Quase conseguimos...



   Já estava de noite e lá fora do trem a tempestade parecia não cessar, o grupo de alunos que se encontravam naquele vagão muito semelhante a um salão comunal foram se dissipando, com cada um indo para sua cabine-dormitório, as garotas já haviam ido faz tempo, deixando os garotos para trás, e assim eles seguiram para seus aposentos, passando no restaurante para pegarem algo para comer, e compraram alguns doces, como bolos de caldeirão, feijõezinhos de todos os sabores, sapos de chocolate e tortinhas de abobora e varinhas de alcaçuz, pirulitos brilha-lingua e alguns sanduiches, assim como um pouco de suco de abobora, praticamente fazendo um assalto a velhinha que era a responsável pelas vendas. Quando chegaram após cada um tomar um banho rápido e todos trocaram de roupas colocando os pijamas, Scorpio se dirigiu a eles chamando a atenção deles para um livro de capa vermelha já envelhecida, e Alvo identificou o livro como aquele que usavam para estudar Animagia.


Malfoy sorrira marotamente e Lorcan também sorrira olhando para o irmão que parecia ainda em choque encarando o livro, sem dizer nada, Scorpio fizera sinal para que todos sentassem em circulo no chão do dormitório, mas o gêmeo ainda parecia abalado, e continuava encarando o livro com uma expressão de imenso descontentamento. Os três fuzilaram Lysander com o olhar, o inibindo de falar alguma coisa, ele ainda continuava achando aquela historia de praticar Animagia arriscado, mas não iria discordar dos outros, e se uniu a eles no chão, com um aceno de varinha eles iluminaram o quarto acendendo as velas, que deixaram um ar um tanto sombrio naquele lugar, em seguida abriram o livro ao centro da roda que formavam e deram as mãos, fechando os olhos.

Alvo estava caminhando pela floresta estava de noite, as arvores balançavam pela floresta em um aspecto sombrio, ele caminhava calmo por entre elas, e ultrapassava algumas moitas daquele lugar, ele podia sentir os sons daquele lugar, os ruídos das criaturas da noite, ele se sentia vivo, se sentia em casa naquele lugar. Fora então que ouvira ruídos e alguma voz, ela o chamava em direção ao que parecia uma clareira, ela o atraia ele andou até ela e ficara por algum tempo oculto nas sombras, de onde vira nos contornos da escuridão das arvores olhos brilhantes que o observavam, eram três pares, e um dos seus observadores estava em uma arvore, seria Lysander pensara, enquanto outros dois estavam nem terra, um estava sobre o que parecia uma pedra grande, e mesmo encoberto pelo breu, sua silhueta era vista com atenção sobre aquele grande rochedo, era imponente e nobre, e seus olhos quando encontraram os de Alvo cintilaram brilhantes e ele reconhecera aquele como Scorpio, não sabia como, mas o havia reconhecido, e mais próximo a ele caminhando em sua direção do lado esquerdo vinha um par de olhos brilhantes caminhando lentamente era Lorcan, quando todos se aproximaram das bordas da clareira, ficaram por alguns momentos se encarando, quando ao mesmo tempo, os quatro sabiam o que fazer, eles deveriam entrar na luz e caminharem até o lago no centro e olharem seu reflexo, era isso que deveriam fazer, quando estavam próximos de darem o primeiro passo, um ruído os despertou e cada um abriu os olhos assustados.

Alguém os estava observando da porta que estava semi-aberta, e ao perceber o que estava acontecendo, a transformação que se iniciara, a garota que até então observava curiosa se espantou e partiu dali, mas não sem antes os garotos poderem vê-la ali, e a única coisa que eles viram antes da garota correr foram seus olhos, eram azuis como o céu, Scorpio que estava próximo a porta se levantara e correra até ela a escancarando para ver se ainda via a menina pelo corredor mas este estava deserto, Alvo então notara algo de diferente em Scorpio, alguma coisa se prendera em suas calças, era branco e felpudo, ele tivera um susto ao reparar que aquilo se mexia, balançando de um lado para o outro, o loiro havia adquirido uma cauda.

_ seja quem for, já foi, mas pelo menos não descobriu o que estávamos fazendo – disse Scorpio calmo ainda de costas para eles – vocês acham que devíamos ir atrás da... – ele se voltara para os amigos para então sua face antes calma se tornar uma de completo espanto e surpresa – fogo infernal, o que diabos aconteceu com vocês? – ele quase gritara, fora então que Alvo encarou os gêmeos, que agora não estavam totalmente idênticos.

