A CÂMARA SECRETA



- Tem certeza que quer ir? – Scorpius perguntava pela milésima vez.


 - Sim, eu quero. Você mesmo disse que eu deveria confiar em você! – Rose respondeu.


 Scorpius a olhou com uma expressão de preocupação, como se pensasse em alguma solução. Entraram no banheiro feminino, também conhecido como o banheiro da murta-que-geme.


 Malfoy proferiu algumas palavras. As pias começaram a se mover e uma passagem foi aberta.


 - É ofidioglota? – Rose perguntou, surpresa.


 - Aprendi essa palavra. Eu vou primeiro.


  Rose esperou alguns segundos depois de Scorpius descer pelo cano e foi no mesmo caminho. Escorregou até cair de forma desconfortável em um chão duro e úmido. Estavam na Câmara Secreta. O local era escuro, então ambos disseram levantando as varinhas.


 - Lumos!


 - Não vai me contar como sabia que deveriamos estar aqui? – Rose perguntou com um leve tom de desconfiança quando conseguiu ver Scorpius. – O que escondeu por tanto tempo?


 Scorpius ainda pensava no que responder, quando ouviram um som vindo de algum dos túneis.


 - Você não deveria estar aqui... – Scorpius falou em voz baixa, olhando para o cano que acabaram de passar.


 - Não, não. Vocês não deveriam estar aqui. – Uma voz conhecida se aproximou com passos lentos ecoando. A medida que ficava mais perto da luz da varinha, era possível destinguir o físico de um homem alto, forte, jovem e de cabelos ruivos.


 - Josh? – Rose sussurrou para si mesma. Olhou para Scorpius, procurando uma resposta, mas o loiro parecia tão confuso quanto ela.


 - O que pensam que estão fazendo? – Sparks perguntava com seu tom sério e baixo que raramente usava.


 - Bom, o que você pensa que está fazendo? – Rose perguntou gritando, com suas orelhas vermelhas.


 - Não, não grite! – Josh se apressou em dizer. – Rose, estou do seu lado. Veja! – Apontou para o final do túnel com a varinha brilhando. Outra pessoa se aproximava correndo, mas com passos cuidadosos.


 - Rose?! – Ginny exclamou, puxando a sobrinha em um abraço.


 - Tia Ginny! Como...


 - É uma longa história, querida! Envolve um de seus tios. Acho melhor saírmos daqui antes que mais alguém... – Ginny mal completou a frase quando perceberam que alguém descia o grande cano. Scorpius puxou Rose pela mão e correu pelo grande túnel, ignorando as ordens de Josh para permanecerem onde estavam.


 Chegaram até uma espécie de porta, com cobras entrelaçadas. Scorpius tentava abri-la, mas estava fechada. Rose ouviu a voz de Albus, do outro lado da porta.


 - Albus? – Rose gritou, se aproximando da porta.


 - Rose, não faça barulho! – Scorpius alertou.


 - Rose? É você? – Albus perguntou. Sua voz saia abafada.


 - Sim, sou eu! Como foi parar aí? – Rose continuou falando com o primo.


 - Rose, não fale... – Malfoy pedia, já sem muita paciência.


 - Está tudo bem? – Rose perguntou em desespero.


 Albus não respodera.


 - ALBUS!


- Rose Weasley, cale a boca por um segundo!


- Sim, isso foi muito educado de sua parte. Não acho que seja uma boa ideia mandar alguém parar de gritar, gritando! – Rose ironizou depois de tirar a mão de Malfoy de sua boca.


 - Mas eu não estava gritando!


 - Estava sim!


 - Ambos estavam... mas não acho que seja uma hora apropriada para uma briga de casal. – Uma voz ecoou de dentro do túnel. Rose corou, mas seus olhos ficaram atentos ao movimento de pessoas se aproximando. Um homem com um capuz negro se aproximou, ao seu lado, Claire Bonnet andava, apontando uma varinha.


 - Devo admitir, senhorita Weasley, que foi muito esperto de sua parte a ideia de DVAAA. Avada... nem mesmo eu havia pensado nisso! – O homem com capuz falou, dando uma risada ironica e fria. – Mas errou.


 Rose apenas observava o homem calada. Tinha milhares de perguntas na cabeça, mas não se atrevia a fazer nenhuma delas. Ainda não.


 - Ainda não sabe quem eu sou, espertinha? Esperava mais de você. Muito bem, não vejo motivo para continuar me escondendo.


 O homem tirou o capuz que cobria as feições de seu rosto. Era jovem, com olhos escuros e cabelo da mesma cor, um pouco encaracolado. Daniel sorria, não de forma feliz, mas de forma maligna.


 - Rose! Rose! – Harry e Josh gritavam, correndo pelo túnel. James, Alice, Ginny, Lily, Hugo e Dustin estavam logo atrás.


 - Daniel?! – Harry exclamou. Josh ficou encarando Daniel, se colocando na frente dos mais novos.


 - Sim, sim. Grandes surpresas! Bom, não tenho o dia todo, então se me dão licença...


 - Agora é noite. – James falou, confuso.


 - Quieto, James. – Harry falou em tom estressado.


 - Daniel Alan Audley Alcock. É o seu nome completo. – Rose falou com certeza, mas ainda mostrava dúvidas. Ela pensou mais um pouco, comprimindo os lábios. – Não tem “V” no seu nome.


 - Ah, muito bem observado. Pelo menos alguém está pensando bem. Acho que devo uma breve explicação...


 - Cara, para de enrolar! – Hugo falou.


 - Hugo, shuuush! – Alice sussurrou.


 - Verdade, por que vilões sempre ficam enrolando com os planos? – Dustin perguntou.


 - Não sou um vilão! Meu dever é salvar a comunidade bruxa de todos aqueles que não tem sangue puro. Assim como meu pai. Sabem que sou adotado, certo? Não recebi o sobrenome de meus pais biológicos, obviamente...


 - Direto ao ponto! – James falou.


 - Não me interrompam! Tudo bem, resolvi acrescentar o “V” ao meu nome.


 - Só isso? - Alice perguntou, indignada.


 - O que significa o glorioso “V”? – Josh ironizou.


 - O nome de meu pai. Voldemort.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.