Capítulo I - Carta em francês

Capítulo I - Carta em francês



Rose Weasley era o tipo de garota exemplar. O tipo que toda menina já sonhou em ser. Estava no quinto ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, na casa Grifinória, num dia frio de dezembro, escrevendo um romance. Rose optou por ser escritora logo no segundo ano. Quer dizer, é uma loucura isso tudo, todos sonham com um emprego no Ministério da Magia, mas não ela. Ela não gostava de lidar com violência, não gostava de toda aquela seriedade ali dentro, e muito menos do clima pesado. Preferia algo mais natural, mais a cara dela. Primeiro pensara em poesias, mas sempre que tentava escrever alguma, se enrolava bastante com as rimas. Então leu alguns livros do escritor trouxa Nicholas Sparks e achou bem interessante. Rose ignorava bastante essa história de trouxas só viverem com trouxas e bruxos apenas com bruxos. Ela ia às vezes ao centro de Londres para fazer algumas compras com Lílian, sua prima, e algumas amigas. Era maravilhoso! Davam uma certa prioridade às lojas de sapatos, afinal, é o que toda adolescente ama. Rose era fã de coisas mais leves, como sapatilhas, All Star e esse tipo de coisa, já Lílian gostava de saltos (não muito altos porque ela acabava dando um mal jeito no pé), Annie escolhia os coturnos e Rachel optava pelo mesmo de Lílian. Iam em seguidas em lojas de roupas, em perfumarias (Rose sempre acabava levando um Floral Frutal), e em algumas lojas de decorações e por último em livrarias. Era muito bom! Se pudessem, fariam isso todos os dias, mas em Hogwarts, isso se torna impossível. O máximo que conseguem é Hogsmeade, uma vez no ano, e lá não tem esse tipo de coisa. Quando era menor, Rose costumava ir com sua mãe, mas com o trabalho, ela acabou sem tempo. Mas até que não fazia muita falta, com suas amigas ela se divertia bem mais, apontando cada menino bonito que passava e se candidatando aos cochichos para ser sua namorada. Claro, umas duas vezes o garoto ouvia e pensava que elas eram loucas, mas isso até faz parte. Mas agora Rose estava escrevendo a história de uma bruxa que se apaixonava por um trouxa que já era casado, então houve toda aquela reviravolta e no final eles ficam juntos. Ela não gostava muito dessas rotinas, mas infelizmente era assim que funcionava. Terminou mais algumas páginas e saiu da sala comunal, faltava pouco tempo para o café da manhã. Logo no corredor, viu Joshua Lewis, um garoto lufano que ela gostou por um tempo. Quer dizer, ele era incrível não? Tinha os cabelos extremamente pretos, a pele bronzeada, e era musculoso na medida certa. Tinha um certo afeto por ela, mas coisa de amigo. O problema era que o garoto estava na mira de Annie e Rose deixou pra lá. Ela nunca confessou a atração que sentia por Joshua, nem mesmo para Lílian. E no final, nunca daria certo, ele já era sétimo ano e no ano seguinte já não estaria mais ali.


- Joshua! – Ela cumprimentou.


- Bom dia, Rose. Está indo para o café da manhã?


- Na verdade não. – Ela falou. – Apenas cansei de ficar na sala e resolvi vir pra cá pra fora, ainda falta – Consultou o relógio. – meia hora pra o café da manhã.


- Ah, certo. – Respondeu Joshua.


- Ahn, tchau! – Ela se despediu, vendo que o novo amigo do garoto estava impaciente. Falou com algumas meninas da Corvinal, que estavam preocupadas com o exame de poções, e começou inconscientemente a procurar por suas amigas. Depois de dez minutos, começou a perguntar, e soube que estavam todas na biblioteca.


- Na biblioteca? Não, porque a Annie eu até entendo, mas a Lílian e a Rachel? Elas odeiam ler!


- Foi pra onde elas foram. – Falou Samantha, da Sonserina.


- Então tá bom, obrigada Sam.


- Nada.


Sendo sincera, Rose não confiava muito em Samantha. Ela tinha a fama de ser bem fofoqueira. Mas como amiga, ela até que era bem legal. Rose foi até a biblioteca e encontrou as amigas piscando pra uns meninos do terceiro ano.


- Sério? – Ela perguntou, rindo muito.


- Na verdade, Lílian quem começou. – Falou Annie. – Ela insistiu que o Levih era muito lindo e ficou olhando ele por uns vinte minutos, mas ele nem percebeu. Aí finalmente o John percebeu e aí ele avisou, e o Levih pelo jeito gostou da paquera, e aí eles estão se encarando já faz um bom tempo. Aí a Rachel percebeu que o John é bonito também e pronto. Eu tô basicamente segurando vela.


