MUDANÇAS NOS TIMES DE QUADRIBO



As duas primeiras partidas de Quadribol seriam: Corvinal X Grifinória e Sonserina X Lufa-lufa, e a Sonserina ainda não tinha um apanhador... Na Lufa-lufa, o otimismo era grande, pois mesmo que não tivessem mais Cedric Diggori, tinham um time que jogava junto há quase quatro anos, e o novo apanhador, Harry pudera constatar, era muito bom, seu nome era Julius St Johnson e ele era um simpático jamaicano da idade de Harry, muito popular na Lufa-lufa.
    Entre as coisas que Severo Snape não devia ter sabido fazer na época de estudante, estava treinar Quadribol. Embora os jogadores da Sonserina fossem todos grandes e muito fortes, o que dava uma grande vantagem com a goles, não tinham muita tática, e sua estratégia consistia em empurrar os adversários e atrapalhá-los o máximo possível, e às vezes isso dava certo, mas nunca mais contra o time da Grifinória, depois que Harry entrara.
    Na Grifinória, o problema ainda era o goleiro... depois que Olivio Wood se formara, ninguém conseguira ser efetivado na função... Fred agora era o capitão da equipe, e “promovera” Jorge a seu assistente, mas na verdade os dois dividiam o cargo... no lugar dos complicados esquemas e táticas de Olívio Wood, sua estratégia era a seguinte: não atrapalhe o Harry. A verdade era que eles realmente confiavam demais no talento de Harry como apanhador, e claro, na habilidade dos três artilheiros da equipe... mas faltava um goleiro.
    O problema se resolveu de forma inesperada. Harry estava numa das aulas de poções com os alunos da Sonserina, dividindo a bancada com ninguém menos que Vincent Crabbe (Rony, porque você foi ficar doente? ‒  Harry pensava) e estavam fazendo uma poção de flutuação para objetos inanimados, Harry vigiava Crabbe para que ele não colocasse nada estranho em sua poção. Snape explicava a todos que a poção não poderia em hipótese alguma ter mais nem menos cogumelo arroxeado, que era o ingrediente que dava estabilidade à fórmula.
    ‒ Mais que a dose certa ‒ ele disse ‒ e em vez de flutuar suavemente o objeto voará descontrolado. Menos que isso, e a densidade do objeto vai aumentar em vez de diminuir, e por conseqüência seu peso aumentará e ele não sairá do chão. Agora, quem quiser experimentar sua poção, pode pegar aqui em cima da mesa uma destas bolas (havia bolas de madeira sobre a mesa do tamanho de bolas de futebol) e banhá-las na poção.
    A poção de Harry já estava pronta. Bem na hora em que ele levantou-se para pegar uma bola e experimentar sua poção, Crabbe, que tinha deixado cair no caldeirão todo cogumelo arroxeado que tinha recebido , trocou-o com o de Harry. Snape não viu, pois foi exatamente nesta hora que madame Sprout apareceu na porta da sala querendo falar com ele. Harry voltou para seu lugar e sem olhar para o caldeirão, mergulhou a bola de madeira nele. A bola começou a emergir lentamente da poção e... disparou verticalmente em direção ao teto, batendo num dos candeeiros e deslocando-se diagonalmente para a esquerda, onde bateu num armário e voltou a toda velocidade  na direção do quadro negro. A turma entrou em pânico, Crabbe começou a rir e Harry percebeu que ele trocara o caldeirão de propósito. Na porta da sala, de costas, Snape não percebia a confusão que a bola de madeira descontrolada aprontava na sala.
    Neville Longbotton seguia a bola com os olhos, ele estava sentado bem perto da porta ao lado de Hermione, ouvia o professor Snape falando com madame Sprout e pensava num jeito de parar a bola antes que Snape visse, porque a perseguição do professor contra ele era tamanha, que sabia que provavelmente, mesmo que ele não tivesse nada a ver com aquilo, iria sobrar para ele. Nesse  instante a bola bateu no fundo da sala e veio com a velocidade de um balaço na direção de Snape, que acabava de virar e viu o projétil louco vindo em sua direção. Neville simplesmente pulou na sua frente e... agarrou  a bola de madeira com toda a força, mantendo-a firmemente segura contra o corpo.
