Revelações



CAPITULO 8


   Rose acordou confusa na manhã seguinte ao baile. Todas as coisas que Escórpio tinha desabafado, fazia ela se sentir mal, ela tinha se acostumado a ser seguida onde quer que fosse, embora ultimamente fosse mais raro, era muito comum ser cumprimentada por pessoas que ela nem sabia quem eram. Por outro lado ela nunca se perguntou como tinha sido a vida dos ex-comensais da morte. Claro que ela sabia que bem poucos tinham sobrevivido e construído família, mas estes poucos deveriam ter sofrido bastante. Desceu para tomar café com o coração apertado.


  Escórpio, por outro lado estava se sentindo muito bem. Como tinha sido bom estar na companhia de Rose, a festa estava linda e o clima romântico tinha favorecido o dialogo, embora Rose tivesse deixado claro que eles seriam apenas amigos, Escórpio estava disposto a mudar isso. Já tinha admitido para si mesmo que estava sentindo algo diferente por ela, não sabia bem o que era, mas sabia que este sentimento aquecia seu coração e o fazia esquecer dos problemas.

   Alvo e Bella assumiram o namoro e Rose tinha certeza que seu irmão e Lili estavam se encontrando escondido, já que os dois sumiam constantemente.
   Novamente os dias foram passando rapidamente. Fora as aulas que Grifinória e Sonserina tinham juntos, Escórpio e Rose pouco se viam. Trocavam breves palavras nos corredores ou no salão principal na hora das refeições. Mas fora isso não tiveram nenhuma oportunidade de ficarem a sós.


  Novembro se foi e com Dezembro uma grossa camada de neve, cobriu os campos de Hogwarts. As aulas estavam cada vez mais puxadas, os professores exigiam toda a dedicação dos alunos e passavam muitos trabalhos e exercícios para treinar os novos feitiços. Rose passava a maior parte do seu tempo livre na biblioteca, que era de longe o lugar mais tranqüilo da escola, logo chegaria as férias do Natal e ela precisava estudar o máximo que pudesse antes de partir para a Toca onde era comemorado o natal da família Weasley. 


  Foi pensando no Natal que ela se lembrou que na véspera de partir para o recesso, teriam a festa da casa Sonserina, sem perceber ela deixou seu pensamento ir de encontro a Escórpio, como tinha sido bom estar em seus braços, lembrou-se do beijo trocado no corredor escuro das masmorras, e desejou poder repetir o contato, ela sabia que o que estava sentindo, sabia que estava apaixonada por Escórpio, não sabia quando e nem como tinha acontecido, só sabia que a cada dia sentia mais necessidade de estar perto dele, de se deixar mergulhar no azul de seus olhos.


   Rose sabia o que tinha de fazer, sabia da historia de seus pais que perderam longos anos negando o sentimento que nutriam um pelo outro, e como dizia seu pai perdendo a oportunidade de passarem momentos maravilhosos juntos nos jardim de Hogwarts. Rose não queria perder nada, estava disposta a assumir este sentimento, mas teria que reunir toda a sua coragem grifinoriana para saber se era correspondida. Inteligente como era já tinha reparado no jeito ansioso com que Escórpio a procurava com o olhar, e a intensidade do beijo trocado entre eles a faziam crer que ele sentia alguma coisa por ela, ela só precisava saber se era apenas uma atração ou algo mais. Perdidas nestes pensamentos ela não percebeu que alguém se aproximava.


   Escórpio já tinha tomado uma decisão falaria com Rose, embora não fosse corajoso era muito astuto e tinha desenvoltura para enfrentar as mais diferentes situações. Os dias passados longe dela tinha se tornado um martírio para ele. Não sabia se o que sentia por ela era amor, mas sabia que estava perdidamente apaixonado. Queria poder passar todas as horas do dia ao lado dela e para isso precisaria abrir seu coração e saber se era correspondido. Tinha certeza que há esta hora só tinha um lugar que Rose poderia estar, e foi para lá que se dirigiu.


   Viu que ela estava sentada em uma mesa distante e escondida. Parecia muito concentrada no que estava lendo, foi se aproximando, o coração dando cambalhotas com a expectativa da aproximação.


  - Rose!


 Rose imaginava como poderia conversar a sós com Escórpio sem que chamasse a atenção da escola inteira, quando ouviu chamarem seu nome. Levantou os olhos e experimentou a sensação de mergulhar no mais belo sonho quando seus olhos encontraram o azul brilhante dos olhos dele. Seu coração disparou e ela falou.


  - Oi Escórpio!


  - Ham...Rose eu gostaria de falar com você!


  - Claro Escórpio pode falar!