- Então tá, né? – Rose riu. – Mas meninas, vamos tomar café? Estamos atrasadas.


- Não, vão vocês na frente! – Disse Lílian. – Acho que ele falou pra o John que daqui a pouco vem aqui.


- Ih, então fica aí sozinha, Lily. Eu tô verde de fome. – Disse Rachel.


- Ai, pra ficar sozinha também não dá né? Me esperem, eu vou lá. Odeio garotos sem atitude. – Ela resmungou. Foi até a mesa deles, falou algo, Levih sorriu e respondeu, e depois ela chegou.


- Pronto.


- O que você disse a ele? – Perguntou Annie.


- Falei com ele, sabe, e perguntei se ele queria fazer dupla comigo na aula de herbologia, e ele aceitou. Ótimo, vou fazer com que ele me chame pra sair e então estamos todos de acordo. – Ela falou indiferente, já saindo da biblioteca.


- Isso é que é uma garota confiante! – Rose falou. – Mas vamos logo.


Quando chegaram, o diretor Longbottom estava em um daqueles discursos de “não se deve conversar durante as refeições”, e blá, blá, blá. Quase todo dia era aquilo. As meninas da Lufa-Lufa não conseguiam parar a boca por dois minutinhos.


- Ei, Rose! – Chamou Lílian. – Vê como o Malfoy tá lindo hoje. O que é que tem de diferente nele?


Rose deu uma olhada de menos de um segundo.


- Sei lá. Eu não presto atenção nesse porco.


- Acho que você levou muito a sério quando o tio Rony pediu pra você não se aproximar dele.


- Foi uma coisa natural. Esse garoto é muito metidinho, se acha o dono da escola, melhor que todo mundo. Nunca fui com a cara dele.


- Ah, mas que ele é MUITO gato, ele é. – Suspirou Rachel.


- Ele também não é tão lindo assim, vocês exageram muito. – Rose voltou a prestar atenção no bolo. – Nossa, isso daqui tá uma delícia, vocês deviam experimentar.


- Eu não posso, tô de regime essa semana. – Falou Rachel.


- Você não avisou logo, eu já comi muito pudim. – Lílian deu batidinhas leves na barriga, e as meninas caíram na risada.


- Vou experimentar, Rose. – Annie colocou um pouco no seu prato.


- Então, quando é o jogo da Grifinória contra a Corvinal?


- Não sei, Lily. – Respondeu Rachel. – Só sei que não perco por nada! Eu nunca vou abrir mão de ver o seu irmãozinho lindo jogando. Ai, na boa, um dia eu ainda caso com ele.


- Você gosta dele? Tipo, de verdade? – Perguntou Rose.


- Hum, de verdade não. Mas que ele é muito gato, ah, isso sim, ele é! Não, um dia eu vi o Alvo sem camisa...


- Tá bom, Rachel, a gente já entendeu. – Falou Annie. Todas elas sabiam que quando Rachel começava com suas palestras sobre Alvo Severo Potter sem camisa, o monólogo só terminava umas duas horas depois. Afinal, aquela era a definição no dicionário de Rachel pra “perfeição”. É sério. Ela escreveu isso no dicionário que ela carregava. Perfeição: (palavras riscadas) Alvo Severo Potter sem camisa.


- A próxima aula é de quê? – Perguntou Lílian, ainda tentando se recuperar do pudim.


- Pra mim e pra Annie é de poções. Aliás, hoje tem prova. – Disse Rose.


- É, eu até que tentei estudar mas essa noite as meninas insistiram em fazer um maldito show no dormitório de madrugada.


- Foi hilário! Viu só a Demetria Finger dançando jazz? Eu adorei!


- Isso porque você já tinha estudado antes, né, Rose?


- É verdade, eu só estudo na véspera se não der tempo de estudar antes. Você devia fazer o mesmo, Annie.


- Pra gente, a próxima aula é de feitiços. Estamos aprendendo a estuporar. Falta quanto tempo pra o Patrono? – Perguntou Rachel.


- Ah, não sei. Me ensinaram em casa. Até agora nós ainda não tivemos. Acho que é só no sexto ano. – Respondeu Rose.


- Qual é o seu patrono, Rose? – Rachel perguntou.


- É tão fofo! – Respondeu Lílian.


- Um pinguim. – Disse Rose. – É muito estranho, eu sei.


- Legal! – Falou Rachel. – Nunca vi alguém com um pinguim como patrono.


