A festa do Outono



  CAPITULO 7

   Escórpio tinha combinado de esperar por Rose em frente a porta do salão principal. A ansiedade tomando conta de cada centímetro do seu corpo, sempre que alguma garota surgia no alto da grande escadaria do saguão. Mas nenhuma, por mais bela que fosse chamava a sua atenção e nada o teria preparado para o que ele viu!


  Rose descia as escadas lentamente, sabia que estava diferente e isso a deixava nervosa, muitos viravam o rosto para olhá-la enquanto ela passava. Então ela pisou no primeiro degrau que a levaria até o saguão, ela levantou os olhos e pode vê-lo, ele estava deslumbrante em um terno verde muito escuro quase preto, que iluminava ainda mais azul de seus olhos, seu cabelo loiro muito bem penteado caia displicentemente de lado.


  Ela estava descendo em sua direção, seu coração falhou uma batida, sua boca ficou seca, ele teve que piscar algumas vezes para provar que aquilo não era um sonho e ela não era uma miragem. Como ela conseguia ser ainda mais bela? Como ela conseguia ter a aparência de um anjo flutuando em sua direção?  Ela sorriu para ele e foi como se o Sol iluminasse o ambiente, ele sorriu de volta e no minuto seguinte estava aos pés da escadaria com a mão estendida para ela.


  Rose viu o sorriso de Escórpio e uma corrente elétrica passou pelo seu corpo. Ela tocou em sua mão com as pontas dos dedos e sentiu ele estremecer.


  - Oi! – foi a única coisa que ela consegui disser.


  - Oi...Nossa você esta linda!


 Rose se sentiu corar, mas respondeu:


  - Obrigada você também! Vamos?


  - Vamos!- ele disse oferecendo o braço para ela.


 A proximidade fez com que o coração de Rose subisse para sua garganta. Eles adentraram o salão principal e por um momento suas mentes vagaram pela beleza com que o salão tinha sido decorado.


 Do teto, folhas secas caiam, sem contudo tocar o chão. Diversas mesinhas redondas estavam espalhadas ao longo do salão, tudo decorado em tons de marrom, creme e palha. No centro uma pista de dança, mas não era uma pista de dança normal era como uma tenda feita de madeira com trepadeiras e pequenos miosótis azuis traziam cor ao ambiente. Estava tudo absolutamente lindo Rose sentia como que estivesse em uma clareira no meio de uma floresta em pleno outono. De repente a voz de Pedro se fez ouvir e todo o salão ficou em silencio.


  - Boa noite! Sejam todos bem vindos à festa da casa Corvinal, a festa que representa o Outono, como vocês puderam reparar escolhemos apenas um tipo de flor para dar colorido ao ambiente. E não foi por acaso, a flor de Miosótis além de ser uma flor bonita e delicada tem uma lenda encantadora que dará o nome a esta festa.


  - Era uma vez... - desta vez foi Priscila quem falou - Era uma vez uma mulher sonhadora que amava flores. Ela possuía em seu jardim várias flores azuis chamadas miosótis. Em um dia, a moça conheceu o homem de seus sonhos. Vinha em um cavalo branco, com uma túnica azul escura, polainas envernizadas de inverno e, em seu porte atraente, chamava a atenção no galopar do potro crescido.

A moça o conheceu e eles se viam sempre no mesmo jardim, cheio de miosótis, as flores azuis, que encantavam a todos que nelas colocavam os olhos admirados. Como não era costume ver flores azuis, estas eram muito apreciadas.

A jovem, a partir da consciência de sua paixão pelo cavaleiro, perguntava a elas se ele “bem lhe queria” ou “mal lhe queria”. As flores sempre respondiam que bem ele lhe queria.

Certa vez, próximo a um lago, eles dois foram conversar. O conteúdo era o seguinte:

Mulher: Você me ama?
Cavaleiro: Sim, menina amada minha, não há nada que me possa separar de ti.
Mulher: Não há mesmo nada?

Na beira do lago, havia um miosótis e, então, o cavaleiro decidiu pegá-lo para a sua amada. Ao inclinar-se para pegar, escorregou e caiu no lago, com a flor numa das mãos.

Como o seu escudo era muito pesado, ele não conseguiu se soltar. As águas tranqüilas o arrastaram para longe.

A menina amada gritou: Para onde quer que as águas te levem, não deixe de me amar, Não-Te-Esqueças-De-Mim.

A partir disso, a flor miosótis foi considerada também pelo nome não-te-esqueças-de-mim.


 


  - Muitos podem pensar que esta é uma lenda triste, mas acredito que nada há de mais importante do que o Amor, e quando se ama verdadeiramente, podemos esperar pelo tempo que for necessário. Espero que esta noite seja especial para todos vocês, para aqueles que já encontraram seu amor verdadeiro ou para aqueles que ainda estão esperando por ele, que esta noite seja inesquecível! E que no final muitos possam disser: Não-te-esqueças-de-mim! Boa festa!  