Lorcan possuía agora um par de orelhas um pouco maiores e pontudas, com uma pelugem negra sobre ela, seu rosto possuía um focinho longo e com uns pêlos de uma coloração levemente arruivada a lhe cobrir a face, o loirinho o tocava com uma expressão assustada no rosto sentindo o diferente, fora então que levara a mão a parte de trás e reparara que assim como Scorpio, adquirira um rabo, mas mais felpudo e volumoso, ele se levantara rapidamente para se certificar que era realmente uma cauda, pedindo que Alvo e os outros olhassem.

Alvo encarara então Lysander, ele possuía no lugar do nariz e da boca um bico, era curto, não muito longo, possuía algumas pequenas penas cobrindo o seu rosto, ele assim como Lorcan se tocava, e encarava as mãos que possuíam algumas plumas maiores mas cinzentas diferente das do seu rosto que eram brancas, ele encarara os sonserinos assustado e com uma feição desesperada, e buscara na estante um espelho ou algo para se ver, e acabou encontrando, quando se fitara, ele não gritara, apenas parecia não acreditar no que via, até murmurar.

_ e-eu s-sabia – disse Lysander olhando para todos – eu sabia que não ia dar certo, estava na cara que não ia dar certo, desde o inicio sempre senti isso, mas alguem me ouviu? Ninguém, ninguém me ouviu quando disse que o que fazíamos era ilegal, ninguém me ouviu quando eu disse que podíamos acabar sendo vitimas de transformações incompletas – ele respirara fundo – agora vejam o que aconteceu? Somos monstros, híbridos, nem homens nem animais – ele soltara algo semelhante a um assobio fino e todos o encararam – o que será de nos agora? – o gêmeo se deixara cair na cama de Alvo atordoado – vamos para Azkaban, seremos as aberrações da sociedade bruxa, crianças tolas que tentaram se tornar Animagos ilegais e para que? Por mero capricho.

_ Andy... – disse Lorcan se sentando na cama de Alvo ao lado do irmão – não fica assim, isso não é verdade, e outra, acredito que não é permanente – ele se voltara para Scorpio – não é permanente né? – o loiro deixara então a porta a encostando andando ao centro do quarto onde pode ser mais bem olhado.

Scorpio possuía assim como Lorcan o rosto coberto por uma pequena, mas, no entanto grossa, a camada de pêlos, esses eram brancos e alguns eram cinzentos, ele também possuía um focinho, no entanto esse era mais longo que o do loirinho, seus braços estava peludos e ele possuía garras, e a cauda estava levemente levantada, ele encarara a todos, e seus olhos agora pareciam um pouco mais ameaçadores, como os de um predador.

_ bem... – disse Scorpio quase num rosnado – não dizem nada sobre isso no livro, que eu me lembre, mas acho que poderíamos procurar alguém que saiba sobre Animagia – enquanto falava os rapazes podiam notar o quanto grandes e pontiagudos seus dentes haviam ficado, especialmente os caninos – então, o que esperaram o dia nascer e chegarmos a Beauxbatons assim como animais? – ele parecia um tanto irritado de repente, e dirigira a todos um olhar ameaçador – agora vamos nos arrumar e procurar o Teddy ele deve saber sobre isso... Afinal foi ele que deu o livro ao Al – ele caminhara colocando se roupão sobre o pijama e um gorro de lã para esconder as orelhas e um cachecol para esconde o rosto – vocês vem ou não? – ele rosnara – não cabemos todos sobre a capa, então iremos eu e o Lorcan que estamos em melhor estado que vocês dois – ele se dirigiria a Lysander e Alvo, e o loiro soltara um gemido descontente – vamos...

Lorcan colocara um moletom grande o suficiente para lhe cobrir a cauda e um boné cobrindo as orelhas e o capuz que lhe escondeu o rosto, Lysander se levantara da cama, enquanto Alvo se encarava no espelho para ver como estava. Ele possuía um focinho curto, e uma pelagem castanha lhe cobrindo o rosto por completo, se não fosse um sinal branco em sua testa sob o focinho, ele possuía os a mesma pelagem em seus braços e no peito seus pêlos eram brancos, ele tentara se levantar, mas fora difícil se manter em pé, caindo novamente se não fosse se apoiar sobre uma cômoda, ele se sentara em sua cama, para encarar suas pernas finas e arqueadas e agora reparara que não possuía mais pés, pés humanos pelo menos.

_ por Merlin, Al, você tem cascos?! – disse Lorcan ao encarar com o mesmo espanto que o moreno as pernas – e... Você também tem chifres – ele tocara em pequenas saliências pontiagudas que saiam da testa de Alvo – você é um bode por acaso? – Lysander revirara os olhos com a pergunta estúpida que o irmão fizera.