- É um patrono meio raro. – Respondeu Annie. – O da Lílian é uma corsa.


- Que nem o da vovó. – Ela sorriu. – Quando eu fiz meu primeiro patrono corpóreo, o papai começou a chorar. Pra ser sincera, ele tem uns segredos estranhos que só o Alvo sabe, mas quando falamos que o Alvo é o favorito dele, ele passa três horas falando que não tem isso de filho favorito, por isso a gente nem comenta mais. O Alvo sabe os segredos dele, o James tem as coisas raras dele, e pra mim o que sobra? Absolutamente nada! Odeio ser a filha caçula.


- Mentira, pra você sobra todo o dinheiro. – Falou Alvo, passando por trás das garotas rapidamente e sorrindo.


- Gente, que penteado novo é esse? ADOREI! Todo bagunçadinho, aaaah!


- É, fica bem mais legal assim do que todo arrumado que nem, sei lá, o Vustin Fieber.


- É Justin Bieber, Rose! – Corrigiu Rachel. – Adoro ele!


- Sério? Mesmo agora que ele tá velho, casado e sem graça?


- Não fala assim dele, Annie! Tudo isso porque você é fã daqueles rockeiros estranhos.


- O Billie Joe Armstrong não é estranho.


- Tá bom, não comecem a discutir outra vez. – Disse Lílian. – Vamos pra aula?


 


As garotas terminaram o exame de poções. Tudo bem, na verdade Annie não se concentrou direito porque pela primeira vez na vida tinha um grupo de garotos da Lufa-Lufa a encarando. Mas ok, dava pra tirar um B. Rose saiu certa de um A+, porque estava tudo muito fácil. As aulas de poções nunca mais foram as mesmas depois da morte do Professor Snape. Tudo ficou bem mais fácil, e a professora Hilton era realmente paciente com todos.


- E aí, Annie? Acha que tirou uma nota boa dessa vez?


- Dessa vez sim, Rose. Se eu aparecesse em casa com outro F acho que iam me matar.


- Deixa de drama. – Rose riu. – Seus pais são mais compreensivos que os meus.


- Correção: Meu pai é mais compreensivo que o seu. Porque nossas mães são bem esquentadinhas. – Disse Annie.


- Verdade. Mas ainda temos uns vinte minutinhos pra próxima aula. Já falou com o Joshua hoje?


- Definitivamente não. Você não soube? Ele está namorando!


- O quê? Eu falei com ele hoje cedo e ele não falou absolutamente nada! – Disse Rose, indignada. Mas Annie parecia bem calma.


- É. A namorada dele é a Safira, da sala dele. Eu nunca desconfiei que teriam algo, porque eles sempre foram bem amigos, mas as coisas mudam. A professora está indo, melhor irmos andando!


- Você parece tão conformada. Não ficou triste, com raiva, em choque, nada disso?


- Não, não. Acho que eu nunca senti algo de verdade pelo Joshua, e percebi essa semana. Acho que é só porque ele é extremamente lindo...


- Se a Rachel estivesse aqui ela provavelmente gritaria “SOU MAIS O ALVO POTTER!”.


- Fato! – Annie caiu na gargalhada. – Vamos.


Annie ligou o MP6, e deu play em Payphone, do Maroon 5.


- Você escutando Maroon 5? Isso é um milagre por acaso?


- Deixa disso. Eu também ouço pop às vezes. Principalmente em ocasiões especiais como essa.


E então Annie e Rose saíram pelo corredor cantando “always these fairy tales of full of shit, one more fucking love song and i’ll be sick!”.


- Bom, Annie. – Falou Rose. – Você tem mais alguma novidade? Porque eu tô por fora hoje. A parte do livro que estou escrevendo é bem legal, é quando o Antony vê a Hazel fazendo um feitiço e entra em pânico. Era só um Vingardium Leviosa!


- Termina logo essa história que eu quero ler, Rose! – Falou Annie. – Bom, não sei nada demais. Ah, sim, lembrei. Scorpius Malfoy e Pamella Chrishie terminaram o namoro.


- Há quanto tempo estavam juntos?


- Três semanas.


Rose deu um sorriso irônico.


- É o recorde do Malfoy. Antes dela, ele tinha passado duas semanas e dois dias com a Lorena da Corvinal, mas ela flagrou ele beijando outra garota e aí eles acabaram. Ela queria o quê? A garota que escolhe o Malfoy como namorado está pedindo por isso mesmo.


- Mas falando em namoro... Eu vi aqueles garotos te encarando lá na prova!