  - Não! Não pode ser aqui é algo muito importante e gostaria que fosse em um lugar reservado


  - Hum...Podemos subir até a torre de Astronomia, há esta hora e com este tempo não deve ter ninguém lá. Rose respondeu tentando adivinhar o que Escórpio tinha de tão importante para tratar com ela que não poderia falar ali mesmo. Será que ele tinha chegado à mesma decisão que ela? Não, não podia ser afinal coragem não era uma qualidade muito forte em sonserinos. Bom fosse qual fosse o assunto que ele tinha para tratar com ela, seria a oportunidade perfeita de poder sondar os sentimentos dele.


  - Perfeito, então vamos! Escórpio disse ajudando Rose a guardar os livros e pergaminhos dentro da mochila. Pegou Rose pela mão e seguiu apressado em direção a torre. Não queria perder a coragem e por isso quanto mais rápido chegassem, mais rápido poderia falar.


  Quando chegaram à torre de Astronomia, ele observou que Rose estava certa não tinha ninguém lá, também com o frio que fazia ele começou a achar que nem eles conseguiriam ficar.


   Rose que estava ofegante pelo esforço de seguir Escórpio, sacou sua varinha e com um simples movimento conjurou um fogo azulado que aqueceu os dois instantaneamente. Sentindo-se aquecido pelo fogo que Rose conjurou e fortalecido pelo sentimento que trazia em seu coração ele pegou as duas mãos dela e foi direto ao assunto.


  - Rose...eu preciso te fazer uma pergunta!


  - Pode fazer. - Rose sabia que estava vermelha feito um pimentão sentir suas mãos envoltas pelas de Escórpio a fazia estremecer.


  - Rose não sei porque, mas nós dois nunca falamos sobre o beijo que trocamos, eu queria saber, o que ele significou para você?


  - Ham...O beijo? – Rose não esperava que ele fosse tão direto. – Bem...Eu não sei...Bom foi maravilhoso quer disser...Foi uma surpresa eu não esperava.


  - Rose. – Escórpio a interrompeu – Eu sempre me senti atraido por você, no principio achei que era apenas uma coisa fisica. Mas aquele beijo mudou a minha vida, alguma coisa mudou dentro de mim depois que nos beijamos. Sinto como se minha vida não tivesse sentido se você não estiver presente. Sei que nossas famílias tiveram suas diferenças, mas eu queria ser mais do que só seu amigo.


  Rose estava assustada, não esperava que ele tivesse tanta facilidade para abrir seu coração. Mas ela precisava disser alguma coisa então deixou seu coração falar por ela mesma.


  - Escórpio eu sempre te achei um metido, um arrogante e não tinha a menor intenção de me aproximar de você. Por um simples acaso do destino, tivemos que trabalhar juntos e na ocasião do beijo eu ainda não te conhecia muito bem, e embora aquele beijo tenha mexido comigo de uma forma que eu não esperava. Eu preferi ignorar, pelo fato de você ser o garanhão da escola eu não queria ser só mais uma conquista. Com a convivencia e a aproximidade eu pude conhecer o seu outro lado, o lado simples, inteligente, carinhoso e até frágil, tudo isso só fortaleceu e me fez enchergar o que eu realmente sentia com relação a você. E hoje eu não poderia negar. – Rose respirou fundo. – Estou apaixonada por você.


  Escórpio não podia acreditar no que estava ouvindo. Levantou Rose pela cintura e girou ela no ar, ela pousou as duas mãos uma de cada lado de seu rosto, ele se aproximou, seus lábios se tocaram, no começo de um jeito calmo, mas que aos poucos começou a se intensificar de tal forma que eles pareciam querer se fundir, unir seus corpos como se fossem um só. Escórpio mais uma vez pode sentir o sabor de mel dos lábios dela, estava inebriado pelo doce sabor de seu beijo, o cheiro dela lhe causando espasmos como se estivesse preste a sofrer uma convulsão. Rose deixou-se flutuar na mais alta nuvem, ela sentia os braços dele em sua cintura e uma corrente elétrica passava pele seu corpo com um turbilhão arrasador.


   Eles não perceberam, mas na penumbra do lado oposto ao que eles estavam, alguém os observava, e lançando a eles um olhar de ódio mortal, uma garota se virou e saiu, um lampejo vermelho iluminou brevemente a semi-escuridão.


   Nenhum dos dois saberia precisar por quanto tempo permaneceram ali, conversando, se beijando, se abraçando e sorrindo. Só se deram conta da hora quando a fome começou a falar mais alto. Desceram para o jantar e Rose nem percebeu que estavam de mãos dadas. Quando cruzaram as portas do salão principal todos os olhares se voltaram para eles. Eles se olharam, sorriram cúmplices e cada um se dirigiu a mesa de sua casa. 



 

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