PESQUISAS, CONCLUSÕES, ESPORTE



‒ Harry, de onde você tirou essa idéia absurda de que eu sei jogar futebol de bruxo???? ‒ Rony estava realmente furioso ‒ Eu nem nunca vi uma partida de futebol de bruxo!
    ‒ Vocês deviam era se preocupar em como vamos sair daqui ‒ Hermione olhava feio para os dois ‒ estamos presos vinte anos no passado e vocês preocupados com futebol  de bruxo. ‒ Os quatro estavam na biblioteca, falando baixinho, de vez em quando a bibliotecária dava uma olhada por cima dos óculos na direção da mesa deles.
    ‒ Precisamos ser cordiais, ou estragaremos nosso disfarce!
    ‒ E se nós fugíssemos e procurássemos a máquina? Ela ainda deve estar na tal cabana ‒ disse Willy.
    ‒ Impossível! ‒ lamentou-se “Lernione” ‒ Eu esqueci de dizer, a cabana é na Rússia! Porque vocês acham que Chenimsky está no projeto? Ele representa o ministério de lá.
    ‒ Uma coisa me intriga ‒ Harry disse ‒ Quem nos mandou para cá e não veio nos buscar.
    ‒ Existe um problema ‒ Hermione olhou-o ‒ Se viemos parar aqui por acidente, provavelmente ninguém sabe onde fomos parar.
    ‒ E se quiseram nos prender aqui?
    ‒ Quem ia querer nos prender aqui, Harry?
    ‒ Sei lá, o tal do Olek! Ele pode ser maluco.
    ‒ Existe um motivo para quererem prender o Harry aqui. ‒ Willy começou ‒ Harry, estamos aqui desde ontem... quantas vezes você sentiu vontade de dizer quem era aos seus pais?
    ‒ Sei lá, um milhão de vezes.
    ‒ Eu estive pensando... e se quem nos mandou para cá queria mesmo fazer isso? Impedir que os pais de Harry fossem pegos por (falou bem baixo) Voldemort e com isso ele não tentasse matar Harry?
    ‒ Isso é ridículo! Voldemort já renasceu, para que iam querer impedir que ele morresse? ‒ Harry disse contrariado
    ‒ Eu devia ter aprendido mais com o Olek...
    ‒ Mas Willy, você vivia sendo expulsa do laboratório pelo tal do Olek!
    ‒ Quem te disse isso?
    ‒ O Professor Lockhart, ele me disse que o Olek reclamou que você vivia indo lá.
    ‒ Mas o Olek nunca reclamou, pelo contrário, ele disse que gostava do meu interesse!
    ‒ Então porque ele disse ao professor Lockhart isso? Que falso!
    ‒ E se não foi ele?
    ‒ Que motivo o Lockhart tinha para dizer isso para mim?
    ‒ Lockhart realmente se preocupou com meu interesse... chegou a me dizer que não me aproximasse mais do laboratório... que aquela pesquisa para a peça já estava terminada, ele disse que alguém podia não gostar...
    ‒ Provavelmente ele não quis te dizer diretamente e disse ao Harry... Você disse ao Olek que era amiga do Harry? ‒ perguntou Rony
    ‒ Disse... ele perguntou se eu não queria levar o Harry para conhecer a máquina.
    ‒ Então, quando ele concluiu que eu não iria por vontade própria, resolveu manipular o Lockhart, que é um imbecil ... Olek podia saber que você ia à noite ver a máquina?
    ‒ Ele sabia! Era justamente quando ele me mostrava, longe do prof. Amanoff, que  não gostava de estranhos... naquele dia ele não apareceu.
    ‒ Porque ele disse a Lockhart que você ia estar lá, e pediu a ele para pedir-me que a impedisse, então ele te prendeu na máquina sabendo que eu ia tentar soltá-la! Depois prender a gente foi fácil.
    ‒ E agora, o que a gente faz?
    ‒ Não sei...
    ‒ Temos que dar um jeito de voltar!  ‒ Harry disse, em pânico ‒ Se foi de propósito que Olek nos mandou para cá, teremos que voltar para pegá-lo!
    ‒ Harry, não é assim que as coisas funcionam!  -Hermione disse ‒  ainda não aconteceu... se ele realmente quer que você mude o passado, por alguma razão, você e Willy só tem uma coisa a fazer. Resistir. Enquanto isso eu tento descobrir uma forma de nos tirar daqui! É só a gente voltar na mesma noite, ou bem próximo à noite em que fomos!

