trazia presos a ele. O homem o encarou sério e então deu uma risada maligno, ele portava ainda a tríade do poder, a coroa reluzia, o diamante único brilhante reluzindo sobre sua testa.
‒ Então, você o achou...  eis Lord Voldemort, subjugado e reduzido a nada, absolutamente ninguém, só um trapo velho cheio de ódio... eu imaginava poder usá-lo para despertar o sombrio... ele me disse os feitiços depois de experimentar um pouco da dor que todos os seus amados seguidores enfrentaram... eu mesmo fui um dos que experimentou a dor pelas suas mãos, mestre... – ele olhou Voldemort com desprezo – e você abandonou seus seguidores, abandonou por deixar-se derrotar pela segunda vez... Hoje eu imaginava poder libertar e subjugar o Sombrio... fui ludibriado pelo Guerreiro da luz... mas não vou perder a oportunidade de me vingar duas vezes... de você e dele. Aceita um duelo, jovem? Esgrima de bruxo, que tal? Modalidade medieval, aquela que não se pratica mais... que pode terminar com a morte de um dos participantes...
‒ Quem é você?
‒ Não é importante... importante é saber que o preço deste duelo é a vida de dois amigos... aceite, eles ficam a salvo... recuse, eles morrem. Basta eu fazer um gesto.
‒ E quanto a ele? – Harry apontou Riddle, preso que olhava ambos com raiva.
‒ Ele já me pertence... não interessa saber o que pretendo com ele.
Liberte Neville e Gina e poupe Voldemort que eu luto.
‒ Ouviu isso, “mestre”, seu inimigo pede pela sua vida... você é patético. Eu não o matarei enuquanto lutarmos... mas não o libertarei sem que lutemos.
‒ Feito.
O Camaleão riu e tirou da cabeça a coroa e levou até um nicho na parede, onde a depositou, junto com o Cetro e a Cruz. Era uma espécie de aparelho, Harry sabia que dali, juntos, os três dariam força ao Bruxo... era uma luta quase desigual. Mas ele não podia ser covarde, não agora, não naquela situação, com as vidas de Neville e Gina em jogo. O Camaleão conjurou um par de espadas medievais, cintilantes e pesadas e jogou uma a Harry, pondo-se em posição de luta. Apontou sua varinha para Neville e Gina e disse:
‒ Caminos Aeros... fora desta sala – os dois desapareceram e ele voltou a encarar Harry, sorrindo perversamente: ‒ Depois de um tempo, o poder deixa de importar... o melhor é o jogo em si. An Garde, Potter
‒ An Garde
 Eles se encararam brevemente antes de começar a luta.

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O Guerreiro da luz sentia ainda a respiração pesada do Sombrio a gelar o ar à sua volta, seus golpes passavam no vazio, a criatura respondia  com golpes de halo negro tão fortes que se ele fosse um mortal, já teria tombado há muito tempo e se transformado num errante. Era uma luta cada vez mais desigual, Fidias estava agora caído num canto, quase apagado... a luta havia esgotado toda a energia do Dragão, que agonizava quase morto, esfriando a cada minuto, Luc sabia que não tinha muita chance contra o Sombrio sem ele e sem seu amuleto, sentia que suas armas, que normalmente emitiam luz e calor estavam esfriando-se cada vez mais rapidamente, quando a energia delas acabasse, só restaria a sua, e seria muito pouco diante das trevas que o ser maligno carregava naquele artefato... mas ele tinha que lutar com todas as forças, tinha que evitar que o sombrio saísse dali... ele não podia adiar nem mais um minuto aquela luta, era o destino que ele esperara por mais de três mil anos... ele tinha que prosseguir, mesmo que desaparecesse como seu irmão Abel.
Do lado de fora, três bruxos lutavam febrilmente para romper o escudo que ele tão bem conjurara... ele não imaginava que eles viriam ao seu socorro, ele perdera sua concentração total no instante em que se vira diante do túmulo do sombrio... algo terrível podia acontecer com ele se eles não conseguissem quebrar a mágica indecifrável do Guerreiro.

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Os golpes de esgrima do Camaleão eram surpreendentemente bons, mesmo que às vezes ele começasse a tossir no meio do duelo verbal que tentava travar com Harry. Agora ele usava os poderes da pedra de Limoges, que estava guardada em algum lugar naquele imenso castelo para ir mudando de rosto conforme lutavam... ele já tivera o rosto de Alvo Dumbledore, de Severo Snape, de Sirius, agora, na pele de Troy Adams provocava Harry:
‒ Então, não quer lutar, Potter? Imagine que sua mulher foi minha – Harry tentava não se levar pelo lado emocional, apenas se concentrava em golpear a espada do outro, os feitiços que saíam das espadas ainda tinham que ser repelidos... as espadas mágicas medievais eram muito poderosas, e usadas por bruxos emitiam feitiços mortais no ar, eles lutavam com as varinhas não mão oposta, repelindo os feitiços que em caso de distração poderiam cortá-los ao meio. – Você é bom, Potter, bons reflexos, esperto... vamos ver se é bom assim quando eu conseguir te atingir...
Harry seguia calado, não queria perder sua concentração, precisava dela para derrotar aquele sujeito.

