A Viagem



Capítulo 6 – A viagem


 


Do alto de sua torre, Trelawney abria novamente seu baralho místico. Queria informações sobre um determinado grupo que faria oposição aos tiranos. E pelo que parece seriam mais de um esse ano.


A primeira carta não foi surpresa. Continha um príncipe e uma princesa. Harry e sua amada. Ela sabia bem que o menino não era de aguentar calado as injustiças, ainda mais quando ele era o alvo. E o apoio de sua princesa não era algo novo, remetia aos anos de isolamento.


A Segunda era também esperada. O Estrategista e a Sábia. Essa era a dupla de amigos que viviam com Harry. Ela apreciava como o ruivo e o moreno respondiam a suas questões. Eles entendiam mais da matéria que ela ensinava que as duas meninas que sempre acreditavam em sua farsa. E claro teve que afastar a morena, ela era inteligente de mais para cair na sua encenação, e logo descobriria que ela era verdadeira.


Mais uma carta virada, mas essa não mostrava um casal. O Jardineiro Fiel. Essa seria uma boa denominação para muitos alunos da casa de Helga, mas ela sabia que depois do ocorrido no ano letivo anterior, nenhum lufalufa estava contente com Harry. Seria alguém mais próximo, alguém que não ligaria para fama.


A próxima carta era a Astrônoma. Alguém que teria uma visão mais ampla do universo. A professora não conseguia encontrar ninguém próximo de Harry para se enquadrar a essa carta. Como ela sabia Lilá e Parvati não eram propriamente as melhores opções para estar perto dele. O baile de inverno tinha mostrado isso.


Ela precisava virar mais uma carta. Era uma Amazona sobre um belíssimo Cavalo. Essa era uma carta estranha. Conseguia perceber q figura da mulher, mas não via nenhum detalhe, só poderia significar que ainda não a conhecia, e que não seria vista nos próximos meses. Mas era o cavalo que a chamava atenção. Os detalhes eram visíveis, mas nenhum ficava registrado em sua mente, nem mesmo sua cor. Agora se lembrando, era a mesma coisa que aconteceu com o cavalo do cavaleiro na última vez que olhou para o baralho. Eram duas figuras ou será que...


 


A sede estava uma bagunça naquela manhã. Havia muita gente na cozinha. Mais do que o normal naquele horário. Pessoas correndo pelas escadas procurando por alguma coisa perdida ou esquecida. Ninguém mais se importava com os gritos da Sra Black, que estava furiosa por conta da bagunça e por ser ignorada.


Era só a rotina Weasley para o dia de embarque no expresso Hogwarts.


Até mesmo Mione estava procurando um livro, que foi encontrado embaixo da cama de Rony. Ela deve ter deixado ali durante uma das reuniões da ordem, já que eles eram trancados naquele quarto a maioria das vezes.


Harry era o que menos se preocupou. Ele não tinha se sentido confortável naquela casa para poder espalhar as coisas por ai.


- Como vamos? – Ele perguntou para Remo.


- A pé. – disse o lobisomem. – A estação não é longe daqui.


- Arthur até pensou em pedir alguns carros do ministério como no ano passado. – disse Molly. – Mas Fudge não está muito disposto a até mesmo a emprestar uma pena quebrada.


Harry podia entender isso. O ministro acreditava que Dumbledore estava tentando roubar o seu poder, ao dizer que Voldemort retornara.


- MENINOS SE APRESSEM. VOCÊS VÃO PERDER O TREM DESTE JEITO. – gritou Molly para as escadas. – Estou louca pra Gina se formar e ficar livre deste dia.


Harry sabia que Molly estava frustrada. Mas não acreditava que queria todos formados tão cedo, queria todos ainda debaixo de suas asas.


Gina logo apareceu.


- Como se quiséssemos repetir o feito de vocês dois. – disse a ruiva se lembrando de seu primeiro ano.


- Os gêmeos gostam de ser originais. – disse Harry. – E não perderiam a oportunidade de testar seus inventos longe de qualquer responsável.


- Verdade.


- Vocês dois vão comigo. – disse Molly ao ver somente os dois na cozinha. – Vamos com Tonks e Vicky. Não se preocupem com as malas, Moody vai cuidar delas.


