A caminho de Hogwarts



O DIA AMANHECIA e quase todas as pessoas da casa dormiam, todas as crianças estavam ansiosas para o dia em que iriam para Hogwarts pela primeira vez, aos 11 anos Alvo finalmente iria entrar para a escola que tanto havia ouvido falar, nas emocionantes historias de seu pai. Ele acordou mais cedo que todos na casa estavam é claro muito ansioso para embarcar pela primeira vez no trem de Hogwarts. 


Alvo se levantou e ficou olhando pela janela, ele sentiria saudade de casa, mas estava na hora de entrar em um mundo completamente novo. Alvo ficou assim, olhando pela janela, até o sol aparecer e ele finalmente começar a se arrumar.


Alvo já havia se arrumado há muito tempo, mas ficou deitado na cama encarando o teto de seu quarto, quando ouviu duas batidas na porta. 


- Entra. - Alvo disse sem se mexer. 


- Bom dia filho. Acho que hoje é um dia muito especial não? - disse Harry rindo e indo em direção ao filho.


- É sim. - disse Alvo pensativo.


- Acho que está na hora de te entregar seu presente não? - disse Harry simples.


- Presente? - Alvo disse se sentando na cama. - Que presente? 


- Você sabe, está indo para Hogwarts, merece receber alguma coisa. - Com um aceno na varinha Harry mostrou uma coruja. - Gostou?


- Cla... Claro pai! - Alvo respondeu abraçando o pai, e observando bem a coruja branca, que na ponta as penas ficavam pretas. 


- De nada filho, agora vamos descer para o café da manhã? - disse Harry sorrindo com a felicidade do filho. 


- Vamos sim.


Alvo desceu e se impressionou ao ver seu irmão já arrumado sentado na mesa, com certeza aquilo não era uma coisa muito fácil de acontecer, na verdade, era quase impossível. 


Alvo estava realmente muito ansioso para o inicio das aulas, iria para a Grifinória assim como seus pais e se divertiria muito com sua prima Rose. Antes de sair Tiago disse que faltava alguma coisa para pegar em seu quarto e queria a ajuda de Alvo para procurar.


Ao chegar lá em cima Tiago fechou a porta e começou seu discurso.


- Sabe Alvo, não precisa se preocupar, a chegada em Hogwarts é normal, as sereias e as lulas gigantes do lago deixam você passar tranquilamente, isso é claro se você não olhar para baixo, sabe os olhos das sereias são penetrantes e te hipnotizam, mas nada que um belo Sonserino como você não possa evitar. - Alvo tentou interromper, mas Tiago continuou falando. - É claro que você vai para a Sonserina, a casa dos amantes das artes das trevas, afinal, o chapéu seletor olha por dentro de sua mente e considerando tudo o que você já fez ele não pensará duas vezes em te colocar nessa casa. Bom maninho, nossa conversa acabou e não se preocupe, pois o Mapa do Maroto está comigo. 


Alvo estava sem reação, não esperava ouvir tudo aquilo.


- Você não vem? - disse Tiago indiferente.


- Vo... Vou. - disse Alvo recuperando a voz e andando em direção à sala.


Na mente de Alvo vinham vários pensamentos, será mesmo que seu irmão estava certo? Ele iria para a Sonserina? Não! Ele tinha que ir para a Grifinória. Mas se por acaso o Chapéu Seletor errasse? O que ele faria? Seu pai o odiaria? Ele era um garoto mal? Seu irmão também sempre aprontou. Afinal, sempre aprontou e usou-o para ser seu comparsa ou ajudar ele a se livrar de um castigo. A culpa era toda do Tiago se ele fosse para a Sonserina. E a Rose? Será que ele e ela iriam perder a amizade que sempre tiveram apenas por não estarem na mesma casa? 


Alvo estava tão perdido em seus pensamentos que só notou que havia chegado à estação quando o Tiago começou a reclamar com ele falando para que ele saísse logo do carro.


Eles chegaram à estação de King’s Cross. As duas grandes gaiolas sacudiam em cima dos carrinhos cheios que os pais empurravam; as corujas dentro delas piavam indignadas; e Lílian acompanhava chorosa os irmãos, agarrada à mão do pai. 


- Não vai demorar muito, e você também irá - disse Harry.


- Dois anos. - fungou Lílian. - Quero ir agora!


As pessoas olhavam curiosamente para as corujas enquanto a família se dirigia para a barreira entre as plataformas nove e dez. A voz de Alvo chamou a atenção de Harry para uma discussão, ele não aguentaria mais esconder a confusão que estava em sua mente.


– Não vou! Não serei da Sonserina!