- Por favor, Rose! – Annie caiu na gargalhada. – Aqueles garotos são muito feios. Quer dizer, o único que se salva é aquele do cabelo castanho claro e olhos verdes...


- O Max? Ah, fala sério, ele é muito lindo.


- Ah, mas eu acho que tá na hora de parar de gostar dos garotos por aí e começar a cuidar de mim mesma. Eu não vou namorar ninguém no final de tudo. Eu provavelmente só vou namorar quando já estiver empregada...


- Annie, você vai ter que esperar pelo menos uns 3 anos pra isso!


- E daí? Eu já esperei 15, perto desse tempo todinho 3 anos não é nada.


- E se um menino interessante cruzar o seu caminho?


- Não sei o que acontece, Rose. Mas deixa isso pra lá. Não vai acontecer.


Chegaram até a sala de herbologia. Grifinória e Sonserina. A aula foi um fracasso porque ninguém parou de comentar as coisas que aconteceram durante a manhã na escola. Uma garota do primeiro ano tinha caído da escada quando a escada trocou, e o baque foi alto, ela estava no hospital, e pelo jeito a escola receberia mais medidas de segurança. Malfoy tinha começado a namorar outra garota. Filipe Share tinha sido expulso por falar palavrões para o professor de feitiços, e por aí vai. As garotas desistiram da aula (a professora não parava de chorar) e saíram apressadamente da sala. Quando chegaram ao salão comunal, a porta abriu e Alvo entrou.


- Annie, você esqueceu a sua mochila, eu vim entregar.


Annie corou.                 


- Ai meu Merlin, eu sou tão tonta! Era bem capaz de algum engraçadinho da Sonserina achar a mochila e esconder, sei lá, eu ia enlouquecer de tanto procurar! Obrigada, Alvo.


- De nada. E, Rose, mandaram te entregar isso. – Ele entregou um envelope. – Vou pra o dormitório ver se durmo um pouco, a festinha no dormitório de vocês ontem foi muito barulhenta e eu dormi menos de duas horas.


- Aconteceu o mesmo comigo. – Disse Annie. – Mas pelo menos eu assisti, e você não. – Ela riu.


- É pra os fortes! – Brincou Alvo. – Vou lá. Tchau, meninas.


Ele saiu. Rose ainda virava o envelope loucamente.


- Não tem nada escrito aqui.


- Claro, Rose, provavelmente o conteúdo está aí dentro. – Disse Annie, com um tom de uma professora de primário ensinando pacientemente aos alunos que antes de P e B se escreve M.


- Eu sei, sua engraçadinha. Mas tinha que ter um remetente, não? Aceitam envelopes em branco nos correios?


- Talvez não tenha passado pelos correios.


- É, faz sentido. – Disse Rose. Ela abriu. – O quê? A carta está escrita em francês.


Annie tirou a carta da mão de Rose.


- Vou tentar traduzir. Eu sei o básico do básico, mas talvez sirva pra algo. Ah, isso está muito fácil. – Ela riu loucamente. – Aqui diz: “Querida Rose, eu te amo muito! Apenas me diga sim.”.


- Sério? Isso não tem lógica nenhuma. – Rose não entendeu.


- Pra mim tem. Aquele garoto chato do quarto ano, Jack Flames, te pediu em namoro semana passada.


- E eu disse não. É.


- Ele fala francês. Ele está insistindo! – Ela caiu na risada outra vez.


- Mas por que ele entregaria essa carta ao Alvo? Não acha que ele entregaria diretamente a mim?


- Talvez ele não tenha entregado ao seu primo. Ele é amigo do Isaac, não é? Ele pode ter entregue ao Isaac, o Isaac ter entrego ao Alvo, e o Alvo ter entregue a você. Por isso ele escreveu em francês. Ele sabe que pouquíssimas pessoas aqui falam o idioma, e nenhum desses garotos teria como traduzir, mas você tem a mim, querida.


- Convencida!


- Não, apenas realista. – Annie sorriu. – Mas, e aí, você vai responder?


- Claro, mas vou responder em inglês. Tem uma pena aí? Vou responder no fim da carta mesmo.


- Aham. – Annie tirou uma da mochila e entregou.


- Sabe, eu costumo ser bem culta, mas esse garoto está me esgotando. – Ela rabiscou algo no fim da carta. – Pronto. Assim está bom? – E mostrou a Annie. Estava escrito com letras enormes: FUCK YOU.


- Coitado, assim ele fica magoado! – Annie falou.


- Problema é dele. Cansei desses meninos sem noção. Vou ser freira. – Brincou Rose.


