PRIMEIRAS AULAS



Harry e Rony tinham ido se matricular com o professor Lockhart quando viram Willy, que abriu um sorriso.
    ‒ Vocês também vão fazer teatro?
    ‒ Claro, Willy ‒ disse Rony ‒ O professor Lockhart não sabe o talento dramático do nosso amigo aqui... não é mesmo professor?
    ‒ Amigo? Oh! Potter! Harry Potter! Você vai se inscrever na minha matéria? Que maravilha! Que coisa incrível!
    ‒ Er... obrigada professor...
    ‒ Pena que por enquanto vocês são os únicos ‒ Lockhart estava patético, com aquele cabelo caindo pela face e uma veste de mangas rendadas puídas. ‒ gostaria de ter mais alunos...
    ‒ Vocês podiam falar com Hermione ‒ Willy olhou-os esperançosa.
    ‒ Ela não pode ‒ Harry disse ‒ agora é monitora e tem muitos compromissos!
    ‒ Eu gostaria de me matricular ‒ uma voz monótona e arrastada atrás de Harry fez com que ele pensasse “oh, não!!”
    ‒ Oh! Pois não? ‒ Lockhart parecia ansioso.
    ‒ Ponha meu nome aí, Lockhart ‒ Malfoy sorria, cínico ‒ e de meus amigos Crabble e Goyle também.
    ‒ Eles nem sabem falar, Malfoy ‒ disse Rony ‒ vão representar o quê? Árvores?
    ‒ Nós temos interesse em expandir nosso nível cultural... e estamos interessados no incentivo que o professor Dumbledore acabou de anunciar...quem aderir ao grupo vai ter direito a um ponto em história da magia... achamos bom ter um ponto a mais...
    ‒ Oh! Dumbledore é um santo ‒ Disse Lockhart, comovido.
    Logo depois desta entrevista, dezenas de alunos se inscreveram para o grupo de teatro, praticamente a escola inteira, menos Hermione e alguns outros estudiosos que não precisavam de incentivo. Lockhart acabou marcando um teste para sexta-feira para selecionar apenas os melhores...

    A primeira aula que tiveram foi transformação. A profª McGonnagal estava empenhada em ensinar transfiguração pessoal, que consistia em mudar características físicas como cor dos olhos, dos cabelos, da pele, sem precisar de poções.
    ‒ Notem bem que esse tipo de transfiguração não muda suas feições... Mas pode ser muito útil para passar despercebido por um determinado lugar onde só haja pessoas diferentes de vocês ‒ a professora fez um pequeno movimento com a varinha e rapidamente se transformou numa negra, com cabelos crespos, mais um breve movimento, ficou loura de olhos azuis, depois com mais um movimento, tornou-se ruiva de olhos verdes.
    Quando começaram a praticar, Hermione como sempre foi a primeira a obter sucesso, tornando-se uma menina loura de olhos azuis. Harry tentou fazer seus cabelos ficarem mais curtos e castanhos, mas em vez disso, seus cabelos cresceram a ponto de cobrir-lhe os olhos, e chegaram ao seu queixo, mas ficaram bem mais lisos... a cor era algo entre amarelo palha e verde limão, mas ele não desanimou. Rony tentava mudar a cor dos olhos e da pele, de repente ficou cor de tijolo, com um olho cor de mel e outro azul e os cabelos verdes.
    ‒ Rony, você está horrível!
    ‒ E você está parecendo uma planta que ficou tempo demais no sol! Acho melhor tentarmos de novo... ‒ Quando voltaram rindo ao normal, Rony captou um olhar de descontentamento vindo de Hermione... achou que era quase um olhar de desprezo.
    ‒ Harry, já sei porque Hermione não quer me namorar ‒ ele disse baixo.
    ‒ Qual o problema?
    ‒ Eu não sou perfeito o suficiente para namorar uma monitora.