Logo um cachorro negro apareceu perto das malas.


- Sirius, não. – disse a matriarca. – Dumbledore disse que não.


- Ela está certa. – disse Remo. – E muito perigoso. Mais para o Harry que para você. Rabicho com certeza já contou sobre a sua forma e vai ter muitos comensais na plataforma, mesmo eles fingindo serem bruxos comuns.


- Ele tem razão. – disse Harry.


- Vocês são chatos. – disse Sirius voltando ao normal. – Primeiro Dumbledore, depois aquele outro, agora vocês. Ninguém gosta de se divertir aqui, não?


- Gostar de divertir sim. Mas eu não gosto de ter que cuidar de alguém sem alma.


Harry suspeitava que qualquer comensal, principalmente Malfoy, iria correndo contar para os aurores que aquele cachorro era Sirius. Ganhando a confiança do ministro e tirando um importante membro da Ordem.


Sirius saiu chateado.


- Depois que voltarmos, eu vejo como ele está. – disse Vicky preocupada.


Tonks já esperava por eles parada próxima da casa. Harry teve alguma dificuldade de vê-la, já que ela está com a aparência de uma senhora de elite.


Seguiram por vinte minutos até a estação. Estava conversando com Gina que nem percebeu a ausência de seus amigos. Que só percebeu quando eles não estavam mais ausentes.


- Moody está pegando um carrinho. – disse Mione quando encontrou com os dois. – Ele ainda está pegando um carrinho.


Logo o ex-auror chegou, com um boné cobrindo o olho mágico, para não perturbar os trouxas. Mas Harry sabia, por experiência que ele poderia ver sobre roupas. Que no final era totalmente perturbador.


Eles entraram na plataforma, enquanto Molly dava seu discurso de início de ano, especialmente para os Gêmeos.


Assim que o apito do trem anunciou a sua saída, os seis correram para o trem. Fred e Jorge logo sumiram dizendo que iam procurar sua turma.


- Vocês poderiam levar nossas coisas. – disse Mione, meio preocupada. – Sabe temos que ir para a reunião dos monitores.


- Sem problema. – disse Gina, pegando Bichento da amiga.


Harry puxou a varinha e fez os malões dos dois e o dele e na gaiola de Pichi levitar.


- Harry! – disse Mione. – Você acabou de passar por um julgamento por magia de menor.


- Relaxa Mione. – disse ele. – Eles não podem dizer que fui eu quem fez, além do mais, o Expresso é considerado um território de Hogwarts, pelo menos durante as viagens oficias dos alunos.


- Eu não me lembro disso em Hogwarts: uma historia.


- Nem tudo está nos livros, Mione. – disse Harry com um sorriso.


- Vamos Mione. – disse Rony, antes que ela começasse a reclamar de que seu precioso livro não tem alguma informação.


Harry e Gina seguiram pelo trem para encontrar alguma cabine para eles. Ele pode ver que algumas pessoas fechavam a cara para ele, quando passava. Infelizmente, sabia que muitas pessoas acreditavam mais no Profeta Diário que em Dumbledore.


Encontraram Neville saindo da última cabine do trem.


- Essa está ocupada. – disse ele.


- É só a Luna. É do meu ano. – disse Gina entrando na cabine. – Oi Luna.


- Oi Gina. – disse a loira, Harry achou que ela tinha um olhar muito sonhador.


- Podemos ficar aqui, as outras cabines estão cheias. – disse a ruiva.


- Claro. – disse ela.


- Esses são Neville Longbottom e...


- Harry Potter, todos conhecem você. – disse ela.


- Ok. – disse Harry e a menina desapareceu atrás de uma revista de cabeça para baixo.


Eles se acomodaram.


- Ganhei um presente do meu tio-avô Algie. – disse Neville.


- Não é um Lembrol?  - perguntou Harry.


- Não. Seria muito legal, perdi o outro a muito tempo.


Ele enfiou a mão que não estava firmemente segurando seu sapo na bolsa e depois de procurar um pouco a retirou, segurando o que parecia ser um pequeno cacto cinzento em um pote, exceto pelo fato de que estava coberto de bolhas ao invés de espinhos.


- Mimbulus mimbletonia - disse orgulhoso.