– Tiago, dá um tempo! - disse Gina.


– Eu só disse que ele poderia ser! - disse Tiago, sorrindo para seu irmão mais novo. – Não tem nada de errado nisso. Ele pode ser da Sonse...


Mas os olhos de Tiago encontraram os da mãe e ele ficou quieto. Os cinco Potter se aproximaram da barreira. Sorrindo maroto para seu irmão, por sobre o ombro, Tiago pegou o carrinho das mãos da mãe e se pôs a correr. Segundos depois, ele havia desaparecido.


– Vocês vão me escrever, certo? - Alvo perguntou para seus pais, aproveitando a ausência de seu irmão.


– Todo dia, se quiser. - disse Gina.


– Não todo dia. - respondeu rapidamente Alvo. – Tiago disse que a maioria só recebe uma carta por mês da família.


– No ano passado escrevíamos para ele três vezes por semana. - disse Gina.


– E não queira acreditar em tudo o que ele diz sobre Hogwarts. - complementou Harry. – Ele gosta de umas travessuras, o seu irmão.


Lado a lado, eles empurraram o segundo carrinho, ganhando impulso e, quando chegaram à barreira, Alvo fechou os olhos, esperando por uma colisão que não veio. Ao invés disso, a família emergiu na plataforma nove e meia que estava coberta pelo vapor lançado pela locomotiva vermelha do Expresso de Hogwarts. Figuras indistintas se moviam através da névoa, na qual Tiago já havia desaparecido.


– Onde eles estão? - quis saber Alvo, ansioso, observando as pessoas entre a fumaça enquanto eles cruzavam à plataforma.


– Nós vamos achá-los. - disse Gina, tranquilizando-o.


Mas o vapor era denso, tornando difícil distinguir o rosto de alguém. Separada de seus donos, as vozes pareciam anormalmente altas, Harry pensou ter ouvido Percy discursar sobre a Regulamentação de Vassouras e ficou agradecido por ter uma desculpa para não ter que parar e cumprimentá-lo...


– Eu acho que são eles ali, Al. - disse Gina de repente.


Um grupo de quatro pessoas saiu da neblina, próximos ao último vagão. Seus rostos só se tornaram nítidos quando Harry, Gina, Alvo e Lílian se aproximaram deles.


– Olá. - disse Alvo, imensamente aliviado.


Rose, que já estava usando os trajes novos de Hogwarts, sorriu para o garoto.


– Então, estacionou bem? - Rony perguntou a Harry. – Eu estacionei. Hermione não acreditou que eu pudesse passar no exame de direção dos Trouxas, não é? Ela achava que eu teria que confundir o examinador.


– Não, não achei. - disse Hermione. - Depositei minha fé em você!


– De fato, eu o Confundi um pouco. - Rony sussurrou para Harry, enquanto ambos colocavam o malão e a coruja de Alvo no trem. – Eu só me esqueci de usar o espelho retrovisor, mas na real, eu posso usar um feitiço Supersensorial para isso.


De volta à plataforma, eles encontraram Lílian e Hugo, o irmão mais novo de Rose, tendo uma conversa animada sobre em qual Casa ficariam quando finalmente fossem para Hogwarts.


– Eu o deserdo se você não for da Grifinória, - disse Rony - mas nada de pressão!


– Rony!


Lílian e Hugo riram, mas Alvo e Rose permaneceram sérios.


– Ele não quis dizer isso! - disseram Gina e Hermione, mas Rony não estava mais prestando atenção. Olhando para Harry ele indicava com a cabeça um local a alguns metros dali. A névoa parecia ter diminuído um pouco, tornando possível ver três pessoas paradas, aliviadas pela neblina que se movia.


– Olha quem é.


Draco Malfoy estava em pé, com sua mulher e filho, um casaco abotoado até o pescoço. Seu cabelo estava com uma entrada, te tal modo que acentuava seu queixo fino. O filho lembrava tanto Draco assim como Alvo lembrava Harry. Draco percebeu que Hermione, Harry, Rony e Gina olhavam para ele, acenou brevemente, e deu as costas ao grupo.


– Então aquele é pequeno Scorpius. - disse Rony entre os dentes. - Arrase-o em todos os testes, Rosie. Graças a Deus que você tem o cérebro de sua mãe.


– Pelo amor de Deus, Rony. - disse Hermione, um pouco nervosa, um pouco sorridente. –


Não os tente colocar um contra o outro antes mesmo de as aulas começarem!


– Você está certa, desculpe. - disse Rony, mas incapaz de se segurar, completou. – Mas não fique muito amiga dele Rose, vovô Weasley nunca a perdoaria se você se casasse com um puro sangue!