    ‒ Longbotton!! O que você aprontou desta vez??
    ‒ Não foi ele! ‒ disse um aluno da Sonserina ‒ Quem soltou esta bola foi o Potter.
    Snape virou-se para Harry que pensou “Por favor, Snape, lembre-se do que prometeu a Sheeba!” e disse:
    ‒ Vincent Crabbe trocou meu caldeirão sem que eu percebesse e eu mergulhei a bola na poção dele. Pode ver, professor ‒ Harry viu que ele hesitou por um momento antes de dizer:
    ‒ Vou ser justo... Vamos repetir a experiência... se sua poção não estiver correta, Potter, você vai cumprir uma detenção e eu vou tirar dez pontos de Grifinória, certo? ‒ Rapidamente Snape pegou duas bolas de madeira, passando embaixo da bancada de Simmas Finningan, cujo caldeirão a bola maluca derrubara, fazendo-a levitar. Viu os nomes gravados nos caldeirões “Potter” e “Crabbe” e entregou a cada um uma bola dizendo ‒ Vamos lá, rapazes.
    Harry mergulhou sua bola na poção tranqüilamente,  e deu um suspiro de alívio quando ela subiu devagar e ficou flutuando bem na altura dos olhos de Snape. Crabbe ficou tremendo com sua bola na mão e disse, bem baixo que sem querer deixara cair mesmo muito cogumelo na poção e não viu quando Harry sem querer pegou seu caldeirão. Ficou por isso mesmo, Crabbe não foi punido, como sempre acontecia com os alunos da Sonserina. Mas Harry não se preocupava mais com isso, ele estava apenas pensando na forma como Neville agarrara a bola maluca, que continuava presa debaixo do seu braço.
    No intervalo chamou Fred e Jorge:
    ‒ Longbotton??? Mas ele é o cara mais atrapalhado que eu já vi na vida... Harry, você já o viu em cima de uma vassoura? Ele MORRE de medo de voar... ‒ Fred o olhava com a cara mais incrédula do mundo
    ‒ Porque vocês não dão uma chance a ele? Eu tenho um jeito de convencê-lo.
    ‒ É? E qual é?
    ‒ Eu faço ele treinar usando a veste mágica que minha madrinha me deu. Se ele perder o medo de cair, ele vai perder o medo de voar.
    ‒ Então, a responsabilidade é sua... se a gente tomar uma surra da Corvinal por sua causa, vais se ver com a gente...
    ‒ E você sabe como nós somos horríveis...
    ‒ E cruéis...
    ‒ E vingativos quando se trata de uma das únicas coisas do mundo que realmente importam...
    ‒ QUADRIBOL ‒ disseram os dois ao mesmo tempo.
    O mais difícil foi convencer Neville a começar a treinar. Harry explicou que embora ele não acreditasse, podia ser um excelente goleiro, era só perder o medo. Mas Neville não queria mesmo colaborar... ele era o campeão de visitas à ala hospitalar e esse ano não estava nem um pouco a fim de bater o seu record.
    ‒ Escute ‒ disse Harry ‒ e se você soubesse que pode cair sem se machucar?
    ‒ Ninguém cai sem se machucar, Harry.
    ‒ Eu vou te mostrar uma coisa...
    Harry levou-o ao campo de Quadribol e subiu na vassoura. Neville não sabia, mas ele estava vestindo a roupa que sua madrinha lhe dera de presente, invisível por cima das vestes de Quadribol. Deu impulso e subiu velozmente com a vassoura. parou no ar a cerca de 20 metros do chão, deu um aceno amigável para Neville e... se jogou lá de cima de cabeça. Neville deu um grito apavorado, Harry caiu e quando estava quase chegando ao chão, deu uma balançada no ar, subiu, desceu, deu uma cambalhota e caiu no chão de pé, diante de um boquiaberto Neville.
