Prólogo



 


– E d-daí ele f-falou "Lily, e-eu acho m-melhor a g-gente t-terminar p-porque a g-gente na-não v-vai dar c-certo e..."


 


Então, meus soluços transformaram qualquer tentativa de entender o meu desabafo nula.


 


Prazer, Lily Evans, a ruiva chifruda.


 


A ruiva chifruda e que está derramando cachoeiras de baixo de sua caverna feita com cobertas cor de rosa, enquanto suas amigas (que estão esparramadas pelo seu quarto fofo) tentam desesperadamente fazer ela calar a boca.


 


Ah Lily, aonde você foi parar?


 


O que fizeram com você?


 


Droga, aonde está minha colher?


 


Marlene, Dorcas, Emme, Lice e eu somos conhecidas como "O Quinteto Fodástico do Jornalismo" aqui em Harvard.


 


Porque?


 


Porque, segundo os olhares masculinos, todas nós somos 'gostosas pra caralho', e... bem... nós cursamos jornalismo.


 


Santa criatividade.


 


Moramos no mesmo prédio (onde, graças aos Deuses, os apartamentos são gigantes. Obrigada mamãe e papai por me ajudar com as contas e por continuaram me mandando mesada. Amo vocês.) e no mesmo andar, que fica bem perto do campus.


 


Sabe, isso se torna bom e ruim.


 


A parte boa é que podemos ficar fofocando até tarde sem se preocupar com o horário de voltar para a casa, podemos pegar coisas emprestadas toda hora, e quando uma de nós foi chutada (olá) as outras podem aparecer na porta de sua casa carregando vários potes de sorvete e te ajudando a não desmanchar a sua cara de tanto chorar.


 


Como eu amo os dramas femininos.


 


A parte ruim é que na época de TPM, qualquer uma pode invadir a SUA casa, roubar o SEU sorvete e o SEU chocolate alegando que está com os hormônios á flor da pele e precisa de endorfina para ser feliz e não cometer nenhum assassinato.


 


Bem vinda ao meu mundo.


 


– Lily, pare de chorar, o Diggory não te merece e você sabe disso. - Lice parou de fuxicar meu closet (aposto que vai pedir algo emprestado) e se jogou em cima de mim, me abraçando em seguida. Com delicadeza, joguei ela pro lado e me sentei no colchão macio.


 


Como o esperado, ela se levantou me xingando e voltou ao seu divertimento.


 


– O Q-QUE A V-VACA DA MACDONALD T-TEM QUE EU N-NÃO TENHO? UMA C-COR DE CABELO N-NORMAL? - Enfiei uma colherada de sorvete na boca por pura frustração.


 


– Lily, cala a boca. Você é gostosa e sabe disso. Eu morreria pelo seu cabelo ruivo e seu olhão verde. - Lene é sempre tão carinhosa. - Ele só está com ela porque a vaca abre as pernas para qualquer um. - E me lançou um olhar do tipo "não-ouze-contestar-nem-chorar-porque-você-sabe-que-eu-estou-certa-e-posso-pegar-seu-sorvete".


 


– Lily, vocês transaram, não transaram? - Dorcas me perguntou enquanto se esparramava no meu pufe branco. Olhei pra ela e coloquei mais uma colher de sorvete na boca.


 


– Voxê xabe qe xim! A xente namurou duranti trêx anux! Por ixo nau intenu puqê eli mi largou!– Vi o olhar assassino de Emme e engoli o sorvete de uma vez. Ela odeia quando falamos de boca cheia. Péssima ideia. - SOCORRO, MEUS RINS ESTÃO CONGELANDO! EMME SUA PUTA, É TUDO CULPA SUA! MEU CÉREBRO VAI TRINCAR E MINHA CABEÇA RUIVA VAI EXPLODIR!


 


Você já teve a brilhante idéia de colocar uma colherada gigante de sorvete na boca?


 


Se você ama seu cérebro descongelado e seus rins quentinho, sujiro que não faça isso.


 


– Também, encheu a boca de sorvete e depois engoliu tudo! Porque você é tão retardada? Aperta o céu da boca com o dedão que passa. - Lice revirou os olhos depois do seu conselho genial.


 


Ah, adoro minhas amigas.


 


– Passou! - Respondi com um sorriso radiante.


 


Ás vezes acho que Lice é bruxa.


