PROMESSAS IDIOTAS E SUAS CONSE



Duas semanas numa ilha deserta passam surpreendentemente rápido, quando você está se divertindo. Quando viram, já era hora de voltar. Voltaram três dias antes do fim das férias. Ainda tinham que deixar Rony, Hermione e Willy em casa, para que eles pudessem se despedir de seus familiares antes de voltar para Hogwarts, e precisavam de pelo menos um dia para se adaptar ao fuso horário.  Hermione foi a primeira, depois deixaram Rony. Harry e Willy ficaram sozinhos no trailer. Willy deitou-se ocupando duas poltronas, sorrindo para Harry:
    ‒ Kakaka! Não é ótimo ter tanto espaço só pra gente?
    ‒ É ‒ Harry tentou sorrir, espalhando-se na poltrona também, olhando Willy fazer um braço de travesseiro.
    ‒ Harry, você gostou das férias?
    ‒ Foram as melhores da minha vida... ano que vem espero que Sirius e Sheeba repitam tudo... eu nunca sonhei conhecer lugares como Brasil e Nova Iorque... nossa, isso é fantástico...  ‒ Harry reparou que Willy o olhava séria ‒ O que foi, Willy? Você não gostou?
    ‒ Gostei demais... estou triste porque acabou... você, Hermione e Rony são meus únicos amigos em Hogwarts... e nós somos de casas diferentes, rivais entre si, somos de séries diferentes... já estou pensando a miséria que vai ser meu último ano em Hogwarts. Sozinha... Aliás, nem vou precisar chegar ao último ano... assim que as aulas começarem, vocês vão estar muito ocupados, não vamos conviver.
    Harry pensou um instante... de certa forma ela tinha razão... mal conseguia conviver com alunos de sua própria casa mais jovens, como Gina e Colin, que mal via... que dirá com Willy, que era da Sonserina, imaginou-se tentando conversar com ela entre as gozações de Draco Malfoy, dizendo que ele estava paquerando um elfo doméstico... Harry levantou-se de sua poltrona e foi para junto de Willy. Ela sentou-se e ele sentou ao lado dela. Ele tinha vontade de pegar na sua mão mas não conseguia...
    ‒ Escute, Willy, eu quero continuar sendo seu amigo... você é sem sombra de dúvida a melhor pessoa que já pisou na Sonserina... Não importa que sejamos de anos diferentes, vamos continuar nos esbarrando ‒ Harry teve uma idéia, uma idéia que lhe pareceu cretina, mas era uma idéia ‒ Escuta, Willy, você já pensou em fazer Teatro?
    ‒ Teatro? Que idéia maluca, Harry!
    ‒ Eu soube que vai ter um grupo de teatro amador em Hogwarts, eu adoraria participar, e você? ‒ mentiu descaradamente, e sabia disso.
    ‒ Kakaka! Teatro! Eu adoraria, Harry.. mas como você vai ter coragem, quer dizer... você é tão... tímido.
    ‒ Dá para notar? ‒ Harry estava extremamente desapontado consigo mesmo
    ‒ A quilômetros de distância, ela disse rindo. Quer ver só? Harry, já te disseram que seus olhos são lindos?
    ‒ Hã? ‒ Harry instintivamente olhou para o lado e para baixo
    ‒ Viu? Eu não disse? ‒ E eu já te disse, Harry, que eu adoro o jeito que seu cabelo arrepia atrás? Que adoro essa cor preta dele? ‒ Harry continuava olhando para baixo, sentia suas orelhas queimando.
    ‒ Willy... eu...
    ‒ E que eu adoro essa covinha que faz aqui do lado quando você sorri? Harry, alguma vez eu te disse o quanto eu te acho... bonito?
    ‒ Willy, pare com isso...
    ‒ Kakaka! É brincadeira, Harry! ‒ Harry sentiu como se um balde de água gelada acabasse de ter sido jogado diretamente sobre sua cabeça.
    ‒ Então, você me acha horrível?
    ‒ Não. Eu só disse a verdade, Harry. Mas acho que você não tem aptidão nenhuma para fazer teatro... ‒ Harry encarou-a. ‒ Se você não quiser fazer teatro, não faça só para eu não me sentir sozinha.
    Harry queria dizer: “Eu faria qualquer coisa para você não se sentir sozinha”, mas apenas disse:
    ‒ Eu vou fazer teatro... nem que seja para perder essa maldita timidez!
    ‒ Então nos veremos nas aulas de teatro!
    ‒ Claro! ‒ caiu um silêncio incômodo sobre os dois. Os olhos de Harry percorriam o rosto de Willy. Ela sorriu, desconcertando-o.
    ‒ Harry, eu realmente te acho bonito.
    ‒ Eu também te acho linda, Willy. ‒ Só Harry sabia o quanto custara dizer essa frase! Ela sorriu mais ainda.
    -Verdade?
    ‒ Absoluta.
    Neste momento, a porta abriu-se de um golpe, e Sirius apareceu sorrindo:
    ‒ Chegamos, Senhorita, Fischer! E pelos rostos de vocês, em péssima hora!
    ‒ Sirius! ‒ disseram os dois ao mesmo tempo
    Depois que Sheeba extraiu com sua varinha a bagagem de Willy de dentro da sua valise que era a casa, Willy ficou acenando para eles, Harry ficou na janela do trailer, olhando-a enquanto ia diminuindo com a distância... na sua cabeça, ia um pensamento, que iria aquecê-lo pelos dias que faltavam para retornar a Hogwarts: “Ela me acha bonito!”