– Ei!


Tiago havia retornado. Tinha se livrado do carrinho, do malão e da coruja.


- Teddy está lá atrás agarrando a Victorie. - disse girando os olhos. - Mas como não suporto ver aqueles dois eu apareci lá para avisar que eu estava vendo tudo o que eles faziam e disse para o Teddy que ele segurasse a mão dele em cima da cintura de Victorie ou não teria mais uma mão quando chegasse a Hogwarts.


Eles riram da crise de ciúmes do Tiago.


– Você é tão parecido com o Rony...! - disse Gina. - Os deixem aproveitar, afinal a família de Victorie mora na França, enquanto ela não vier para Londres eles aproveitam aqui não?


– Por que não a convidamos para morar conosco e acabamos logo com isso?


– Boa! - disse Tiago, entusiasmado. – Eu não me importo em dividir o quarto com o


Al... Victorie poderia ficar com o meu!


– Não. - disse Harry firmemente. - Você só irá dividir um quanto com o Al quando eu decidir demolir a casa.


Ele olhou para o relógio gasto que antes pertencera a Fabiano Prewett.


– Já são quase onze, é bom subirem a bordo.


– Não se esqueça de dar um abraço em Neville! - disse Gina ao filho mais velho enquanto o abraçava.


– Mãe! Eu não posso dar um abraço a um professor!


– Mas você conhece o Neville...


Tiago girou os olhos.


– Fora de escola sim, mas lá, ele é o Professor Longbottom, né? Eu não posso entrar na aula de Herbologia e lhe oferecer carinho...!


Balançando a cabeça para as bobagens da mãe, ele aliviou seu aborrecimento dando um chute no irmão.


– Te vejo mais tarde, Al. E cuidado com os testrálios!


– Pensei que eles fossem invisíveis? Você me disse que eles eram invisíveis!


Mas Tiago simplesmente sorriu e deixou que a mãe o beijasse, deu um abraço rápido no pai e entrou no trem. Ele acenou e depois atravessou o corredor, em busca de seus amigos.


– Não se preocupe com os testrálios. - disse Harry – Eles são bem dóceis, não precisa ter medo deles. Além disso, você não vai para a escola em carruagens esse ano, você vai de barco.


Gina deu um beijo de despedida em Alvo.


- Vejo vocês no Natal.


– Até mais, Al. - sussurrou Harry enquanto seu filho o abraçava. – Não se esqueça de que Hagrid o convidou você para tomar chá na sexta. Não se meta com o Pirraça. Não duele com ninguém até você ter aprendido como, e não deixe o Tiago te incomodar.


– Mas se eu for para a Sonserina?


Sussurrou somente para o pai, que percebeu que só o momento da partida revelou o verdadeiro e sincero medo que Alvo estava sentindo.


Harry agachou-se, seu rosto um pouco abaixo ao rosto de Alvo. O único entre os seus três filhos que herdou os olhos de avó.


– Alvo Severo. - disse Harry tão baixo que somente eles e Gina puderam ouvir, embora ela fingisse, discretamente, que acenava para Rose, que já havia embarcado. – Você tem o nome de dois diretores de Hogwarts. Um deles era da Sonserina e provavelmente o homem mais corajoso que já conheci.


– Mas e se...


– A Casa de Sonserina ganhará um excelente aluno, não é? Isso não é importante para nós, Al. Mas se é importante para você, você pode escolher a Grifinória ao invés da Sonserina. O Chapéu Seletor considera a sua escolha.


– Sério?


– Ele considerou a minha. - disse Harry.


Ele nunca havia contado isso a nenhum de seus filhos, e ele foi capaz de ver a surpresa no rosto de Alvo quando o fez. Mas como as portas estavam se fechando pelos vagões e os pais davam os últimos beijos de despedida, Alvo correu para seu vagão e Gina fechou a porta atrás dele. Os estudantes estavam debruçados na janela, olhando para deles. Um grande número de rostos, dentro ou fora do trem, parecia estar voltado para Harry.


– O que eles estão olhando? - quis saber Alvo, enquanto ele e Rose olhavam em volta, para os outros estudantes.


– Não se preocupe. - disse Rony - É que eu sou muito famoso.


Alvo, Rose, Hugo e Lílian riram. O trem começou a se mover e Harry se pôs a andar ao seu lado, vendo o rosto do filho, cheio de excitação. Harry continuou sorrindo e acenando, mesmo que não fosse realmente uma despedida, vendo seu filho se distanciar dele...


O último vestígio da fumaça sumiu no ar do outono. O trem fez a curva. Harry ainda tinha a mão erguida, se despedindo.