Todos agora caminhavam pelo trem a noite, tomando cuidado para não fazer muito barulho, o que era um pouco difícil por conta dos cascos de Alvo que faziam um pequenos barulhos quando ele caminhava, ele e Lysander estavam sobre a capa da invisibilidade e o loiro lhe ajudava a caminhar lhe dando apoio, pois ainda não estava acostumado com os novos pés. Scorpio ia à frente iluminando o caminho com a varinha e Lorcan ia atrás, verificando se não estavam sendo seguidos, fora então que chegaram a cabine de Teddy, e Malfoy iluminara o nome na porta para se certificar de que era aquela mesma estava escrito “T.R. Lupin”, sim, era ali, ele então bateu fortemente, e lá dentro eles puderam ouvir alguns murmúrios de alguem resmungando, antes dele abrir a porta, com a cara toda amassada de uma pessoa que acabou de acordar, e os olhos semi-cerrados de sono, e os cabelos na cor natural que era pretos e estavam despenteados, ele encarara Scorpio tentando indentificar seu rosto, e o loiro sorrira lhe mostrando os dentes e os olhos do professor caíram sobre seus caninos enormes e pontiagudos, Teddy estalara os e tornara a fechar a porta.

_ professor Lupin, somos nos – disse loiro batendo novamente na porta novamente – sou o Scorpio Malfoy – ele dissera quando Teddy tornara a abrir a porta – esse é Lorcan Scamander – ele apontara para o outro que também sorrira mostrando seus dentes não tão grandes quanto os do outro loiro, mas igualmente pontiagudos – e ali estão o Alvo e o Lysander – os dois despiram a capa se revelando – nos tivemos um pequeno acidente.

_ eu já vi isso antes – disse Teddy agora parecendo um pouco mais atento e mais acordado – é uma transformação animaga má sucedida – ele encarara os quatro por inteiro, analisando cada um com uma cara séria para então sorrir – entrem, vamos conversar um pouco, não vieram me procurar sem motivo não é mesmo? – ele soltara um riso sem graça e os quatro se encararam sérios e entraram no dormitório do professor.


O dormitório de Teddy era simples sendo muito semelhante com o quarto dele em sua casa em que morava com a avó, tinha as paredes negras com alguns detalhes amarelos e o chão brilhava lustroso feito de algo que Alvo pensou ser granito, havia alguns pôsteres de colados as paredes, sendo alguns de Quadribol, mas a maioria sendo de bandas de rock, tanto trouxas quanto bruxas, havia ainda os móveis, uma cama de madeira negra e com um edredom dourado, um guarda-roupa, duas enormes estantes de livros, abarrotadas deles, uma mesinha de cabeceira, um abajur e uma escrivaninha com pergaminhos, penas e tinteiros, e algumas fotos bruxas, na maioria dele e de Victorie, os rapazes entraram no quarto e se sentaram sobre a cama, mas antes que ele disse algo, bateram na porta novamente, mas mais bruscamente, e o professor retornara a atender a porta novamente, mas antes de abrir se aproximara da porta e cuidadoso dissera.

_ quem está ai? – disse Teddy seriamente e por alguns segundos a pessoa do outro lado da porta ficara em silencio – quem está ai? – ele tornara a perguntar e então veio a resposta.

_ Salazar Salvatore – dissera uma voz rouca e profunda do outro lado da porta, e o sangue dos garotos gelara com a pronuncia do nome – abra, quero ver seu quarto.

_ por que gostaria de ver meu quarto Salvatore? – disse Teddy mantendo o mesmo tom de voz serio, mas fazendo sinal para que os garotos se escondessem e os quatro seguiram para uma porta que se tratava do banheiro.

_ eu preciso ver seu quarto – disse Salvatore pausadamente e com uma voz ameaçadora – abra agora, ou serei obrigado a arrombar – ele dissera frio e duro, e Teddy então abrira a porta e no lugar de uma cara séria, surgira um sorriso – olá Theodor – o professor de transfiguração dera espaço para que ele entrasse.

_ o que você quer Salazar? – disse Teddy seriamente, odiava ser chamado de Theodor – não tem nada nesse quarto que possa te interessar.

_ vi alguém entrar nesse quarto – disse Salazar olhando ao redor em busca de algo – e como todos sabemos, é contra as regras qualquer aluno andar por ai a essa hora da noite – ele começou a andar pelo quarto até olhar em direção a porta do banheiro, mas foi interceptado por Teddy antes disso.

_ sei muito bem das regras Salvatore – disse Teddy um tanto rude – sou professor nessa escola a mais tempo que você, sei das regras, e não seria eu que iria violar-las.