    Quando finalmente chegou o dia de retornar a Hogwarts, Harry foi para estação esperar o trem da escola, para rever seus amigos. Sentiu o coração acelerar quando, mesmo no escuro e frio anoitecer da estação de Hogsmeade, escutou o expresso de Hogwarts se aproximando. Então, finalmente a reluzente locomotiva vermelha surgiu no horizonte. Sirius, Sheeba e Hagrid estavam ao seu lado. Sheeba deu-lhe um beijo no rosto:
    ‒ Nos vemos na escola, querido. ‒ Sirius sorriu e disse-lhe, baixo:
    ‒ Lembre-se do que eu te falei...
    Em minutos, estava junto à sua turma, dirigindo-se para Hogwarts. Entraram no grande salão, e Harry sentiu-se em casa, como sempre acontecia quando os grandes portões do castelo se abriam. Sentou-se entre Rony e Simas Finnigan. Hermione estava com um reluzente crachá de monitor, o queixo ligeiramente erguido. Harry achou-a um pouco metida. Mesmo sem querer, olhou para a mesa da Sonserina, de onde Willy acenou alegremente. Usava novamente a veste velha e o cabelo preso. Acenou de volta e viu de relance quando Draco apanhou o gesto no ar e deu a ele um olhar irônico e malicioso. Harry apertou os olhos e Draco pôs uma mão no coração e outra na testa, como quem simula um desmaio de amor.
    A cerimônia de seleção começou, mas Harry não conseguia prestar muita atenção, estava olhando para a mesa dos professores, onde Sirius e Sheeba estavam sentados lado a lado, e, ele tinha certeza, de mãos dadas. Ao lado de Sirius, Snape com sua típica cara de poucos amigos... e ao lado dele estava o Prof. Lockhart, ou melhor, uma sombra do que ele fora. Estava mais magro e pálido, não parecia mais usar maquiagem... usava ainda as mesmas vestes coloridas da época que fora um vaidoso professor, mas elas estavam bem surradas (Harry julgou ver um furinho na costura lateral) , mas a maior diferença, estava nos cabelos... Em vez da vasta cabeleira encaracolada, ele tinha agora os cabelos louros ainda longos, mas mais ralos e lisos, seu corte de cabelo estava tão patético, que uma espécie de franja cobria-lhe os olhos, fazendo-o ser obrigado a soprar os fios para cima de vez em quando. Só o queixo proeminente e o sorriso, que ele dava de vez em quando, eram os mesmos.
    Numa mesa separada, à esquerda da mesa dos professores, Harry pôde ver o que julgou serem os pesquisadores da máquina do tempo: um rapaz bem jovem, de no máximo 25 anos, de cara comprida e nariz fino, cabelos negros e olhos castanhos debaixo de grossas sobrancelhas que se juntavam no meio, sobre o nariz. Usava óculos de aros grossos e Harry não foi com a cara dele de imediato. Havia também um bruxo obeso e suado, de cabelos louros escuros e bigode avermelhado, o que lhe lembrava tio Válter, tinha pulsos grossos e mão de dedos curtos.
    Dumbledore anunciou as novidades do semestre, dando especial ênfase à presença dos pesquisadores, pedindo aos alunos que tudo fizessem para manter um ambiente silencioso no corredor do sexto andar da ala leste, onde ficaria o laboratório. E aproveitou para avisar que no dia seguinte abririam as inscrições para quem quisesse participar do grupo de teatro amador de Hogwarts, que seria coordenado pelo professor Gilderoy Lockhart, que tão gentilmente aceitara a tarefa de injetar arte nos alunos da escola.
    ‒ Conversa fiada! ‒ sussurou Harry para Rony ‒ Dumbledore está com pena dele, ele estava falido!
    ‒ Merecidamente! ‒ Rony riu ‒ ninguém vai se matricular nesta porcaria.
    O sorriso de Harry desapareceu, porque ele lembrou-se da promessa idiota que fizera a Willy.
    ‒ Rony... eu vou me matricular.
    ‒ Você o quê?
    ‒ Vou fazer as aulas... prometi a Willy!
    ‒ Não acredito que você fez isso... Harry o que deu em você?
    ‒ Droga! Eu prometi, pombas.
    ‒ Ahá! Dezesseis anos e já fazendo loucuras por causa de uma garota... Harry Potter, as mulheres o levarão à ruína!
    ‒ Matricule-se comigo!
    ‒ Nem pensar!
    ‒ Por favor!
    ‒ Nunquinha!
    ‒ Eu te dou minha prancha de surf! E a roupa de surf que Sirius me deu
    ‒ Grande coisa, você não usa!
    ‒ Eu deixo você voar na Firebolt quando você quiser! Quer dizer, menos quando eu tiver treino!
    ‒ Hum, você me dá a prancha de surf  e deixa eu andar na firebolt?
    ‒ Feito.
    ‒ Feito, então.
    Harry e Rony não sabiam a encrenca onde estavam se metendo...

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