  Todo o salão irrompeu em aplausos. Uma musica começou a tocar, e os casais se dissiparam alguns alcançando as mesas, outros indo para a pista de dança.


 Ao longe Rose viu Alvo e Bella acenando para eles de uma mesa afastada, eles se dirigiram até lá e engrenaram uma conversa animada. A festa estava maravilhosa, eles comeram, beberam, dançaram se divertiram. Em certo momento quando tocava uma musica lenta e a maioria dos casais estavam agarrados em algum canto do salão, Escórpio puxou Rose para a pista de dança, enlaçando seus braças ao redor da cintura dela e puxando ela para bem perto.


  - Rose eu estou muito feliz que você tenha vindo ao baile comigo.


  - Eu também estou muito feliz de estar aqui com você. – a voz de Rose não era mais do que um sussurro causando ondas de arrepios em Escórpio.


  - Na verdade estou surpreso com a nossa aproximação! Quem diria que um Malfoy e uma Weasley se dariam tão bem?


  - É verdade quando eu contar isso lá na Toca, vovô provavelmente vai ameaçar ter um ataque, mais vovó logo dará um jeito, sem falar no tio Jorge que vai gozar com a minha cara por muito tempo. – Rose disse rindo.


  - Você teria coragem de contar para sua família sobre mim? – Escórpio perguntou visivelmente assustado.


  - Por que não? – Rose parecia confusa. – Nos tornamos bons amigos e não vejo mal algum em comentar sobre isso. Tio Harry sempre diz que não devemos julgar os filhos pelas atitudes dos pais, e mamãe diz que não se julga um livro pela capa. De certa forma era isso que eu fazia com você, não que você fizesse muito para mudar minha opinião ficando com metade das meninas da escola.


  - Amigos...Claro somos amigos. – Escórpio pareceu um pouco decepcionado e Rose pode ver isso através de seus olhos que escureceram momentaneamente. – Sabe Rose minha vida inteira eu vivi sobre a sombra das escolhas da minha família! Escolhas sim, pois meu avô poderia ter seguido outro caminho. Muitas vezes fui julgado antes mesmo que me conhecessem. Meu pai sempre tentou me poupar, mas nem sempre isso foi possível, quando vim para Hogwarts eu pensei que isso fosse parar, mas fora os meus companheiros de casa eu não tinha amizade com mais ninguém, a única forma de que eu encontrei de me destacar foi assim, com quanto mais meninas eu ficava mais eu era respeitado. Claro que eu tive que competir com seu primo Tiago que é mais velho e mais famoso, mas no fim das contas eu me sai bem. Você pode não perceber mas a fama da sua família é muito grande e abre portas a vocês onde quer que vocês vão! Uma vez eu vi vocês na Floreios e Borrões antes do ano letivo começar, a livraria praticamente teve que ser fechada só para vocês, tinha repórteres para todo lado querendo falar com seus pais, seus tios e seja lá mais quem estava com vocês. A balconista que estava atendendo minha mãe praticamente nos expulsou só para ir atender vocês.


  - Nossa Escórpio! Eu nunca tinha pensado por este lado! Acredito que muitos filhos e netos de ex-comensais da morte tenham passado por muito preconceito. Eu sinto muito!


  - Não sinta Rose! Nada disso é sua culpa, meu pai me contou que foi muito pior para ele, pois quando a guerra acabou eles estavam falidos, e ele ainda passou um ano em Azkabam enquanto meu avô ficou lá por dez anos. Mesmo assim ele agradece o fato de não ter mais os antigos guardas, os dementadores.


  - É meu tio Harry disse que ele ficava muito mal quando os dementadores se aproximavam dele.


  - Quando meu pai saiu de Azkabam ele procurou seu tio, pediu ajuda para arrumar um emprego descente e seu tio ajudou, embora eles não tivessem se tornado amigos depois disso, foi graças a ele que meu pai conseguiu uma colocação no Ministério da Magia e por sua própria capacidade conseguiu chegar onde esta hoje, e por isso temos uma vida mais tranqüila financeiramente.


  - Eu nunca soube que tio Harry tinha ajudado o seu pai!


  - Acredito que nenhum dos dois se sente muito confortável em falar sobre isso. Mas meu pai fala muito dele, não com admiração ou devoção, mas com respeito e agradecimento.


  - É acredito que sim. Mais uma razão pela qual eu não poderia deixar de comentar sobre nós com minha família. Mais uma forma de acabar de vez com este tipo de preconceito.


 Escórpio estava se sentindo muito mais leve por ter falado destas coisas com Rose, ele nunca tinha tido coragem de falar sobre isso com ninguém, e agora acompanhando ela até a torre da Grifinória ele se sentia feliz, mesmo que tudo que tivesse de Rose fosse só sua amizade, ela fazia muito bem a ele.

 

Pessoal seria demais pedir por um comentario? Por favor estou desanimando, ninguem diz se esta gostando ou não!  

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