_ será mesmo? – disse Salvatore com um tom irônico – você se esquece Theodor, que eu e você já fomos amigos no passado, e por mais que respeite as regras, você as vezes as quebra – ele dissera frio soltando um leve sorriso – assim como sei que há uma pessoa nesse quarto, ou mais de uma – ele se aproximara de Teddy e falara ameaçador – tome mais cuidado Lupin, nenhum de nós quer que você perca o emprego não é mesmo? Visitas noturnas de alunos a um professor podem pensar mal de você não acha amigo?

_ o que eu te fiz para você me odiar tanto assim Salazar, nós éramos amigos no passado, éramos quase como irmãos, e de repente você se voltou contra todos – disse Teddy – você não era assim...

_ você sabe o motivo que me levou a mudar meu jeito de ser Theodor – disse Salvatore interrompendo Teddy – você poderia ter impedido tudo que aconteceu, mas não o fez, e eu nunca o perdoarei por isso Lupin, nunca lhe perdoar pelo que aconteceu a ela – ele dera as costas ao professor de Transfiguração – não irei denunciá-lo ainda, nem acordarei a diretora para que venha aqui, te deixarei em paz por enquanto, pelos velhos tempos – ele falara a ultima parte com sarcasmo e ironia – mas deve ficar atento mesmo assim, sabe que sou imprevisível, antes que me esqueça, parabéns pelo noivado, todos sabíamos que acabaria se casando com Victorie Weasley – ele sorrira friamente antes de abrir a porta e depois sair por ela batendo-a, Teddy respirara fundo, se dirigindo a porta do quarto a trancando, para então se voltar para a porta do banheiro e a abri-la.

_ venham – disse Teddy fazendo um sinal com a cabeça para que os sonserinos saíssem do banheiro, ele estava com a voz levemente magoada – então qual o problema mesmo que eu possa ajudá-los? – eles se encararam com caras confusas, afinal, era meio obvio o motivo de estarem ali – a sim, a transformação errada – ele falara como se acabasse de acordar de algum devaneio – vejamos, eu realmente gostaria de ajudá-los, mas não há nada que eu possa fazer por vocês...

_ está dizendo que vamos ficar assim para sempre? – disse Alvo e Lysander soltara um gemido descontente que mais pareceu um assovio agudo.

_ você não pode está falando serio Teddy... – disse Scorpio em um rosnado nervoso – tem que haver uma cura, nos não podemos ficar assim.

_ acalmem-se rapazes – disse Teddy rindo levemente – essas mudanças que vocês sofreram é temporária, amanhã de manhã vocês estarão normais novamente, mas me expliquem como isso foi acontecer? uma transformação animaga má sucedida desse nível se deve ao fato de que vocês estavam bem próximos de conseguirem se tornarem animagos – os quatro sorriram se encarando animados – mas, vocês foram interrompidos antes de que isso acontecesse...

_ sim nos fomos interrompidos – disse Lysander – alguém fez um ruído que despertou a todos nós do transe, acho que foi isso que causou tudo, essa pessoa fez a gente ficar assim.

_ expliquem melhor, vocês foram vistos praticando Animagia? – disse Teddy severamente e repreendedor e os quatro ficaram em silencio – ótimo – ele falara ironicamente e um pouco irritado - vocês sabem o tamanho da confusão que podem se meter se forem pegos? Ainda mais se descobrirem que fui eu que dei o livro para vocês? – ele passara a mão pelos cabelos nervosamente – olha, seja quem for essa pessoa, vocês tem que descobrir, antes que ela conte para alguém e todos nós nos acabarmos mal, todos nos, por isso, quando descobrirem quem é terão que alterar a mente dessa pessoa.

_ é o que? – disse Lorcan – alterar a mente, fala sério, nós nunca poderíamos fazer isso, é um feitiço muito avançado – os três encararam o gêmeo – e outra, não podemos apagar a memória de uma pessoa, é errado.

_ já que não sabem como fazer – disse Teddy e então respirara fundo - então descubram e me digam de quem se trata – falara sombriamente – e eu mesmo faço o trabalho, pensei que fossem mais espertos, mas se foram burros o bastante para não fecharem a porta, talvez eu tenha colocado muita fé apenas em algumas crianças idiotas – os quatro pareceram ficar tristes com o ultimo comentário do professor, e ele percebera isso, se arrependendo amargamente disso, eles não tinham culpa, certo, haviam se descuidado, mas como eles descobririam que alguém viria xeretar no meio da noite o que eles faziam no dormitório, a verdade é que as palavras de Salvatore o haviam deixado chateado, e ele meio que estava descontando nos garotos que não tinham nada haver com aquela historia toda – me desculpem, vocês não são crianças idiotas, e eu não me arrependo dá fé que coloco em vocês, pois sei que serão grandes homens no futuro, e que eu terei muito orgulho de ter os ensinado tudo que sabem – ele sorrira ao perceber que eles pareciam melhor – qualquer um poderia cometer um erro desses... Não é culpa de vocês se isso acabou acontecendo, agora vão, voltem para seu dormitório e durmam.