    ‒ Accio!‒ Harry tirou a varinha e a Firebolt, que ficara flutuando lá em cima veio pousar na sua mão. ‒ Neville, estou usando uma veste mágica que minha madrinha me deu. Eu despenquei de um abismo de dois mil metros com ela e nada me aconteceu... Eu vou emprestá-la para você treinar Quadribol, o que você acha? Quando ganhar confiança, você pára de usar.
    ‒ E se eu cair não me machuco?
    ‒ Nem um pouquinho, palavra.
    Começaram a treinar no sábado. Para surpresa de Fred e Jorge, Neville era realmente um goleiro muito bom, além do que, crescera muito no ano anterior... o garoto cheinho que entrara em Hogwarts era agora um adolescente de quase 1,75m, de braços longos. Parecia que sabia sempre exatamente como a bola ia atingir o gol, tinha uma pegada muito boa. E sem medo de cair da vassoura, voava  muito melhor que antes.
    ‒ Potter, temos que te agradecer... ‒ disse Fred
    ‒ E à sua madrinha também... ‒ completou Jorge
    ‒ Eu adoraria dar uns beijos de agradecimento nela...
    ‒ E eu...
    ‒ Deixa o Sirius saber disso... ‒ Harry disse isso na hora que Neville perdia o equilíbrio e caía da vassoura, direto no chão. Agora não gritava mais, até ria quando balançava um segundo antes de atingir o chão suavemente.
    Do outro lado do campo, o time da Sonserina tinha graves problemas, na prova que Snape estabelecera para achar um novo apanhador. Snape lançava um pomo de ouro automático, que voltava às suas mãos depois de alguns minutos e cronometrava o tempo que os candidatos levavam para achá-lo. Até agora o pomo retornara à sua mão mais de doze vezes sem que nenhum aluno conseguisse apanhá-lo. Do outro lado do campo, Fred e Jorge davam gargalhadas com a cara aparvalhada de alguns candidatos quando Snape gritava:
    ‒ Você está fora!!!!
    Então, quando estava quase anoitecendo, uma figura muito estranha veio andando de dentro da escola para o campo de Quadribol. Era uma garota, que Harry achou ser do primeiro ano, pois não se lembrava muito bem dela e também porque era mais baixa e mais magra que qualquer garota da Sonserina. Usava uma veste que parecia muito maior que ela, com as mangas dobradas por onde saíam dois pulsos finos e mãozinhas pequenas, seu cabelo estava preso atrás da cabeça num rabo-de-cavalo meio frouxo, com fios soltando-se por todos os lados. Tinha um rosto miúdo e olhos castanhos firmes e brilhantes. Na mão direita trazia a vassoura mais descabelada e esquisita que Harry já vira na sua vida.     
    ‒ Quem é aquele elfo doméstico? ‒ Perguntou Jorge. Harry e os outros riram, menos Neville.
    A menina disse qualquer coisa para Snape, que aparentemente negou que ela fizesse o teste. Então ela disse outra coisa, Snape parou, olhou-a e soltou o pomo. O resto foi muito rápido. A menina jogou sua vassoura descabelada que caiu na sua frente, pulou nela e saiu a toda, exatamente na direção que o pomo tinha ido. Voltou com ele em menos de 30 segundos, entregando para Snape, a quem disse mais alguma coisa. Ele soltou novamente o pomo e a bolinha veio na toda na direção onde Harry e os outros estavam. A menina ainda deu uma vantagem ao pomo, então voou na direção deles e pegou o pomo bem na frente de Harry, virando no ar. Ainda olhou para Neville e disse:
    ‒ Oi Neville!
    ‒ Oi! ‒ respondeu Neville sem graça.
    ‒ Quem é ela? Perguntaram Harry, Fred e Jorge quase ao mesmo tempo.
    ‒ Willhemina Fischer. É do quarto ano ‒ respondeu Neville
    Parece que a Sonserina tinha uma nova apanhadora.

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