Cada vez que o Camaleão se transformava, Draco Malfoy dava um urro de dor andares abaixo... mas tinha mais uma pista de onde estaria a pedra... Troy procurava sustentar o corpo dele, que finalmente não conseguiu dar nem mais um passo e caiu exausto, apontando:
‒ Ali, atrás daquela porta... está ali... cuidado, tem um feitiço guardando-a – ele perdeu a consciência e Troy caminhou té o final do corredor, onde havia a porta, ele viu o grupo dos outros homens subindo uma escada oposta e os chamou, dizendo que eles socorressem, Draco antes que fosse tarde, então entrou no aposento.
Havia uma pedra do tamanho da mão de um homem adulto flutuando no centro do aposento, ela emitia uma luz violeta estranha e fascinante, estava presa a um grosso cordão de ouro maciço, era uma pedra de Limoges, extraída nos tempos imemoriais de uma jazida morta e há tanto tempo na família Malfoy que estava impregnada da energia maligna dos bruxos e bruxos que haviam sido vampirizados por ela enquanto usavam seu poder ilimitado de transfiguração. Troy deu um passo para dentro do aposento e foi seguro por alguém. Ele despertou do que parecia um sonho e viu a face dura de Angus Stoneheart atrás de si:
‒ Não seja inexperiente... veja isso – ele lançou um feitiço dentro do aposento e Troy viu que  lâminas pendiam do teto, despencando por onde o feitiço passava – você ia ser fatiado se entrasse aí, Adams – disse o outro, sério – Dê um passo para o lado, por favor – Troy saiu da frente da porta desconfiado e o outro bruxo disse, friamente: ‒ Accio – a pedra veio arremessada, seguida de uma dezena de lâminas que o bruxo evitou atirando-se para o lado oposto de onde estava Troy, então, olhando as lâminas cravadas na parede disse: ‒ Por muito pouco... aprenda essa, antes de ser enfeitiçado por objetos mágicos – ele abriu a mão enorme onde estava a pedra: ‒ vamos levar isso para seu amigo... ele tem que destruí-la.
Chegaram junto de Draco em um minuto, e Troy fez com que ele abrisse os olhos, meio tonto, ele olhou Troy e disse:
‒ Se eu morrer...
‒ Não, cara, você não vai morrer.. como destruímos isso? – ele mostrou a pedra
‒ Use um feitiço de quebra... depois reduza-a a pó...então, lance o pó no fogo.

 Harry ainda lutava contra o Camaleão, que agora tinha a face de Draco Malfoy, mas o Draco de antes, de quando havia entre eles o ódio, os feitiços reboavam pela sala, um deles o atingira no ombro que sangrava agora, outro abrira um corte fundo numa das pernas do camaleão, mas eles seguiam lutando, e a luta verbal agora era intensa, com Harry sentindo nascer dentro de si um ódio surdo e insuspeito....

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Finalmente, Alvo Dumbledore começou a romper uma das janelas da ruína dos corvos onde apareceu uma pequena fenda, ele pôde ver que do lado de dentro o guerreiro da luz ainda resistia.. ele olhou Sheeba e Willy e disse:
 ‒ Agora é com vocês, se eles obedecem a vocês, façam com que entrem, rápido, Luc tem pouco tempo.
 As duas se concentraram e os pequenos pedaços de luz domesticada começaram a entrar pela fenda... primeiro lentamente, depois mais rápido, até que havia um facho de luz entrando velozmente pelo buraco.
 O guerreiro estava caído de joelhos diante do Sombrio quando os luons começaram a ataca-lo, os primeiros foram repelidos e caíram no chão apagados, até que eram tantos e voando tão velozmente como moscas ao redor do sombrio que ele já se debatia... ele não podia manipular o coração das trevas contra algo que não era um ser vivo... contra tanta luz, ele não podia fazer nada... repentinamente, os luons começaram a entrar pelas fendas dos olhos da máscara do sombrio, que tentava gritar, mas não conseguia, Luc sentia uma energia nova perto dele... uma energia que ele não conhecia ainda, sentindo-se exausto rastejou até onde estava seu dragão e caiu inconsciente sobre Fídias, abraçado ao pescoço do seu amigo de tanto tempo. Ele não sentiu mais nada.
 O sombrio se debatia enquanto os luons o invadiam, repentinamente, todas as portas e janelas do pavilhão se escancararam,  e surgiu uma rachadura na máscara do ser das trevas. Com um grito, o Sombrio caiu ao chão enquanto a máscara era arremessada destruída para longe. Quando caiu, o Sombrio se transformou lentamente em um rapaz alto e louro, e suas vestes se tornaram brancas. Sheeba, Willy e Dumbeldore entraram neste momento na ruína e viram que apesar de feridos, os dois Guerreiros e o Dragão ainda estavam vivos... Willy teve súbita consciência de que o dia não voltara e disse isso para Dumbledore, que respondeu:
‒ Quem conjurou o escudo escurecedor ainda não foi derrotado.

No castelo, Harry recebia o segundo golpe... uma dor profunda se apoderou de seu braço esquerdo. Ele encarou o Camaleão que sorria para ele perversamente... estava usando diversas fontes de poder, Harry então percebeu uma  coisa nova. O rosto do Camaleão, ainda transfigurado em Draco Malfoy, estava começando a mudar...mas era uma mudança agora diferente. Harry viu que algo como uma imensa cicatriz de queimadura apoderou-se do lado esquerdo do rosto do homem, que repuxou o rosto num esgar estranho e parou por um momento para levar a mão à face. Harry começou a reconhecer o rosto que ia surgindo sob o de Draco...

No Três Vassouras há muito a confusão fora debelada, Hermione estava de frente para a falsa Gina que amarrada se recusava a falar qualquer coisa... Simon Bravestar olhava a moça irritadíssimo, agora que sabia que aquela não era a verdadeira Gina Weasley, que recusara suas investidas durante um ano... e que afinal ela queria o que tanta gente queria dele. Sentia-se péssimo e evitava olhar para Rony. Olhou com surpresa o rosto da moça que começou a transformar-se, seu queixo caiu ao ver que na verdade ela era apenas uma boneca... uma boneca de madeira transfigurada em gente graças ao poder de um artefato.
No Castelo, Troy Adams acabara de atirar no fogo os últimos vestígios da pedra de Limoges.

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