    Harry e Rony acharam um livro sobre futebol bruxo, e Harry descobriu que não havia mistério nenhum, era apenas um futebol de campo jogado com os pés e as varinhas na mão, no qual os bruxos tinham como obrigação impedir que os outros (sete de cada lado) chegassem ao gol, através de feitiços. Valia muita coisa, menos conjurar animais perigosos, transformar o oponente em pedra ou usar feitiços proibidos.  Tentaram jogar uma partida com Tiago, Sirius,  Pettigrew e Lupin, mas eram todos tão ruins que acabaram desistindo. Harry então pôde ver como era voar de vassoura com seu pai, às vezes pensava “ele é muito melhor que eu” outras “somos iguais” e outras tantas “eu sou melhor que ele”, mas precisava segurar-se, por isso evitava chegar perto de sua mãe. Talvez por ter sido amado demais por ela, não conseguia vê-la sem se sentir tentado a contar tudo para ela, tudo que não podia. Willy fizera amizade com sua mãe também. Parecia agora mais triste... evitava até aproximar-se da mesa da Sonserina, para não olhar para as tias.
    Eles tinham aulas com os alunos de todas as casas. Numa delas, Harry acabou sentado bem ao lado do jovem Snape, magro e amarelado, que o olhou com um olhar de profundo desprezo. “Nem sem saber quem eu sou ele consegue deixar de me odiar”. Harry sabia o motivo, pelos seus cálculos, já acontecera a quase morte de Snape por causa de Sirius, o fato de Sirius estar há  meses cumprindo trabalhos noturnos, que foi comentado por Tiago, era prova mais que concreta disto. Se já havia acontecido e ele andava com   Tiago, Lupin e principalmente Sirius (que não entendiam sua antipatia franca e manifesta por Pettigrew), Snape se dava motivos para detestar o jovem moreno que estava sentado ao seu lado.
    O mês de prazo que haviam se dado ia esgotando rapidamente, mas Harry sentia-se triste em separar-se dos pais. Uma noite essa tristeza era por demais insuportável, e ele saiu do quarto, vestindo a capa de invisibilidade, que viera com ele, assim como a de Willy, e saiu andando pelo castelo, até chegar à sala de transformação, cuja porta estava encostada. Empurrou-a e foi sentar na janela. A lua estava minguante, como na noite em que se sentara ao lado de Willy, em que haviam chorado juntos. Repentinamente, sentiu algo encostando nele e ouviu a voz de Willy:
    ‒ Siegmund, venha cá!
    ‒ Willy? ‒ Harry baixou o capuz e olhou em volta.  Uma cabeça de cabelos negros surgiu na sua frente, olhos azuis o encaravam. Eles ficaram se olhando por um segundo espantados.
    ‒ O que você está fazendo aqui, Harry?
    ‒ Eu que pergunto.
    ‒ Eu estava triste... estive conversando com minha mãe... ela é tão... boa.
    ‒ Eu sei, sinto a mesma coisa... mal consigo chegar perto da minha mãe Willy... com meu pai é diferente, eu tento me enganar que ele é só um outro garoto de dezesseis anos como eu... mas às vezes é tão duro... Hermione está desesperada para fazer com que cheguemos logo ao nosso tempo e eu a entendo... mas não quero me separar deles... eu nunca pensei que fosse conhecê-los de verdade.
    ‒ Eu sei. Eles estão ao nosso alcance, e não podem saber quem somos... nem nos vêem como somos com esse feitiço de mudança de aparência.
    ‒ Eu preciso ir embora, Willy, antes que eu faça alguma besteira.
    ‒ E eu. Harry, você lembra da última vez que estivemos aqui?
    ‒ Willy, tecnicamente ela ainda não aconteceu.
    ‒ Kakaka. Você parece conseguir rir de tudo.
    ‒ Não, eu gostaria, mas eu não consigo. Eu só consigo pensar que daqui a menos de cinco anos, meus pais vão estar morrendo pelas mãos de Voldemort, e que agora ele está lá fora, sem saber que eu existo. Agora essa cicatriz que eu tenho não significa nada... isso é até bom, não ser ninguém. Mas eu sinto a angústia de saber que meus pais estão vivos agora, e daqui a pouco tempo estarão mortos.
    ‒ Eu vou dormir, Harry... não posso ficar aqui a noite inteira, amanhã tenho aula e preciso ajudar Hermione a achar uma solução para o nosso problema.
    ‒ Eu também vou. ‒ Foram em silêncio, um ao lado do outro. No fim do corredor ficaram olhando-se um minuto. Então Willy estendeu a mão e abraçou Harry, que a abraçou também. Nesse instante, Siegmund guinchou alto de dentro do bolso de Willy, pois o abraço o machucara. Willy virou as costas, murmurando um “boa noite” e Harry deu um suspiro profundo e conformado.

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