Devolta a Vida de Outrora.



O primeiro dia em Hogwarts - Último Semestre.


Acordara aquela manhã e ainda estava cansada.
Estava, na verdade, preguiçosa, esticando os braços para criar coragem e deixar a cama.
Toc. toc. toc.
Erguera-se e vestira o penõar de seda negro, abriu a porta.
_Bom dia prima!!! - Draco já estava devidamente trajado, com uma camisa de seda verde, punhos virados, e uma calça de linho escura, em plena concordância com os sapatos de couro cromado e fivelas de prata.
Os cabelos médios e louros estavam penteados para trás, e havia um casaco xadrez preto e grafite em suas costas, aberto.
Sorrira para ela, e estendera a mão.
_Bom dia, primo... - ela rira-se, meio sonolenta, recostando ao batente - Podes me esperar me vestir e lavar minha face?
_Certamente srta Black. - ele rira de leve, beijara sua mão e descera a escadaria bem assentada.
Anna voltara- se ao roupeiro de carvalho talhado, escolhendo suas vestes matinais. Gostava muito de vermelho. Mas também gostava de verde, talvez pela parte sonserina de sua família.

Acabara por optar pelo belo vestido com suspensórios negro, uma camisa branca de gola alta (com um laço negro junto á garganta), botas de veludo negras (com solado vermelho), e jóias esmeralda e prata, assim como uma pequena bolsa de mão verde.
Penteara os cabelos com cuidado deixara-os cairem lisos em cima e enrolados (naturalmente) nas pontas.
Perfumara-se, colônia de alfazema, delicadas flores liláz.
Então descera, ainda semi desperta, calçando as luvinhas de renda brancas.
Mr Malfoy Senior estava á lareira, em pé, apoiado a sua inseparável bengala, e a fitava com indisfarçável interesse.
_Boa manhã, monsenhores. - dissera ela, constrangida pela presença da sra Malfoy e do sr Draco.
_Boa manhã, srta. -apressara-se Narcissa, sem demonstrar nenhuma expressão.
_Boa manhã, srta Black. - dissera Lucius, ainda sem desviar o olhar.
_ Creio que já nos cumprimentamos... - dissera Draco, oferecendo o braço em gancho. - Meus pais, gostaria de levar a lady Anna ao condado após o desjejum, uma vez que logo após o almoço seremos mandados a Hogwarts.
_Não vejo mal algum. - ponderara Lucius.
_Não seria mais prudente apenas irem á Hogwarts? - Narcisa dedilhava o colar em seu pescoço, como que para se manter calma.
_De forma alguma. Deixe que a jovem conheça o vilarejo, ela mal sabe onde está. - afirmara o patriarca.
Era evidente o seu divertimento em causar contrariações em Narcissa, demonstrar seu poder como homem da casa.
A sra Malfoy calara-se e assentira, com o mesmo sorriso forçado da noite anterior.
Seguiram, os quatro, para a mesa.
O desjejum decorrera silencioso, mais uma vez.


Anna terminara depois de algum tempo, que julgara ser o suficiente para ser educada, mas verdadeiramente, estava sem fome.
Draco comia tranquilamente seu waffer e seus ovos mexidos, e de vez em quando, sorria para ela, de forma a demonstrar amizade.
Sir Malfou pai a espiava pelo canto do olho, apenas bebericando sua quantia matinal de néctar, como se a fonte do doce em seus lábios estivesse ali, bem diante de si.
Então o horário indicou que já era tempo de ir á escola, de mostrar o terreno devolta a Grifinória recém chegada, e de reenserí-la no cotidiano estudantil de Hogwarts.
Narcissa apenas observava o comedido interesse do esposo, incomodada, porém calada.
Draco se ergueu da cadeira, recostando-a de volta, seu espaldar reto de encontro á mesa, e espreguiçara-se, cada ossinho de sua mão seguira em coro num teque-teque prazeroso.
Anna erguera-se em seguida, numa breve vênia aos anfitriões, e seguira para a porta, esperando o primo, e a carruagem que os conduziria aos terrenos da Escola de Magia e Bruxaria.
O louro mais jovem oferecera o braço, e juntos subiram.
_Será uma boa manhã, prima Anna. - arriscara-se ele a dizer.
_Sem dúvida alguma primo Draco. - respondera ela, na sua doçura habitual, respirando suavemente, como se cada suspiro baixo a ajudasse a digerir melhor tudo que ocorria.
Mas o que conseguia era apenas oxigenar a mente, e tentar, falhamente, chegar a alguma conclusão nova.
Tudo redundava em voltar aquele lugar, e reviver a vida que outrora lhe era comum, antes da morte do pai.
Anna tocou com a luva o lábio e descansou o queixo sobre a palma da mão.
Fechou os olhos.
Algo lhe dizia que seria uma longa manhã.

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