Alvo, Rose, Tiago, Fred II, Molly II, Lucy e Roxanne andavam em busca de um vagão vazio. Quando passaram em uma cabine de meninas Roxanne e Molly foram puxadas para dentro. Não demorou muito para Tiago e Fred se juntarem aos seus amigos. Alvo, Rose e Lucy continuavam andando a procura de algum vagão, nessa hora Alice Longbottom apareceu na frente deles.


- Oi gente, que bom ver vocês de novo. - Alice disse abraçando os três.


- É bom ver você de novo também. - disse Lucy animada. - Não vai ficar com a sua irmã Augusta?


- Não. - Alice disse abaixando a cabeça. - Ela está lá com as amigas dela... Pelo visto você também não vai ficar com a Molly não é?


- É... Mas quer saber? Vamos nos divertir sem elas. Esse ano vai ser nosso em Hogwarts.


- Isso aí. - disse Alvo colocando os braços em torno do ombro das meninas e indo em direção a um vagão vazio, para tirar aquele clima pesado que se formava.


Eles andaram um pouco e acharam uma cabine com um menino, que Alice conhecia e foi cumprimentar.


- Oi Scorpius tudo bem? - disse Alice simpática.


- Oi Alice tudo sim e você? - Scorpius disse se levantando para falar com os outros.


- Tudo sim, podemos ficar aqui? - Alice perguntou. - Não achamos nenhum vagão livre...


- Claro! - Scorpius respondeu animado. - Meus amigos estão chegando, foram buscar alguns sapos de chocolate, mas dá para todo mundo aqui.


Rose que até o momento esteve olhando para o lado de fora da janela perdida em seus pensamentos sobre em qual casa ela seria escolhida. Quando ela voltou seus pensamentos para o trem ela viu o menino que seu pai havia pedido para que superasse em tudo.


- O que você está fazendo aqui? - Rose perguntou assustada.


- O que? - Scorpius não estava entendendo mais nada.


- É isso mesmo. O que você está fazendo aqui? - Rose começou a falar com uma voz fria.


- Rose, esse é o Scorpius Malfoy, eu conheci ele no Beco Diagonal... - Alice começou a falar, mas foi interrompida por Rose, que estava realmente muito brava.


- Como assim Alice? Você o conheceu no Beco Diagonal e já sai por ai sendo amiga de alguém como ele? Você sabe quem ele é? - Rose não percebeu, mas a maioria das palavras saiu num tom mais alto do que ela esperava o que acabou assustando sua amiga.


- O que você quer dizer com "Alguém como eu" Weasley? - Scorpius agora estava muito bravo com aquela ruiva. Quem era ela para falar mal dele?


- Eu quero dizer um sangue puro metido que só sabe se gabar por tudo que tem!


- Quem é você para falar assim comigo Weasley? 


- Que isso cara, já está arrumando briga e nem chegamos à escola. - Mathews Goyle, amigo de infância de Malfoy que tinha acabado de chegar chegou para interromper a briga.


- É essa Weasley, acho que realmente meu pai estava certo quando falou do espirito dos Weasley. Agora vai atrás de alguma cabine, pois na minha VOCÊ NÃO ENTRA! - Scorpius ia fechar a porta, mas seu amigo falou alguma coisa no ouvido de Rose e depois de pensar um tempo ela balançou a cabeça em sinal de afirmação, depois ele a puxou pelo braço e deixou ela se sentar em um dos bancos.


Scorpius estava chocado com aquela cena, e ainda estava parado ao lado da porta olhando sem acreditar no que havia acontecido. 


- Aconteceu alguma coisa Scorp? - Mathews perguntou fazendo Scorpius acordar de seus pensamentos. 


- Como você trás essa menina aqui para dentro depois de ela ter falado tudo aquilo de mim! - Scorpius olhou o amigo com uma cara de indignação.


- Relaxa tá, a cabine não é só sua. - Mathews falou comendo um pedaço de seu sapo de chocolate. - Não vamos arrumar briga de novo não é mesmo? Senta ai e vamos aproveitar a viajem. Contem-me o que vocês fizeram nas férias?


Realmente essa não era a primeira viaje perfeita que Rose havia feito. Mas como havia prometido ao Mathews continuar a viajem sem brigar com Scorpius ela deixou de lado sua arrogância e depois de um tempo começou a conversar com todos, menos Scorpius. A viajem se passava, enquanto todos contavam um ao outro sobre seus medos e expectativas para a nova escola.














N/A: Mais um capitulo para vocês, espero que gostem. Comenteem
Beeijinhos 


 

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