Os quatro se despediam de Teddy, e se levantaram seguindo para fora, enquanto o professor arrumava a cama para tornar a se deitar, quando notara que alguém ficara para trás, Alvo lhe encarava, e ele não sabia ao certo o porquê daquilo, apesar de suspeitar levemente sobre o que se tratava, ele sorrira para o Sonserino e dissera.

_ alguma coisa que queira me falar Al? – disse Teddy – mais alguma coisa que não me disseram?

_ na verdade, é uma pergunta Teddy, eu gostaria de perguntar, se puder, do que o Salvatore falava quando disse que o senhor podia ter impedido tudo que aconteceu... Sobre o que ele falava? – disse Alvo e o professor parecera sério – desculpe, não precisa responder se quiser, é que eu me senti intrigado com isso.

_ Al, eu não te respondo o porquê acho que não é um assunto que um garoto do terceiro ano deva saber, o que aconteceu no passado deve permanecer nele, não deve ser lembrado, ainda mais, quando não vale apena lembrar – disse Teddy acompanhando Alvo até a porta – Salazar e eu éramos amigos, e deixamos de ser a muito tempo por algo que aconteceu, é tudo que precisa saber, nada alem disso vale apena, agora vá – ele sorrira se preparando para fechar a porta – tenha uma boa noite Alvo Severo, ou como os franceses dizem... Bonne Nuit – ele fechara a porta, a trancando.

Chovia muito naquela floresta, as nuvens cinzentas carregadas e trovejantes, relâmpagos e raios cortavam os céus, por entre as arvores da floresta algumas pessoas andavam pelo terreno já enlameado, mas elas eram figuras encapuzadas, suas vestes negras e mascaras de metal lhe cobriam o rosto, todos que o vissem saberiam quem eram, pois qualquer um mesmo que nunca os tenha visto sabia reconhecer comensais da morte quando os visse, mas não os mesmos que na época da guerra, pensara o líder deles, que os olhava por canto de olho se lembrando o qual desprezíveis eram aqueles peões, peças sem valor, bruxos repugnantes e miseráveis, muitos que o seguiam por motiveis fúteis como dinheiro, outros bruxos inocentes e de boa índole que não o aceitaram segui-lo a principio, mas que o seguiam agora por estarem sobre a imperius, era um pequeno exercito que o acompanhava, mas apenas para ajudá-lo a enfrentar centauros ou qualquer surpresa que encontrassem. Os relâmpagos iluminavam suas formas encobertas pela escuridão da floresta, lhes dando um ar sombrio e temeroso, o homem a frente usava um mapa para se guiar, fora então que parara em um ponto qualquer da floresta, e não havia nada, nenhum sinal do que buscavam estava ali, ele sorrira girando o anel que trazia nos dedos, ele sentia, as relíquias estavam ligadas, uma sentia a presença da outra, a pedra sabia que a varinha estava ali, assim como ele sabia, ele então retirara do bolso das vestes negras a varinha que usava, e usando um feitiço mudo a barreira desaparecera, revelando o que estava oculto por ela, o tesouro mais precioso que ela escondia. Eles então viram o que buscavam, ali estava ele, um túmulo feito de mármore branco se encontrava ali, ao centro de uma clareira a poucos metros deles, o homem que os liderara parara de repente antes de entrar na clareira, mas alguns outros seguiram e tiveram um encontro com um escudo protetor que revestia aquele lugar sendo jogados longe após receberem uma grande corrente elétrica muito forte, enquanto eles se erguiam do chão, muitos feridos enquanto outros nem sequer se mexiam ainda caídos, pareciam estarem mortos, pensou o líder, pouco importava a ele, eram apenas peões, conseguiria outros se quisesse, não fariam falta. O homem rira dos próprios pensamentos e do escudo elétrico, eles buscavam proteger a todo o custo àquela sepultura que guardava a varinha de sabugueiro, seria medo talvez de que alguém o violasse novamente e a usasse, é com certeza era esse o pior temor que os abrangia, mas achavam mesmo que o manteria longe daquele lugar apenas por conta de um feitiço armadilha como aquele? Logo se via que eles não sabiam com quem lidavam, ele girara a varinha entre dedos e murmurara um feitiço quase inaudível e incompreensível, e então acontecera, um raio saira de sua ponta se chocando contra o escudo, o intenso brilho se formou e um som de estática tomara conta do local, o escudo agora disparava contra os comensais relâmpagos verdes, que os atingiam os fazendo virar pó instantaneamente, ele rira da ousadia deles, então esse é o jogo, ele pensou, quanto mais eu atacar e quiser desfazer a armadilha ela me atacara ainda mais, ataques mortais a qualquer um que atingir. O homem gritava para seus seguidores para que o protegesse, e assim eles desviavam os raios que seguiam para o seu mestre com feitiços, no entanto muitos ainda evaporavam, mortos ao serem atingidos. Mas isso não fizera o homem parar, ele continuara ali olhando para aquela armadilha que lutava ainda para não ser desfeita, fora então que em uma ultima tentativa a cúpula elétrica se expandira consumindo agora tudo que tocava com a energia que emitia fazendo qualquer coisa que atingia ser consumido por chamas e transformados em cinzas, rapidamente o homem lançara sobre si um escudo protetor, que o revestiu por completo quando o a explosão causada pela armadilha lhe atingiu, ele fizera um esforço enorme para manter o escudo resistente o bastante, a explosão desfazia as defesas de seus comensais remanescentes que gritavam antes de serem mortos por elas, foram apenas alguns segundos, mas pareciam mais que isso quando a explosão se desfez, todas as arvores que revestiam aquele lugar pareciam nunca ter existido, nada ali era o mesmo apenas o tumulo branco parecia não ter sido afetado, era como se um pequeno deserto surgisse no coração da floresta proibida, o homem sorrira arrogante, caminhando em direção a sepultura, e pisando em uma mascara de metal derretida, ele a pegara em mãos, se não fossem as luvas de dragão que usava o metal borbulhante daquele metal que se liquefazia lhe teriam consumido a pele e a carne, ele a descartara, como o lixo que era, a ultima lembrança de uma das pessoas que haviam morrido aquela noite, a chuva ainda caia fervorosamente lavando o solo ainda quente e dissolvendo as cinzas dos comensais, o homem ficara a poucos passos do tumulo, ele parecia levemente ansioso, parecia vitorioso, queria tocá-lo, mas não o fez, se lembrando da maldição que jazia nele, maldição que ele ainda desconhecia o que seria. Ele erguera a varinha novamente, e falara calmamente como se o primeira relíquia lhe pudesse ouvir mesmo estando ali aprisionada na caixa de mármore.