 


Ou que devia fazer medicina.


 


– Alguém parou de chorar! - Lene tirou os olhinhos da frente da tela do notebook e levantou, fazendo uma dancinha de comemoração.


 


Dancinha essa que levariam os homens á loucura, já que ela está vestindo só uma camisola. Aliás, todas estamos. Essa é uma das vantagens de morar no mesmo prédio. E mesmo andar.


 


– Sabe, depois de passar por uma experiência de quase-congelamento, a gente para pra pensar na vida e percebe que chorar não é mais tão importante assim. - E coloquei mais uma colherada na boca, ignorando meu próprio protesto anti-congelamento de segundos atrás.


 


Nada como ser uma ruiva rebelde.


 


...


 


Ah meu deus, eu vou engordar.


 


...


 


– Lily, você vai engordar. - Lice cantarolou.


 


Estou dizendo, ela é bruxa.


 


Meus hormônios fragilizados atacaram novamente.


 


– Ah m-meu Deus! Eu vou ser uma r-ruiva solteirona c-com v-vinte gatos p-pra cuidar! P-PORQUE ESSAS C-COISAS S-SÓ ACONTECEM C-COMIGO?


 


Voltei a chorar (ou berrar coisas incoerentes) e me cobri novamente.


 


Acho que estou na TPM.


 


– Lily, acho que você está na TPM. - Adivinhem quem comentou?


 


Isso mesmo, Alice.


 


Ou o projeto de mini-bruxa, como vai ser chamada por mim a partir de agora.


 


Gostei. "Alice, a mini-bruxa. Lê sua mente e descongela seu cérebro por um preço bem baratinho."


 


– Lice, v-você é b-bruxa?


 


– Claro que não sua estranha, da onde você tirou isso?


 


– É que ás vezes parece que você lê pensamentos Licezinha. - Emme se intrometeu lá do outro lado do quarto.


 


– Então a bruxa-mor vai jogar uma praga em vocês se não levantarem essas bundas gordas e se arrumarem para a aula, que vai começar em uma hora. Lily, eu sei que você levou um fora ontem á noite´e está de TPM, mas hoje é segunda-feira e temos aula, então seque essas lágrimas e se arrume, mostre pro Diggory o que ele perdeu! Vamos lá garota, onde está a sua alma de ruiva que eu SEI que existe em você? - Lice veio gentilmente até mim (lê-se: passando por cima de Emme que estava jogada no chão, depois se jogou na cama em cima de mim e Doe) e me deu um beijo na testa.


 


Me livrei do bolo de cobertor em cima de mim e me pus de pé.


 


Nada como a bipolaridade-de segunda-feira-de-manhã.


 


– Eu vou fazer uma declaração. - Anunciei, subi em cima da minha cadeira e ajeitei minha camisola rosa com a maior dignidade que consegui reunir em 5 segundos. - A partir de hoje, eu vou soltar minha alma de ruiva, e ninguém, nem mesmo os 5 potes de sorvete que comi e que provavelmente vão descer para as minhas coxas e vão me deixar gorda vão me impedir. palmas, por favor. - Desci da cadeira com um pulinho e abri o braços. - Abraço coletivo?


 


A próxima coisa que eu vi foi uma mistura de cabelos loiros e castanhos correndo em minha direção, e muitas gargalhadas de aprovação.


 


Ah, eu adoro minha vida!


 


–---------------------------------------------------------------------


 


N/A: Alma de ruiva porque, segundo a lenda, as ruivas são as mais quentes, se é que me entendem.


 


A cada fim de um capítulo, vou postar uma foto mostrando um fato da juventudo deles ok? a primeira é essa:


 






 



 


Lily, Lene e Emme no Dormitório da Hogwarts High School aos 15 anos, depois de uma festa.


 


Tirada por Lice.


 






 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Lana Silva

    Eu simplesmente ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiii o capitulo \O ri bastante aqui com a Lily. Gente do céu ri muito mesmo. Ainda mais com essa loucura toda delas. Seria bem legal mesmo morar em uma apartamento perto das amigas, ir e vir sem problemas deve ser mesmo uma das vantagens, conversar a noite toda e ter sempre elas por perto. Só quero saber como a a paz dessas cinco vai mudar quando os marotos forem morar ai kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk vai acontecer a terceira guerra mundial O.Objoos! 

    2012-10-25
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.