HASTA LA VISTA, BABY



‒ Enervate!‒ Harry encostara a varinha no peito de Taylor para que ele despertasse. O bruxo tremeu ligeiramente e o encarou com raiva. Ele estava firmemente amarrado por cordas conjuradas.
    ‒  Canalha! Como fez aquilo?
    ‒ Você não vai acreditar se eu disser que foi sem querer, portanto eu não vou te dizer nada.
     ‒ O que você quer.
    ‒ Quero voltar ao passado. Quero saber aonde você deixou Lockhart.
    ‒ E se eu não disser?
    ‒ Eu te levo ao futuro e deixo na porta da casa de Voldemort, com um bilhetinho: “Tentei e falhei, faça comigo o que quiser”. Que acha?
    ‒ Está bem, basta consultar a memória da máquina.
    ‒ Eu não confio em você... quer saber?  Acho que vou te levar a Voldemort assim mesmo.
    ‒ Harry ‒ Willy olhava a memória da máquina. ‒ Eu achei. Achei também a chave da máquina. Vou mudar um pouquinho o lugar e  vamos voltar minutos antes, para que possamos nos esconder dele e salvar o professor.
    ‒ Alguém já te disse que você é um gênio, Willy?
    ‒ Só meu pai, mas ele não conta. ‒ ela disse sorrindo
    Entraram na máquina, Willy programou-a para partir em um minuto. Eles não sabiam, mas no exato instante em que a máquina partiu, dois quarteirões adiante uma luz verde acabara de ser lançada contra um menino de apenas um ano de idade, que seria conhecido como “o que sobreviveu”.
    Como sempre acontecia quando chegavam, a máquina abriu e os expeliu num lugar amplo e gelado, uma planície na estepe Russa. Ao longe ele viu uma floresta onde se divisavam copas cônicas de pinheiros, que ao pôr de sol eram de um verde tão escuro que parecia negro. Estava muito frio, suas vestes e capas não eram suficientes.  
    ‒ Daqui a pouco vai estar tão frio que vamos morrer congelados ‒ Harry disse ‒ melhor conjurarmos casacos! ‒ apontou a varinha para Willy e disse ‒ revertum lanosa ‒ a capa de Willy tornou-se uma grossa pele de lã. Fez o mesmo para ele e Taylor. Foi atrás do bruxo e segurou-o pela nuca, apontando a varinha para a sua cabeça.  ‒ Vamos. Se você tentar alguma gracinha, juro que te deixo inconsciente e te largo aqui para os lobos te pegarem.
    Foram andando até avistar uma cabana mais abaixo da colina, não parecia habitada. Um uivo profundo e gutural cortou o ar, Harry sentiu que suas pernas gelavam, Willy colou seu corpo ao dele, com medo:
    ‒ Calma, Willy, falta pouco. Será que ele já chegou?
    Um ligeiro flash de luz que escapou da cabana respondeu a pergunta de Harry, ele viu repentinamente a porta da cabana, para o outro lado, abrir-se e uma pessoa sair correndo, era um homem de cabelos castanhos, que correu na direção da floresta, ao seu encalço veio um homem louro de cabelos compridos, e quando ele se afastou um pouco da cabana, Taylor gritou:
    -Ei Amos, venha me  soltar. ‒ Harry deu um safanão em Taylor e o bruxo louro voltou-se sobre as pernas, vendo Harry e Willy com Taylor, apontou a varinha na direção de Harry, que disse:
    ‒ Se eu fosse você, não faria isso. Não se esqueça que eu tenho uma varinha apontada para    a cabeça do seu eu do futuro... mas precisamente para aquele que acaba de naufragar com seu plano de me matar para reviver seu mestre... Não sei quanto tempo mais você viveria, mas meu palpite diz que não seria muito.
    ‒ O que você supõe então que eu faça?
    ‒ Coloque o professor Lockhart de volta na máquina, AGORA!
    ‒ Mas ele sumiu!
    ‒ Não faça isso, Amos ‒ disse Taylor ‒ eu tenho um plano!
    ‒ Você não tem plano nenhum! ‒ Harry o sacudiu e Willy conjurou uma mordaça ‒  Obrigada, Willy assim está bem melhor ‒ Foram andando até o outro Amos Taylor, Harry mantendo a varinha atrás da cabeça do que estava com ele.