_ depois de mais de dois anos, te procurando, eu finalmente te achei – disse o homem simplesmente – você deve ser a varinha mais bela de todas a mais poderosa, e que por causa de você muitos homens morreram em sua trajetória sangrenta pela historia bruxa, com você sei que estou a poucos passos de concluir meu destino, sei que serei o novo senhor da morte, mas enquanto não consigo quebrar essa maldição que foi jogada sobre a pedra – a ponta de sua varinha faiscava de uma luz vermelha – você vem comigo – ele a erguera e com um gesto que fizera, um movimento simples de varinha disse em meio a um sorriso – Apparatus – o tumulo sumira, e ele sorrira arrogantemente frente ao feito vitorioso – nada mal para um dia de chuva não é mesmo? – ele falara para si mesmo antes de se desfazer em fumaça negra deixando aquele pequeno pedaço morto da floresta, onde nunca mais nasceria vida alguma.

Tiago acordara de repente, estava suando frio e gritara ao despertar daquele pesadelo que tivera, em sua cama alguem lhe segurava pelos braços tentando acalmá-lo, essa pessoa lhe empurrara um copo de água para suas mãos o fazendo beber para que se tranqüilizasse, e ele engasgara enquanto bebia, pois uma sede muito forte lhe afligia aquela hora, nunca tivera algo assim tão realista como esse ultimo sonho de que acabara de acordar. Agora mais calmo ele pode ver quem o acudira quando ele despertara em pânico, para sua surpresa não era Fred, era outro garoto de cabelos negros lisos caídos sobre os olhos, olhos intensamente verdes mais em um tom diferente dos de seu irmão Alvo, e ele vestia um pijama verde sobre um roupão da mesma cor, ele demorara um pouco para raciocinar como ele fora parar ali, para então se lembrar que dividia o quarto com aquela pessoa, mesmo que a odiasse, no entanto estava agradecido a ele por estar ali ao seu lado.

_ Eduard? – disse Tiago não se importando do estranhamento que foi falar o primeiro nome de Zabini – o que faz aqui? Digo, por que está acordado?

_ eu acordei de noite precisando ir ao banheiro – disse Eduard – então vi você rolando na cama, parecia quase se debater, então comprovei que você estava tendo um pesadelo, horrível por sinal, e tentei acordá-lo, mas em vão, finalmente você despertou, e eu te dei um pouco de água e te ajudei a se recuperar – ele falara friamente analisando a expressão que Tiago lhe lançava, que era um pouco de envergonhada, e agradecimento – você tem sempre esses pesadelos?