Era algo extremamente feio, mas Harry sabia que a beleza não significava nada para plantas.


- Ela faz alguma coisa? – perguntou Harry.


- Tem um mecanismo de defesa muito bom. Querem ver? – ele perguntou pronto para mostrar.


- Seria melhor fazer isso em outro lugar. – disse Harry.


- É mesmo. – disse Neville. – Nunca tentei.


Ele logo guardou a sua planta feliz.


Logo a porta da cabine se abriu. Harry achou que fossem seus amigos voltando da reunião. Mas não era.


- Oi, Harry. – disse uma oriental.


- Oi, Cho. – disse Harry. – Como foi seu verão?


- Meio triste, mas nada como deve ter sido o seu. – disse ela.


- Melhorou um pouco quando fui para a casa dos Weasley.


Cho olhou para Gina como se a medisse a garota. Gina não se fez de rogada e encarou a corvinal.


- Você não gostaria de ir para minha cabine. Tem muita gente legal lá. – disse Cho voltando a olhar para Harry.


- Acho que vou ficar aqui. – disse Harry. – aqui sei que as pessoas acreditam em mim.


Cho corou, não havia conseguido que suas amigas acreditassem que Harry não havia se inscrito no torneio. E agora tinha piorado.


- Então te vejo em Hogwarts. – disse ela com um sorriso amarelo.


- Até. – disse Harry para não se passar por mal educado.


Gina olhou para Harry como os olhos semifechados.


- O que queria que eu falasse? Que eu ia correr dela, no castelo?


- Seria bom. – disse ela. – Mas você é um maldito herói e não ia fazer algo assim.


Antes que Harry pudesse falar algo, a porta se abriu novamente.


Desta vez era o casal de monitores.


- Deixa adivinhar. Malfoy é o monitor da Sonserina. – Harry sabia que cada casa tinha um casal de monitores, Remo havia comentado.


- Ainda não sei como você não é o preferido da Trelawney. – disse Rony.


- Mas eu sou, o preferido para morrer. – disse ele.


- Você foi com a Patil ao baile. – disse Luna de repente para Rony.


- Eu sei que fui. – disse o ruivo.


- Algo de interessante na revista? – perguntou Harry para desvia a atenção.


- Pode ler. – disse Luna passando a revista para Harry, mas ficando olhando para Rony como se fosse a coisa mais interessante do mundo.


Harry viu uma reportagem sobre o Time dos Tornados, que parecia ter algum fundo. Uma sobre Fudge que dizia que ele comia duendes, conhecendo tanto os duendes quanto o ministro, isso era uma mentira. E uma sobre Sirius, ou melhor, ele não ser um criminoso, mas um cantor de uma banda decadente.


Ele riu ao devolver a revista para Luna.


- Algo bom? – perguntou Rony.


- Claro que não. – disse Mione. – Esse é o Pasquim.


- Meu pai é o editor do Pasquim. – disse Luna olhando feio para Mione, antes de esconder atrás da revista novamente.


Mione ficou sem jeito.


A porta se abriu por uma terceira vez. Era Malfoy.


- Fala logo e sai. – disse Harry, impedindo o loiro de entrar.


- Fique calmo, Potter. Ou Posso te dar detenção. – disse Malfoy.


- Hum, finalmente vai poder fazer algo sem precisar contar com o dinheiro de seu pai. Meus parabéns. – disse Harry totalmente irônico.


- Cuidado, Potter. Eu já te avisei, você escolheu o lado errado.  – disse Malfoy.


- Veremos. Voldemort tentou me matar muitas vezes, mas ainda estou aqui. – disse Harry fechando a porta na cara dele.


- Sujeito Irritante. – disse Gina.


- Ninguém gosta dele na Corvinal. – disse Luna.


 


 


 


 

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Comentários (3)

  • vitoria67

    essa  trelawney e muito diferente...kkk ela e quase normal.

    2013-03-23
  • Carolzynha LF

    A previsões me deixaram curiosa, mas estou louca para ver o cavaleiro. Espero que tenha mais momentos HG.

    2013-01-13
  • Natascha

    ficou ótimo! o malfoy só leva fora.....previsões interessantes da trelawney.......

    2013-01-12
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