BOM DIA, MALFOY



O garoto ainda dormia. Seu rosto estava mais pálido do que sempre fora, parecia bem fraco. Astoria parecia acompanhar cada segundo de sua respiração enquanto passava as mãos no cabelo loiro de seu filho.


 Os Weasley e os Potter chegaram junto com Draco. “Eu não quero ver” Rose sussurrava no ouvido do primo enquanto entravam na sala. “Vai ficar tudo bem” ele respondia, tentando se convencer que era mesmo verdade.


- Muito bem... agora, esperamos. – Malfoy falou enquanto se dirigia ao lado de sua mulher.


 Albus achou estranho que Draco quisesse os Weasley e os Potter no momento em que seu filho acordasse. Depois de sua amizade com o Malfoy, as famílias pareciam tentar se entender melhor. Talvez fosse um caso de urgência, logo Scorpius seria interrogado, e não poderiam perder tempo para testar sua memória.


 Astoria levantou a cabeça para olhar os “convidados”. Seus olhos estavam vermelhos, como se tivesse trocado todas as suas horas de sono por lágrimas.


-Podemos nos aproximar? – Hermione perguntou para Astoria.


- Deixou que sua filha fizesse isso e ainda quer se aproximar? – Astoria respondeu diretamente, mas sem encarar Hermione.


- Sabe que não é verdade. – Harry argumentou.


- Bom, perguntem para a garota que feriu o meu filho! – Astoria continuou.


- Eu nunca machucaria Scorpius! – Rose falou, se colocando na frente de Astoria.


- E como você acha que ele está?


- Acha que eu tive escolha?


- Acha que isso é desculpa?


- Pare de ver só um lado. Você entenderia se não fosse tão egoísta!


- Não fale comigo assim, sangue ruim!


- Tudo bem, agora já chega! – Draco Malfoy interrompeu a discussão. Todos os outros, que já estavam com as varinhas levantadas, abaixaram as mãos. – Meu filho vai acordar e tenho certeza que não vai querer ouvir discussões!


  Hermione foi até Rose e a abraçou. Deu um breve olhar de agradecimento ao Draco e se separou da filha. Ele era a última pessoa que ela imaginaria defendendo alguém contra essas palavras.


 Todos estavam em silêncio, resolveram que seria a melhor coisa a fazer. O dia parecia ficar cada vez mais claro enquanto esperavam. Albus estava do lado de Rose quando Scorpius começara a se mexer.


- Ele está acordando! – Astoria sussurrou com toda a felicidade.


 Draco Malfoy se colocou na frente do filho, que mexia a cabeça de um lado para o outro. Seus olhos começaram a se abrir lentamente, mas logo fecharam com força, como se a claridade o incomodasse. Tornou a abrir os olhos.


- Pai? – O garoto sussurrou. Draco Malfoy  transbordou de felicidade. Abraçou sua mulher, que estava chorando novamente, mas dessa vez, sorria. Seu filho estava bem, e nada mais importava. Os outros se afastaram para não atrapalhar a família.


- Você está bem! Ah, meu filho, eu te amo tanto... – Astoria falava, dando um abraço delicado em seu filho.


- Eu também te amo, mãe! – O garoto respondeu, com a voz um pouco rouca. A senhora Malfoy sorriu para os Weasley, que sorriram de volta.


- Fui injusta com você. Me perdoe, Rose! – Astoria falou.


- Rose? Ela está aqui? – Scorpius perguntou, tentando se sentar. Enquanto seu pai o ajudava, sua mãe fez sinal para Rose se aproximar. A ruiva foi empurrada por Albus.


- Bom dia, Scorpius! – Foi a única coisa que conseguira pensar em falar. Scorpius sorriu.


- Bom, muito bom, ele reconheceu outra pessoa! – Draco sussurrou, fazendo anotações em uma prancheta.


- Se lembra de todas aquelas pessoas ali, meu querido? – Astoria falou com seu filho, apontando para os Potter e Weasley.


 Scorpius concordou com a cabeça enquanto Albus se aproximava de Rose, que parecia não saber para onde olhar.


- Tudo bem, Malfoy? – Albus perguntou, tentando sorrir.


- Claro, Potter! – Scorpius falou, ainda com a voz fraca, mas parecendo muito feliz.


- Mais uma coisa... – Astoria colocou sua mão no ombro de Scorpius – Filho, você se lembra quais foram as últimas pessoas que você viu?


- Astoria, agora não... – Draco começou, mas foi interrompido por seu filho.


- Ahn, ele! – Scorpius falou apontando para Albus. Olhou então para Rose. – Não, foi ela... espera...


- Tudo bem, não precisamos saber disso agora filho, você deve descansar – Falou Draco, olhando mais para Astoria do que para Scorpius. Ele balançou a varinha e uma bandeja de café da manhã apareceu flutuando na sala. – Tente comer um pouco.


- Eu fico com ele. – Astoria falou, olhando com carinho para o filho. – Vou ficar em silêncio! – Completou sorrindo, depois do olhar de desconfiança de seu marido. Esse sorriu e deu um último abraço em sua mulher e em seu filho.


Todos saíram e foram até a sala de Draco, menos Rose e Albus, que foram puxados por James e Alice, ainda em baixo da capa. Estavam em um corredor vazio, Rose tirou a capa dos dois.


- Como ele está? – Alice perguntou.


- Muito bem! – Albus exclamou.


- Como se nada tivesse acontecido. – Rose continuou. “O que é estranho” pensou.


- E vocês conseguiram?  -Albus perguntou.


- Sim, seja lá o que vocês queriam... eu ainda não entendi o plano! – James falou.


- E agora, pessoas? O que vai acontecer? – Alice perguntou.


 Ninguém sabia ao certo a resposta, mas todos sabiam que era apenas o início.

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