_ só de vez em quando – disse Tiago sentando-se melhor sobre a cama – não é sempre, por que pergunta?

_ só para saber – disse Eduard dando de ombros – se vamos ser colegas de quarto preciso saber, não quero ter experiências como essa toda a noite, é algo desagradável, de qualquer forma, se tem pesadelos, já pensou em usar a poção para dormir sem sonhar?

_ sim já – disse Tiago – mas sempre me esqueço de encomendar, ou comprar uma, não me atreveria a fazer, pois sou péssimo em poções.

_ eu me ofereceria para fazer uma para você Potter, mas creio que não aceitaria – disse Eduard – com medo que eu o envenenasse – ele rira com o próprio comentário – sei que não gosta de mim, por conta do meu namoro com Narcisa, e também não faço questão que goste, só peço que pare de ser esse grosso que tem sido com ela ultimamente.

_ eu amo a Narcisa de uma forma que você nem pode sonhar Zabini – disse Tiago – não aceitei essa historia de vocês dois namorarem, não entenda mal, mas eu tenho inveja de você, conseguiu em poucos meses o que a anos tenho tentado conseguir que é o coração dela.

_ obrigado, levarei isso como um elogio – disse Eduard – mas não a culpe pelo que aconteceu, ela não tem culpa de nada que está acontecendo entre nós – ele então parara por uns segundos para então continuar – você era um grande amigo dela, uma das pessoas que ela mais falava para mim, me contando historias de coisas que você fez, é horrível ver que a odeia, vocês podiam não namorar Potter, mas eram amigos, e você jogou isso fora por puro orgulho.

_ por que eu ainda estou dando ouvidos a você no lugar de eu voltar a dormir? – disse Tiago se deitando novamente – volte para sua cama Zabini, e tente dormir um pouco, ainda é muito cedo para ficar acordado.

_ sim farei isso Potter, mas antes disso queria te dar um conselho – disse Eduard – sim mais um, talvez isso faça seus pesadelos desaparecerem – ele pegara uma garrafa jogada sob a cama de Tiago e mostrara ao ruivo – tente não beber antes de dormir, talvez isso faça ter sonhos mais tranqüilos – um tom arrogante lhe dominava a voz e ele sorrira cinicamente – poderia te denunciar Potter, não deve ser de acordo com as regras ter bebidas desse tipo nos dormitórios, a sim, são contra as regras.

_ é apenas suco de abobora seu idiota – disse Tiago tirando a garrafa das mãos do moreno que sorrira arrogante se levantando da cama – você me viu bebendo isso, viu que era suco de abobora.

_ que estranho, não me lembro de suco de abobora ter cheiro de Fire Whisky – disse Eduard rindo levemente – misturou os dois não é mesmo? Já vi pessoas fazendo isso, em geral quando não querem levantar suspeitas ou não querem ser pegos, não se preocupe Potter, não te denunciarei a McGonagall – ele se levantara da cama dele seguindo para a sua e se deitando nela – Boa Noite Potter.

_ não ira mesmo contar a McGonagall? – disse Tiago e o rapaz fizera um movimento negativo com a cabeça – por que isso? Eu se estivesse no seu lugar teria te denunciado na hora, sem nem pensar, e você vai guardar isso como se fosse um segredo? Qual é a sua Zabini?

_ nós da Sonserina, Potter, diferente do que pensam de nós, temos caráter, certo, não são todos – disse Eduard já deitado na própria cama – mas todos sabemos que cada pessoa tem um segredo negro que esconde, se o seu é a bebida Potter, e o fato de consumi-la mais do que o recomendado e diariamente, bem, não irei denuncia-lo.

_ por que faria isso? – disse Tiago confuso – por que não contaria?

_ porque todos nós temos nossos segredos negros que não queremos que sejam revelados – disse Eduard – assim como eu gostaria que você fizesse quando descobrisse o meu, estou fazendo com você, estou o guardando para mim, pois sei que só causaria problemas para você se os contasse, estou certo ou errado sobre isso Potter? – ele disse e o ruivo acenara positivamente – é isso, satisfeito com minha explicação Potter?

_ só não entendo algo – disse Tiago ainda confuso – você não vai contar, mas por que guardaria o segredo de alguem que você odeia?

_ eu não odeio Potter, não pense isso de mim, a verdade é que não lido com nenhum sentimento em seu respeito, por isso não direi que gosto de você, ou que te acho legal, longe de eu dizer isso – disse Eduard – o que vou dizer é que, ninguém tem o direito de revelar um segredo que pode destruir.