    ‒ Expelliarmos ‒ a varinha do Taylor louro veio parar na mão de Willy, ela aproveitou e conjurou cordas nele. Deixaram os dois, um de costas para o outro, amarrados dentro da cabana.
    ‒ Willy, eu vou procurar Lockhart, não sei se ele tem sequer uma varinha, vigie esses dois.
    ‒ Harry, está cheio de lobos lá fora... e está anoitecendo
    ‒ Não se preocupe ‒  lembrando-se do que vira Sirius fazer uma vez com Sheeba, puxou-a e deu-lhe um beijo ‒ já enfrentei coisas piores. Não desvie a varinha deles de forma nenhuma!
    Saiu da cabana sentindo o frio da noite que se aproximava, estava agora bem próximo da orla da floresta onde vira Lockhart entrar, pensou que seria muito bom se tivesse sua Firebolt ali para olhar a floresta por cima, podia escutar o barulho das folhas secas que pisava, apenas isso... o silêncio era total, não havia sequer vento na folhagem.
    Então, algo o atacou, uma sombra tomou movimento e veio em sua direção brandindo um imenso pedaço de pau, Harry desviou-se bem a tampo de evitar que Lockhart golpeasse sua cabeça. Lockhart desequilibrou-se e caiu no chão, de cara na neve.
    ‒ Professor! Sou eu! Harry!
    ‒ Oh! Harry ‒ o homem olhou-o por cima do ombro e houve um lampejo de reconhecimento ‒ Harry Potter! Meu Deus! Ah! Eu não me lembrava de você... quer dizer. Eu não me lembro mais de quase nada...
    ‒ Vamos, eu vou mandá-lo para casa.
    Retornavam rapidamente pela floresta, quando Harry escutou um uivo, desta vez bem próximo, acelerou o passo, olhava eventualmente para trás, e de repente viu um lampejo do que pareceu serem olhos entre as árvores da floresta. Gritou:
    ‒ CORRA!
    A cabana apareceu de repente, iluminada pelo fim da luz do dia bem no meio da planície, parecia estar estupidamente longe, Harry acelerou a corrida, dando tapas em Lockhart para que fizesse o mesmo, abriu correndo a porta da cabana e puxou o professor para dentro, no exato instante em que um lobo negro imenso apareceu no seu campo de visão, correndo em direção à cabana. Quando fechou a porta e jogou o corpo contra ela, sentiu o baque do peso do lobo, que se jogara, chocando-se violentamente no lado oposto da porta. Harry ficou segurando-a com as costas, até que Willy conjurou um cadeado e uma tranca e ele pôde sair.
    Havia dentro da cabana duas máquinas do tempo, o que deixava o ambiente bem apertado para cinco pessoas. Harry olhou os dois Taylors e disse:
    ‒ Vou devolver a aparência ao professor Lockhart e enviá-lo de volta a seu tempo e lugar. Depois, vocês dois vão comigo para o meu tempo, e eu decido o que vou fazer com vocês. Willy, você consegue fazer a máquina ir até lá e voltar?
    ‒ Eu acho que sim... vou olhar a memória dela... está aqui, ele veio nessa.
    ‒ Professor, adeus. Entre.
    ‒ Oh! Obrigado Harry!
    ‒ Espere um minuto ‒ Harry devolveu a Lockhart a antiga aparência, e aproveitou para dar um jeitinho nas vestes dele, com um feiticinho de remendar roupas que Hermione lhe ensinara ‒ Vá a Hogwarts, fale com Dumbledore, ele vai arranjar um lugar para o senhor lá.
    ‒ Deus o abençôe, Harry ‒ entrou na máquina e ela partiu com um flash, mais alguns segundos e ela retornou.
    O que aconteceu em seguida foi muito rápido. O Taylor de cabelos loiros conseguira se soltar e sacara uma varinha... a varinha de Lockhart, que eles haviam esquecido. Ele apontou para Willy, que estava na direção da porta da cabine, Harry pulou em cima dela, jogando-a no chão bem a tempo de evitar que o feitiço a pegasse.
    Mas a luz que saíra da varinha abriu a porta da cabana, deixando entrar uma lufada de vento gelado, Harry rolou com Willy para trás de uma das máquinas, bem a tempo de evitar o salto de um grande lobo negro, que aterrissou bem em cima do Taylor de cabelos loiros, quebrando-lhe o pescoço. Houve um flash na cabeça de Harry, e ele perdeu a noção de onde estava.

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