- Ah tá, finjo que acredito. Você ia dar uma ótima freira, Irmã Rose.


- Pois é! Vou procurar uns conventos legais em Londres nas férias. – Ela caiu na risada. – Vou pedir pra o Alvo entregar ao Isaac, e o Isaac ao James.


- James não Rose. Jack!


- Tanto faz. Ao Jack. Enfim.


- Você um dia vai sofrer tanto quanto faz os outros sofrerem, colega.


- Não tenho culpa se eles gostam de mim mas não chegam aos meus pés! O que eu posso fazer? Dar uma chance a eles me desgastando? Por favor!


- Não, era só ser mais delicada. Vê, você podia escrever algo como “Jack, por favor, não insista. Gosto muito de você mas apenas como amigo. Num futuro distante, quem sabe, se o destino te colocar no meu caminho outra vez.”.


- Aí ele ia achar que eu gosto dele. E fora que eu não considero ele como amigo. Eu nem consigo lembrar do nome dele!


- Você é bem insensível, querida Rose.


- É, eu sei. – Rose revirou os olhos. – Mas olha quem fala, você nem consegue gostar de alguém.


- Como se você conseguisse, né?


- Ah, eu já gostei de vários e vários meninos...


- Mas, Rose, se você tem um pouquinho de bom senso você pode notar que você nunca gostou de alguém de verdade, muito menos eu. Eu não sou ninguém pra falar, mas dizem que tem um negócio de o coração acelerar, ficar nervosa, querer sair correndo e ao mesmo tempo ficar ali, querer estar perto dele toda hora. Eu não sei, eu nunca senti... Mas acho que deve ser assim mesmo. Eu nem tenho tanta vontade de me apaixonar, mas quando isso acontecer de verdade, acho que vou lutar pelo garoto, pode ser até o Ministro da Magia, eu corro atrás. Afinal, eu sou uma guerreira, e é isso que as guerreiras fazem! – Annie enfatizou.


- Eu não sei como vou agir. Mas deixa pra lá. Não quero me apaixonar logo também. Agora temos de ir pra aula, certo? Nem tava com tanta vontade de ter aula de Trato das Criaturas Mágicas hoje, mas, infelizmente, a verdade é que eu nunca tenho. Odeio essa matéria!


- Não sabia que você odiava alguma matéria, Rose nerdinha! – Zombou Annie.


- É, mas pelo menos eu não tiro F em poções. – Rebateu Rose, rindo.


- Mas eu recuperei a nota, falou? E você nunca vai deixar de ser nerd. A não ser que aconteça um milagre, sei lá. Tinha que ser algo MUITO incrível pra te fazer mudar de ideia.


- Bom, eu acho que estudar é meio que garantir o futuro. Eu ralo um


pouquinho hoje, mas no futuro eu sei que vou poder fazer o que gosto numa boa, e ainda ganhando bem pra isso. Não é perfeito?


- É, Rose. Perfeitíssimo. Olha só, a gente tá atrasada, vamos!


- Espera por mim! – Gritou Alvo, saindo do dormitório.


- Mas que sono longo né, Alvo? – Falou Rose.


- Tentei dormir, mas vocês não param de falar um segundo.


- E você não perde a oportunidade pra ouvir a conversa.


- Claro, eu não sou surdo! – Ele brincou. – Vamos andando. Você vai mesmo dar um fora no Jack?


- Ah, eu estou pouco ligando pra o que ele acha de mim. Eu tenho que viver a minha vida, mas ninguém entende isso!


- Foi bom você ter avisado logo porque um garoto hoje cedo já tinha peço pra eu te falar que ele estava gostando de você...


- Eu vou pendurar uma plaquinha escrito “NÃO ME AME, VOCÊ VAI SE DAR MAL NO FINAL” no meu pescoço pra ver se eles ficam mais atentos.


- É, talvez seja uma boa ideia. – Falou Annie. – Eu nem sofro com essas coisas, haha!


- Por enquanto, sua sortuda.


- Vira essa boca pra lá, Rose! Deixa eu viver meus 15 anos felizmente, sem preocupações, sem ciúmes, sem sofrimento... Apenas alegria e liberdade!


- Nossa, Annie, esse podia ser um discurso de presidente. Você devia vendê-lo. – Sugeriu Alvo.


- Boa ideia, aí eu posso comprar todas as novidades tecnológicas da Apple, uhuul!


- Só você mesmo, Ann Claire Bold! – Disse Rose.


- Nossa, vocês me chamam tanto de Annie que é estranho quando alguém fala “Ann Claire”. Acho que vou mudar de nome. – Ela brincou.

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