_ então obrigado Zabini – disse Tiago com um tom de voz tímido e agradecido – você desfez a imagem que tinha de você, mas longe de abranger o ódio que tenho por você ter me tirado a Narcisa – Eduard rira e Tiago rira junto com ele mas ficara levemente curioso com a atitude dele – qual é o problema?

_ você – disse Eduard o encarando – você é o cara mais estranho que já encontrei Tiago Sirius Potter, e o mais divertido mesmo, saber que você está agradecido por eu guardar seu segredo, e ao mesmo tempo me odeia por ter tirado a Narcisa de você, é algo meio contraditório não? – ele rira um pouco mais alto e então notara Fred se revirando na cama – acho melhor encerrarmos a conversa logo, antes que nossos colegas de quarto acordem o que acha?

_ tudo bem para mim – disse Tiago se virando de costas para ele – Boa Noite Zabini.

_ Boa Noite Potter, espero que não tenha mais pesadelos – disse Eduard rindo levemente ao que o ruivo revirou os olhos, a risada do Sonserino era muito irritante – e tente não beber tanto, sei que é bom, mais vai fazer seu fígado apodrecer, e você não quer isso não é mesmo? – ele rira antes de se voltar de bruços na cama e abraçar o travesseiro – até amanhã Potter.

Tiago demorara a dormir novamente, pensando em Eduard Zabini e na conversa que haviam acabado de ter, ele agora não sabia se realmente o odiava, ele tinha uma imagem muito mal formada ao respeito do Sonserino, o acusava de ter roubado a Narcisa dele, mas ela nunca fora sua de verdade, e mesmo sabendo que ele o odiava, o moreno resolvera guardar que o ruivo estava bebendo, como se o segredo fosse dele também, ele estava confuso, não sabia se era grato a ele e o admirasse por não contar, ou se o odiasse por namorar sua amada, ele pensara nisso, até sucumbir ao cansaço e adormecera, mas não sonhara, muito menos tivera pesadelos, apenas adormecera, acordando no dia seguinte assustado com alguem que saltava sobre ele, ele sentira seu coração quase saltar pela boca, encarando espantado alguem que saltava sobre sua cama, ele vira Fred em um estado eufórico de uma criança que acabou de acordar em uma manhã de natal, ele agora sacudia o primo pelos ombros para acorda-lo, o que ele ralhou.

_ Fred por que disso? – disse Tiago em meio a um bocejo – essa alegria toda, a essa hora da manhã.

_ estamos na França cara – disse Fred empolgado, ao que Tiago julgou ser por estarem próximos de encontrarem as Francesas de Beauxbatons - estamos sobrevoando Paris agora, rumo ao Sul da França onde vamos encontrar o castelo, e as terras da Academia.

Tiago fora praticamente arrastado para fora da cama por Fred, e ele o fizera olhar pela janela, ainda era bem cedo, a tempestade cessara e o sol surgia tímido pelas nuvens, nuvens essa que estavam muito perto deles. Fora uma grande surpresa para ele o fato de estarem voando, quando haviam levantado vôo que não sentiram nada, pensou, foi então que viu, lá embaixo, vários prédios pequenos e cinzentos, pelo menos era a cor que conseguia ver a altura que estavam, havia algumas luzes a iluminar as ruas e poucos carros transitavam na cidade que recém acordara, e ele então pode ver alguns pontos turísticos, que mesmo aquela altura ele pode reconhecer, um grande prédio gigantesco com os contornos de uma antiga igreja, ele reconhecera aquela Catedral de um filme trouxa antigo que contava a historia de um sineiro corcunda, que fora perseguido quando se apaixonou por uma cigana, ele então tentara se lembrar do nome da Catedral que veio em sua mente, Notre Dame, esse era o nome, mas quando se lembrara a igreja já tinha passado e agora eles sobrevoavam sobre um rio, ele se lembrara de seu nome era o Rio Sena. Alguns minutos depois com Tiago a observar a cidade, Fred lhe mostrara um prédio, e lhe dissera que aquele era o Museu do Louvre, um prédio muito famoso e conhecido mundialmente, ele guardava as obras de arte mais famosas e mais caras do mundo trouxa, assim como a entrada para o Ministério da Magia Francês. Eles então viram outros pontos turísticos como o Arco do Triunfo, e a Torre Eiffel o símbolo de Paris, seu marco mais conhecido de todos. Eles estavam na França, em breve estariam em Beauxbatons, para participarem do Torneio Tribruxo.

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Comentários (1)

  • meroku

    adorei o capitulo!!!!!!!!!!!!!a quase trasformaçao deles foi muito engraçado!!!!!!!!!!!!!a conversa do Tiago com o Zabini foi bem legal!!!!!!!!!!!!!!!!!!!  

    2012-08-20
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