    A primeira aula de Sirius foi assustadora. Entraram na sala de aula e viram que havia ao lado dele uma espécie de espantalho de palha seca, com uma face mascarada. Sobre a mesa havia facas e estacas de madeira e prata, e um machado afiadíssimo, com lâmina de prata. Sirius estava sentado num banco alto, ao lado do boneco de palha.
    ‒ Muito bem, para os que não me conhecem, meu nome é Sirius Black... Mas não precisam me chamar de senhor ou professor... chamem-me apenas de Sirius. Este ano vamos entrar em defesa avançada contra criaturas das trevas... o que significa dizer que vocês vão aprender a se defender e atacar vampiros, zumbis, mortos vivos, monstros aquáticos e o pior: as sete classes de demônios.
    A turma estava num silêncio medonho, quando Sirius começou:
    ‒ Para entender o que é um vampiro, precisamos compreender que eles não tem mais espécie alguma de alma... portanto, não é crime nem falta de compaixão matá-los. E eu insisto: se cruzarem com um vampiro, qualquer um, não importa qual, não o deixem vivo.
    ‒ Alguém pode me dizer como se reconhece um vampiro, sabendo que vocês estudaram isso ano passado?  ‒ Como de hábito, Hermione levantou a mão, junto com Simmas Finnigan. Sirius, que já conhecia a fama de Hermione, deu preferência a Simmas, que parecia ser um aficionado por vampiros.
    ‒ Bem, vampiros nunca saem de dia, pois o sol os mata. Não respiram, pois seus corpos estão mortos, mas não se decompõem como os zumbis. Não se refletem em espelhos, nem aparecem em fotografias, não gostam de cheiro de alho, embora este não faça a eles mais que queimar ligeiramente sua pele, não entram em qualquer espécie de templo religioso, detestam símbolos de devoção referentes a qualquer religião, embora estes não os matem, temem muito a fé de alguém, que é a maior arma contra um vampiro,  não podem tocar em água, não tocam em prata em hipótese alguma e principalmente, não entram em lugar algum se não tiverem sido convidados.
    ‒ Perfeito. Por que tamanho interesse?
    ‒ Gosto do assunto.
    ‒ Não goste. Vampiros não merecem que gostemos deles. Alguém sabe como se mata um vampiro? ‒ Hermione ergueu a mão, e Rony também, encarando-a.
    ‒ Hum, vou pedir uma forma a cada um... Hermione?
    ‒ Com uma estaca de madeira ou prata, cravada no coração
    ‒ Rony?
    ‒ Cortando-lhes a cabeça com um machado ou similar feito de prata.
    ‒ Por que prata? ‒ Hermione foi mais rápida desta vez
    ‒ Porque a prata é um metal purificado, mais até que o ouro.
    ‒ Muito bem. Quem se oferece para me mostrar como se mata um vampiro neste modelo? ‒ a turma ficou em silêncio, porque o modelo era realmente assustador. ‒ Harry, venha cá. ‒ Harry levantou-se. Na mesma hora Sirius deu a ele uma estaca de madeira e deu vida ao espantalho. Depois de um segundo de hesitação, sabendo que o padrinho o observava, Harry esticou o braço para trás e jogou-o para frente, cravando a estaca com toda força no modelo, que caiu ao chão desengonçado.
    ‒ Para uma primeira tentativa, foi razoável, mas veja ‒ Sirius fez um movimento com a varinha e o espantalho levantou-se, Sirius mostrou o ângulo que a estaca entrara no modelo, torto.
    ‒ Se fosse uma estaca de prata, você teria conseguido, com uma de madeira, no máximo o faria ter raiva de você. Sente-se. Vou mostrar a vocês como se combate um vampiro. ‒ Sirius tirou a capa e enrolou as mangas das vestes, então tomou uma estaca de prata e um punhal, pedindo a Harry que comandasse o espantalho, só parando quando ele mandasse. Harry pegou sua varinha e ergueu o espantalho.
    O que aconteceu a seguir fez a turma toda se encolher em suas cadeiras. Conforme o espantalho avançava, Sirius o golpeava de tal forma com o punhal, mantendo a estaca na mão esquerda atrás de si, que voavam pedaços do espantalho pelo ar, Sirius tinha o rosto duro e frio, uma raiva muda transparecendo embaixo de cada músculo da face, enquanto golpeava o espantalho, até que estendeu a mão esquerda e atravessou-o com a estaca de prata em um ângulo reto perfeito, a ponta saiu do outro lado, bem na direção do coração. Enfim, com o punhal, Sirius deu um golpe tão forte contra o pescoço do espantalho, que a cabeça saiu voando pela janela. Ele ficou um instante olhando sério para o modelo caído no chão,  antes de dizer à turma:
    ‒ Só parem quando estiverem certos de que ele não vai mais levantar. Quinze pontos para a Grifinória pela paricipação dos alunos.
    Durante toda a semana, comentaram essa aula, ansiosos para começarem a golpear o seu próprio espantalho. Depois do assombro inicial, algumas meninas começaram a suspirar pelos cantos pelo professor de defesa contra artes das trevas, admirando sua coragem e maldizendo o dia em que ele casou-se com Sheeba.

    O dia do teste do grupo de teatro chegou logo, e Harry tinha certeza que ia ser reprovado, afinal de contas não tinha jeito nenhum para a coisa... o primeiro a fazer o teste foi Crabble, que nem conseguiu dizer o pequeno texto que o Professor havia dado no dia da matrícula: “O feitiço perfeito é aquele que nos faz sonhar com o resultado da pura magia”, que era sem dúvida a frase mais estúpida que Harry já ouvira. Quando finalmente Harry foi fazer seu teste, disse a frase em voz alta, mas com uma cara de tédio absoluto. No fim dos testes, para sua insatisfação, estava no grupo junto com Draco, Rony, Willy e mais dez alunos aprovados. Ele achou que Lockhart o incluíra de propósito.

    Pela primeira vez  Harry achou uma aula de adivinhação interessante. Sheeba iria ensiná-los a entender o tarot, um oráculo cuja história ela explicou detalhadamente a eles como sendo um antigo instrumento de leitura de possibilidades do futuro. Terminou dizendo:
    ‒ Nem todos podem prever com certeza o futuro, mas com a ajuda de instrumentos como o tarot, podemos estudar uma forma de pensar no que fazer diante de alguma coisa que se aproxima! Lembrem-se de que o futuro não está totalmente escrito, a parte que cabe a nós sempre pode ser mudada se usarmos de sabedoria e não nos prendermos apenas ao passado!

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